“–Durma, Isabella. –ele me abraça e eu beijo seu peito. Quando eu fecho os olhos eu caio no sono rapidamente.”

Me movi para o outro lado da cama e acordei rapidamente. Me sentei e olhei para os lados, segurando o lençol para cobrir meus seios. Cadê o Edward? Ainda segurando o lençol eu me levantei da cama e abri a porta do meu quarto. Cheguei na sala e não havia ninguém. Andei até a cozinha e vi Edward de costas para mim, mexendo na geladeira. Eu ando até ele e abraço ele por trás.

–Bom dia, Srta. Swan. –ele diz se virando e me dá um beijo na testa.

–Bom dia, Sr. Cullen.

–Você está bem? –ele se afasta um pouco e me olha nos olhos.

–Sim, eu estou. Só estou cansada. Vou tomar um banho e depois ir trabalhar. –eu suspiro. Eu estou tão cansada, não quero sair de casa. Meus hematomas doem e eu não quero ficar longe de Edward.

–Você não vai trabalhar hoje. –ele diz me soltando e agarrando meu rosto com as duas mãos. –Você precisa descansar. Eu não vou sair daqui hoje, vou ficar com você. Cuidar de você.

–Eu não vou querer descansar com você aqui. –eu sorrio torto para ele e ele revira os olhos e depois abre um sorriso encantador.

–Você vai sim. –ele me abraça e beija minha testa. –Vai tomar um banho, irá se sentir um pouco melhor depois.

–Ok. –eu saio de seus braços e sigo para o banheiro.

A água está quente e eu massageio todo o meu corpo, sentindo a dor onde aquele homem me bateu. Meus pulsos estão levemente vermelhos, minhas coxas estão com marcas vermelhas e algumas já estão meio verdes e minha barriga tem várias marcas vermelhas. Meu rosto só tem um roxo perto da orelha, onde o homem também me bateu.

Saí do chuveiro sentindo frio. Enrolei meu cabelo e meu corpo e fui para meu quarto. Me assustei quando vi Edward sentado na cama e olhando carinhosamente para mim. Ele estendeu os braços e eu aceitei. Eu me aconcheguei em seus braços e ele beijou minha testa e meu ombro.

–Deite-se. –ele murmurou contra meu ombro. Eu sorrio para ele e ele balança a cabeça. –Não é isso que você está pensando.

Eu reviro os olhos e me deito na cama.

–De bruços. –ele ordena. Eu faço. Edward passa a mão pelas minhas costas e eu sinto ele puxando a toalha para baixo. Eu suspiro e ele beija minhas costas nuas. –Vou fazer uma massagem em você.

Eu apenas concordo com a cabeça e deixo ele fazer o que ele quer. Ele começa a massagem com um creme e eu sinto como se fosse a primeira vez que ele estivesse me tocando. Suas mãos percorrem minhas costas com calma e eu desejo que ele estivesse tocando outras partes do meu corpo. Ele passa para minhas pernas, subindo e descendo, fazendo movimentos circulares espalhando o creme.

Meus olhos estão fechados, estou aproveitando essa sensação, as mãos de Edward no meu corpo, cuidado de mim. Eu suspiro e ele para por um momento.

–Se vire. –ele murmura e eu o obedeço. Eu não abro os olhos mas sinto Edward olhando meu corpo. Ele solta um palavrão inaudível e então suspira pesado. Eu abro os olhos e ele está me encarando. –Você está pior.

Eu passo a mão no meu cabelo e suspiro.

–Não estou não. Os roxos logo irão sumir. –eu digo olhando atentamente seu rosto. Ele se aproxima de mim e beija meu nariz. Eu murmuro perto de seus lábios: –Você não fez nada.

–Eu não suporto ver você assim. –ele murmura e eu sinto meu coração ficar fraco. Eu não quero ele sentindo pena de mim.

–Eu vou ficar bem, Edward. –eu beijo seu nariz e ele sai de cima de mim e continua sua massagem.

Já vestida eu saio do quarto me sentindo bem melhor. A massagem de Edward me fez sentir relaxada e me deu um pouco de sono. Entrei novamente na cozinha e vejo Edward conversando com alguém em seu celular. Ele sorri para mim e se despede da pessoa e caminha até mim. Ele envolve seus braços na minha cintura e beija minha testa.

