Shifts escrita por jéssica r


Capítulo 14
Capítulo XIV


Notas iniciais do capítulo

O CAPITULO MAIS FOFO DESSA MINHA PORRA TODA JSKJSKSJKSJSKSJ
imaginem a shirley com essa cara aqui (tbm serve a becca tobin, que p.s: pertence a marley e sim e shippo as duas, e não ligue pra cara de orgasmo do luo na foto oks?): news.mtv.ca/wp-content/uploads/2012/11/lou-bekah.jpg



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Cato

Nunca fui o melhor par para encontros, talvez pelo fato de eu nunca ter ido a um de verdade. Com as garotas que eu passava uma noite, era geralmente assim: uma troca de olhares em uma festa, uma cama, um quarto e fim. Seria sorte se nos encontrássemos outras vezes seguintes.

Com Clovely não iria ser assim de forma alguma, o que para ser sincero estava me deixando um pouco assustado. Não pelo fato de ela me dar medo, mas sim por não saber exatamente o que fazer e acabar fazendo as besteiras que geralmente eu acabo fazendo.

Era uma terça-feira pela tarde e escondido de minha mãe sai de casa. Ela estava começando a relaxar com tudo aquilo, eu até voltarei para as aulas semana que vem. Fui para a casa de Clove caminhando e quando cheguei lá relaxei ao ver que o carro do Sr. Still não estava na garagem novamente.

O portão da frente como todas as outras vezes na semana que eu fora ali estava aberto. Procurei por alguma janela mais baixa porque como Clove estava em um pequeno cativeiro que seu pai preferia chamar de castigo, as portas estavam todas trancadas.

Eu levei um susto quando escutei uma porta se abrindo e procurei algum lugar para me esconder. Se o pai de Clove me visse ali, bem acharia que eu estava assaltando sua linda casa ou afim de procurar sua filha. Tudo bem era isso que eu estava fazendo, mas as suas costas.

– Tem alguém ai? – Escutei a voz da garota que Clove supostamente detesta e acabei relaxando.

– Sou apenas eu – Falei dando um oi balançando a mão.

– Ah, oi.

– Achei que você poderia ser o pai da Clove.

– Não sou tão feia assim... ou sou?

– Não... não... nunca... você... você é linda – Falei meio que gaguejando. Essas garotas algum dia me deixam maluco, pode apostar.

– Bom saber. Mas você vai ficar ai fora?

– Não. Eu pretendo entrar.

– Tudo bem. Então vem por aqui.

Segui os passos de Shirley até uma das entradas da casa. Eu havia esquecido que agora ela tinha uma copia da chave da mesma e quando ela estivesse por ai, não era preciso subir arvores ou pular janelas.

Acho que ela e Clove estavam se dando bem uns dias para cá. Era o sensato fazer isso já que Shirley tinha a liberdade de Clove dentro da bolsa e Clove praticamente a papelada para demissão de Shirley nas mãos.

– A Clove está na parte de cima – Shirley falou se largando no sofá da sala continuando a assistir TV.

– Tudo bem. O que ela está fazendo?

– Se trocando, atendendo a um telefonema ou algo assim.

– Acho melhor eu não subir então – Falei se sentando no sofá no lado de Shirley. Ela tinha as pernas dobradas para dentro e uma barra de chocolate nas mãos. Até me deu um pedaço e eu acabei comendo.

– Hum – Ela falou acabando de lamber os dedos com cheiro de chocolate – O que você quer exatamente com ela?

– Quê?

– Olha Cato você já se olhou no espelho? Garoto você é gostoso demais e olha a Clove. Rabo de cavalo, roupas surradas, sem muitos amigos. O que você quer dela?

– Espera ai Shirley...

– Não me chame de Shirley – Ela falou olhando braba para mim e depois revirando os olhos.

– Mas essa não é a porcaria do seu nome?

– Viu. Todos acham uma porcaria.

– Então como você quer que eu te chame?

– Becca.

