Red And Blue? escrita por Just A Monster


Capítulo 2
Hello Johnny!




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Sophia mode on
Eu estava cansada de descançar, sei lá se isso é possível mas era assim que eu me sentia, estava indo para a sala, não queria almoçar, perdi a fome. Percebi que havia esquecido algo, pois é, esqueci de pegar meu celular, não vivo sem ele! Decidi ir buscá-lo, quando me virei vi meu pai, ele estava vindo na mesma direção, eu estava triste e com raiva, paralizei na mesma hora, eu fiquei sem reação mas decidi o ignorar também, passei reto por ele, entrei no meu quarto e bati a porta e quer saber? Nem vou sair do meu quarto tão cedo.


[...]


Já era bem tarde, eu fiquei no pc o dia todo, faz tanto tempo que não faço isso. Fui interrompida por batidas na minha porta, fui ver quem era.


–O que você quer? Sai daqui Érika. -falei.

–Ah! Diz que odeia Lady Gaga mas não passa um dia sem ouvir No Way. -deboxou de mim, entrou no quarto e sentou na cama.

–E quem te deu permissão pra entrar no meu quarto assim? Sai já!

–Eu não, coloca Born This Way aí. -falou rindo.

–E eu lá tenho essa porcaria aqui?

–Não sei, veremos. -foi até meu pc...- Ah! Olha aqui, engraçadinha, The Fame, The Fame Monster, Born This Way...


Empurrei ela.


–Saí daqui agora, filhote de ornitorrinco!

–Do que você me chamou?

–Além de burra é surda? Não falo duas vezes, suma daqui.


Barrei ela, quando estava fechando a porta ela me interrompeu.


–Ok, feche a porta na minha cara e eu conto para o senhor Michael o que a senhorita fez um dia antes de viajarmos.


Arregalei os olhos, puxei a bitch para o quarto e tranquei a porta.


–O que você sabe? Fala baixo. -olhei para a porta e em seguida para Érika.

–Nada. -se sentou na cama, pegou minha revista da Vogue.

– Só que você saiu de madrugada, encheu a cara e voltou que não se aguentava amparada pelo Peter e pela Maria... O senhor Michael não gostaria nenhum pouco se eu contasse. -sorriu ironicamente.

–Você não ousaria... E por que isso agora? O que eu te fiz?

–Nada. -se levantou e saiu.


Ok, concordo em ficarem preocupados comigo, eu saio sem avisar, nem dou muita atenção para eles mas me ameaçar é golpe baixo. Fiquei ouvindo musica até que novamente fui interrompida por alguém na porta. Abri a porta e legal, minha mãe.


–Oi mãe...

–Oi, posso entrar?

–Entra.

–Então, que história é essa de você sair sem avisar, beber? É verdade isso? -falou com uma cara maligna.

–Claro que não, quem te disse isso? -falei tentando disfarçar.

–Como mentira? Eu ouvi você falando com sua irmã... -interrompi.

–Espera, agora deu pra me vijiar? Ouvir conversa por trás da porta?

–Eu estava passando por aqui e não pude deixar de ouvir, você é muito histérica, fala alto.

–Eu histérica? Olha aqui mãe, cansei de você, do meu pai, da minha irmã... Vai se ferrar, eu em.


Peguei um casaco, carteira, celular, saí e bati a porta. Minha mãe veio atrás de mim mas eu corri, peguei meu skate e saí de novo, dessa vez não pretendo voltar tão cedo, que saco em, não tenho mais privacidade, isso cansa. Eu estava meio longe de casa já, numa rua bonita e meio deserta, na esquina tinha um bar, acho que beber cairia bem agora... Já no balcão o moço que estava vendendo perguntou minha idade e pediu documento, mandei ele calar a boca e me dar um copo de whiskey, acho que minha atitude e expressão facial ajudaram um pouco, não demorou muito e fui atendida, tomei tudo em um gole só, eu ri do olhar assustado do balconista.


–E aí, como é seu nome? -perguntei sorrindo.

–Johnny, e o seu? Você parece ser jovem pra estar em um lugar como esse.

–Sou Sophia, tem razão, sou uma otária de 16 anos que fugiu de casa.

–Você não deveria estar bebendo.

–E você não deveria se entrometer na minha vida, agora me sirva, quero mais whiskey. -coloquei o capuz da jaqueta enquanto ele me servia.

–Pronto moça!

–Obrigada! -tomei novamente tudo em um gole só.

–Nossa, cuidado para não engolir o copo. -deboxou de mim.

