Macho Não Ganha Flor! escrita por Amendo Boba


Capítulo 4
Capítulo 4 - Sozinhos para conversar


Notas iniciais do capítulo

Comentarei no final, então, Boa leitura ^^



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      Fernando adorava ovo maltine, e por isso não pensou duas vezes em pedir o tamanho grande. Eles haviam se sentado em uma mesa perto dos restaurantes e lanchonetes para passar o tempo, enquanto o horário da sessão não começava. Conversara sobre músicas e Fernando descobriu que Taio tinha preferências pelas músicas românticas como da Taylor Swift, mas que também gostava de Adele.

  
     - As músicas da Adele não são tão românticas assim. – comentou Rafael – Tão mais pra chorar na fossa.  – e tomou um gole da sua coca-cola.


     - E daí? Eu gosto . – defendeu Taio.


     - E você Rafael, de que tipo de música gosta? – perguntou Fernando.
  
      - Prefiro as mais calmas. – disse Rafael – Mas gosto de Coldplay, Seu Jorge eThe  Red Hot Chili Pepers.


      - Eu gosto de CPM 22, Pitty, U2 e Linkin Park.  – disse pensativo –  E várias outras que não sou exatamente fã, mas gosto de duas ou três músicas.


      - Tá quase na hora. – anunciou Taio olhando o relógio do celular – Vamos?


      Eles se levantaram e Rafael tratou de encher a boca com o máximo de batata fritas que pode. Ele adorava batatas fritas de lanchonete e não queria desperdiçar já que não deixam levar comida pras salas de cinema. Fernando e Taio acabaram rindo dele, pela careta que acabou fazendo tentando engoli-las.
 
      Os três caminharam para a fila para entrar na sala, depois de terem dado seus ingressos, eles procuraram um lugar pra se sentar no fundo. Acabaram achando três poltronas vagas no centro da penúltima fileira.


     Tiveram que esperar mais cinco minutos na penumbra, ouvindo as músicas que colocam pra tocar enquanto a sessão não se iniciava.


    - Meninos. – disse Taio de repente – Eu preciso ir ao toalete.
 
     - Mas já vai começar. – disse Fernando.
 
     - Eu volto rápido. – ela disse já se levantando.


     - Então anda logo. – disse Rafael. -  Ah, aproveita e trás pipoca.


     -  Eu não, se quiser vai você. – disse ela parada no meio do corredor.

 
     - Que custa? Você já vai ao banheiro mesmo, é só depois ir comprar pipoca e refrigerante.


      -  Tem certeza que vai querer que eu compre pipoca depois de ter ido ao banheiro? – perguntou com a sobrancelha arqueada.

 
      - O quê? Ta admitindo em publico que não lava as mãos depois de ir ao banheiro? Que vergonha!
 
      A boca de Taio abriu não acreditando que ele tinha dito aquilo em voz alta, se esquecendo de que ela também estava falando no mesmo tom. Não era bem aquilo que ela queria dizer, ela ia pedir pra que ele lhe desse o dinheiro para comprar o que pediu. Não ia gastar do seu dinheiro.

       - Eu lavo sim! – exclamou sentindo as bochechas queimarem – Eu lavo!


       - Ah, não adianta mais dizer isso, nós sabemos a verdade. – disse Rafael cruzando os braços, irredutível.


      - Ah!... Você... Humph!  - e deu meia volta saindo da sala batendo pé.


      Quando ela sumiu, os dois começaram a rir, Fernando até que tentou não fazer isso, mas ele não resistiu muito.


      - Ela odeia quando eu faço esse tipo de coisa. – comentou Rafael. – Mas acho que não vai trazer a pipoca.
 
      - Nem imagino o porque! – disse Fernando ainda rindo. 


        Depois de alguns segundos eles pararam de rir e voltaram ao  silêncio, ouvindo as outras pessoas conversarem, ou as musicas que tocavam.  Fernando pensou que talvez, se não fosse toda aquela situação, ele e Rafael poderiam ser amigos,  ele não era uma pessoa divertida e poderiam se dar bem.De repente a sala ficou escura e as conversas cessaram com o início dos trailers. Fernando se virou para Rafael, que estava a uma poltrona de distância, mas ele falava  no celular.