– Becca... do tipo Rebecca? Por que esse nome?

– Ah, longa história.

– Acho que tenho tempo – Falei olhando para as escadas que davam para o andar de cima – Clove não parece com muita pressa.

– Tudo bem – Ela falou rindo e encostando as costas no braço do sofá onde havia um travesseiro. Ela jogou o travesseiro em mim e rindo eu o segurei pelos braços.

– Era uma vez...

– Na boa eu não tenho sete anos.

– Estranho porque ás vezes você age como se tivesse – Ela falou rindo e eu a joguei o travesseiro de volta – Agora cala a boca porque a história é minha.

– Tudo bem.

A agora Becca me acabou me contando uma história bem divertida que acabou fazendo com que o tempo passasse. Ela se mudou do Canadá para nosso país á alguns anos atrás.

– Eu meio que sempre tive aquela vida medíocre do interior entende? Roupas exatamente como as de Clove que cheiram a madeira. No começo eram apenas meus pais, eu e minha irmã mais velha. Ela sempre mostrava amar tudo aquilo, o fim do mundo que a gente sempre morou e como nunca saímos da li a não ser na Ação de Graças. Ela amava brincar comigo o tempo todo na neve, me carregar no colo e fazer comida com a minha mãe. Mas certo dia ela simplesmente, puf, não estava mais ali. Nem ela, nem suas coisas e apenas um lençol amarrado na varanda da janela.

– Como de uma hora para a outra? Ela não amava todo aquele lugar, tinha alguma outra razão para ela fugir assim? – Falei dando atenção e muito indignado. Podia deixar uma carta, qualquer coisa.

– Isso que me persegue até hoje. Todo dia ela estava ali, me abraçando e me protegendo das coisas ruins e no outro me mandava um cartão pelo correio escondido, com uma foto em uma praia endereçada daqui. O tempo foi passando, e mais nada além de fotos no mesmo lugar, o meu cabelo cresceu, o dela também, minha mãe tinha meu segundo irmão e nada dela.

– Por isso você está aqui? Procurando ela?

– Exatamente. Mas por isso do que pela bolsa na faculdade na verdade. Eu até gosto do emprego com o pai da Clove, o outro é chato, mas paga bem e me mantém por aqui.

– Mas e sua irmã... Ela já viu o seu irmão pessoalmente? Quantos anos você tinha quando ela foi embora?

– Uns treze anos mais ou menos, é difícil se lembrar de qualquer coisa dessa época – Shirley falou limpando as pequenas bolhas de maquiagem que escorriam pela bochecha.

– Você é rápido – Ela falou rindo e limpando os cantos dos olhos.

– Tenho de ser. Estou interessado.

– O estranho – Ela falou juntando as sobrancelhas – É que eu nem te conheço direito e você já sabe a metade da minha vida. Por que isso?

– Eu não sei – Falei arregalando os olhos. Eu realmente não sabia o porquê daquilo. Força maior talvez? Mas eu acho que não.

Só sei que foi totalmente longe das minhas intenções quando peguei na mão sobre uma das coxas dela. Foi como se minhas mãos tivessem vida própria, obviamente por impulso na realidade.

– E agora você está pegando na minha mão.

– É – Falei olhando para nossas mãos enquanto ela ria.

– Tudo bem. Então vamos começar de novo ok? Meu nome é Shirley porque minha mãe apenas tem nomes péssimos na lista dela de nomes de filhos. Enquanto minha outra irmã tem o nome lindo de Gabriela, eu tenho isso. Meu irmão que tem um nome normal também, Matthew ou Matth para os próximos, não se contentava eu ter esse nome. Certo dia ele lia uma revista que podia ser de qualquer gênero, mas era pornô e achou uma mulher com a minha cara. Daquele dia em diante, todos me conhecem como Becca, o mesmo nome da mulher da revista que tinha o mesmo rosto que eu e que meu pai vez eu jurar pelo sangue de todos que eu amava que não era eu.