–E você, cuidado pra não perder os dentes com um soco meu. -sorri.

–Certo!


Ficamos conversando, não sabia que horas eram, não queria ir pra casa, é. O sino que tem na porta, avisando quando a mesma se abre tocou! Nas prateleiras em que as bebidas ficam tem um enorme espelho, por lá eu pude ver a face de quem entrava no bar e, eu não acredito, só pode ser pegadinha ou algo parecido, fui depressa para o banheiro, Johnny supreendeu-se com minha atitude sem nexo, atendeu o cliente e foi para o banheiro também, aquele bar não tinha cara de que recebia mulheres então não havia banheiro separado para homem ou mulher.


–Sophia...?

–Cala a boca, não diga meu nome alto por favor.

–Por quê? O que foi?

–Não dá pra falar muita coisa agora...

–Mas me diz por que saiu daquele jeito?

–Aquele homem, que chegou agora, ele é meu pai.

–O quê? Seu pai?

–É, e você precisa me ajudar a sair daqui, não quero que ele me veja, que merda em.

–Tudo bem, meu expediente acaba daqui... -olhou para o relógio.- 15 munitos, você pode sair comigo pela porta dos fundos.

–Muito obrigada, mesmo!


Sorri e ele sorriu de volta. Passaram 15 minutos e nós saimos pelos fundos, meu pai não me viu, ainda bem. Johnny colocou meu skate no banco de trás do carro e eu fui na frente com ele, paramos em uma praça, eram umas nove horas da noite, enfim... Sentamos em um banco da praça, Johnny começou a fumar, pedi um cigarro pra ele, pois é, pareciamos dois idiotas sem nada pra fazer da vida fumando a noite na praça.


–E aí, fugiu por quê? -me questionou.

–Ah! É bobagem, você não quer saber.

–Você não quer voltar pra casa, eu não tenho que dar satisfação a ninguém, vamos lá, me conta.

–Tudo bem! Eu cansei de ficar em casa, meus pais me vigiando, minha irmã me ameaçando, na boa, estou nem aí pra eles, estou cansada de ouvir que eu não presto e blá blá blá, prefiro ficar longe, é melhor!

–Você está encrencada em. -riu.

–Pois é, nem ligo, me bater não vai adiantar, me deixar de castigo também não... Agora me fala de você.

–Bom, eu, não tenho muito o que falar, tenho 16 anos, moro com dois amigos...

–E seus pais?

–Meus pais sempre foram preocupados demais com eles e com minhas duas irmãs que decidiram ser modelos, aquilo não tem futuro mas estão tão obcecados que nem enchergam a merda que estão fazendo, não quero participar desse desastre.

–Entendi. -ri e ele também.


Ficamos ali, conversando, rindo, fumando... Finalmente minha mãe teve uma atitude inteligente, me ligou, ela merece um prêmio, fiquei olhando pro celular.


–Atende garota.

–Vou atender, mas na segunda vez que me ligarem, quero causar uma polemica.

–Idiota. -riu de mim.


Ligação on

–Alô.-Sophia, onde você está menina? Volta pra casa já! -falava toda histérica.

–Quem é a histérica agora?

–Sophia, para de palhaçada, volta já, onde você está?

–Eu? Estou, é, não sei, me perdi.

–O QUÊ? EU NÃO TÔ BRINCANDO GAROTA.

–E você acha que eu estou? Me deixa viver, que merda em.

Ligação off


Brenda mode on

–Manhêê...

–O que garota?

–Me trás refri.

–Menina folgada, vem pegar.

–Tá bom, tá bom!


Levantei do sofá e fui pegar o refri, meu celular tocou, nossa, que milagre é esse?


Ligação on

–Oi?

–Oi Brenda, aqui é a Érika, irmã da Sophia...

–Ah... Tá tudo bem?

–Sim, na verdade, nem tanto, a Sophia fugiu de novo.

–Vish, fodeu. -ri.

–Tá rindo do quê?

–Nada, a Sophia não sabe se virar sozinha, ela volta.

–Será? Por favor, você não sabe onde ela pode estar?

–Nem sei, mas se eu souber eu ligo e aviso ok?!

–Ok! Muito obrigada.

–Disponha.

Ligação off


Sei exatamente o que fazer. Fui para meu quarto, troquei de roupa, disse para minha mãe que iria sair, ela já está acostumada com isso então nem ficou preocupada, no caminho decidi ligar pedindo ajuda para essa busca, essa Sophia não pensa em, me fazer sair a essa hora, ela me paga.


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