Novamente Herói. escrita por cabeçadealgas


Capítulo 7
Em chamas


Notas iniciais do capítulo

Me pediram mais romance, então aqui vai...
gente, se lembra que não vou fazer Percy + Katniss porque eu shippo Percabeth para sempre, flw?



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Antes de sairmos do trem, 15 pacificadores nos envolveram (eu, Katniss, Effie e Haymitch) em um circulo, de modo que poderiam nos proteger. Milhares de fotógrafos tiravam fotos e gritavam perguntas para nós dois. Eu acenei, mas Katniss continuou séria.

                Depois que entramos em um edifício, nos separamos. Me levaram para um quarto e retiraram todos os pelos do meu corpo, salvo o cabelo. Passaram maquiagem em meu rosto – vergonhoso, eu sei.

                Quando terminaram de me “transformar” me enfiaram em uma roupa diferente de todas que eu já havia visto. Era um macacão preto que cobria todo o meu corpo, deixando somente a cabeça de fora. Me encontrei com Katniss, que vestia a mesma roupa.

                Não conseguia entender como, mesmo com a roupa ridícula, ela era linda. Haviam prendido o cabelo dela da mesma forma que ela havia usado na Colheita e seu rosto estava com uma maquiagem leve.

                O estilista, Cinna, falou para não nos preocuparmos, porque o fogo não iria nos queimar e antes que eu pudesse fazer qualquer coisa: minha roupa estava pegando fogo. No mesmo instante eu concentrei-me em tudo que me lembrava do meu passado: Annabeth, Hera, algo a ver com água, um acampamento, meu pai.

                O fogo se apagou. Era isso! Meu pai! Poseidon. Deus do mar e dos terremotos. Era isso que significava o lance da água. E agora eu tinha mais um problema: a roupa estava apagada. Katniss me olhava assustada e Cinna fazia o mesmo.

- Que merda foi essa? – uma pessoa da Capital perguntou atrás de nós, com o sotaque irritante e estridente.

                Olhei confuso para eles. Todos envolta me encaravam, como se eu fosse uma espécie de louco ou coisa do tipo.

- O que foi? – perguntei.

- Você é doido? Não é fogo de verdade. Não precisava se tacar no chão e ficar rolando. – Katniss falou. – Você está nos atrasando.

                Névoa. Porcaria Hera! Sorri sem graça, esperando parecer arrependido.

- Desculpe. Pode fazer de novo. – pedi.

                Cinna colocou fogo novamente em minha roupa, mas ao invés de eu apagar, só deixei que o fogo fluísse. Eu não senti dor de queimaduras, apenas um formigamento por todo meu corpo. Katniss estava linda. Estava literalmente em chamas.

                O estilista pegou a minha mão e a juntou com a de Katniss:

- Vocês formam um casal bonito.

                Senti que Katniss estava sem graça, então apertei a sua mão, mostrando que eu estaria bem ao seu lado. Cinna fez sinal para uma biga, onde dois cavalos estavam amarrados a ela. Subimos nela e eu ouvi uma voz:

- Oi.

                Olhei por todos os lados, mas ninguém havia falado nada.

- Oi. – a voz repetiu. – Você não teria torrões de açúcar com você, ou teria?

                Soltei um grito surpreso e Katniss me olhou, com as sobrancelhas levantadas. Disse baixinho que não era nada. Pensei:

- Certo, agora eu estou completamente maluco.

- Não. Mas você está conversando com um cavalo. – a voz falou e desta vez percebi com um calafrio: a voz estava dentro da minha cabeça.

- Blackjack? – perguntei. A memória veio a minha cabeça e eu sorri. – O que você esta fazendo no futuro?

- Blackjack? Gostei. Mas não. Sou Fortrek. Futuro? A gente ta no presente, camarada. – a voz respondeu. – Opa, está na hora. Sem torrões, certo?

- Desculpe, não tenho aqui comigo. – falei.

                Os dois cavalos começaram a andar. Katniss ainda segurava minha mão e quando entramos no desfile, todos explodem em aplausos. Até mesmo Haymitch sorri, sentado em um banco escondido.

                Para a minha surpresa, Katniss faz algo inesperado: ela acena para a plateia, manda beijos e sorri. Ela estava deslumbrante, sem duvidas. Segui seu exemplo. Acenei, sorri e peguei uma das rosa que tacavam em nós.

                Os outros tributos estavam deslumbrantes, mas nenhum atraía tanta atenção quanto nós. Quando completamos o trajeto, os nossos estilistas apagaram o fogo, então Effie e Haymitch vieram ao nosso encontro.

                Haymitch esticou a mão e eu a apertei. Effie distribuía sorrisos, visivelmente alegre com a nossa aparição.

- Vocês dois foram ótimos. – Cinna disse.

- Eu diria fantásticos. – Effie comentou.

                Abracei Katniss. Ela retribuiu o meu abraço, com mais força.

- E eu diria em chamas. – falei.

                Fomos conduzidos até o último andar do prédio, onde dormiríamos. Ao invés do esperado, Katniss e eu ficamos acordados na sala, enquanto todo o resto foi dormir. O sofá era tão macio que eu havia me esquecido de onde eu estava e que só tínhamos passagem de ida.

                Katniss e eu havíamos trocado de roupa. Eu usava um pijama de linho e ela também. Estávamos assistindo ao desfile na televisão, quando ela a desligou.

- Eu estava vendo, poxa. – reclamei, jogando uma almofada nela.

- Eu estou com medo. – ela confessou.

- Eu também, mas não tem como voltar atrás agora.

                Ela sentou mais perto de mim e eu a abracei.

- Sei que não. – ela falou. Seus ombros começaram a tremer e eu percebi que ela chorava. Ela parecia tão frágil, vulnerável. Não parecia a Katniss. – Eu quero ir para casa.

- Você vai voltar, sei que vai. – era verdade. Eu faria tudo para que ela voltasse.

- Eu preciso de você. Eu fecho meus olhos e lá está você. Apago as luzes e lá está você.

                Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa para falar, ela se levantou e saiu. Fiquei parado, sem saber o que fazer. Depois de alguns minutos, resolvi que era hora de ir dormir e fui para meu quarto.

                Deitei na cama, tão macia quanto a do trem. Meus olhos ficaram abertos, apesar da exaustão de meu corpo. Eu não parava de pensar nas palavras de Katniss, mas também não parava de pensar em Annabeth.

                Eu queria reencontrar ela. Sabia que ela me diria o que fazer, me contaria meu passado. Tiraria minhas dúvidas. Ela era o meu passado, meu presente e o meu futuro.

Eu acordei em um lugar novo, onde os erros do meu passado foram apagados, mas tudo que eu queria era voltar para minha casa. Me sentia como uma criança chamando pela mãe, mesmo sabendo que ela não vai escutar.

- Obrigado Hera – pensei – por estragar a minha vida.

                E então eu durmi.


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Notas finais do capítulo

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