- Dirty Little Thing escrita por Leoparda


Capítulo 1
- a shoot of love


Notas iniciais do capítulo

• Essa fic é continuação de outra One Shoot chamada "Big Machine"

— Big Machine = http://fanfiction.nyah.com.br/viewstory.php?sid=12106

• Haverá continuação com uma outra One Shoot.



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 Abriu os olhos lentamente.

 

 Encarou o teto branco e chique daquele lugar.

 

 A única coisa que conseguia pensar era em como a noite anterior havia sido divertida.

 

“Divertida até demais” pensou consigo.

 

 E se algum de seus colegas de banda descobrisse?

 

 Não iria sair contando pro mundo inteiro que era gay muito menos que gostava de se divertir aleatoriamente de vez enquanto.

 

 Se bem que o de vez enquanto estava se tornando constante na sua vida sexual.

 

 Pensar que era o tipo de garoto que não resistia em se aproveitar das pessoas frágeis, o fazia se sentir maior e superior.

 

 Talvez fosse esse o motivo de ter começado a tomar bombas e fazer academia para ficar musculoso.

 

 Afinal, quanto mais musculoso mais íntegro e superior ele iria aparecer.

 

 Sabia que fazia mal, mas realmente não conseguia resistir.

 

 Assim como seu novo hábito vicioso: o de homens.

 

 Desde que se pegou notando o quanto as coxas do melhor amigo eram torneadas e delirantes quando ele usava aqueles shorts nos shows.

 

E o quanto o vocalista parecia um maldito pervertido tanto dentro do palco como fora dele, e que ele tinha uma pegada e um charme descomunal.

 

 Oh sim ele já tinha visto o vocalista em ação, era quase como um leão. Escolhia sua presa, chegava de manso e quando você espera que tudo vá terminar bem ele ataca.

 

 E ele viu o ataque do amigo, o que fez com seu cérebro criasse imagens nada castas do pequeno e mandasse fagulhas para seu baixo ventre.

 

 Ou o quanto os lábios do guitarrista moreno pareciam carnudos, ou quanto o baterista ficavam bem com qualquer calça justa.

 

 Quando começou a botar reparo nas simples coisas foi que seu cérebro entrou em colapso, afinal ele jamais poderia ser gay.

 

 De todos era o mais idolatrado no Japão inteiro e o que tinha a imagem mais firme e rebelde.

 

 Mas com o passar dos dias e os pensamentos afetando sua mente ele começou a cogitar a hipótese.

 

 Ele nunca fora muito teimoso mesmo, se algo que podia ser provado tinha bases fundamentadas em coisas verídicas não era ele que iria discutir.

 

 Foi após admitir para si próprio que começou a pensar sobre como deveria ser o sexo.

 

 Afinal uma coisa era transar com uma mulher e outra totalmente diferente era se transar com um homem.

 

 Mas que deveria ser prazeroso, ah isso deveria.

 

 Por isso resolveu tentar, e quando experimentou acabou viciado.

 

 “Um pervertido completo” pensara consigo.

 

 Sabia que aquele não era o tipo de vício que trazia benefícios, mas não resistia.

 

 Há exatas duas semanas havia experimentado e se viciado.

 

 E após isso todas as noites saia escondido do hotel e ia atrás da sua nova droga.

 

 Todas, incluindo a anterior que havia sido uma das melhoras que já tivera.

 

  Mas, por mais prazerosa que havia sido, ele tinha medo.

 

 Afinal ele ainda tocava numa banda famosa com mais quatro amigos, que convenhamos não eram nem um pouco chegados a isso.

 

 Pelo contrário! Todos, inclusive o pervertido máster do vocalista, eram heteros.

 

 De carteirinha.

 

 Às vezes ouvia Shima falando sobre como tinha aberto uma nova boate de strip-tease no subúrbio, ou o lançamento de um filme pornô novo.

 

 Não que fosse chegado a coisas do gênero antes de seu novo vício, mas aquilo só provava sua teoria de que eles realmente não jogavam no outro time.

 

 E se jogavam, eram os melhores atores que já havia visto em vida.

 

 E olha que ele via filmes aos quilos!

 

 E, pela sua nova opção sexual e das seus amigos, ele tinha medo.

 

 Pavor era a palavra certa.

 

 Afinal de contas, falar que era bi ali no meio não era uma idéia lá muito boa ou prazerosa.

 

 Não era o tipo de coisa que se falava para quatro homens heteros, que eram obrigados a conviver diariamente com ele e, às vezes, por meses inteiros juntos.

 

 E era esse seu maior medo, os outros o excluírem ou não quererem falar com ele ou muito menos dividir o quarto de hotel às vezes. Ou até não sentar mais ao seu lado.

 

 Afinal o preconceito existia e sabia que, por mais que eles se amassem como irmãos, alguma coisa iria mudar.

