Edward e Bela, dois nomes que não saíram da minha mente na ultima semana. Acho que apesar de sempre gostar de uma boa leitura, a série Crepúsculo mexeu comigo mais do que qualquer outro livro que eu já tenha lido na vida. Em apenas quatro dias eu já havia lido os três primeiros volumes da série e com o não lançamento oficial do quarto volume eu ansiava desesperadamente como um viciado por sua heroína.
Claro que o foco de Crepúsculo era o romance e a aventura, mas para mim o que realmente chamou minha atenção foi como eu conseguira me identificar e compreender tão bem aqueles dois personagens, como eu me sentia relacionada a eles e como tudo na minha parecia se encaixar.
Eu era tão parecida com eles, não só Bella e nem apenas com Edward, mas com os dois, os dois ao mesmo tempo, com uma única diferença eu ainda esperava por meu final feliz.
Lógico que a comparação tratava-se da minha vida real e não do que eles são, vampiros. Mas eles eram aquilo que eu fui a minha vida toda, mas ainda eu se me sentia tão próxima deles, eu me perguntava se quando Sthephenie Meyer escreveu estes livros ela pensara desse modo, acho que talvez não.
Gosto do personagem de Bella por que é forte, corajosa, irritante, infantil, menina, mulher, intensa e apaixonada.
Bella tem muito de mim, mais do que eu mesma possa imaginar, a intensidade do seu amor não é nada diferente de algo que já tive entre meus dedos e perdi.
Eu conseguia entre meus amigos ser um perfeita Bella Swan, responsável no cotidiano geral e comprometida em manter minha vida pelas pessoas que me rodeiam, apaixonada pela minha família e meus queridos amigos, sempre preocupada em proporcionar-lhes o melhor, evitando qualquer dor que eu pudesse me culpar por causar a eles. Mas, ao mesmo tempo irritantemente infantil quando contrariada.

Eu não conheço um vampiro, mas sei que a minha face sempre foi muito mais delatora do que minha fala permitira, eu nunca permitira que alguém invadisse minha mente, na verdade apenas permiti uma vez que entrassem em meu coração, um erro.
Mas meu segredo mais bem guardado era a forma como “quando” eu queria controlar minhas emoções eu realmente podia fazer isso.
Mas acredito que das dez milhões de coisas que eu poderia me comparar a Bella a que não tínhamos nada de diferente entre seu mundo literário e o meu mundo real era a forma intensa de amar.
Se ela tivesse realmente existido, eu gostaria de conhecê-la, teríamos nos entendido muito bem.
Lua Nova foi o livro mais pesaroso, eu já havia sentindo tudo que Bella sentira neste livro, toda sua frustração, a queda para o abismo da depressão e decepção, o frio das noites em lágrimas, tudo!
Quando eu li Lua Nova, eu revivi uma parte da minha vida que assim como Bella eu procurava superar, uma parte onde eu tive meu próprio Edward e o amei de uma forma tão intensa que chegava a ser difícil respirar com sua ausência. Sabia exatamente o que Bella sentia, sua dor então tornou se minha dor.
Muitas pessoas que leram Lua Nova disseram chorar, eu não chorei em nenhum momento, apenas revivi todas aquelas emoções de Bella em silêncio, de modo frio tentando não transparecer nada que rompesse o livro e piorasse a vida de Bella, loucura não é? Talvez eu esteja ficando realmente louca. Ou Talvez seja um pouco do meu lado Edward de ser, sempre fui super protetora e assim como ele conseguia irritar facilmente os meus protegidos pelo excesso, mas sempre me fiz entender.
Lógico que tudo era só um livro, lógico que nada daquilo era real, quer dizer quase nada, afinal não acredito que não haja no mundo um amor tão intenso como o de Bella e Edward, ou talvez ja tenha existido, pelo menos para mim não existia mais.

Em 2003 perdi meu grande amor, assim como Edward ele me disse com os olhos frios que não me queria mais, com a diferença que Edward tentava proteger Bella e meu amado não estava mentindo para me proteger, mas dizia a pura e dolorosa verdade.
Meu estado não era nada diferente do de Bella depois disso, perdi meu chão, meu sol, lua e céu, perdi a vida, esqueci de respirar, virei uma morta viva, caminhava mas não respirava, a vida passava e eu não sentia.
Nunca me recuperei, mas me conformei, Edward ou Bella nunca se conformariam, mas eles também não eram reais.
Acho que depois de dois anos de sofrimento vivendo meu lado Bella, me vejo hoje muito mais como Edward, não demonstro mais minhas emoções e prefiro me conter a machucar as pessoas que amo, que estão a minha volta.
Apesar de a minha personalidade lembrar mais a de Bella, na minha extroversão, irritação, responsabilidade e determinação eu acho que sempre tentei ser muito mais como Edward, outro erro.
Proteger o amor da minha vida era o que importava, lutaria com unhas e dentes,não de vampiros, mas lutaria para defender a quem eu amava e defendi.
Por quatro anos lutei por esse amor.
Não sei por que, mas quando adolescente eu acreditava que meu amor perfeito deveria ser alguém a quem eu protegesse, a que eu ajudaria em tudo que fosse necessário, a quem eu sempre seria um porto seguro e esta pessoa sempre lembraria de mim com carinho, como a pessoas mais especial da vida dele.
Por 4 anos eu fui tudo isso, mas no fim o feitiço virou contra o feiticeiro, foi eu quem ficou com as recordações de uma pessoa especial e ele se foi para viver seu novo e grande amor.
Este era o meu lado Edward, o lado que me fez permitir a partida do amor da minha vida em troca da sua felicidade. Sofri calada e me resguardei no meu mundo perdido de sofrimentos como Bella, minha diferença em relação a Bella é que eu nunca pularia de um penhasco de verdade, meu medo em relação a altura me tornara covarde demais pra isso, mas eu bem que queria.

Reconstitui minha vida, pegando os meus pedaços pelo chão e guardando em uma caixinha afim de um dia junta-los novamente.
O Jacob da minha reconstrução não foi exatamente uma pessoa e nem um lobo, foi algo com que sempre sonhei minha faculdade longe da minha cidade.
Mas dois anos depois tive que abrir mão, não por que o meu amor havia voltado, mas pelo fato que já era hora de voltar, agora eu poderia conviver com ele na mesma cidade sem chorar.
Nossa. Estes livros realmente mexeram comigo, não consigo parar de escrever e comparar minha vida ridícula e sem brilho as vidas de Bella Swan e Edward Cullen, chega até ser repulsivo comparar-me a eles, mesmo sabendo que eram apenas fruta da imaginação de uma excelente escritora.
Quando jovem também tinha o sonho de ser uma grande escritora, não que eu seja velha, tenho apenas 25 anos, mas nem aos 100 anos eu conseguiria me comparar a Stephenie Meyer, agora eu era sua fã, nem Dan Brown fez meu coração disparar mas Stephenie com certeza quase o parou mais vezes do que qualquer um possa imaginar, isso a tornava a boa suficiente para eu ser sua fã numero um.
Mas para mim na vida real, ainda não existia um amanhecer, parece depressivo isso, mas tenho apenas 25 anos sei que a vida um dia traz um novo amanhecer cheio de esperança a todos e eu continuo esperando pelo meu.