Pergaminhos íntimos escrita por KirsikkaLia


Capítulo 18
Uma mulher de peito!




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Gabrielle tinha acabado de encontrar o amigo de Xena, que não soube bem esconder a decepção por não ver a Guerreira. Gabrielle fingiu não perceber, ela era tão boa em batalhas quanto Xena e essa era uma chance de provar isso. Provar que podia fazer algo além de compras.

O homem se chamava Abante,  e conhecera Xena há muitos anos, quando era um jove em busca de aventuras. Ela saqueara sua cidade, e ele, no alto de seus 12 anos, tentou enfrentá-la. A Princesa riu e admirou a coragem do rapaz, convidando ele a se juntar à seu exército, como aprendiz. Nunca ficou muito claro para ele o que tinha acontecido com Xena, apenas os rumores de que era uma pessoa boa agora. Mas ele gostava dela mesmo má, e era essa fúria que ele esperava para ajudar seu vilarejo.

-Bem, vamos nos preparar. – Disse a Barda, caminhando para uma tenda.

O homem a seguiu, abriu um mapa sobre uma mesa e começaram a discutir qual seria a melhor forma de agir. Os guerreiros ameaçavam invadir a cidade e sequestrar as jovens e as crianças, além de queimar tudo. Por muitos anos, o vilarejo de Abante forneceu comida e suprimentos para esse bando, mantendo assim uma certa paz. Mas a situação ficou difícil conforme o número de moradores crescia, e a cidade não conseguia produzir para si e para o bando.

Gabrielle achou que seria uma ótima hora para usar a diplomacia, e fazer um bom acordo. Mas os camponeses queriam acabar com os saqueadores de uma vez, queria sangue e matança.

-Não, não, não. Essa não é a forma certa de fazer isso. Temos que deixar a batalha como último recurso.

-Não! Temos armas e homens dispostos a matar e morrer. Vamos por um fim nisso de uma vez por todas.

-Não, Abante. Isso só vai piorar o problema. Os homens dessa cidade não tem experiência em lutas. Vão morrer de primeira.

-Que assim seja, então.

-Como assim? Isso não vai resolver nada! Eles vão morrer, os saqueadores vão atingir a cidade e fazer o que querem.

-Pelo menos defendemos nossa honra com nosso sangue.

-Mas que idiotice! Você não vai conseguir nada com isso.

-Eu nem queria você aqui. Eu chamei pela Xena, e não pela sua ajudantezinha diplomática.

-Eu estou aqui, Abante. E é bom fazermos exatamente o que a Gabrielle diz. – Xena estava parada na entrada da tenda.

O homem se sentiu envergonhado, e ordenou que seus homens ouvissem a Loira.
Gabrielle ficou emocionada. Ela sempre ficava nervosa durante uma discussão, e sua Guerreira estava ali agora, apoiando o que ela pensava.

-Obrigada, Xena. –Estava com os olhos marejados.

-Você tem toda a razão, querida. Esses homens não podem lutar. Você está lidando com a situação mil vezes melhor do que eu faria. –Xena passou o braço sobre o ombro da Amada e beijou seus cabelos.

Foi montado um plano de ação. Gabrielle e Abante iriam falar com o bando, propondo um acordo. A cidade forneceria mais suprimentos, como panelas e roupas, que os artesãos poderiam fazer, mas menos comida, que faltava para os moradores devido ao pouco espaço bom que tinham para cultivar.

Xena ficou na cidade, junto com os homens que podiam lutar. Se o acordo não funcionasse, ela os guiaria para a batalha. Mas acreditava no poder de persuasão da Barda. Ela sabia convencer qualquer um de fazer qualquer coisa. Xena já fora convencida por ela várias vezes.

Alguns minutos se passaram desde que Gabrielle e Abante foram falar com os ladrões. Estava o maior silêncio, depois ouviram-se uns gritos, que não pareciam de raiva, mas de comemoração. Depois umas risadas e Xena viu Gabrielle saindo, com o rosto corado, e Abante parecia segurar o riso. Do outro lado da tenda, ela viu os saqueadores se afastarem, rindo.

Abante foi falar com os moradores, avisando que estava tudo bem e tinham conseguido um acordo.

Xena sorriu, e foi em direção à sua Amada para parabenizá-la.

-Amor, você conseguiu. Eu sabia que você conseguiria. Como foi?

-Eu...eu não quero falar nisso, Xena.

-O que aconteceu?

Abante se aproximou para agradecer.

-Desculpe por duvidar de você, Gabrielle.

Ele parecia novamente segurar um riso.

-Tudo bem. –A Barda respondeu sem olhar nos olhos dele.

-Querem ficar para jantar?

-Sim- Xena respondeu rapidamente.

-NÃO! – Gabrielle disse em voz alta.

-Por que não podemos ficar, Gabby?!

-Xena, nós temos aquele negócio, lembra?!

-Que negócio?!

Gabrielle cutucou a Guerreira com o cotovelo.

-Ahh...sim...aquele negócio. Desculpe Abante, temos que ir.

-Tudo bem, então. Obrigado novamente.

E ele virou as costas e Xena pôde ouvir sua risada.

-Ok, Gabrielle. Me explica o que aconteceu naquela taverna.

A Barda novamente virou o rosto, olhou para o chão.

-Fala, Gabrielle...Tô esperando.

-Bem, eu expliquei para eles o acordo. Até que eles não relutaram em aceitar...

-Sim...e?

-Mas disseram que podiam fazer melhor. Podiam deixar a cidade completamente em paz, se...

-Se...?

-Olha, Xena. Você tem que entender que eu me importo muito com as pessoas. E tudo que eu fiz foi pra ajudar aquelas crianças e aquelas mulheres. – Ela se pôs na defensiva.

-Mas o que foi que você fez? Fala logo, porque tá me deixando com medo até.

-Bem... Eles disseram que deixariam a cidade em paz para sempre. Contanto que eu, contanto que, que eu levantasse meu top e balançasse os peitos, assim. – E ela deu uma reboladinha de deboche.

Xena parou e a encarou.

-Você o que?

-Calma, Xena. Não fica brava, foi uma coisinha de nada e...

E a Guerreira começou a rir incontrolavelmente. Deitou no chão, com as mãos na barriga, gargalhando.

Gabrielle lançou um olhar indiferente para ela.

-Chega, né?!

E a Princesa continuava rindo.

-Esse é o seu poder diplomático, Gabrielle?! Hahahahahahahahaha

-Muito engraçado... to me matando de rir. – Respondeu com ironia.

-Me mostra como foi. Balança os peitos pra mim também! Hahahaha

Gabrielle olhou pra ela com raiva, embora quisesse rir da própria desgraça. Caminhou com passos fortes, deixando a Guerreira risonha deitada no chão.

-Ahh, Gabby, volta aqui.

-Não, Xena. Tenho mais coisas pra fazer.

Xena levantou e foi atrás dela, tentando manter a seriedade.

-Bem, você...ahn...ajudou a cidade. Você é mesmo uma mulher de peito. –E segurou com muita força a risada engasgada.

Gabrielle não aguentou o trocadilho e começou a rir também. Passou o braço na cintura da Guerreira, que a envolveu com seu braço, enquanto caminhavam de volta a estalagem.

-Depois te mostro como foi...

 

[Continua...]

 


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Notas finais do capítulo

Desculpem meeeesmo a demora. Tá difícil arranjar tempo pra manter as histórias. Espero que gostem do capítulo. Review faz bem pra alma