Riostuck escrita por alternianIdiot


Capítulo 7
Capítulo 6 - Fim do Act 1


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pelo atraso, mas foi necessário. Em caso de dúvidas, a avó da Vriska é a lusus dela.



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Capitulo 6

Vriska


Acordou ainda por volta das 9 da manhã. Hoje ia se encontrar com Tavros, Nepeta e os amigos dela... Mas isso era só as seis da tarde, tinha bastante tempo de sobra até lá.


Ainda sim, não estava com a menor vontade de passar o dia inteiro mofando em casa. Se arrumou rapidamente e foi em direção a cozinha. Se tivesse sorte poderia sair antes que notass----



– Aonde está indo?


Vriska se virou, dando de cara com a avó. Era uma mulher assustadora, de longos cabelos brancos e que se vestia inteiramente de preto. Não era a toa que a apelidaram de “viúva negra” por aí.



– Café da manha. - Vriska respondeu, torcendo para que isso fosse o suficiente.




– Aranea está aqui. - A idosa disse antes de se afastar nas sombras da casa.




Vriska suspirou, sabendo que seu plano de sair cedo tinha sido arruinado.


* * *


Logo as três mulheres da casa estavam reunidas entorno de uma farta mesa de café da manhã. Vriska comia num silencio desconfortável, assistindo como Aranea mexia com calma o seu chá. Aranea quase nunca estava em casa. No final das contas, as duas eram quase que completas estranhas. Por toda a sua vida, Vriska tinha sido criada pela avó, que nunca foi lá a pessoa mais carinhosa do mundo e por muitas vezes usara Vriska para os seus próprios interesses (muitas vezes não muito legais). Mas apesar disso, Vriska sempre admirou de certa forma a mãe e queria ser como ela. Em sua cabeça, a mãe era quase que um mito, viajando pelo mundo e cobrindo as mais diversas reportagens, até mesmo em lugares perigosos. Suas histórias sempre pareciam grandiosas e emocionantes...


Foi por isso que tinha escolhido fazer jornalismo também, embora estivesse achando o curso um saco.



– E então, Vriska, sua vó disse que você vai sair hoje. - Aranea comentou, casualmente.



Aranea geralmente fazia algumas perguntas, como se fosse uma mãe presente, antes de começar um de seus longos monólogos sobre suas viagens. De certa forma isso deixava Vriska com raiva... Sua própria mãe, no final das contas não sabia nada sobre ela e muitas vezes nem parecia se importar muito com o que ela fazia, mesmo com todas as suas tentativas para chamar a atenção dela.



– É, vou. - Acabou de mastigar rapidamente para acabar de falar. - Vou sair com uns amigos aí...




– Quem? - Perguntou a mãe, mesmo que fosse óbvio para todo mundo naquela mesa que ela não fazia ideia de quem eram os amigos da filha.



– Tavros. - Falou o único nome que imaginava que a mãe reconhecesse. - E uns amigos dele... Acho que o Zahhak deve estar por lá também...



Aranea ergueu os olhos do seu chá, curiosa.




– Não sabia que você era amiga de um Zahhak.



– Eu conheço ele a mais de três anos. - Sua resposta suou bem mais atravessada do que pretendia, mas se Aranea percebeu, não pareceu ligar.



– É curioso...


A avó, que estava quieta o tempo todo, começou a resmungar algo e a se mexer na cadeira.



– … Por que? Tem algo de errado nisso? - Vriska perguntou, estranhando as reações.



– Bem... - Aranea olhou de esguelha a idosa, que respondeu lhe com um olhar meio ameaçador. Aranea apenas continuou com a sua história. - É só que é curioso que o conheça. Afinal, ele deve ser nosso parente...



– Parente? - Perguntou Vriska confusa.



– Um parente distante. - Quase cuspiu a avó. - Muito distante.


Aranea lançou-lhe um olhar reprovador e depois balançou a cabeça.



– Serkets e Zahhaks tem um passado em comum. É só isso.



