Cato

Quando o relógio tocou meus olhos já estavam abertos. Eu só queria voltar alguns meses atrás, só apenas alguns dias quem sabe? Viver todos as aventuras, festas e diversão das férias. Mas não podia tinha que levantar e viver novamente o segundo grau.

Essa não é a primeira vez que eu repito de ano e talvez nem seja a última. Porém minha mãe teve um papo cabeça comigo nas férias e pela primeira vez vi rigidez nos olhos dela, quando me fez prometer estudar e me esforçar mais. E trato é trato.

Acabei levantando. Me arrumei e higienizei. Depois de uma olhada no espelho, peguei minhas coisas e desci até a cozinha. Lá estava minha mãe cantarolando e fritando alguns ovos com um cheiro espetacular.

– Bom dia Cato – Ela falou e eu lhe dei um beijo na bochecha – Estou fritando uns ovos para seu pai vai querer alguns?

Eu recusei. Não queria me sentar com meu pai e fazer a honra de ver ele dar mais atenção ao trabalho do que a minha e minha mãe.

Acabei apenas dando uma mordida em uma vermelha maçã em cima da pia, me despedi e atravessei a porta com ela gritando algo como “se cuide”.

Pego minha bicicleta. Coloco o capuz da jaqueta, os óculos de e saio pedalando. Dez á quinze minutos depois eu já estava na frente da escola.

Haviam carros e adolescentes por todos os lados. O estacionamento estava cheio de gente se cumprimentando e falando de suas férias escolares. Estaciono a bicicleta com mais umas vinte e vou ao encontro de Marvel. Ele esta lá parado exibindo seu carro a todos quando eu o cumprimento.

– Eai Marvel de quem você roubou esse? – Ele sorri e aperta a minha mão.

Marvel e eu somos amigos desde, sempre. É difícil de lembrar a nossa última briga porque eu e ele sempre nos demos bem – Se inveja matasse Cato eu – rio – Você podia ter um assim com a grana de seu pai.

– Não quero grana daquele cretino pra nada – Meu pai e nossa família temos dinheiro não posso negar, mas a não ser comida, cama e pagar contas não quero mais nada – e você sabe que eu prefiro bem mais a Lola – Falo apontando para minha bicicleta.

– Agora aquele troço tem um nome? Lola? Que veado Cato_ Marvel faz careta e eu rio.

Ele tranca o carro e com o alto barulho todos nos olharam. Atenção é bom e eu e Marvel temos, mas as vezes ele exagera. – Viu é por isso eu prefiro a Lola. Se esse seu troço quebrar aja dinheiro

Ao falar um pouco mais nome de uma “garota desconhecida”, lá estava ela. Glimmer.

É loira, gostosa e líder de torcida. Melhor que isso por essas bandas não há quase nada. – Quem é Lola? – Glimmer pergunta mexendo o cabelo espalhando seu perfume. Marvel assobia. – Ah é minha bicicleta.

– Patético não é? – Marvel fala.

– Serve.Talvez algum dia você me leve para passear com a Lola Cato. Uma passei bem demorado. – Ela fala dando uma piscadela, vira-se e sai rebolando com seu uniforme colado ao corpo.

– Meu Deus – Falamos juntos.

– Tudo bem. Eu pego ela e levo pro banco de trás. A gente da uns amasos e eu libero ela pra você.

– Vai sonhando – Falo empurrando Marvel.

Conversamos até que o sinal toca. Uma multidão de jovens entram no prédio do Ensino Médio e nós fizemos o mesmo, mas eu passaria antes na secretaria para trocar algumas aulas e depois iria realmente para aula.

Clove

A Califórnia é muito diferente do que eu esperava. É bem ensolarada, praiana e barulhenta.

Sair de Ohio me custou perder algumas coisas, e o silêncio e tranquilidade eram uma delas. Eu passei apenas o final de semana com meu pai e na segunda já voltaria aos estudos.

Em minha primeira manhã de caloura não desejava atenção. Em Ohio usava uniformes antigos e nada a mais. Era difícil usarmos roupas do normais e eu tinha poucas peças.

No fim pus um moletom escrito “Ohio” com um capuz, calça jeans e tênis. Prendo o cabelo num rabo, limpo o rosto e desço pro carro com meu pai. Ele me deixa na frente da escola, me da um beijo na testa e sussurra – Obrigada por voltar.

Saio do carro. Meu destino é a secretária e quando eu a encontro em um pequeno prédio entro com pressa. Numa bancada havia uma velha de cabelos grisalhos e óculos enormes.

– Olá sou ..

– Clovely não é? De Ohio – falou apontando para o meu peito.

– Só Clove está bom.

Eu nunca gostei do nome Clovely. Mas Clove até simpatizava. Me lembra cravos que me lembra o velho jardim de mamãe em Ohio. – Então ok srta. Clove aqui estão seus horários e o mapa da escola.

A secretária estica o braço, pego os papéis e os olho. Eram bastantes aulas, mas não tão diferente das do colégio anterior. – Obrigada.

O sinal toca. A movimentação aos poucos some e sabia que deveria ir para minha sala.

Respiro fundo e vou até a porta. Até que pá.

Um garoto alto e encapuzado esbarra em meus papéis e tudo vai ao chão. Nervo lhe peço desculpas – Me .. me desculpe.

– Tudo bem – Ele fala calmo, se abaixa, pega as folhas e as me entrega. Sorrindo fala – Oi sou Cato.

Cato é grande, loiro e bronzeado. Seus olhos são verdes e o corpo ótimo. Paro de o fitar e estico a mão – Clovely Still mas só Clove.

– Hum – Aperta minha mão.

– Desculpe por isso.

– Sem problemas – Ele sorri e tira o capuz. Depois se senta na bancada da velha e cochicha algo á ela.

Descubro seu nome: Mags. Cuida dos horários e os troca a partir de sedução – Tudo bem sr. Hunthles.

– Isso – Cato comemora e pisca.

Depois de um tempo parada naquele lugar, lembro que eu devia estar sentada em uma carteira. Mags nota isso também e fala:

– Ei Cato você poder levar Clove até a sala? Ela é nova sabia? De Ohio.