Querido Diário... Coisa Mais Clichê! escrita por Bells


Capítulo 6
Estou sonhando, só pode!


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais, por favor!

— Atualizado: 31/01/14



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Depois de mais uns dias com aquelas aulas intermináveis, finalmente chega o fim de semana. E pela primeira vez eu não estou nem um pouco a fim de ir para casa.

Ligo para a minha mãe avisando para ela não me esperar em casa. Ela disse que seria bom mesmo eu passar esse final de semana na escola, pois ela iria viajar com Phil! Ninguém merece minha mãe viajando com o Phil e me deixando na escola... Mas eu não quis mesmo ir para casa, ainda mais para ir a Guiana Inglesa! Lá não tem nada de interessante, digo isso por experiência própria!

Charlote foi para a casa do seu namorado, Peter foi "obrigado" a ir para casa, e nenhuma outra alma viva parecia que iria passar fim de semana no colégio.

Melhor para mim, não acha?

Logo de tarde de sábado, já que passei a manhã inteira dormindo, eu saí em um passeio pela escola. Precisava andar para colocar a cabeça em ordem. Havia muita coisa que eu não sabia o que iria fazer... Por exemplo, o fato de Marcos estar me ameaçando, Peter não querer me contar as coisas e até o momento calado dos meus colegas de aula, em relação a mim.

Acho que não havia comentado antes, mas realmente os meus colegas mudaram drasticamente comigo. E eu nem sei o que fiz. Sim, por que uma hora eles são super meus amigos, estamos rindo e tudo mais. De uma noite para outra ninguém nem me olha na cara mais. O que será que eu fiz? Será que tem algo haver com aquele cara chamado Marcos?

Andei pelo pátio deserto da escola, até ouvir um barulho muito estranho... Como se alguém tivesse recém caído, ou algo pior. Andei mais rapidamente curiosa por causa do tal barulho e me dou de cara com ninguém menos que Marcos!

– Stuart? – Pergunto assustada e confusa.

– Parker? – Ele devolve a mesma pergunta para mim, parecendo mais assustado do que eu.

Olho rapidamente para ele, e o vejo sangrando. Não era um corte profundo, na verdade parecia mais um arranhão do que um corte. Agora, o que eu queria mesmo saber, era como ele havia conseguido aquele arranhão? Será que ele havia caído da árvore? Ou estava sendo perseguido?

– O que aconteceu com a sua perna? – Eu perguntei apontando para o arranhão que eu estivera analisando.

– Não é da sua conta Parker! – Ele praticamente gritou comigo.

Aquele garoto tinha sérios problemas de temperamento. Deveria procurar um psiquiatra, ou se interner logo no hospício paar o bem da humanidade.

– Estava apenas tentando sem gentil, ou pelo menos poder te ajudar em alguma coisa. – Eu falei mantendo a calma e respirando fundo para não bater naquela cabeça ruiva contra uma pedra.

– Não preciso da sua ajuda Parker. – Afirma revirando os olhos.

– Eu percebi isso! – Eu disse me virando para ir embora, quando minha curiosidade fala mais alto do que o meu bom senso de me manter afastada daquele ser bipolar. –Como você se machucou?

– Você não vai embora, não é? – Pergunta depois de alguns minutos de silêncio.

– Não! – Nego simplesmente.

Algo me dizia para eu sair correndo dali, que eu não devia nunca mais olhar para aqueles olhos castanhos que conseguem hipnotizar qualquer um. Eu tinha quase certeza que ficando naquele lugar agora, eu estaria muito ferrada no futuro! Mas quem disse que eu tenho uma cabeça muito normal? É obvio que eu ficaria ali até que minha curiosidade fosse saciada!

Afinal, a curiosidade move mundos, ou qualquer coisa do gênero!

– Eu caí Amy! – Ele disse como se fosse óbvio, o que realmente era.

– Isso eu deduzi sozinha! – Informo revirando os olhos e sentando em seu lado.

Stuart ainda continuava no chão, em posição de descanso como se gostasse de esta ali, no chão, com o joelho sangrando, já que o tal corte - que parecia até então com um arranhão - havia se mostrado que era um corte profundo.

– Então, o que quer saber? – Marcos perguntou me olhando com aqueles olhos castanhos.

– Por que você caiu? – Eu indago incerta.

– Eu não posso dizer muita coisa, mas eu caí de cima da árvore! - Responde como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

Ah! Claro, estou sem nada para fazer vou subir em uma árvore e quando cair não vou fazer nada, vou ficar no chão vendo o meu sangue sujar minhas roupas.

Muito normal!

– Por que você estava em uma árvore? – Pergunto com muita curisiodade.

– Já disse que não posso falar.

– Tá! – Eu falei aceitando o fato que eu não teria mais nenhuma informação daquele ser ruivo! – Marcos...

