EU O ODEIO!

Sim, eu o odeio!

Não venha falar essas bobagens de “opostos se atraem” ou “quem muito implica ama” ou qualquer coisas clichês que todos ficam me falando.

Eu simplesmente o odeio!

Odeio o Marcos por ele ter nascido.

Acho que ele deveria ser abduzindo por extraterrestre e esquecido em alguma galáxia por ai!

Ah, claro... Deve estar se perguntando o porquê deu estar assim.

Simples: Ele é o maior idiota do mundo, supera até o meu irmão...

O que é muito difícil!

– Amy... – Eu ouvi uma voz me chamando, eu a conhecia perfeitamente.

– Sim, professora? – Eu disse levantando a cabeça para ver a Dona Julieta que me chamava

– Sabia que não é muito educado dormir nas aulas? – Ela disse piscando rapidamente.

– Desculpe! – eu disse.

Sim, eu sou uma ótima aluna, mas aquela aula estava realmente tediosa. Sempre gostei de geografia, mas aquela aula estava sendo mais chata do que a de biologia!

– Depois diz que é a primeira da turma. – Ouvi Marcos dizer rindo.

– Professora, a senhora ouviu alguém falar? – Eu disse.

– Ah, agora vai se fazer de surda? – Ele respondeu.

– Não estou ouvindo ninguém, apenas um relinchar de cavalo.

– Se eu sou um cavalo você é o que? Uma vaca? – Ele disse começando a ficar irritado. Ele sempre perdia a paciência rapidamente, ainda mais comigo.

– Você me chamou do que? – Eu perguntei virando para trás e vendo ele com o seu ridículo sorriso de deboche.

– É surda?

Eu me levantei rapidamente com raiva. Vamos explicar a minha raiva.

Primeiro: Eu estava com muito ódio do professor de biologia, por ele ter me mandando para a suspensão. Eu juro que não tinha feito nada! Foi tudo culpa do Marcos, como sempre é. Ele joga uma bolinha de papel no professor e diz que fui eu, e como aquele gordo do Sr. Rubens idolatrava Marcos, é obvio que acreditou nele e não em mim que sou um anjo terreno!

Segundo: Eu odeio o Marcos, e ele me chamar de vaca já foi longe demais, não acha? Vaca são as garotinhas que ele pega por ai.

– Vaca é sua avó! – Acuso revirando os olhos.

– Senhorita Parker, vá direto para a detenção agora. Não basta dormir na minha aula tem que causar um tumulto? – Ela disse me entregando um papel. – Tome!

Peguei o papel, e Charlote piscou para mim. Isso significava que ela iria achar um jeito de irritar Marcos. Peter estava ocupado demais enviando mensagem de texto. Quando saí da sala ouvi Marcos dizer.

– Aproveite a detenção Amy, lá é um lugar muito agradável!

– Já que o senhor gosta tanto de lá, por que não acompanha Amy? – A professora entregou o mesmo papel para ele, que saiu da sala resmungando.

– Ora, vejamos quem esta aqui! – Eu disse rindo.

Dona Julieta, ganhou meu respeito eterno!

– Cala a boca Parker! – Ele disse.

– Se quiser que venha calar. – Eu disse passando e batendo meu ombro no dele de propósito enquanto andava rapidamente para a detenção.

– Não vou sujar minhas mãos com você! – Ele disse.

– Problema é seu!

Briga idiota, você deve estar pensando.

Concordo plenamente com você, mas vou fazer o que?

Não estava a fim de levar outra detenção.

– Você de novo Amy? – Perguntou o monitor da detenção, John.

– Culpa do idiota! – Eu disse indo para a cadeira que eu me sentava sempre.

– O culpado é sempre o Marcos não é Amy Parker? – John disse fechado seu livro e olhando para mim.

– Você tem toda a razão.

– Mas é muito amor... Já esta falando de mim é Amy? – Marcos disse entrando na sala e se sentando perto de mim.

– Com muita certeza! – Eu respondo ironicamente revirando os olhos.

Esse garoto de acha, não concorda?

– Lamento decepcionar Amy, mas você não tem nenhuma chance comigo. – Marcos disse olhando para mim.

John olhava a cena prestando a atenção.

– Você me magoou agora! – Eu disse fazendo uma careta – Acho que vou ter que chorar escondida no banheiro.

– Eu sei que você irá superar. – Diz colocando a mão em meu ombro. – Mas, olha Amy, eu sei que ninguém vai gostar de você nunca, jamais. Mas saiba que sempre tem o convento. Nunca é tarde para entrar!