 

 Por menor que fosse.

 

 Tampou os olhos com o braço.

 

 Não queria pensar nas dificuldades, só queria pensar que a noite havia sido boa e que com certeza o dia seria melhor ainda.

 

 Se levantou a contragosto, olhando em volta a procura do garoto de ontem a noite.

 

 Nem sinal dele, ótimo uma preocupação a menos em sua cabeça.

 

 Se vestiu e antes de sair se olhou no espelho.

 

 A culpa por fazer aquilo escondido pesando em sua consciência, mas ele sabia que na hora certa poderia contar pra alguém.

 

 Nem que esse alguém fosse Shima e fosse pra ser zoado pelo resto de sua vida.

 

 Saiu do quarto e caminhou em direção ao elevador.

 

 Apertou o botão e se encostou ali.

 

 Foi quando ouviu passos pesados no corredor e levantou o olhar pra ver quem era.

 

 No mesmo instante sua mente travou e sua respiração falhou ao ver aquela cena.

 

 Era o vocalista, nada tão fora do normal quanto seu... Visual.

 

 Ele usava um all star vermelho, um jeans preto justo (até demais), uma camiseta branca rasgada e comprida e um blazer.

 

 Mas o que fez o baixista babar foi mesmo seu rosto: Takanori estava sem lentes com contorno negro nos olhos e de óculos e o cabelo loiríssimo.

 

“Simplesmente perfeito.” – Sussurrou praticamente babando com a cena.

 

 O vocalista, por sua vez, parecia imerso em seu próprio mundinho, não reparando no quanto o amigo o olhava de cima a baixo.

 

 Ou não querendo reparar mesmo.

 

- Bom dia Aki. – Disse sorrindo e constando que o olhar do mais alto ainda continuava sobre si.

 

- Bom dia. – Disse baixo, seu coração e sua mente em colapso total com o pequeno a sua frente.

 

 De tão babão que era nem notou quando o elevador se abriu, apenas sentindo o toque da mão do vocalista em seu ombro.

 

- Não vai descer?

 

 Ele piscou algumas vezes tentando retornar a realidade.

 

- A claro, café.

 

 O mais novo riu de leve, pensando no quão distraído estávamos hoje.

 

 O baixista por sua vez se segurava para não olhar depois de quase ficar comendo o vocalista com os olhos, sua vergonha finalmente aparecendo depois de tanto tempo.

 

 Mas como sempre seus olhos não obedeceram ao comando de seu cérebro, e ele olhou de novo para o vocalista.

 

 Se dando conta do quanto ele estava perto.

 

 Perto até demais.

 

 Não que ele odiasse, claro.

 

 E quando achou que nada poderia melhorar, o vocalista se virou praticamente se debruçando sobre o corpo do mais alto.

 

 Uma mão acima de suas cabeças e a outra em seu bolso.

 

 Uma cena um tanto quanto... Diferente.

 

- Você deveria olhar menos e agir mais sabia? – Perguntou olhando no fundo dos seus olhos, com um belo sorriso no rosto.

 

 Akira não sabia o que fazer. Sua mente ainda em colapso pelo gesto do vocalista.

 

 Até que um click se fez presente, ele o estava cantando?

 

Não aquilo não era possível, deveria ser só mais uma das brincadeiras de mal gosto de Takanori.

 

 Estreitou os olhos, tentando ver se com o gesto o amigo parava com aquele joguinho, mas nada.

 

 Deus, o vocalista estava mesmo o cantando.

 

- Não sei do que você está falando.

 

 Se fazer de mula nessas horas o ajudava... Demais.

 

 Ouviram o barulho da porta de metal se abrindo, mas nem por isso saíram da posição que se encontravam.

 

- Que pena. – Disse num sussurro, se virando e saindo do elevador em seguida.

 

Akira simplesmente acompanhou o gesto, saindo em seguida caminhando em direção ao restaurante do hotel.

 

 Mas não era porque se corpo era ágil que sua mente também era.

 

 Pelo contrário, ela ainda continuava distraída em colapso com pensamentos da cena dos segundos anteriores.

 

 Então aquilo significava que o vocalista era gay?

 

 Deus o odiava mesmo! Porque é que o prédio não podia ter cem andares e eles terem dormido no centésimo?

 

 Tudo para ficar mais tempo naquele maldito elevador e ter descoberto se era mesmo um jogo ou se era sério o que Takanori estava fazendo.

 

 Suspirou sentando à mesa com os outros companheiros.

 

- Bom dia. – Cumprimentou baixo nem encarando os outros.

 

 Os outros, por sua vez, responderam ao seu tempo, cada um preso em seus próprios pensamentos e cansaço individual.