Vriska já ia abrir a boca para perguntar alguma coisa mas sua avó foi mais rápida.




– Assunto encerrado.


Vriska apenas se calou, sabendo quais eram as consequências de não obedecer à avó.


O resto do café da manhã, transcorreu normalmente, com Aranea monologando sobre alguma das suas novas viagens.


Karkat


Ele, Terezi e Dave já estavam esperando pelos outros. Tinham combinado numa pizzaria dentro do shopping e claro, como a ideia tinha sido deles, tinham sido os primeiros a chegar (ou talvez fosse simplesmente porque Terezi tinha dado carona aos outros dois.)



– Mas e aí, quanta gente que vem mesmo? - Perguntou Dave, mexendo distraidamente no seu celular.



– Sei lá, não tô contando. - Karkat deu de ombros. - Umas dez, acho. Ou mais.



– Eu disse que ia ser formação de quadrilha. - Dave disse para Terezi.


Ela apenas ri.



– Tenho a sensação de que isso vai ser divertido.


Depois de alguns minutos, Nepeta entrou no lugar, olhando ao redor em busca de alguém conhecido. Karkat acenou e ela logo veio correndo até ele.



– Karkitty! - Ela se jogou em cima dele e lhe deu um longo abraço. - Há quanto tempo!



– É, é, também senti sua falta. - Disse Karkat soando impaciente, mas com um pequeno e quase imperceptível sorriso, que sumiu rapidamente depois. - E pare com isso!




– Não sabia que você tinha namorada. - Implicou Dave, ganhando um olhar fuzilante do Vantas.



– Olá! - Cumprimentou Nepeta, com uma reverência oriental. - Meu nome é Nepeta Leijon.



– Dave Strider. - Ele se apresentou com um aceno.



– Terezi Pyrope. - Deu um largo sorriso. - Karkat disse que você acabou de se mudar de volta pra cá. Bem vinda de volta!



– Hehehe, obrigada! - Nepeta tomou um lugar de frente para Terezi e perto de Karkat, colocando sua bolsa na cadeira vazia ao lado, para guarda-la para Equius.



– Ah, já que chegou podemos tentar fazer a contagem. Quantas pessoas você chamou? - Perguntou Dave.



– Hm... Três. - Ela olhou curiosa para a quantidade de cadeiras ao redor. - E pelo visto vai ter bastante gente aqui, não?



– Na verdade a gente não sabe bem quantas pessoas vêm e pegamos a maior quantidade de cadeiras possíveis. - Disse Terezi.



Aí, - Karkat chamou a atenção de Nepeta. - e alguma dessas três pessoas é um dos seus novos amiguinhos filhos da puc?



– Karkat! Isso não é nada a agradável de se dizer! Você nem os conhece! - Ela retruca chateada.



– Então eu estou certo, não tô? Você mudou mesmo de lado!



– Eu acho que você não pode falar nada, Karkles, você passou suas ultimas semanas inteiras na minha casa, que fica na zona sul, caso não tenha percebido.


Karkat tentou contra-argumentar mas ficou sem saída.


Nepeta riu e fez um “high five” com Terezi. Já podia sentir que as duas seriam grandes amigas!



Dali a pouco, Aradia e Sollux entraram no lugar. A garota veio mais a frente, puxando o Captor.



– Desculpem o atraso, sabem como é difícil tirar o Sollux de casa as vezes.



– Ah, obrigado por manter isso só entre nós, AA, você é mesmo a rainha da discrição! - Ele respondeu irritado.


Karkat e Sollux fizeram seu tradicional cumprimento de mãos e os dois se sentaram.


Nepeta sorriu para Sollux, que logo a reconheceu.



– Ah, você deve ser a Nepeta, né?



– Sou sim! - Ela respondeu surpresa. - Como sabia?



– KK fala muito de você! - Sollux recebeu um olhar reprovador de Karkat.



– Bom... Espero que ele diga coisas boas...



– Não vai nos apresentar? - Terezi cutucou Karkat com sua bengala.