        Passaram-se dois trailers e ele ainda falava no celular e nada de Taio voltar do banheiro. Fernando estava começando a se preocupar e lembrar da gracinha de Rick mais cedo sobre escuro no cinema não ajudou em nada.


       - Ela não vai voltar. – foi a frase desesperadora que Fernando recebeu quando ele desligou o celular e passou para a poltrona ao seu lado.


        - Quê? Porquê?


        - Não entendi direito, mas acho que é alguma coisa a ver sobre “ Estar naqueles dias”. – e deu de ombros, se aconchegando melhor no assento.


          Na verdade, quando ele falara com Taio no telefone  logo percebeu que ela mentia. Ela sempre foi organizada com essas coisas e não seria agora que se esqueceria de que estava chegando àquela época do mês e não tivesse vindo preparada para imprevistos. Mas ela insistiu que não tinha então ele lhe sugeriu comprar no mercado que fazia ligação com o shooping, lá era grande e deveria ter absorventes. E qual foi sua resposta? Simplesmente desligou o telefone depois de um tempo de silencio.


       Fernando sentou-se direito na poltrona não sabendo como se sentir ou agir. Rick era um tremendo filho da mãe que o avisou sobre isso. O jeito era prestar atenção no filme. Mesmo que ele achasse que não conseguiria. Mas conseguiu. Acabou se envolvendo com o enredo do filme, e quando deu por si já estava distraído e entretido com o que via. Foi só quando o filme terminou  e virou-se com a intenção de ir embora que uma sensação de incomodo voltou. Obviamente Rafael continuava ali, e estava o esperando no final da fileira pra saírem juntos.  Andaram em silêncio até saírem da sala.
    
       - Acho que você quer ir embora agora, não é mesmo? – perguntou procurando as chaves no bolso.


       - È. – disse Fernando.


       - Então vamos. – disse direcionando-se ao caminho do estacionamento. Mais uma caminhada silenciosa e chegaram ao carro. Rafael entrou primeiro destrancando a porta para que Fernando entrasse e se sentasse no banco de passageiro.  Já estava de noite e as ruas se encontravam movimentadas, já que não era tão tarde assim.


      Antes de dar partida, Rafael ligou o rádio e “Scar Tissue”  de The Red Hot Chili Pepers começou a tocar. Ele deu a partida e a música era o único som ouvido no carro. De vez em quando Rafael cantava alguns trechos de algumas músicas que tocaram posteriormente. Fernando se limitou a olhar janela a fora.


      - Hm, e então. – disse Rafael de repente – O que você achou do filme?
 
      - È bem interessante. – disse Fernando sem olhá-lo.


      - Ah é? Eu não achei que foi tão bom assim, meio que apelaram pras partes das lutas.


     - Hm. – murmurou Fernando desinteressado.

      Rafael não disse mais nada se concentrando na estrada, estava óbvio que o outro não queria conversar. Quando chegaram ao condomínio e estacionaram o carro, Fernando não via a hora de sair, mas antes que abrisse a porta Rafael disse:
   - Espera, precisamos conversar.

    Ta aí uma frase que Fernando odiava ouvir, nunca vinha acompanhada de boa coisa.

  
       - Sobre o quê? – perguntou olhando-o seriamente, a frase soou mais agressiva do que ele pretendia.


       - Sobre a sua declaração. – disse Rafael tirando a chave do contato -  Eu sei que ela não foi pra mim. - Fernando entre abriu a boca, pensando em dizer alguma coisa, mas tornou a fechá-la. Então Rafael continuou – Eu já sabia que você gostava da minha irmã, havia descoberto há muito tempo atrás, acho que ouvi seus amigos falando disso. Naquele dia que você apareceu em casa eu já tinha até esquecido, mas depois de fechar a porta na sua cara e ler o cartão acabei me lembrando.  – Ele fez uma pausa, esperando que Fernando dissesse qualquer coisa, mas ele não o fez. – O que eu queria te dizer mesmo é pra desistir.  – e olhando-o sério disse – A Taio gosta de outra pessoa.


       Fernando arregalou os olhos em surpresa, ele ate tinha considerado que isso podia ocorrer, mas nunca levou a sério a questão. E Apesar de Taio ter conversado muito com ele nessa semana que se foi ela nunca deu a parecer que gostava de alguém, mesmo falando tanto de amor e declarações.