– Uau!

– Eu sei. É meio complicado, mas eu já sou acostumada. A maioria das pessoas me conhecem como Becca, mas eu tive de dizer meu nome de verdade para que o pai de Clove se lembrasse de mim.

– Você já conhecia a família de Clove?

– Sim, desde pequena. Eu vivia em volta de todas aquelas árvores e quando o pai da Clove foi à procura de meu pai que era o proprietário de tudo aquilo, levou a esposa e a filha.

– Sra. Still e Clove.

– Uhum. Isso mesmo.

– Legal.

– Nem tanto. Achava que Clove ia me receber melhor, mas acho que ela não se lembrou de mim.

Eu estava pronto para falar “Ah não, ela meio que gosta de você, só que não porque acha que você anda transando em uma sala de xérox ou em uma mesa enorme com o pai dela”, mas vi que não era a hora certa. E que essa hora nunca chegasse!

– Tudo bem com você?

– Ah, sim.

– Eu sinto falta da minha mãe e dos meus irmãos na verdade. Do meu pai até que menos. Ele sempre foi um grande babaca que sempre que tinha a deixa esfregava na cara do resto da família que sempre quis dois filhos homens: um para ter apenas força bruta e o outro para preencher a cabeça vazia do primeiro.

– Que idiota.

– Não foi o que eu falei – Ela falou revirando os olhos – E o pior é que tínhamos de ficar quietos e ponto, se não as coisas ficavam sérias.

– Se fosse eu não aguentaria.

– Notei desde a primeira vez que te vi que você fazia o tipo esquentadinho. Não, você não se daria muito bem com meu pai.

– Mas e sua procura sobre a sua irmã – Falei tentando quebrar o assunto do pai de Becca e o fato de ela ter me reparado – Como está indo?

– Eu conheço poucas pessoas de verdade por aqui. Tenho bastante colegas, mas não amigos. Agora está tudo parado por enquanto.

– Bem agora você tem a mim.

– Como eu já disse... Eu nem te conheço garoto!

– Ai, tudo bem – Falei respirando fundo – Meu nome é Cato, Cato Hunthles. Eu tenho dezessete anos, estudo com a Clove no segundo ano do grau, rodei uma vez. Sou inteligente só para porcaria antes que você pense que sou burro. Estou saindo aos poucos de mais outra crise psicológica. Sei como é não ter um pai já que o meu vive trancado em um escritório á quilômetros de distância e quando está por perto usa um celular que apita, tira toda sua atenção de mim e minha mãe e que eu tenho vontade de jogar na parede mais próxima. Tudo bem, eu sou meio esquentadinho, mas como não ser quando se vive minha vida? Eu adoro uma boa festa, nunca rejeito pílulas e uma boa bebida e por causa de uma garota ai ando meio bipolar antigamente – Falei já sem nenhum fôlego e estendi a mão.

– Prazer. Você me parece meio que interessante – Becca falou apertando minha mão.

– Prazer.

– Tudo bem ô bipolar – Ela falou se ajeitando e levantando – Eu tenho de entregar umas papeladas daqui a instantes, mas obrigada por me distrair por alguns minutos. Foi divertido.

– Legal.

– Eu também gostei. Você devia me distrair mais vezes – Becca falou arrumando os cabelos e pegando suas coisas com uma voz sedutora. Meu Deus Cato, foco! Você está aqui pela Clove por mais ninguém, foco!

– Aham – Falei quando ela murmurava “tchau” e saia pela porta da frente.

Eu joguei minha cabeça para traz e coloquei as mãos sobre meu rosto. Porque eu sempre me meto nessas coisas? Quanto mais eu quero desviar delas (garotas), mais elas parecem me atormentar. Nossa!

– Como você entrou aqui? – Clove falou com um telefone na mão enquanto eu tentava voltar à sanidade e esquecer Becca por um instante.

– Bec... Quer dizer... Shirley abriu a porta para mim. Ela estava aqui, mas foi embora a pouco tempo.

