O garoto encontrava-se deitado no chão morno. Em volta dele, árvores altas faziam sombras sobre ele, com alguns raios de sol passando pelas folhas e o iluminando. Ele vestia uma blusa laranja e amarrotada, com as palavras “Acampamento Meio-sangue” escritas, e uma calça jeans larga.

                Ele dormia tranquilamente, em um sono sem sonhos. Em um piscar de olhos, uma mulher se materializou em frente ao garoto. Ela vestia um vestido grego branco, que ia até o chão. Preso aos cabelos pretos usava uma tiara de ouro, e nos braços várias pulseiras também de ouro.

                A mulher estalou os dedos e como se o garoto acordasse de um feitiço, abriu os olhos verdes como o mar. O garoto sentou-se, encostado em uma árvore e olhou aturdido o local onde se encontrava. Uma clareira. Quando avistou a mulher, seus ombros ficaram rígidos e seu rosto tenso. Ele falou com um quê de ódio na voz:

- Hera.

                Ele não sabia como tinha tanta certeza de quem ela era, dada em vista que não sabia quem ao menos ele era. Hera sorriu presunçosa. Seu rosto, apesar de muito bonito, estava cansado e ela parecia estar fazendo esforço só para manter-se em pé.

- Bom dia Perseu. – um calafrio correu por todo o corpo do garoto. Ele sabia que esse era seu nome, mas estava acostumado a ser chamado de Percy. Ele sabia poucas coisas sobre si mesmo, mas sabia seu nome e sua idade ( 16 anos). – É bom saber que ainda lembra-se de mim.

- Não sei bem se estou feliz com isso. – ele resmungou. – Onde estou?

- Em um lugar diferente do que você está acostumado, te garanto. – ela comentou. - Panem. - ao ver o olhar confuso do garoto, acrescentou. – Por enquanto, contente-se em saber que o mundo depende de você, novamente. Desempenhe-o bem e voltará para sua época.

- Se eu passar recebo minha memória? – ele perguntou esperançoso. Odiava o fato de ter que cumprir um teste para receber sua memória de volta, mas se fosse preciso ele o faria.

- No devido tempo. – ela respondeu suspirando. Ela parecia ter envelhecido vinte anos só no tempo de conversa com o garoto e agora sua presença parecia estar apagando, com se ela fosse uma imagem apenas. – A névoa fará seu trabalho, garoto. Você se chama Perseu Jackson, 16 anos, Distrito 12. Lembre-se: essa não será a guerra final.