–Eu preciso sair rapidinho. –ele olha para o relógio e eu vejo que ainda é cedo. 11h30min. –Vou buscar Louis no colégio, ele está com uma dor de barriga e eu vou deixá-lo em casa, com a Júlia.

–Você pode deixá-lo aqui. –eu digo rapidamente. Me agrada a ideia de ter Louis na minha casa, sua companhia é agradável. –Aposto que ele quer ficar um pouco com o pai dele.

Eu passo minha mão no peito de Edward e ele sorri.

–Ok, vou buscá-lo e logo estarei de volta. –ele beija a minha testa e eu o solto. Ele sorri para mim antes de fechar a porta e sair.

Ando de um lado para o outro tentando achar algo para vestir. Eu pego uma calça jeans e uma regata e visto rapidamente. Eu olho para o relógio e vejo que só se passaram 15 minutos. Eu ando até a sala, me sento no sofá e ligo a TV.

Ouço o interfone tocar e esqueço que não avisei o porteiro que Edward iria voltar. Corri até o interfone e disse que Edward podia subir.

–Bella. –Louis aparece na porta e corre até mim. Ele me abraça forte pela cintura e eu gemo baixo sentindo um pouco de dor. Edward pigarra e Louis me solta. Eu me abaixo e beijo sua testa.

–Como você está? –eu pergunto colocando minhas mãos sobre seu ombro. Ele sorri e me abraça novamente, fraco desta vez.

–Estou com sono. –ele boceja contra minha barriga e eu sorrio.

–Então vá dormir. –eu pego sua mão e ele sorri para mim. Eu olho para Edward e ele assiste tudo com um sorriso no rosto. –Já volto.

Eu levo Louis até meu quarto e ele sorri.

–Que quarto legal. –ele diz tirando os sapatos e as meias. Ele se senta na minha cama e fica olhando o meu quarto. –Eu queria ter uma irmã... Ia ser divertido entrar no quarto dela e bagunçar algumas coisas.

–Acho que ela não iria gostar. –eu digo enquanto ele entra debaixo das cobertas. Ele boceja novamente e abre um sorriso encantador. Eu me aproximo e beijo sua testa. –Durma, querido.

–Você gosta do meu pai? –Louis abre e fecha os olhos, sentindo seu sono se aproximar.

–Ele é bem legal. –eu sorrio para ele e ele sorri fraco.

–É. Ele é. –ele boceja e vira para um lado. –Ele gosta de você também.

Sorrio para Louis e saio do meu quarto, deixando a porta entreaberta.

Edward está sentando no sofá com um notebook no colo. Eu me pergunto se ele passou em seu escritório antes de voltar para cá. Eu me aproximo dele e ele larga o notebook e estende a mão para mim. Eu pego sua mão e me sento ao seu lado e o abraço pela cintura. Meu rosto repousa em seu peito. Ele passa a mão pelas minhas costas e beija meu cabelo.

–Você precisa trabalhar. –eu murmuro. Ele bufa e continua acariciando minhas costas.

–Trouxe o meu notebook, tudo o que eu preciso está nele.

–Eu preciso trabalhar.

–Não. Não precisa. –ele parece estar bravo. Eu reviro os olhos e bufo irritada.

–Eu preciso. Eu preciso do dinheiro, Edward. Não posso pagar meu apartamento só com o salário de camareira.

–Você não vai voltar para aquele lugar. –ele diz entre dentes. Eu olho para ele e ele parece bravo. Puta merda. –Você nunca mais vai voltar para aquele lugar. Está me ouvindo, Isabella? Nunca.

Eu reviro os olhos e assinto, derrotada. Não iria adiantar discutir isso com ele, ele iria conseguir me fazer concordar com ele de qualquer jeito. Eu repouso minha cabeça em seu peito novamente e respiro fundo. Seu cheiro é bom.

–E como nós ficamos? –eu murmuro fraco, com medo da resposta.

–Ficamos do jeito que estamos agora. –ele beija meu cabelo. –Juntos.