– Ah, tudo bem – Clove falou colocando o telefone móvel no gancho.

– Acho que a gente finalmente terminou com a bagunça. Eu estava pensando em a gente sair até seu pai chegar ou sei lá.

– Cato me desculpe, mas...

– Tudo bem, você não quer ir eu sei – Eu falei envergonhado e me levantando rápido. Olhem eu acabando de levar o maior dos furos de toda a minha vida.

– Não é isso seu bobo – Clove falou pegando na minha mão – É que eu estou realmente ocupada hoje.

– O que você tem de fazer? Por que eu não estou ocupado.

– “Parece até que você quer eu fique falando desse jeito” – Clove falou tentando imitar minha voz. Sua imitação foi pateticamente horrível, mas eu tive de rir. Garotas, garotos não tem voz grossa como se tivessem três pomos de adão na garganta.

– Eu não falo assim – Falei enquanto Clove balançava nossas mãos – E nunca disse isso.

– Tudo bem então – Ela falou soltando minha mão e indo até a porta a abrindo para mim – Eu tenho mesmo o que fazer.

– O que é esse segredo tão misterioso hein? – Falei já do lado de fora.

– É meio que embaraçoso então eu prefiro que ninguém, o que inclui principalmente você, saiba.

– Adoro segredos. Sou muito bom em desvenda-los também sabia?

– Bom pra você... Agora se me dá licença – Clove falou já fechando a porta. Eu segurei a maçaneta cumprida com a mais força possível. Clove sempre fora fraca então quando vi já estava do lado de dentro.

– Aonde você vai? – Falei virado para ela e trancando a porta.

– Cato... Para de brincadeirinha... Eu tenho mesmo de ir... Anda sai da frente...

Mas eu não saí da frente. E nem pretendia antes que ela abrisse a boca apenas para falar o que eu queria.

– Tudo bem – Ela respirou fundo antes de falar – Eu preciso de dinheiro. Como você já sabe desde o dia da festa e da bronca que meu pai me deu ele cortou minha mesada. E agora eu vou ser babá por uma noite. Cento e cinquenta pratas. Feliz agora? Agora por favor, sai da minha frente.

– Por que você não me falou? Se é cem pratas que você quer eu te empresto desde que você saia comigo e...

– Ai Cato cala a boca – Clove falou rindo porque sabia que estava mais duro no bolso que ela – Anda vai, sai daí que eu já estou atrasada.

Clove pegou um casaco atrás da porta e se esquivou de mim. Ela é pequena então foi fácil sair e quando vi, ela já andava pela rua enquanto eu a seguia. Eu não sabia exatamente para onde ela ia, mas eu não sei muita coisa sobre ela não é mesmo?

– Eu posso fazer essa gente te pagar mais – Eu gritei porque ela estava mais a frente de mim e parecia me ignorar. Falar sobre dinheiro parecia meio que “toca-la” porque acho que ela realmente precisava.

– Como? – Finalmente falou quando parou no lugar.

– Eu dou meu jeito. Sempre dou.

– Tudo bem. Então você vem junto.

– Desde que...

– Sempre tem um.

– É assim que o mundo gira. Desde que, você de 25% para mim.

– Fechado. Agora anda que eu estou atrasada.

O lugar era um condomínio de prédios enorme e que parecia que a qualquer passo falso você se perdia. Clove tinha o endereço nas mãos e eu só a seguia. O pai a liberou para que saísse de casa, disse onde guardava uma chave escondida e que devia provar que fora mesmo ser babá o mostrando o dinheiro mais tarde.

– Acho que é aqui – Clove falou olhando as instruções nas mãos enquanto eu apertava a campainha.

Uma mulher toda vestida de uma forma elegante nos atendeu e acho que ela quem estava atrasada porque se arrumava colocando brincos, sapatos e o que for, no mesmo instante. Ela e o marido nos deram o dinheiro e um dinheiro para comida e saíram voando do apartamento.

