Novamente Herói. escrita por cabeçadealgas


Capítulo 12
Octavia me transforma em um bolo flamejante


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu fiz uma merda. Na verdade, já era para ter acontecido a entrevista, mas eu sem querer troquei de ordem e só me toquei agora. Bom, vou ter que deixar assim. Espero que entendam.
EU DEDICO ESSE CAPITULO PARA ANNABETH QUE ME MANDOU A PRIMEIRA RECOMENDAÇÃO QUE JÁ GANHEI. Brigada linda, você fez meu ano! hahaha
bom, espero que gostem:
ps: esse aqui ta maior :P - beeem maior



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Acordei sobressaltado. Meus sonhos haviam sido horríveis. Eu me via lutando contra Katniss, apesar de minha mente pedir para meu corpo parar. Ela caiu no chão e antes que eu pudesse me impedir minha espada já estava cravada em seu coração. Eu me vi depois sem a Annabeth, sem o Grover e sem minha mãe. Depois eu revivi a morte de Silena, a morte de Ethan, de Luke, de Zoe e de Charles. Vi que eu podia ter evitado a morte de cada um deles.

Lembrei-me Michael Yew, que se sacrificou por nós, assim como muitos outros. Foram muitos “adeus” e eu não estava preparado para mais um. Queria mais que nunca voltar para casa, rever Annabeth, Grover, minha mãe. Queria falar com meu pai. Desde que descobri- ou lembrei, sei lá – quem ele era não havia falado com ele.

Sentei na cama e fechei os olhos.

“Pai, não sei se você lembra-se de mim. Não sei nem ao menos se você está me escutando. Espero que esteja – seria algum mico falar com meu pai por pensamento e ele não estar ouvindo. O que quero dizer é: proteja minha família, meus amigos no passado e meus amigos no futuro. Mais uma coisa: eu te amo.”

Ao contrario do que deveria, eu não estava me sentindo estúpido. Sentia falta de conversar com alguém da minha vida passada. Qualquer um. Podia até mesmo ser Hera. Queria noticias.

Fazia um tempo desde que eu dissera para meu pai que o amava e falar agora me fez sentir um pouco mais leve. Levantei e fui até o banheiro, onde tomei banho e depois vesti a roupa que haviam separado para mim.

O último dia de treinamento já havia passado. Hoje iríamos conseguir notas para os patrocinadores. Eu não fazia ideia de como me mostrar bom em pouco tempo, mas iria tentar. Antes de sair, conferi se usava o cordão e o broche de Madge. Quando vi que usava, sai.

Haymitch, Katniss, Effie, Cinna e Octavia – minha estilista – já estavam na mesa do café. Katniss usava sua usual trança, mas ela parecia mais cansada que nunca. Haymitch olhou para mim e fez sinal para que eu me sentasse ao lado dele.

Quando sentei, ele cochichou:

– Conte agora sua decisão sobre os carreiristas.

– Não sei se devo... – cochichei de volta.

Ele me olhou irritado, revirou os olhos então falou para que todos pudessem ouvir:

– O nosso Percy aqui recebeu uma proposta dos carreiristas.

Todos elogiaram e me parabenizaram, menos Katniss que olhava para sua salada.

– Ontem ele resolveu aceitar essa proposta. – Haymitch expôs e todos bateram palmas, salvo Katniss.

– Isso é ótimo!Effie falou entusiasmada.

– Bem, o que é isso? Parece que eu realmente ganhei um par de guerreiros esse ano. – Haymitch falou, servindo-se de suco e depois acrescentando um pouco de álcool.

Sorri e Katniss me acompanhou. Durante uma fração de segundos, nossos olhares se cruzaram. Senti um comichão na nuca assim que olhei nos olhos dela, mas quando ela desviou o olhar, passou.

Quando terminamos, descemos até onde provaríamos que éramos bons. Como eu e Katniss éramos do 12, seriamos os últimos. Vimos todos os tributos sendo chamados, até que chamaram Katniss.

– Ei, Katniss. – chamei e ela olhou para mim. – Dê a vida para alguns unicórnios.

Ela sorriu e caminhou até onde deveria ir. Esperei durante alguns minutos, então eu fui chamado.

Era uma sala ampla. No dia anterior eu havia informado que faria minha demonstração com a espada, então havia posicionado diversas espadas em um armário. Peguei uma com o porte de Contracorrente e fui até o meio da sala, onde se encontravam alguns bonecos e obstáculos.

Os patrocinadores estavam conversando, sem nem olhar para mim, então os chamei:

– Perseu Jackson, 16 anos, Distrito 12. – Eles olharam para mim e se silenciaram, prontos para ver o que eu faria.

Pela sala, diversos bonecos estavam dispostos. No chão tinham alguns obstáculos onde eu teria que pular, rolar e desviar.