– Então né... Como vocês já sabem, essa é a Nepeta, aquela ali é a Terezi e aquele lá é o Dave, mas isso não é importante. - Dave mostrou o dedo do meio para ele e Karkat fez o mesmo. - E esses são Aradia Megido e Sollux Captor.



– Sollux... Captor? - Terezi se inclinou sobre a mesa, interessada. Deu um largo sorriso e começou a rir.



– O que foi? - Sollux perguntou confuso.



– Nada. É só que isso é uma grande coincidência. - Continuou sorrindo. - Meu nome é Terezi Pyrope. - Disse, dando destaque ao sobrenome.



– … Pyrope? Espera... - Sollux colocou as mãos na cabeça. - Espera aí! Como assim? Então você...?


Terezi apenas gargalhou.



– E aí, tio?



– Não acredito que você tem a minha idade! Sempre te imaginei mais nova!



– Que que tá acontecendo aqui? - Karkat perguntou, olhando de um para o outro, visivelmente confuso.



– Ele é o irmão caçula do meu pai. - Explicou Terezi. - Mas nunca tivemos a oportunidade de nos encontrarmos cara a cara.



– Não acredito que eu sou tio de uma garota da minha idade! - Sollux ainda estava surpreso com a informação.



– Hehe, se te serve de consolo, isso pode ficar só entre nós... Tio. - Terezi gargalhou.


Sollux ficou sério de repente.



– Como... Como é que o Mituna está? - Ele perguntou, sem coragem de olhar diretamente para ela. Aradia colocou uma mão no ombro dele, confortando-o, sabendo muito bem da situação.



– Mais ou menos na mesma desde o... Incidente. - Disse Terezi, também séria. - Mas ele consegue reconhecer as pessoas agora, acho que você devia fazer-lhe uma visita. Ele ia gostar. - Ela sorriu.



– É... Vou fazer isso... - Sollux sorriu também.



Quando Karkat já ia perguntar o que tinha acontecido, viu Dave se levantar, indo cumprimentar as duas pessoas que acabaram de chegar e acabou se distraindo.



– Por que não disseram que estavam chegando? - Perguntou Dave, cumprimentando o garoto com um “bro fist”.



– Ora, Dave, - A garota loira respondeu. - se você sabia que a gente viria não me parece haver muito motivo em avisarmos que estávamos chegando.



– E pra falar a verdade a gente já está aqui a um tempo... Quer dizer, eu estava! - Disse o garoto.



– O John não queria vir aqui sozinho. - A garota o denunciou.



– E-Ei, Rose, não era para você falar isso!



– Sério, John? Sério? - Dave lançou-lhe ergue uma sobrancelha.



– A-Ah, você sabe que eu não gosto de ser o primeiro a chegar nos lugares e...


Terezi se levantou também, dando uma observada neles por cima do ombro de Dave.



– Ora, vocês têm exatamente o cheiro que achei que tivessem. - Ela disse sorrindo.



– Ah, então você é a famosa Terezi. - Disse Rose, sorrindo.



– E aí? - John acenou.


Terezi riu e acenou de volta.



– Olá!



– Você não disse que ela era cega? - Perguntou John em tom baixo para Dave, tentando ser discreto.



– E eu sou cega. - A própria respondeu. - Mas isso não quer dizer que eu não tenha outras formas de enxergar.


Os quatro se sentaram, e Rose e John se apresentaram ao resto do grupo.



– Então agora só falta a sua namorada, né, Strider? - Perguntou Karkat, só para irritar.



Dave olhou o ameaçadoramente, apesar dos óculos escuros.




– Namorada? - John perguntou confuso.




– Então, agora é assim que você está apresentando a Jade para as pessoas? - Perguntou Rose, descansando o rosto sobre as mãos.





– Lógico que não, tá na cara que isso é maluquice daquele retardado! - Se defendeu Dave.





– Acho difícil que ele tenha inventado isso por conta própria sem nem ao menos ter se encontrado com Jade ainda. - Rose rebateu.