– Acho que as crianças vão passar fome ou comer comida de casa – Falei pegando o dinheiro da comida e colocando em um dos bolsos de minha calça.

Havia uma garotinha loira e com uma franja enorme sobre o rosto que parecia tapa-lo pela metade brincando no chão com bonecas e assistindo televisão na sala. Acho que era só ela mesmo porque não parecia haver mais ninguém além de mim, ela e Clove na casa.

– Você é melhor com crianças do que eu – Clove murmurou perto de mim e eu sorri para ela – E eu morro de medo de fazer algo errado.

– Tudo bem – Falei indo até a garotinha e me agachei até ela. Ela me olhou tirando a franja do rosto e se assustando saiu correndo. Eu olhei para Clove espantado e sem saber realmente o que fazer. Ela apenas me olhou rindo.

– É um garoto – Escutei provavelmente sua foz fina gritar dentro de um quarto depois que ela entrou no mesmo e bateu a porta – Dessa vez é um garoto.

– Que droga Prim – O garoto gritou e quando vi ele estava sendo puxado pela garotinha para a sala onde eu Clove estávamos.

– Ouo! – Ele falou olhando para nós e depois para a provavelmente irmã.

– Drake? – Clove falou dando um paço à frente e apontando para o garoto loiro e de toca verde. Ele pareceu reagir. Esse era provavelmente seu nome – Você é da minha aula de Francês, terças pela tarde.

– Clove S... S...

– Still – Eu completei revirando os olhos. Ele e Clove deram um aperto de mão.

– Ah, e essa é minha irmãzinha Prim – Ele falou apertando Prim pelos ombros até seu corpo – Diga oi Prim.

– Oi.

– Oi Prim. Como você está? Acho que alguém tem de cortar o seu cabelo – Clove falou agachada até Prim.

– O seu cabelo é muito bonito – Prim falou mexendo no cabelo de Clove.

– É porque eu o corto.

– Prim tem medo de tesouras. Nunca cortamos o seu cabelo porque ela sempre grita ou sai correndo. A Katniss pode contar mais, espera que eu vou chamar ela! – O garoto falou apontando pelos ombros em direção a um corredor com portas.

– Ele está dando em cima de você – Murmurei como se fosse uma pequena música a dando melodia. Quando Clove se virou para mim olhei para cima e comecei a assobiar.

– Eu o acho fofo que você quer saber.

– Ótimo.

– Ótimo.

Depois de alguns segundos Drake apareceu arrastando uma garota com os cabelos encaracolados e compridos e que vestia roupas curtas. Ela gritava e se esperneava enquanto o irmão gritava “Me escuta, você vai gostar desse... você vai... para garota...” ou algo assim.

– Oh Jesus! – Ela falou quando parou quieta e nos enxergou.

– Oi.

– Você não me disse que Cato Hunthles viria á nossa casa hoje – Ela falou se virando para o irmão e beijando sua testa – Eu te amo irmão adotado, eu te amo com todas as minhas forças agora.

Aquela era Katniss Everdeen. Acho que ela é líder de torcida e deve ser daí que me conhece. Ela pareceu não notar Clove, mas quando me viu parecia querer me agarrar o que estranhei porque ela sempre estava em rolo com aquele garoto... Peeta Mellark.

– Nossos pais foram nesse lugar legal e como sempre não levaram a gente – Katniss falou ao meu lado quando sentamos em um sofá. Prim estava com as pernas para cima na nossa frente deitada de barriga para baixo em um tapete e assistindo a desenho na televisão.

– Ah, legal.

– Mas o que você está exatamente fazendo aqui?

– Vim pelo dinheiro na verdade. A Clove me deve algumas coisas também.

– Sei – Ela falou me olhando com os cantos dos olhos.

– Que foi?

– Você gosta dela, está bem claro. Só vocês dois não querem ver.

– Eu... Gostar da Clove... Não – Ótimo Katniss agora você pode espalhar para o resto da escola inteira. Vai lá!