– Quê? – Diz mirando o céu.

– Por que você me ameaçou? - Eu perguntei.

Não conseguiria passar mais nenhum segundo ao seu lado sem fazer essa pergunta, afinal eu nem falei nada demais! Ele que ficou bravinho comigo sem motivo, e me deu até medo!

– Tinha até esquecido daquele dia. – Comentou com os olhos ainda no céu.

– Pois foi o único. – Comento.

– Você levou aquilo mesmo a sério? – Perguntou desta vez me olhando.

Eu olhei para as nuvens que estavam com aquelas formas que lembram algo da Terra, como por exemplo, estava vendo uma nuvem de formato de pato, o que me lembrou do Bob. E tinha outra em formato de coração...

Ok!

Acho que estou pirando!

– Sim! – Eu disse, mais uma vez sem querer. – Tipo, você estava super descontrolado aquele dia, depois todos começaram a ficar indiferentes em relação a mim, até a Charlote senti meio afastada. – Comecei a falar, não sei como eu consegui falar aquilo, especialmente para ele. O cara que tinha quase certeza que fizera isso.

– Sabe Amy... – Ele começou. – Você devia parar de ser boba e achar um namorado. Eu nunca faria qualquer coisa em relação a isso. Ta certo, eu te odeio! Mais não sou vingativo nem nada... E você não falou mais do que a verdade, não devia ter ficado tão aborrecido com isso. E te ameaçar passou dos limites, até para mim.

O que? Eu estou sonhando. Alguém me belisca?

Sério, que eu estou tendo uma conversa no mínimo civilizada com Marcos Stuart, o garoto que odeio e ele esta me dizendo essas coisas? E quase como se a paz mundial tivesse sido finalmente alcançada.

– Marcos Stuart, admitindo que estivesse errado! – Comento em tom de brincadeira e rindo, para ele ver que não estou querendo uma briga. – Mas você não fez nada em relação aos "amigos" que estão se afastando de mim?

– Eu desta vez não fiz nada! – Responde erguendo as mãos como rendição.

Será que eu devia confiar em Marcos? Tipo, ele me odeia, me ameaça, depois todos param de falar comigo e ainda por cima, ele esta admitindo que passou dos limites. Ou isso é um sonho ou ele pirou de vez.

É oficial, o mundo está perdido!

– Você sabe alguma coisa? – Eu perguntei ficando cada vez mais curiosa. Marcos apenas negou com a cabeça. – Está bem então. Já vi que tenho um mistério nas mãos! – Eu falei fazendo uma careta, que Marcos riu, mas depois sua risada se transformou em um som de dor, mesmo que quase inaudível.

– Eu te ajudo a chegar à enfermaria! – Ofereço-me levantando do chão.

– Não confio em você e nem na sua ajuda! – Afirma rindo da minha careta recém feita e se levanta.

Ajudei-o a chegar a enfermaria, cuja Senhora Flora disse que Marcos precisaria de repouso por esse final de semana. Isso significava: Nada de festas, bebidas e nem festinhas particulares.

Depois que saímos da enfermaria, o acompanhei até o seu quarto. Fiquei um pouco envergonhada quando ele disse que trocaria apenas de roupa, e pediu para eu espera-lo no quarto.

Quando ele entrou no banheiro, eu tentei esconder meu rosto vermelho. Tipo, não tenho vergonha de estar com um garoto nem nada, mas estar no quarto de um, com ele no banheiro se trocando e ainda por cima estava falando de ninguém menos que Marcos Stuart, o galinha da escola! Quantas não desejariam estar no meu lugar? Na verdade, eu trocaria com qualquer uma, neste momento.

Depois que eu consegui me controlar com o vermelhão, ele saiu do quarto. Ainda era cedo e decidimos ver um filme qualquer.

– Por que você não foi para casa? – Perguntei por fim.

– Você é realmente curiosa, hein garota? – Marcos acusa rindo da minha careta. – As coisas lá em casa não estão as melhor do mundo, então decidi que não voltaria para lá, pelo menos por hora.

– Ah! - Exclamei apenas. Queria perguntar mais coisas, mas tinha certeza que ele não me responderia. – Que filme vamos ver? – Mudo de assunto.

– A Noite do Terror 4! – Ele disse mostrando a capa do DVD para mim.

– Sério? - Perguntei meia insegura, digamos que eu tenho um tanto de medo de filmes de terror! – Por que não vemos outro filme?

– Está com medo?

– Não! – Minto revirando os olhos.

– Então não terá problema! – Diz colocando o filme no DVD.

O filme começou e eu tentei ao máximo não me prender ao enredo e nas cenas. Sério, eu sou muito “impressionada” e qualquer coisa que de terror, magia negra e alguma coisa assim faz um estrago em minha cabeça.