– Oh, wow, Dave, como assim você tá de olho na minha irmã de consideração e nem pra me falar? - John perguntou, fingindo um tom de irritação.



– Eu não---



– Devo dizer que estou surpresa com isso, depois de todos os seus sonhos homoeróticos... - Disse Rose, com um meio sorriso.



– Sonhos homoeróticos? Como assim? - Pergunta Terezi interessada.



– Isso é invenção dela, por favor... - Dave tenta se defender.



– Pode deixar que eu te conto tudo sobre os anseios reprimidos do Dave depois. - Respondeu Rose.


Dave afundou na cadeira.



– Me lembrem de novo porque foi que eu chamei vocês.



Kanaya




Não muito longe dali ela esperava, seguindo o plano de Eridan. Checou o relógio. Eles deviam estar chegando. Suspirou. Por que foi que ela tinha concordado com isso mesmo?




Logo, Feferi e Eridan entraram no seu campo de visão.




Se esforçou para parecer o mais natural possível.




– Olá. - Ela cumprimentou chegando perto deles, chamando a atenção de Feferi.




– Kanaya? - Ela perguntou espantada. - Kanaya! Que bom te ver aqui! - Deu um abraço nela.




– É bom encontrar com você aqui também, assim, tão por acaso.




– O que faz aqui? - Perguntou Feferi depois que elas se separaram.




– Apenas passeando, nada demais. Na verdade, acho até que já estou de saída...



– O quê? Ah, não! Por que você não vem com a gente para a pizzaria.



– Bom, eu adoraria, mas eu não iria atrapalhar?



– Lógico que não! - Feferi a tomou pelo braço. - Está decidido, você vem com a gente!



– Já que insiste...


Feferi guiou animadamente Kanaya enquanto lhe falava de coisas aleatórias. Kanaya olhou Eridan de esguelha e ele estava com uma expressão convencida que dizia “Não disse que ia funcionar?”. Deu um suspiro e balançou a cabeça. O que ela não fazia para ajudar os outros?


* * *


Os três chegaram no local combinado, Feferi ainda grudada no braço de Kanaya.



– Oi! - Disse ela animadamente acenando.



– FF! - Sollux exclamou ao vê-la.



– Oi, Sollux! Ah, e eu trouxe uma amiga, espero que não se importem.



– Imagina! - Respondeu Sollux.



– Quanto mais melhor, é o que dizem! - Falou Terezi.


Aradia discretamente mudou de lugar, deixando uma vaga o lado de Sollux, que prontamente indicou para que Feferi se sentasse ali, mas Eridan foi mais rápido e sentou ali. Os dois trocaram olhares atravessados e Feferi acabou se sentando ao lado de Aradia.


Kanaya deu a volta para sentar-se do outro lado.



– Olá. - A garota loira ao seu lado a cumprimentou. - Eu sou Rose Lalonde. E você é...?


Kanaya olhou a garota por alguns instantes. Ela era inegavelmente bonita e parecia simpática também.



– Kanaya Maryam.



– Maryam? Ah, você por acaso não seria a filha da estilista Porrim Maryam, seria?



– Ah, sim, eu sou! - Kanaya se surpreendeu. Bonita, simpática e bem informada? Talvez não tivesse sido tão ruim se “infiltrar” naquele lugar afinal.


O resto da mesa seguiu com as apresentações e começaram a conversar animadamente sobre assuntos aleatórios até mais duas pessoas chegarem.




– Tavros!!! - Nepeta foi a primeira a notar a aproximação e correr para cumprimentar o garoto.



– Nepeta! Há quanto tempo!



– Olá, Nepeta. - Vriska cumprimentou também.



– Oh, olá também, Vriska! - Cumprimentou com um sorriso, mas no fundo se sentia com um pouco de medo da garota. Ainda mais depois que Equius tinha lhe alertado a ficar longe dela...


Tavros e Vriska tomaram seus lugares a mesa e a garota se surpreendeu ao ver mais gente conhecida do que ela esperava.



– Vriska! Você também foi chamada?! - Feferi estava cada vez mais animada.