Comecei a correr, em direção ao primeiro boneco. Do nada, uma bola de pano – cheia de areia por dentro – desceu do teto, presa por uma corda. Consegui me desviar e com um corte certeiro, arranquei a cabeça do boneco.

O segundo boneco estava disposto alguns metros longe do segundo. Ele estava em uma ilha, no meio de uma vala. Esse boneco era diferente do outro: segurava um arco que se mexia, apontando para onde eu fosse.

Seria fácil. Peguei velocidade e então comecei a correr. O Boneco atirou algumas flechas, mas eu podia senti-las chegando perto de mim e desviava. Quando eu estava a poucos centímetros da vala, eu pulei por cima dela. Enquanto pulava, agitei minha espada e cortei a cabeça do outro boneco.

Os patrocinadores soltaram algumas exclamações e depois bateram palmas. Fiz uma breve reverencia e continuei a destroçar bonecos, pulando por cima de obstáculos, desviando de flechas e evitando bolas que caiam do teto.

No fim do percurso, estava exausto. Dobrei meu corpo para frente e me apoiei nos joelhos, arfando pesadamente. Do nada uma explosão de palmas começou. Todos os patrocinadores gritavam e aplaudiam.

Caminhei até perto deles e falei:

– Espero que se lembrem disso quando eu estiver na arena.

– Iremos. – Seneca Crane se pronunciou e então se virou para conversar com outro homem.

Fiz outra reverência e sai. Eu estava eufórico, com certeza havia me saído bem. Voltei para o nosso andar e antes que pudessem me perguntar qualquer coisa, tomei outro banho e recuperei minhas forças.

Quando fui para sala, estavam todos lá, em frente à televisão.

– Chegou na hora certa. – Cinna falou, abrindo espaço para que eu pudesse me sentar ao seu lado e de Octavia.

– Como foi? – Effie perguntou. – Me diga que você não atirou nos patrocinadores como a nossa querida Katniss fez!

Olhei para Katniss que se encolheu no sofá, visivelmente sem graça. Comecei a rir, acompanhado de Haymitch e Cinna. Octavia e Effie ficaram horrorizadas.

– Diria que bem. – respondi, dando de ombros e me tacando no lugar que Cinna me ofereceu.

– Vamos descobrir isso agora. – Haymitch falou, ligando a televisão.

Caesar Flickerman sorria na tela, ao lado de outro cara. Ele falou:

– Boa noite a todos da Capital e de todos os outros distritos.

Seu cabelo estava rosa, penteado para trás. Ele sorria simpaticamente e o outro homem, Seneca, falava alguma coisa, mas eu não prestei atenção.

– Vamos começar com a pontuação, então? – Seneca perguntou.

– Seria ótimo. – Caesar respondeu, pegando um papel do bolso e abrindo: - Glimmer do Distrito 1 ficou com a pontuação de ...

Depois de vinte minutos, chega a vez de falar sobre Katniss.

– E Katniss Everdeen ficou com a pontuação de 11. – todos na sala aplaudimos e Katniss sorri, agradecida. – E o tributo masculino, Perseu Jackson, com a pontuação de 11,5.

A sala ficou em completo silêncio. Nem mesmo eu acreditava que havia conseguido a melhor nota entre 24 participantes. Foi aí que Haymitch gritou:

– Isso merece uma comemoração! Os dois melhores estão aqui nessa sala! Pela primeira vez em muito tempo no Distrito 12 poderemos ter um campeão.

Katniss bebeu um pouco do vinho, mas depois saiu sem se despedir de ninguém e foi para seu quarto. Pensei em ir atrás dela, mas achei melhor deixar para lá. Effie fofocava com Octavia sobre pessoas da Capital, enquanto eu e Haymitch conversávamos sobre estratégias e chances de vencer. Cinna pediu licença e saiu, indo na direção que Katniss havia ido, provavelmente para conversar com ela.


Quando resolvemos ir dormir, já era tarde. No dia seguinte teríamos a entrevista diante de toda a Capital e todos os Distritos.

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Effie me acordou no outro dia. Ela me levou até onde seriamos preparados e depois me deixou. Octavia, minha estilista, mandou que seus ajudantes me dessem banho, limpassem minhas unhas, passasem pó no meu rosto e me “tosar”, dessa vez nem mesmo meu cabelo se salvou: me arranjaram um novo corte.

Pentearam meu cabelo para trás e passaram gel nele, deixando todo meu rosto de fora. Ao contrario do primeiro dia, não colocaram tanta maquiagem, apenas algo para deixar minha pele mais branca e um delineador dourado no olho, como o de Cinna. Depois me mandaram para Octavia.

Ela usava mascara, como se fosse me operar, então perguntei:

– Você não vai tirar nada de dentro de mim, ou vai?