– Cala a boca idiota!

Quando Marcos ia falar mais alguma coisa, John interviu na conversa.

– Aqui é detenção então, por favor, vamos ficar quietos!

– Ótimo!

Depois dessa cena ridícula, em minha opinião, passei uma boa parte da manhã na detenção, e é claro que Marcos tinha que passar comigo. Quando pudemos, enfim, sair da detenção já era hora do almoço.

– Obrigado por me fazer parar na detenção! – Eu falo assim que saímos da sala. – Quer dizer, obrigada pelas duas vezes hoje!

– Aguarde a terceira! – Fala dando de ombros com um sorriso.

– Se eu for eu te levo junto! – Replico

– Experimenta! - Provoca.

– Me solta! – Digo olhando para aqueles olhos castanhos que Deus o deu!

– Até que enfim que vocês saíram. – Ouvi Charlote dizer chegando perto de nós.

Marcos me soltou na mesma hora que Peter perguntou:

– O que esta acontecendo aqui?

– Tudo! – Eu disse e sai de perto de todos.

Charlote me seguiu, Peter ficou com Marcos.

– Amiga você esta péssima!

– Claro! – Eu disse parando. – Aquele idiota me fez levar duas detenções hoje.

– Como se não fosse novidade para você levar detenção. – Ela disse colocando as mãos na cintura.

– Charlote! – Eu disse voltando a caminhar.

Estava morrendo de fome. Precisava comer, se puder, me casar com a comida!

– Estou falando a verdade. Desde quando ele entrou na escola, vocês vivem implicando um com o outro. Faz mais de dez anos que é sempre essa história de vocês. Às vezes parece que vocês se amam.

– Charlote, não começa. Por favor! – Eu disse.

– Ok. Estou apenas comentando, mas que parece, parece!

Eu revirei os olhos e seguimos para a cantina.

Charlote sempre diz que até parece àquelas histórias clichês entre a gente. Por favor, né? Eu nunca iria gostar daquele idiota, safado, canalha e muitos outros adjetivos desse mesmo sentido.

Peguei minha comida, e sentei junto com Charlote na mesma mesa, afastada de todo o resto do refeitório. Não demorou muito e os outros começaram a chegar e se sentar com a gente.

– Novas notícias para o meu blog! – Bocão disse.

– Quais? – Gui quis saber.

– Amor entre Amy e Marcos! – Ele disse rindo, acompanhado por todos.

– Gente, esse amor já é velho! – Disse Rebecca.

– Pelo amor de Deus... Isso de novo? – Eu disse.

Ainda bem que Marcos não estava ali. Sempre dava o maior rolo, e alguém acabava na sala do diretor para explicar o motivo de comidas no chão e bandejas quebradas.

– Ah, Amy. Pode confessar todos nós sabemos que entre vocês rola mais do que um ódio entre vocês! – Gui disse.

– Pela milésima vez, EU NÃO GOSTO DO MARCOS! – Eu disse.

Opa, eu acho que falei um pouco alto demais.

Por que as pessoas do refeitório estão paradas me olhando?

– Ops! – Eu disse voltando a comer a minha comida.

– Ouvi meu nome... – Marcos disse entrando. – O que estavam falando de mim?

– Se era para você saber, nós falaríamos. – Eu resmungo.

Quando Marcos se virou para me olhar eu estava tomando suco, fingindo que não falei nada.

– Qual é o papo? – Peter perguntou sentando-se entre mim e Rebecca.

– O novo c... – Bocão começou a falar, mas eu bati com força por baixo da mesa a perna dele. – O novo aluno da escola.

Peter me olhou e eu dei um sorriso. Marcos nem estava ouvindo a conversa mais.

– Aluno novo? – Eu perguntei curiosa.

– Depois que o casalzinho ai saiu da sala, avisou que um aluno novo iria substituir o Maike do ano passado.

– Que casal? – Marcos perguntou.

– Você e Amy, óbvio! – Henrique disse.

– Que engraçado! – Eu disse ironicamente.

– Desculpa gente, eu já disse para Amy que não quero nada com ela... Mas ela não aceita a verdade! – Marcos disse rindo.

– Ah claro, eu não consigo aceitar a verdade que você é um galinha que pega qualquer uma que aparece na sua frente. – Eu disse, desta vez rindo.

– Era para rir? – Marcos perguntou se apoiando na mesa.

– Não. É a verdade mesmo!

Marcos saiu da mesa como vento. Eu continuei comendo naturalmente.

Bem, o dia se estendeu sem eu ver o Marcos para o meu alivio!