– Mas não é uma coincidência e tanto? - Disse Eridan.




Vriska fechou a cara quando viu Eridan.



– Você aqui? Está me perseguindo, é?



– Eu quem devia perguntar isso. O que foi, não aguenta ficar longe de mim?




Vriska girou os olhos, preferindo não responder. Como foi que pôde ter namorado aquele cara alguma vez na vida???



– Olá, Vriska. - Cumprimentou Kanaya.



– Maryam? Até você?



– Parece que hoje é o dia das coincidências. - Terezi falou, com um meio sorriso.


Vriska a encarou, a expressão ilegível.



– ...Pyrope



– Serket. - Terezi fez questão de deixar seus óculos escorregar um pouco, mostrando seus olhos leitosos e desfocados.



Vriska se mexeu desconfortavelmente na cadeira, sabendo que aquilo era sua culpa, para variar. E se isso já não fosse ruim o bastante, sua mãe a mãe de Terezi não se davam bem e as duas tinham sido proibidas de falar uma com a outra a um longo tempo atrás.




– … Ok, da onde vocês se conhecem? - Pergunta Karkat, irritado por não saber das coisas (e porque Dave parecia saber mais do que ele, pela expressão que fez).



– Longa história. Mas nós somos... Grandes amigas. - Disse Terezi, antes de dar um sorriso. - É bom re-encontrar você, Vriska... Depois de tanto tempo.



– É, é verdade. - Fingiu nem se importar muito. Mas pelo menos Terezi não parecia irritada com sua presença, o que deixava Vriska mais aliviada (não que fosse assumir isso, claro).


Nepeta


Enquanto todos os outros conversavam, ela olhava para trás de segundo e segundo. Mas onde estava Equius? Ela mandava varias mensagens impacientes para ele e ele só dizia que estava chegando.



– Esperando alguém, Nepeta? - Perguntou Aradia.



– Ah, sim! - Ela respondeu com um sorriso. - O meu melhor amigo... Mas ele tá demorando muito para chegar... - Ela disse desanimada.



– Ele já deve estar chegando. - Disse ela com um sorriso.




– Hehe, você deve estar certa... - Assim que ela acabou de falar isso, ela virou de costas e viu quem ela queria se aproximando. - Oh, Equius! Até que enfim.



Aradia gelou no lugar, sem crer que aquele era mesmo quem ela estava pensando que era.




– Eu disse que estava chegando, não entendo o porquê da impaciência. - Ele disse, tomando o lugar que Nepeta tinha reservado para ele.




Assim que Equius deu de cara com Aradia, ficou com uma expressão parecida com a dela.



– Oh. - Murmurou Aradia, agora certa de que era ele mesmo.



– Que... Coincidência. - Ele disse.



As demais pessoas na mesa encararam a situação sem entender.



– … Da onde vocês se conhecem? - Perguntou Nepeta, a mais confusa de todos no momento.



– Ela... Ela é... Bem... - Equius ficou incerto do que falar exatamente.



– Eu trabalho na casa dele. - Aradia falou rapidamente, com medo de que ele usasse algum termo que de alguma forma desse a entender errado.



– Na casa dele? - Vriska entrou na conversa, interessada. - Fazendo o que?



– Ela é minha empregada doméstica. - Equius esclareceu.



– É mesmo, é? - Vriska riu. - Como se sente sentando na mesma mesa que a sua empregada? - Debochou Vriska.




– Vriska, pare com isso agora. - Ele ordenou, começando a suar.




– Ah, o que foi? Não quer ser rude na frente de todo mundo? - Ela continuou implicando.



– Basta. - Fechou os punhos.



– … Você não devia falar assim comigo... - Ela lembrou de algo de repente. - Nós temos o mesmo sangue, sabia?



– … O que? - Ele perguntou sem entender.



– Segundo a minha mãe, Serkets e Zahhaks são parentes. - Ela disse casualmente, dando de ombros, mas no fundo tinha esperanças de que Equius fosse saber algo sobre esse assunto.