– Ai cala a boca. Não seja como Peeta, pelo menos assuma – Ela falou jogando a cabeça para trás – E você está se derretendo de ciúmes dela e do meu irmão nesse exato momento. Tente respirar um pouco ou parar se serrar os punhos um pouco!

Eu realmente estava com os dedos juntos e a palma da minha mão suava, mas aquilo não queria dizer exatamente que eu estava com ciúmes dos dois. Drake (o irmão adotado de Katniss e Prim) estava sentado no chão e dedilhava um violão para Clove. Idiota, se soubesse o que está fazendo seria um grande avanço.

– Drake me dedurou para meus pais. Era para eu estar fazendo amor com Peeta Mellark nesse exato momento, mas como eu nem sou uma pessoa muito vingativa, eu vou ajudar você – Katniss falou se levantando.

Ela arrancou o violão dos braços de Drake e os estendeu para mim. Eu não sei como ela sabe que eu sei tocar o instrumento, mas, pois bem, ela acertou.

– Não tudo bem, eu não quero – Falei rejeitando Katniss, mas ela já arrumava o violão em meus braços.

– Agora, por favor, ensine meu irmão.

Primrose, wake up.

Primrose, wake up.

It’s morning again and you must to get older, so wake up.

I’m out of melodies.

I can’t write a song for you but I’m asking please, wake up.

– Drake eu acho que estou apaixonada – Prim murmurou um pouco alto demais no ouvido do irmão que apenas revirou os olhos. Eu, Clove e Katniss demos gargalhadas e pude ver que Prim começava a ficar vermelha da cor de uma maçã.

– Pergunte ao papai se você pode namorar alguém mais lá da sua cama.

Drake pegou a pequena irmã no colo e depois de dar um meio sorriso para Clove andou até uma das portas do largo apartamento. Prim começava a ressonar pendurada em um dos seus ombros.

– Nunca achei que vingança que não vem de você poderia ser tão bom – Katniss falou dando pulinhos no sofá. Eu olhei para Clove que juntava os ombros e com a mão na boca bocejando.

Nem eram oito horas da noite ainda, mas alguma coisa me dizia que eu devia tirar Clove dali e leva-la para casa. Ela com certeza não estava com sono, talvez com um pouco de tédio, que seria desfeito se saísse comigo.

– Olha só – Katniss falou devagar parecendo entender que segurava uma grande vela – Acho que às vezes meus pais esquecem que eu e meu irmão temos dezesseis e podemos ficar com Prim, então não entendo o que vocês estão fazendo aqui. Podem ficar com o dinheiro se quiserem, não é meu mesmo. Podem ir embora, o Drake cuida da Prim porque eu vou ver o Peeta.

Katniss falou juntando os brinquedos de Prim no chão e os colocando em um baú cor de rosa. Ela sorriu para nós e logo depois sussurrou alguma coisa para mim do tipo “ela está na sua, faça alguma coisa com ela, mas saia da minha casa, por favor.” e depois fez uma careta.

Ela seguiu por um corredor longe da sala e depois apenas escutei uma porta sendo fechada. Eu coloquei o violão no lugar onde Katniss estava sentada momentos antes e pensando em como me lembrava de fazer algum som com as cordas. Fazia muito tempo que eu não tocava nem uma nota.

– Anda cantor, vamos comer alguma coisa.

Por fim não comemos nada. Quando chegamos em frente da casa de Clove as luzes estavam ligadas o que significava que havia alguém em casa. Becca não estaria por ali aquela hora com certeza, o que quer dizer que só podia ser o pai de Clove.

Se ele me pegasse ali com sua filha eu não sei o que seria de mim. Ele deduraria para minha mãe, que me deduraria para meu pai, que me faria ficar trancado dentro de casa por mais semanas. Eu não queria ficar em casa por mais nenhum dia. Iria voltar para escola amanhã mesmo, mas minha mãe não concordou, mando que eu esperasse mais tempo. Esse pouco tempo parecia se arrastar, mas era melhor que nada.

