Desejos. escrita por RafaFraga


Capítulo 14
Capítulo 13 - E agora?




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As horas iam se passando e nenhuma noticia da minha mãe. Eu já ficava mais do que preocupada, pois ela sempre me dava uma resposta rápida. Os meninos tomaram café comigo, se é que se pode chamar de suco e alguns biscoitos de café da manhã. O Jonh tentava alegrar contando umas historias sobre as viagens dele, mas o Carlos era o único interessado em ouvir o que ele dizia não que eu não gostasse de ficar com eles, mas eu tinha uma decisão muito importante a fazer.

O telefone de casa tocou. Todos se levantaram, mas eu não tive coragem de atender, porque minha mãe não ligou para meu celular? Isso devia ser um péssimo sinal.

– Alô? – Atendeu o Carlos.  – Só um minuto. É sua mãe. – Ele me deu o telefone e ficou do meu lado.

– Oi mãe.

­“– Jane, o Luke está bem. Foi apenas um susto. – A voz dela estava tranqüila. - Ele vai ficar de observação,apenas.”

– Ah, que ótimo, mãe! – Eu pulava com o telefone na mão. – Tudo bem, ele está acordado?

Não, deram uns remédios pra ele. – Ela falava baixo. – Quando ele acordar te ligo. Como está a Samantha?

– Dormindo, parecendo um anjinho. – Eu sorri ao dizer isso.

Cuidado com ela, viu?

– Sim senhora, mãe.

Te ligo mais tarde.

– Te amo mãe.

– Te amo, Jane.

Ao desligar o telefone senti um alivio enorme no peito, mas uma duvida apareceu. Se não é o Luke, quem será? Corri para o quarto da Sam, ela estava acordada no berço, abriu um sorriso quando me viu e ficou em pé me olhando. Peguei-a no colo e dei um beijo em sua testa. Tão pequenina e tão importante. Nasceu pra alegrar a minha mãe, mesmo que ela não lhe dê tanta atenção por causa do Luke, não acho isso justo, mas, eu também não lhe dou tanta atenção assim, por isso não posso julgar.

Senti um pouco de ciúmes quando ela nasceu eu era a menininha da família. Sou velha pra isso, mas é a verdade. Só que esses olhinhos me seduzem e eu não sei mais viver sem ela.

Acho que estou um pouco (muito) dramática com essa historia de perder alguém para o Carlos. Preciso desabafar e só ele pode me ouvir.

– Carlos, precisamos conversar.

Jonh me olhou com um ar de decepcionado, mas entendeu o recado, deu-me um beijo leve no rosto.

– Ligue se precisar de mim.

– Obrigada. – Antes de ele sair corri e o abracei. – Obrigada por ter vindo, mesmo e desculpe pelo meu jeito.

– Tudo bem, Jane. – Ele deu um sorriso meio forçado. – Me liga, ta?

Carlos e eu fomos para a sala, onde Sam comia umas bolachas no sofá.

– Preciso te contar uma coisa. – Comecei a falar sobre o acidente dele, de como todos ficamos e o que eu fiz.

– Você o que? – Ele estava branco. – Isso é certo?

– Não sei, mas minha saudade era mais forte do que qualquer coisa. – As lagrimas encheram meus olhos. – Eu sei que não é certo, Cah, mas o que queria que eu fizesse?

– Não estou te culpando, Jane. Nunca. – Ele passou a mão na testa. – Mas, isso não é certo. Quer dizer e se for pra eu ter... Ter morrido naquele dia?

– Foi um acidente! – Eu o olhei. – Não era pra ter acontecido.

– Jane, desde a hora que acordei, me sinto estranho. Vazio. – Carlos olhou para baixo. – Me sinto como se não pertencesse mais a esse lugar.

– Você não sabe do que está falando! – Gritei com ele, como assim não pertence? – E quanto a mim?

– Jane! – Ele levantou-se. – Preciso descansar.

– Não. O que você queria que eu deixasse você para sempre? Que eu nunca mais conversasse com você?

– Não estou dizendo isso!

– Está dizendo sim! – Eu chorava desesperadamente. – Eu não consigo sem você.

– Jane, eu sei. – Nos abraçamos. – Vai ficar tudo bem.

O dia se passou pertubadamente lento. As cores no céu foram mudando num ato lindo de ser ver, até alguns pássaros pararam para ver o cenário. Tomei um banho refrescante e fiquei com Sam na varanda do meu quarto. Tudo estava normal que me deixou preocupada, minha mãe não ligara mais e isso era um bom sinal. O que eu vou perder, então?

– Jane.

Reconheci a voz na hora, era Morgana. Estava com saudades dela, de algum modo ela tornava tudo tão misterioso e eu gostava disso.

– Morgana.

– Parece que você não me ouviu, certo? – Ele me olhava.

– Não perdi nada por não ter te ouvido.

– As coisas não são tão rápidas assim. – Ela sorriu.

– O que quer dizer com isso? – Mas eu sabia o que significava.

– Não quero te assustar, mas...

– É melhor você ir embora.


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