– Isso é... É... Ridículo. Nós não somos parentes. Não podemos ser. - Ele responde quase que ofendido com a ideia.



– Mas agora que você falou... - Feferi entra na conversa. - Até que vocês são parecidos.



– … O que?! - Os dois perguntam juntos, se virando para ela.



– Fisicamente vocês tem muito em comum. - Continua Kanaya. - Olhando assim, vocês poderiam se passar por irmãos facilmente.



– Nunca! - Os dois falam juntos, horrorizados com a ideia.


Antes que alguém pudesse insistir no tópico, a aparição de mais uma pessoa corta o assunto:



– Olá! Desculpem o atraso... - A garota diz ao chegar perto.



– Não me diga que você caiu no sono antes de vir. - Dave se manifestou.



– Mas claro que... - Ela tentou parecer ofendida. - Talvez.


Ela se senta ao lado de Dave.



– … Jade? - Ela escuta alguém a chamar e se vira na direção da voz, se surpreendendo.



– Nepeta?


As duas se encaram por alguns instantes e depois cruzam os braços e viram a cara em direções opostas.



– Mas o que...? - Karkat ia perguntar, mas as duas o cortaram.



– Não é da sua conta! - Jade e Nepeta falaram juntas, encarando uma a outra ao notarem o que fizeram.



– Porra, ok, não pergunto mais nada hoje também! - Olhou a hora no celular. - E cadê esse puto do Gamzee que ainda não chegou?



– Ele deve ter se perdido no mundo da maconha, já era. - Diz Sollux, só para irritar Karkat.


Karkat o ignora e liga para Gamzee.



– Aí, cadê você??? - Ele grita ao telefone. - O que?? Como assim esqueceu???


As pessoas das outras mesas começaram a encarar o grupo.



– Uh... - Tavros se manifesta, incomodado com os olhares. - Será que ele não podia falar um pouco mais baixo?



– Não. - Dave, Terezi, Sollux, Aradia e Nepeta falam juntos, conhecendo muito bem a natureza barulhenta de Karkat.



– Céus, será que ele não percebe que nem todo mundo precisa participar da conversa dele?? - Eridan fala horrorizado.



– Pobres. - Equius murmura em tom baixio, mas ainda assim leva uma cotovelada de Nepeta.



– Ah, então tá bom. - Continua Karkat ao telefone. - Vem pra cá logo, filho da puta! - Ele desliga o telefone e se vira para o resto num tom de voz normal. - Ele tá vindo.



– Não me diga. - Eridan ironizou.



– Eridan! - Feferi o repreende.



– O quê? Francamente... - Eridan cruza os braços.



– Será que podemos mudar de assunto? - Kanaya se intromete, antes que seus queridos colegas de faculdade arrumassem problemas com os demais.



– Ah, ah! - John se manifesta, animado. - Vocês viram a promoção que tá tendo aqui no shopping?



– Aquela da viagem para a Disney? - Pergunta Rose.



– Tá ligado de que suas chances de ganhar são minimas, né? - Dave pergunta.



– Eu sei! Por isso já comprei uns 30 cupons!



– Ah, eu quero participar desse concurso! - Nepeta falou animada. - O que eu tenho que fazer?



– É só gastar mais de 100 reais em qualquer loja do shopping! Tipo, eu botei minha família inteeeira pra vir comprar coisas e depois eles me dão os cupons!



– Bom plano. - Nepeta concorda impressionada.



– Só não me diga que você só quer ir pra Disney só por causa de Kingdom Hearts. - Dave implica.



– Lógico que não! Quer dizer... Em parte. Mas e daí? Quando eu ganhar também não te chamo!



– Você têm noção de que para conseguir um bom número de chances nesse sorteio você terá que gastar mais do que se fosse simplesmente fazer a viagem por conta própria? - Equius se mete.



– É verdade, viagem pra Disney nem anda tão cara. - Concorda Feferi.



– E lá é chato. - Desdenha Eridan. - Depois da vigésima vez não tem mais nada para fazer lá.