– Tem alguém em casa – Murmurei perto de Clove para que ninguém ouvisse.

– Eu sei. Deve ser meu pai. Droga.

– Eu deixei minha bicicleta lá dentro.

– Droga Cato, o que você está esperando? Vai buscar logo – Clove gritou mais eu mandei que fizesse silêncio e coloquei a mão em sua boca. Ela murmurou alguma coisa com a boca tampada então tirei minha mão.

– Deixa que eu vou, seu lerdo.

E ela realmente foi. Clove voltou com minha bicicleta na mão e a colocou no meio fio. Eu a agradeci baixinho e sentei-me em cima de Lola.

– Obrigada pela a ajuda. Não foi grande coisa, mas foi algo.

– Tudo bem.

– Quer saber, que se dane, você que cantou aquela música fofa e quem fez a menina dormir então toma... você merece o dinheiro – Clove falou estendo a mão e eu acabei sorrindo. Música fofa é?

– Acho que já ganhei o que queria, não preciso de dinheiro nenhum.

– O que você queria?

– Ver você me elogiando. E aquele idiota longe de você.

– Espere Drake não é um idiota, até que é legal e... Você estava com ciúmes – Ela falou a última frase devagar.

– Pareceu meio que óbvio.

– Ciúmes, ciúmes, ciúmes – Clove começou a murmurar se aproximando do portão que dava para o jardim. Parecia que ela tinha entrado em algum tipo de psique estranha e como no dia da piscina ela tinha a mão na boa e sorria.

– Boa noite Clove – Eu falei sorrindo para ela.

– Boa noite Cato... Cato...

– Tudo bem Clove – Falei rindo da cara dela e me preparando para voltar a pedalar para minha casa.

– Cato! – Clove voltou portão a fora com os olhos arregalados e parecendo arfar. Seu peito ia de baixo para cima e parecia que tera visto algo muito feio lá dentro. Depois de alguns segundos eu fui descobrir o porquê ela estava assim.

Bem, é aparentemente assim que Clove Still fica quando está nervosa! Arregala os olhos, repete as coisas e arfa o peito.

Clove foi se aproximando de mim e quando vi estava tão próximo que foi inevitável não colocar uma de minhas mãos em seu rosto. Senti uma de suas mãos em meu tórax. E nós nos beijamos.

Eu já tinha sentido o gosto da sua boca, mas não com tanta clareza com dessa vez. Ela me beijava daquela forma meiga como antes, mas parecia mais confiante e bem diferente da garota que repetia coisas mil vezes antes de partir.

O beijo durou pouco tempo. Foi normal, nossos lábios se tocaram e essas coisas e quando ela fez força em sua mão sobre meu corpo eu sabia que devia a soltar.

Clove foi andando alguns passos para trás. No rosto havia um pequeno sorriso que consegui enxergar com o canto dos olhos. Pareceu que ela só queria experimentar sabe? Como se sentisse saudade da minha boca.

E ela realmente sentiu, porque voltou. Clove cruzou os braços em meu pescoço e me deu vários beijos enquanto eu podia senti-la sorrindo. Eu tentei até seguir em frente forçando o beijo, mas nada aconteceu. Ela não aceitou e então deduzi que ela ainda não estava pronta.

Clove sorria na minha frente e mais próximo de mim ela parecia bem mais bonita. Foi como se todo o esforço que eu tive para que aquela hora chegasse tivesse sumido de uma hora para outra.

– Que horas tem Cato? A gente precisa ir – Clove falou rindo e como eu parecia negar o fato de ter que entrar para casa e encarar a cara chata de qualquer parente. Eu balancei minha cabeça como um não e a roubei outro beijo.

– Uhum... Uhum... Agora vem aqui – Falei para ela e pegando em sua cintura enquanto murmurava algo de como eu precisa a soltar. Ela não tinha nenhuma reação e não tentava sair dali, o que significava que só estava sendo a Clove chata que resmunga de tudo.