      - È verdade. – disse Rafael vendo a cara de incrédulo dele. -  Ele não é da nossa escola, na verdade tá fazendo faculdade, é um amigo meu.  – e coçou a nuca olhando pelo vidro do carro. – Ele vinha bastante em casa, e eu não sei bem no que ela gostou nele, mas fica bem claro toda vez que ele aparecia...


      - Mentira. – disse Fernando olhando  pra suas mãos que estavam fechadas com força sobre o painel do carro. – Você está mentindo.


      - Eu sei o que isso tá parecendo. – ele disse com um  longo suspiro – O irmão ciumento e protetor que inventa uma historia dessas pra manter um cara longe de sua preciosa irmã.Mass não é. Se quiser pergunte você mesmo a ela. Não posso garantir que ela vai te responder, mas se não acredita...

  
       - Não importa! Eu não liga pra suas mentiras!  – exclamou ele – Eu amo a Taio! Você não sabe como eu a amo! Não importa se ela gosta desse cara, eu vou mostrar que posso ser a pessoa certa pra ela! – e iria abrir a porta, mas Rafael segurou seu braço.

       - Eu não estou mentindo! – bradou o outro – Ela gosta mesmo dele! Só estou te dizendo isso pra você não ficar com esperanças de conquistar ela através dessa história fajuta de fingir que está interessado em mim. – e fez uma pausa para organizar melhor a frase que veria a seguir. Ele queria fazê-lo entender que nada adiantaria com ela gostando de outra pessoa, mas desistiu. Então soltou o braço dele dizendo – Não posso dizer pra você desistir então... Faça o que você quiser.

  
     Fernando abriu a porta e saiu rapidamente. Dessa vez ele estava irritado, queria quebrar alguma coisa. Apressou-se em direção ao prédio de seu apartamento. Destrancou a porta, entrou e a trancou de novo, indo pro seu quarto sem falar com ninguém.


      Rick que estava na sala não teve tempo de dizer-lhe nada. Quando a porta do quarto se fechou ele suspirou e olhou para a namorada dizendo que realmente aquele era o dia dos Deja  Vus.

  
      - Como foi? – perguntou uma Taio animada quando Rafael entrou no apartamento e a encontrou na sala vendo novela.


      - Como foi o que? – ele perguntou de olho de gato se livrando dos sapatos e largando a chave em uma mesinha de canto da sala. Foi para o quarto onde foi seguido pela irmça.


      - Ué, você dois. Sozinhos no cinema escuro e... – ela sorriu maliciosamente.

       - Chega Taio. – ele disse irritado. – Eu não quero mais saber disso.


       - Por quê? O que aconteceu? – ela perguntou com ar de preocupação.
  
      Ele ficou em silêncio pensando no que deveria dizer ou se deveria dizer. Começou a andar de um lado pro outro no quarto coçando a raiz dos cabelos, coisa que ele só fazia quando estava muito irritado ou nervoso.  Por fim parou e suspirou longamente. Aproximou-se da irmã e com ar cansado pôs as mãos sobre os ombros dela e disse:

     - Por favor Taio, não faça mais nada, tá?


     - Você ficou bravo por eu ter deixado vocês lá?


     - Olha... Eu não estou totalmente bravo. – disse, o que não era mentira ao todo – Mas não faça mais esse tipo de coisa, não tente me aproximar dele, ok?


     - Mas o que aconteceu? – ela perguntou quando o irmão se afastou e se jogou na sua cama.

  
     - Acho melhor você conversar com ele. – disse virando-se pro outro lado. – quando sair apaga a luz.

  
     Taio ficou algum tempo parada  no quarto, tentando entender. Depois de alguns segundos, ela desligou a luz e saiu do quarto fechando a porta. Foi para o computador já ligado e viu se Fernando estava online, mas ele não estava. Teria que conversar com ele depois.



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Notas finais do capítulo

Planejava colocar um desenho de como eu visualizava os personagens, mas deixarei pro proximo capitulo, que ai eu hospedo as imagens e tudo mais.
E no proximo capitulo, vai ter a conversa de Taio com Fernando, uma conversa séria, sera que ele conseguira dizer a vedade pra ela? Sera que é verdade o que Rafael disse? Não perca nos proximos capitulo de Macho não ganha Flor!
xD