Lucy’s POV

<...> 20 horas da noite

— Lucy!!! – Minha mãe gritou lá da cozinha.

— O que? – Eu gritei do meu quarto.

— Vai levar a sobremesa! – Minha mãe gritou, levantei de frente do notebook e fui até a cozinha.

— Mas ta muito tarde! – Eu disse, não ta tarde, mas pra levar sobremesa para um vizinho ta sim.

— Para de besteira e vai logo. – Ela disse e eu revirei os olhos, peguei a sobremesa (bolo de chocolate) e sai da minha casa, fui até a frente da casa deles e respirei fundo antes de tocar a campainha. A porta se abriu e um homem alto e moreno, muito charmoso abriu.

— Olá. – Disse ele simpaticamente.

— Sou a sua vizinha da frente, minha mãe mandou esse bolo de boas vindas. – Eu disse docemente.

—  A Corina mandou esse bolo? Mas que gentileza. – Ele disse pegando o bolo da minha mão e sorrindo.

— Quem ta ai pai? – Escutei a voz do Diego, e logo depois ele apareceu também. – Lucy! – Ele disse.

— Oi. – Eu disse corando.

— Entra. – Ele disse e o pai dele foi para a cozinha, eu entrei na casa, para ser de homens era muito arrumada, muito mesmo, ele me mostrou o quarto dele e me disse para eu me sentar na cama dele.

— Eu não queria incomodar, eu só queria trazer o bolo. – Eu disse olhando pra ele.

— Mas fica mais um pouco. – Ele disse indo até seu computador e abaixando a música, tocava Where Them Girls At do Flo Rida, David Guetta e da Nicki Minaj, sorri, eu amava essa música.

Seu olhar desceu dos meus olhos para meu pulso.

— Que legal sua tatuagem! – Ele disse e eu sorri.

— Obrigada. – Eu respondi sorrindo.

— Então, você é filha única? – Ele perguntou, deu pra perceber que não tinha assunto.

— Sou sim e minha mãe é divorciada. – Eu disse.

— Meu pai também. – Ele disse pensativo, ficou aquele silencio até o pai dele gritar.

— Venham comer. – Ele disse e nós nos levantamos, fomos até a sala, o pai dele nos serviu, comemos o bolo, eles nos elogiaram, bebemos um pouco, eu já estava mais animada, conversamos e rimos bastante, depois fomos para o quarto do Diego de novo.

— Põe música. – Eu disse rindo, não sei porque, mas eu ria de tudo. Ele colocou e começamos a cantar juntos, olhamos um para a cara do outro e começamos a rir.

— Você canta tão mal. – Ele disse e eu fiz cara de magoada.

— Falou o profissional. – Eu disse e rimos de novo.

— O que você fez no seu pulso? – Ele perguntou se levantando e sentando do meu lado na cama, ele tocou no meu pulso, não o da tatuagem, o que eu me cortava.

— Nada. – Eu puxei mas ele segurou.

— Você se corta? – Ele parou de rir e ficou sério me encarando, meus olhos se encheram de lágrimas.

— Me larga. – Eu disse puxando o meu pulso e sai da casa dele correndo, entrei na minha e tranquei a porta.

— Filha o que houve? – Minha mãe disse.

— Nada, eles gostaram do bolo. – Eu disse respirando fundo e limpando as lágrimas, fui até meu quarto e coloquei meus fones de ouvido, comecei a lembrar do meu pai, das brincadeiras, das nossas intimidades e tudo, eu amava tanto ele e sentia tanto a falta dele. Peguei uma tesoura que tinha dentro da gaveta e um pano que eu deixava junto com a mesma e comecei a cortar meu pulso, dois cortes foram o suficiente para aliviar um pouco, peguei o pano e estanquei o sangue, depois tomei uma ducha, deitei na minha cama e sem me dar conta, acabei dormindo.