– Acabou – Clove falou vermelha e sem fôlego nenhum. Ela ainda ria e dava pequenos passos para trás em direção ao portão da casa.

– E se eu quiser que isso nunca acabe?

– Daí o problema será seu – Ela murmurou chegando mais perto novamente e colocando uma das mãos em meu rosto. Depois mais um beijo devagar.

– Boa noite – A sussurrei quando nos separamos.

– A melhor de todas.

Clove caminhou em direção ao portão que dava para sua casa e pegando na maçaneta de metal se virou e me sussurrou um “adeus”. Tentei ao máximo me conter e tentar tirar o sorriso que estava no meu rosto, mas nada funcionava.

Olha que diabos eu estava fazendo! Alguns meses atrás eu só queria a Glimmer e suas curvas e usava Clove para conseguir isso e olha o que eu estava fazendo. Totalmente ao contrário.

Ainda sorrindo e pensando em besteiras eu senti meu celular vibrar em um dos bolsos da calça. Eu o peguei decidido a desligar na cara de meus pais ou quem fosse que queria encher meu saco.

Mas não era meu pai, ou minha mãe, Marvel, Glimmer, Finnick ou Annie. Era Becca/Shirley ou como você queira a chamar com a mensagem:

“Cheguei em casa e junto de todas aquelas contas havia um cartão. Vinha endereçado para mim e tinha mais uma foto da minha irmã sorrindo. Ela quer me ver e eu estou com muito medo. Preciso de um amigo para encontra-la no Píer 32, ás 19:00 da noite de amanhã.”


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Notas finais do capítulo

Música cantada pelo Cato inspirada em "Jessica", pela cantora Regina Spektor. Recomendo ela muito! letras.mus.br/regina-spektor/jessica/
ó as ideia que a pessoa tem pra fazer o Cato se envolver com outra garota KKKKKKK
enfim, a história Becca (bec de Becca e ca de Cato, criatividade kd né) n vai só isso não queridas, amo escrever cena com esse shipper. Yep, yep isso é um shipp mt perfeito que eu shippo vlw KKKKKK
ah, e dsclp mesmo pela demora. explicação é pq vida social voltou (escola com deveres, trabalhos e spa daqui a pouco provas) e eu tô ferrada pq sim né.
E EU TBM ANDEI MEIO PUTA DA CARA PQ CANCELARAM UMA DAS MINHAS SÉRIES FAVORITAS NA VIDA, AAAAAAAAAAA :(
se chama "Underemployed", alguém já ouviu falar? ela é s-u-p-e-r perfeita, quer dizer era PQ A FILHA DA PÓTÁ DA MTV CANCELOU E AGR EU VOU ENTRAR EM UMA DEPRESSÃO SEVERA
ññññ :((((((( nem acredito cara, muita pau no cuzice da mtv fazer isso.
pera q eu tenho q ter quase um orgasmo por causa de Clato. e lá vai...
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH MEUS BBS, AAAAAAAAAAAH ♥ pronto n conto mais nada, nada de spoilers, mt suspense e sofrimento pra vcs. rá. rá. rá.
q mais tem pra dizer... ah, OSCAR! torçam pra JennLaw ganhar vlw pq ela merece mt, torçam pra Anne H e Le Mis ganharem pq ela cantando "I Dreamed a Dream" e o resto do filme é um puta de um filme e merece muito.
torçam pra "Paperman" ganhar melhor curta, ele tem uns sete minutos e é a coisa mais fofa que a Pixar já fez e que vc deve perder seu tempo KKKKKK sério, vale muito a pena é mt lindo. procura no youtube que tem oks!
e sobre imaginar a cara da Shirley/Becca, imaginem com a cara da Bekah de underemployed, ou com a fuça da Becca Tobin (criatividade mandou bjs e abraços xoxo pra ela) tá :)
E BJOS AMORES x