Culpa do meu irmão, é claro!

Não está entendo o por quê? Simples, quando eu era pequena ele me fazia assistir essas coisas depois se fantasiava desses bichos e corria de noite pela casa me fazendo chorar. Como eu disse, sou uma pessoa que tem um irmão muito idiota!

– Parker, olha o filme! – Stuart disse sem me olhar.

– Eu estou olhando! – Eu menti, virando minha cabeça para a tela da televisão.

Estava na hora em que a garota estava em casa sozinha, tudo estava com aquele silêncio, ela andava pela casa com passos leves. Aquela música de suspense parecia que aumentava cada vez mais... Quando de repente, algo aparece. Não consegui identificar o que era, pois o meu grito se misturou com o grito da garota do filme.

Stuart se assustou com o meu grito e deu um pulo para o lado do sofá. Eu estava escondendo minha cabeça com a almofada do sofá. Quando eu vi que a música enfim tinha parado de tocar no filme, que tudo parecia ter se aquietado, volto a olhar para o filme e vejo a menina ali, morta no chão. Com a cabeça decapitada, uma risada maléfica começou a surgir. Uma alma de outro mundo vai chegando cada vez mais perto da TV e abre a boca... E tudo cai em escuridão.

É obvio que eu gritei! Stuart estava em meu lado rindo de mim... Como ele poderia ser tão malvado a esse ponto? Rir do medo dos outros. Ele ficou ali rindo, e eu tentando me acalmar. Estava meio que chorando fraquinho, soluçava sem motivo. Stuart deve ter notado isso que parou logo de rir e me puxou para perto dele. Ficamos assim, por uns bons minutos.

– Se eu soubesse que você ficaria assim, não teria colocado o filme! – Ele disse acariciando minhas bochechas vermelhas, depois que eu havia parado de chorar.

Eu sei! Que coisa mais clichê não é?

Filme de terror + garota medrosa + idiota = Cenas clichês!

– A culpa não é sua, é do meu irmão que deixou traumatizada quando eu tinha quatro anos. – Eu falei sem querer. Não queria que ele soubesse dos meus momentos idiotas, ainda mais depois dessa cena humilhante que ele acabará de presenciar.

– Seu irmão? – Ele falou parecendo surpreso com o fato deu ter um irmão.

Na verdade, não me importo com isso. Pois se alguém me perguntar, provavelmente iriei dizer que não somos irmãos, ele foi achado no lixão e por pena meus pais decidiram adotar o coitado.

– Sim, Alex Parker, terceiro ano. – Eu disse saindo de seu abraço e limpando meu rosto. – Ele é o maior idiota do mundo, então você deve conhecer.

– Ei! – Ele exclamou de indignação falsa – Não quer dizer que por eu ser idiota, eu tenho que conhecer todos os outros.

– Ainda bem que você confessa que é idiota!

– Depois de tantos anos ouvindo você me xingar, eu percebi que sou um idiota, mas sou gostoso mesmo assim! – Ele disse com uma pose que era para ser sexy, mas pareceu mais gay do que qualquer outra coisa. – Vamos? – Ele perguntou me puxando pela mão. – Estou morrendo de fome!

Um comentário sobre esses últimos acontecimentos: Eu estava em um sonho!

Só podia, por que Marcos estava super “carinhoso” comigo, me consolou quando eu fiz a cena ridícula do choro, e ainda por cima admitiu que é um idiota. Sem falar que respondeu algumas das minhas perguntas, admitiu que havia passado dos limites e estava me levando para comer.

Será que enfim, poderemos ser amigos?

Acho muito improvável.

Tem alguma coisa muito estranha nesta história!


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Notas finais do capítulo

Tudo tranquilo como um esquilo? Sério!
1. Primeiro, espero que gostem desse capítulo! Sério, eu amei escrever ele. Tipo, está digno do "Boca de Inferno" ou Gregório de Matos... Ok! Exagerei, o fato é que esta uma contradição completa. Não tem como dizer que estou errada... Ah! Tem sim!
2. Pessoas que colocaram minha história como favoritas... Vocês são demais, sério! Mas, estão me deixando super deprimidas, serio! Por que não recebo nenhum review quase de vocês, poxa. Isso me deixa super triste, juro!
3. Bem vindos leitores novos, vocês são demais! Juro!
4. Estou aguardando review de vocês, por favor não me decepcionem. Posto o próximo capítulo com no minimo quatro reviews.
5. Esse capítulo ficou grande não é? Pois é, a partir de agora eu vou escrever com mais frequencia, capítulos maiores e a história até que enfim vai tomar um rumo decente.
Espero que tenham lido tudo isso, espero que tenham gostado das novas mudanças e estou esperando review's de vocês, não tem nada a comentar? Me conte o comeu de almoço, quais foram suas notas... sei lá!
Besos! Até!