– Fique quieto e eu penso no caso. – ela mandou, apontando para uma base redonda mais alta que o chão, onde subi.

Octavia analisou meu visual e mandou que eu tirasse toda a minha roupa. Relutei, mas ela falou que todo ano via tributos masculinos ou femininos nus e naquele ano não seria diferente. Ela observou minhas cicatrizes e balançou a cabeça negativamente, falando:

– Pobrezinho, tão machucado.

Ela saiu da sala, me deixando em pé no circulo que nem um retardado. Quando voltou, trazia um terno branco na mão. Ela me ajudou a vestir e depois falou calmamente:

– Vamos usar o fogo que usamos no primeiro dia. Tenta não pagar dessa vez.

Falei que não iria e permiti que ela colocasse fogo na roupa. Ao invés do primeiro dia, o fogo ficou somente nas barras da calça e da manga dos braços.

Octavia estalou os dedos e dois ajudantes homens entraram, trazendo um espelho com eles. Botaram o espelho de modo que eu pudesse me ver.

– Uau. – falei baixinho.

Era a primeira vez em toda a minha vida que eu me sentia bonito. Meu rosto parecia mais velho e mais corajoso, destacado pela luz das chamas. O delineador fazia com que meus olhos chamassem mais atenção que nunca e, além disso, meus dentes estavam tão brancos que chegavam a brilhar.

– Eu sei, eu sei. Não precisa agradecer. – Octavia disse, mandando com que os ajudantes saíssem.

Eu ri e a abracei, que de tão surpresa soltou um gritinho, mas depois também de abraçou. Ela já estava me liberando, quando deu um tapa na própria testa e exclamou:

– Seu broche e cordão!

Instintivamente, levei a mão até meu pescoço e percebi que estava sem o colar. Eu não havia me dado conta antes. Provavelmente tiraram quando eu dormi, enquanto eles cortavam meu cabelo. Octavia pegou o broche de dentro de uma bolsinha e prendeu no meu terno e depois me ajudou a colocar o colar de contas, de forma que ficasse escondido.

Ela me levou até onde os outros tributos estavam esperando. Formávamos uma fila indiana dupla, com o tributo feminino e o masculino um ao lado do outro. Katniss estava linda. Não haviam outras palavras para descrever, que não fosse em chamas.

– Você está linda. – elogiei.

– Você também. – ela respondeu seca.

Quando chamaram Katniss, ela andou mais decidida que nunca até o palco. E então eu fiquei sozinho por três minutos. Aí era a minha vez.

Caminhei, sem a confiança de Katniss, até o palco. Por Zeus! Milhares de pessoas gritavam e jogavam flores para mim. Caesar usava o cabelo azul penteado para trás e um terno laranja. Ele pediu que eu sentasse ao seu lado.

– Boa noite, Perseu. – ele falou.

– Percy. – corrigi. – Me chame de Percy. – falei e apertei a mão esticada de Caesar.

– Ouviram isso, pessoal? – Caesar perguntou, se dirigindo para a plateia. – Vamos chamá-lo de Percy.

A plateia rompeu em aplausos, gritando “Percy! Percy!”. Quando Caesar conseguiu retomar o silencio, perguntou:

– O que espera desse Jogo, Percy? – disse, dando ênfase ao meu nome.

– Bom... Eu diria que estou preparado para morrer.

– Você teve a nota mais alta de todos os tributos, por que deveria se preocupar? – ele perguntou e depois se virou para a plateia: - Não é mesmo?

Todos gritaram em concordância.

– Um único vencedor, certo? – perguntei.

– E ele pode ser você. – Caesar sorriu. – E aí, Percy, o que está achando da Capital?

– Com certeza é uma das coisas mais bonita que eu já vi.

– Um dos? – ele perguntou.

– É. Bom, depende, minha namorada conta como uma “coisa”? – perguntei, sorrindo.

– Se ela não se importar de ser chamada de “coisa”... – ele brincou. – Então quer dizer que o seu coração já tem dona?

– Sempre teve. – confirmei.

A plateia explodiu em aplausos, gritos, incentivos. Sorri para a plateia e acenei, mostrando agradecimento.

– Então vamos fazer o seguinte: você ganha essa edição e volta para casa, para se reencontrar com sua namorada. – Caesar disse e toda multidão de cabelos coloridos gritou em concordância.

Caesar se despediu de mim e eu dele, depois me virei para plateia e joguei o lenço que estava no bolso do meu terno. Não houve discussões para ver quem pegava. Ouve uma pequena guerra. Olhei preocupado para as garotas que se batiam, mas Caesar disse que isso era normal, então dei de ombros e sai do palco.




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Notas finais do capítulo

ta, esse ficou realmente grande.
desculpa pessoal!



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