Abri meus olhos, ainda nos braços de Harry, ele também abriu os dele e ficamos nos olhando assim por alguns segundos. Até que eu caí na real e me afastei.

-- Harry! O que que você ta pensando? -- falei -- Mais uma pra você levar pra cama e depois esquecer?

-- Hã? Lógico que não Amy, você é minha amiga! Nunca eu faria isso com você.

-- Então por que me beijou?

-- Não resisti -- disse ele com um sorriso bobo no rosto.

-- Na boa Harry, você deve pensar que eu sou uma idiota não é? Pois talvez eu tenha sido mesmo, mas eu não estou disposta a quebrar a cara de novo, e eu te conheço Haroldo, você é um galinha.

-- Haroldo? Não me chame de Haroldo, você sabe muito bem que EU NÃO GOSTO. Quem foi que disse agorinha mesmo que poderia se apaixonar de novo?

-- Eu disse mesmo, só que não me referia a você. Conheço seus joguinhos Harry, sei como você age, você sempre vai nas mais ingênuas, as conquista, pra depois transar com elas e depois abandona-las.

-- Eu já disse que nunca faria isso com você. Sério que você acha que eu te machucaria? Nunca, eu sei o que você passou no Brasil e sei o que você está passando agora.

-- Ah é? E será que você se importa? Tenho minhas dúvidas, afinal você não liga pro sentimentos de nenhuma dessas garotas. Comigo não deve ser diferente.

-- É sim Amy. Eu ligo pra você, eu me importo com você. Acredite em mim.

-- Acho difícil.

-- Amy, eu... eu.. gosto de você.

Olhei pra ele. Parecia estar falando a verdade. O problema era eu, que não queria acreditar, não poderia deixá-lo me machucar. Eu já estava em cacos, e conhecendo a ficha do Harry sabia que ele nunca estava atrás de nada sério e tinha uma looooonga lista de garotas pegas e jogadas fora.

Mas sem mentira, o beijo dele mexeu comigo de um jeito único.

-- Para Harry, você não é tipo de garoto que se apaixona. Por favor, não me ilude.

-- Confia em mim, eu gosto de você Amy, é sério, eu nunca me senti assim antes com garota nenhuma. Quando estou com você eu não quero que o tempo passe, fico arrepiado a um simples toque e sinto frio na barriga. Eu nunca havia sentido isso antes.

-- Preciso de tempo pra digerir isso Harry. -- falei, em seguida dei as costas, indo embora.

-- Espera, onde você vai? Eu te deixo em casa.

-- Não precisa Harry, vou de táxi. -- chegando lá embaixo chamei um táxi, que me levou pra casa.

***

Dois dias se passaram e as meninas, Lucy e Poliana, já haviam chegado. Eu estava super animada por isso, e ao mesmo tempo muito confusa com o acontecido entre mim e Harry.

Na sala, uma tarde, eu e as garotas conversávamos sobre tudo.

-- Ainda não estou acreditando que eu estou aqui! Tipo, isso é um sonho! – falou Poliana – devo estar dormindo e sonhando, só pode.

-- Você não esta sonhando Poli, por que senão eu também estou! – disse Lucy – mas e aí Amy, alguma novidade?

-- Só umazinha – disse, pensando em contar pra elas sobre o acontecido.

-- Então fala! O que é? Do que se trata? – falou Poliana escandalizada

-- Eu falaria se você deixasse! – disse – então começando... Tenho um vizinho chamado Harry Styles, que agora é meu amigo e ele me ajudou muito, mas daí...

 E contei. Quando terminei, elas ficaram em silencio por alguns segundos, ai Lucy disse:

-- Você ainda pensa no Eduardo?

-- Nesses últimos dois dias acabo de pensar agora, já que você fez a gentileza de me lembrar.

-- Foi mal – disse ela – Se você não pensou nele até agora é porque tem coisa ai. Será que você num ta nem um pouco afim desse Harry?

-- Não sei, estou confusa, muito confusa.

-- Eu acho que você devia da uma chance pra ele, só acho. – disse Poliana.

-- E se ele me fizer de boba?

-- Ai a gente mata ele – falou Lucy.

-- Já sei, eu vou agorinha mesmo a casa dele me apresentar – disse Poliana se levantando.

-- Nãooooo, pra que?! Você pirou? Ta louca?!  -- falei, me levantando também e a empurrando de volta pro sofá.

-- Ah mais eu vou sim, espera só – disse ela, se levantando outra vez e correndo em direção a porta. – fui.

E ela se foi.

Três segundos depois Lucy foi atrás dela.

“Ah que ótimas amigas as minhas!” pensei.

 Cinco minutos depois elas chegaram. Com Harry.

-- Harry? O que ta fazendo aqui?

-- Você não me procurou mais, então acabou que suas amigas vieram me procurar pra você.

As duas estavam todas sorridentes, segurando o riso. Se eu tivesse uma arma na mão naquela hora eu juro que as matava. Em vez disso, mirei elas com meu olhar que dizia “ai como eu odeio vocês, suas vacas.”

Ele veio e se sentou ao meu lado.

-- Porque elas são umas intrometidas. Não pedi pra elas buscarem você.

-- Mas queria.

-- Não, não queria.

-- Queria.

-- EU NÃO QUERIA.

-- ela queria sim Harry, estava bem obvio isso quando ela contou de você pra nós. – estragou Poliana.

-- mentira – falei sem olhar pra ele.

-- Sei.

-- Talvez eu quisesse um pouco.

-- Ah, agora está ficando melhor – riu ele.

-- Olha aqui Harry, você só quer me usar né? Como faz com todas aquelas outras otárias.

-- Não Amy, quantas vezes eu tenho que te falar que não? – Disse olhando nos meus olhos.

-- Tamo sobrando, né não Poli? – disse Lucy, escapulindo pra cozinha com Lucy. Se bem as conhecia, elas ouviriam tudo por trás da porta.

E agora estávamos sozinhos.

-- E seu eu te prometer que nunca vou te magoar? – perguntou ele.

-- Já me prometeram muita coisa, e posso te dizer que nem metade foi comprido. – respondi.

-- Então eu juro. Eu juro que não vou te machucar, eu juro que vou ficar com você. E juro que vou te amar.

Me senti tão... boba e ao mesmo tempo tão... dele.

Ele se levantou e foi até a janela da sala. E eu fui junto. Ele estava conseguindo, conseguindo me deixar mexida. Pior, eu estava me apaixonando.

-- Jura mesmo? – perguntei.

-- Juro quantas vezes você quiser.

Em um impulso (mas na vontade também) eu o beijo.