– Claro que tem, Eridan, pare de ser estraga prazer! - Reclama Feferi.



– Talvez pra você, mas eu já estou muito adulto para essas coisas.



– Eridan. - Ela fala séria. - Você é 5 minutos mais velho do que eu. 5!



– E isso já faz uma diferença muito grande, não acha?



– Então vocês já foram na Disney? - Jade pergunta impressionada.




– Claro, quem nunca foi? - Eridan disse como se fosse óbvio.




– É verdade...Talvez eu volte lá esse ano nas férias. - Disse Vriska entediada. - Não tem nada pra fazer...



– Porque você não vem comigo e com o Eridan para o Caribe??? - Feferi pergunta animada.




– Se o Eridan tá indo eu tô fora. E depois não tô muito a fim de praia...



– Se quiser, eu devo ir com a minha mãe à França fazer compras esse ano. - Oferece Kanaya.



– Boa. Tô dentro, Maryam.


As demais pessoas na mesa olhavam para eles com cara de “Essas pessoas são de verdade???”.



– E você, Equius, vai fazer o que? - Pergunta Feferi.



– Não sei. Aurthuour estava querendo ir para a Europa.



– De novo? - Vriska pergunta.



– Presumo que ele goste de lá. E eu concordo. O clima de lá é bem mais agradável.



– TUDO lá é melhor do que aqui. - Diz Eridan. - O Brasil é uma droga!


Antes que os demais ficassem (ainda mais) desconfortáveis com o assunto, Gamzee finalmente apareceu, com a cara toda pintada.



– E aí, irmããããos?



– Que. Porra. É. Essa? - Karkat pergunta olhando a cara dele. - Que merda, Gamzee, não dá pra fingir que é normal, não?



– Aaah, é né, a maquiagem... Eu tinha esquecido completamente... - Gamzee diz coçando a nuca.



– Tá , deixa pra lá. Agora senta logo pra gente fazer os pedidos! - Ordena Karkat.



Gamzee se senta e logo dá de cara com Tavros.



– E aí?




– Oi. - Tavros responde timidamente. Bom, se antes tinha duvidas sobre conhecer ou não Gamzee mais à fundo, agora já não tinha duvidas. Aparentemente o destino queria que ele fizesse exatamente isso!



– A gente já não viu essa cara antes? - Perguntou Vriska a Tavros.



– Bem, uh... Não. - Decidiu mentir, sem saber muito bem o porque.


Vriska deu de ombros e pegou um dos cardápios, entrando na discussão sobre o que pedir.


Enquanto isso, Tavros e Gamzee se olhavam, felizes pela coincidência do destino.

Sollux


Enquanto todos discutiam, Sollux pegou o celular e digitou uma mensagem para Aradia.


então é esse o cara?


A resposta dela veio rápido.


é

não esperaria que ele fosse ser justo o melhor amigo da nepeta 0_0


nem me fale, ela parece ser tão gente boa e esse cara é muiito tenso!

quer dizer, eu já tinha raiiva dele antes quando você falou e agora tenho maiis ainda!

eu vou dar um soco na cara dele se ele olhar mais uma vez para você.


e aí ele te parte no meio


colé, aa, estou tentando te ajudar, não me avacalhe.


e eu agradeço é só que também não vale a pena arrumar problema com ele por nada


eu não vou deixar aquele otariio secar minha melhor amiiga assiim!

temos que dar um jeito niisso


estou aberta a sugestões


e se a gente fiingir que somos namorados? é a forma maiis fácil de se livrar de um cara.


mas e a feferi

se você disser do nada que esta me namorando vai perder suas chances com ela


droga.


e mesmo que não perca duvido que o tal do eridan vai deixar isso barato


tem razão... mas eu não liigo, você é mais iimportante pra mim.


Aradia sorriu ao ler essa mensagem.


vamos só ignorar isso por enquanto

como eu disse ele não fez nada além de olhar


mas se ele fiizer algo me avisa que eu vou dar uma liição nele!


ok

obrigada de qualquer forma 0u0


Enquanto isso, outras duas pessoas tinham uma conversa parecida. Nepeta digitou uma mensagem rapidamente, tentando não chamar muito a atenção.