 

 Afinal, a turnê já estava quase acabando e tudo o que eles poderiam pensar é que logo poderiam dormir até mais tarde sem a preocupação diária com entrevistas, shows e etc...

 

 Isso quer dizer os outros, porque a única coisa que Akira conseguia pensar era em como aquele demônio pequeno estava o tentando.

 

 E que teria que fazer algo a respeito.

 

- Então, eu queria comentar que ontem a noite eu tava lendo uns laudos dos equipamentos dos shows e queria a opinião de cada um.

 

 O líder então jogou algumas folhas de papel em cima da mesa, cada integrante pegando uma e começando a ler.

 

 Menos Akira que continuava parado, com a cabeça baixa e quieto.

 

- Eu discordo desse. – Shima dizia apontando para a folha. – Eu odiei a iluminação do ultimo show, o cara colocou ela em cima da gente e eu quase tropecei nas caixas de som.

 

 Todos acenaram com a cabeça, concordando mutuamente.

 

- Esse daqui oh, - O guitarrista moreno disse jogando em cima da mesa.- eu curti o painel do show em Osaka só o letreiro com The Gazette escrito ficou ótimo em amarelo.

 

- Eu acho que o meu ponto no ultimo show tava horrível Kai, eu não conseguia ouvir nada e tive que ficar mexendo nele quase que o tempo todo. – O pequeno vocalista disse cruzando os braços.

 

 Akira ficou chocado, como eles podiam discutir iluminação e som numa hora daquelas?

 

 Afinal o vocalista tinha acabado de dar em cima dele!

 

 E para piorar, a conversa não diminuía, só aumentava, logo estavam todos falando juntos e ao mesmo tempo.

 

 A cabeça dele doendo e seus pensamentos se confundindo a cada minuto.

 

- Eu acho que aquela luz azul ficou horrível em Silly God Disco, ela...

 

- Taka você é gay?!

 

 Um silêncio descomunal se fez no recinto.

 

 Todos os outros integrantes pararam o que estavam fazendo para olhar o baixista exaltado de cabeça erguida olhando para o vocalista.

 

 Ninguém sabia se deveria falar alguma coisa ou se continuavam quietos.

 

- Eu gostei da luz azul Shima. – Shiroyama disse naturalmente.

 

 E logo as vozes se aumentavam e o assunto sobre os shows voltava mais rápido do que havia ido.

 

 Akira abriu e fechou a boca alguma vezes, tentando assimilar a cena.

 

 Cansado de tudo aquilo ele simplesmente decidiu que pediria serviço de quarto, em seu quarto.

 

 Longe de iluminação, som, ponto ou qualquer outra coisa que não fosse seus pensamentos sobre o vocalista.

 

 De tão cansado de tudo aquilo ele nem notou o mesmo o seguindo.

 

 Simplesmente entrou no elevador e apertou o botão, rezando para não demorar a chegar.

 

 Foi quando encostou o corpo no espelho de fundo que viu um pé ser posto entre as portas e  a figura do vocalista surgindo e entrando no elevador

 

 Akira não queria falar com ele, muito menos olhar pra ele.

 

 Só queria ir para seu quarto e dormir o resto da manhã.

 

 Abaixou a cabeça cruzando os braços, quando sentiu duas mãos envolverem seu pescoço.

 

 Quando levantou a cabeça tentando enxergar o que o boné que usava impedia, sentiu seus lábios sendo prensados.

 

 E um gosto irresistível de café misturado com cigarro invadir a sua boca, junto com uma língua quente que começa explorar cada canto dali.

 

 Como se fosse automático ele só fechou os olhos e aproximou mais a pessoa.

 

  Nem se dando ao trabalho de ver quem era, só aproveitando o momento.

 

 E quando o mesmo acabou, sentiu ainda os lábios perto dos seus e uma respiração bater contra sua pele.

 

 Aquilo fez todos os pelos do seu corpo se eriçarem, abrindo os olhos levemente.

 

 Se deparando com a figura do pequeno vocalista de olhos semi-abertos o encarando.

 

 E aquela cena fez com que seu coração falhasse uma batida e seu peito se aquecesse de uma forma maravilhosa.

 

- Isso responde a sua pergunta? – Ele disse suave, fazendo um leve carinho em sua nuca.

 

 Akira não respondeu, só sorriu.

 

 E logo o beijo se iniciava novamente, dessa vez mais forte.

 

                                    ~ Fim ~

 

Foram Reviews que me fizeram escrever essa fic, e serão reviews que me farão escrever a ultima e terceira fic da serie /fikdik.

 

• Essa fic é realmente a continuação de "Big Machine" e logo havera uma terceira e ultima parte que tambem será uma One Shoot.

 

É um fato que dentro da banda, o Akira no Japão é o mais querido e popular de todos eles. O porque só Alá sabe D:

 


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