*a adorável gata se aproxima sem que ninguém perceba e dá um pulo sobre o musculoso centauro e lhe dá um susto!*


Equius leu a mensagem e olhou para ela interrogativamente antes de responder:


Nepeta, imagino que esteja ciente de que estamos um do lado do outro e trocar mensagens é simplesmente desnecessário


bom, se você quiser que todo mundo fique sabendo...


Sabendo o que


da aradia oras! ;33


Não há nada a se saber


hee hee não adianta mais fingir você já me contou que gosta dela ;33


Eu não gosto dela, eu apenas

Apenas acho que ela é uma mulher exuberante e interessante de certa forma


ahaaaaam ;33

e sim você têm razão ela é linda e vou shippar vocês dois pra sempre!


Pare com isso


você não manda em mim hee hee ~


Pare


desiste e assume!


Não


sim!


Não


sim!!!


Não


sim!!!!!



Não


argh, você diz que eu sou infantil mais isso é mil vezes mais infantil e irritante, sabia??? >:((


Então pare de insistir


hurr! ok! mas também você não vai saber do meu plano para juntar vocês dois


Nepeta pôde ver Equius encarar o celular por alguns minutos antes de responder.


Que plano


Nepeta abafou uma risadinha com uma das mãos. Hehe, um ponto para a menina gata!


você vai ver, só confie em mim ;33

eu sou especialista nessas coisas!

Meenah


Sentou no seu sofá luxuoso, acompanhada de um jornal. Disseram-lhe que algo de seu interesse teria saído nas notícias e ela tinha que conferir.


Nem precisou folhear muitas páginas para achar. Correu os olhos rapidamente pela matéria.



– Então, é isso, né... ? - Murmurou sozinha, com uma leve expressão de irritação.




Foi até a mesinha de telefone a abriu a agenda. Passou o dedo pelas paginas até achar o numero que queria e pegou o telefone (rosa, diga-se de passagem), discando o número com suas longas unhas postiças.


Esperou. Logo a ligação caiu na secretária eletrônica, mas para ela era até melhor.



– E aí? Ainda se lembra de mim? Aposto que sim. Ah, é mesmo não liguei para dar os parabéns pelo casamento até hoje! Fazem quantos anos? Três? Cinco? Enfim, quem ia imaginar isso depois de... Melhor nem dizer, não é? - Enquanto falava foi a até a janela panorâmica, abrindo a cortina e observando a vista noturna. - Na verdade estou ligando porque vi uma coisa muito interessante no jornal... - Seu tom amigável mudou para um de ameaça. - Eu ignorei a sua existência atê esse momento, mas se for guerra o que você quer, guerra você terá. Se eu fosse você mantinha essa garota em cheque se não quiser problemas, tá ligado? Afinal, tu não recebeu a punição que deveria até hoje, então tu não tá em posição de abusar da nossa boa vontade. - Voltou a ser amigável. - Boa noite aí pra você.


Desligou o telefone, se sentindo muito melhor do que antes. A vida sem um pouco de conflito é muito monótona, não? Talvez fosse hora de chamar alguns velhos aliados...


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Notas finais do capítulo

17 paginas de word em um capitulo. 17?!?!?!?!?!?

Enfim, não posso dar uma data do próximo capitulo, infelizmente. Tem outra fic que eu preciso tomar conta no momento. Mas eu diria que é improvável que um novo capitulo apareça antes de duas semanas.

**John gostando de Kingdom Hearts é um headcanon da pessoa que me deu a ideia para essa fic e mesmo que ela não leia nem nada, não tinha como eu não botar isso.

***Eu disse que ia postar fanarts no meu tumblr (cuscuzdetapioca.tumblr.com), mas no final ainda não postei... De qualquer forma, eu escrevi algumas coisas sobre a fic, caso alguém tenha curiosidade.