–Edward... Eu nunca me deixei envolver com alguém. Isso tudo é novo para mim. –eu olho para ele e ele sorri fraco para mim.

–Para mim também, Bella. Eu realmente gosto da sua companhia e eu quero ajudar você, cuidar de você. -ele beija minha testa e eu coro.

–Obrigada novamente. Por ter ido me buscar. Eu não tinha ninguém para ligar, eu pensei em você... –Edward me silencia com um beijo. Eu tento aprofundar o beijo mas ele se afasta assim que percebe meu esforço.

–Não precisa agradecer. –ele me abraça e eu suspiro.

Eu abro os olhos e vejo Edward sentando um uma poltrona, sorrindo para mim. Eu franzo a testa confusa. Ele sorri e se aproxima de mim.

–Você acabou dormindo e eu te deixei dormir no sofá. –ele se ajoelhou e passou a mão da minha testa e depois a beijou. –Está na hora do almoço. Quer que eu ligue e peça alguma comida?

Eu me sento no sofá e bocejo. Eu olho para o relógio e vejo que são 14h00min.

–Louis ainda está dormindo? –eu pergunto me levantando do sofá e Edward se ergue.

–Ele acabou de acordar, ele está com fome e posso pedir comida para nós.

–Não. Eu faço o almoço. –eu sugiro e sorrio com o pensamento de cozinhar para eles. Edward sorri para mim e me abraça.

–Você não precisa... –eu coloco meu dedo indicador em seus lábios.

–Mas eu quero. –eu lhe dou um selinho e saio de seus braços, indo em direção a cozinha. Quando eu entro na cozinha eu vejo a porta da geladeira aberta e os pés de atrás da porta. Eu pigarro e ele fecha a porta da geladeira e cora.

–Desculpa... Eu... Eu estava com sede e... –ele se enrola com as suas palavras e eu sorrio.

–Não precisa se desculpar. –eu o abraço e ele suspira aliviado. Eu rio. –Está com sede? Quer suco ou água?

–Suco. –ele diz se sentando em uma cadeira alta da pequena ilha. Eu abro a geladeira e pego um suco de laranja. Pego dois copos e sirvo o suco nos dois. Louis pega um copo e bebe rapidamente. –Vai com calma, garoto.

–Desculpe. –ele limpa a boca com a palma da mão e sorri. –Sonhei que estava em um deserto e acordei morrendo de sede.

Eu rio e ele também.

–Do que vocês estão rindo? –Edward pergunta entrando na cozinha. Ele para do meu lado e encara Louis. –Está se sentindo melhor?

–Sim, papai. Mas estou com fome. –ele diz sorrindo fraco para Edward.

–Vou fazer o almoço. Nâo vai demorar. –eu digo para Louis e ele sorri. –Saiam da minha cozinha e me deixem trabalhar.

Os dois começam a rir e eu reviro os olhos. Edward me abraça e beija minha testa.

–Não vou deixar você fazer tudo sozinha, Bella. Eu não sou muito bom na cozinha mas você pode me ensinar alguma coisa. –Edward cola sua testa na minha e eu bufo.

–Ok. Louis, você pode ir para a sala se quiser. –eu olho para Louis e ele começa a rir.

–E perder meu pai na cozinha? Claro que não. –Louis olha para seu pai e começa a gargalhar. Edward revira os olhos e sorri para Louis.

–Vai ficar quieto e ajudar ou vai ficar na sala? –Edward diz sério para Louis. Louis revira os olhos e sorri para mim.

–Ficar quieto e ajudar. –ele repete as falas do pai e mostra a língua para ele.

Edward fica do lado de Louis, ambos observando minhas mãos.

–Gente, é simples. –eu repito pela terceira vez. –Corta a batata no meio e depois corta em tiras.

Louis se estica sobre o balcão e observa mais de perto. Ele bufa irritado e depois se senta novamente. Edward está com a boca entreaberta e parece confuso.

–Cara, eu desisto. Eu faço o gelo para o suco. –Louis diz jogando as mãos para cima e as coloca sobre o balcão. Eu rio e Edward também.

–Eu ajudo você, Bella. Parece que temos um fracote aqui. –Edward bagunça o cabelo de Louis e começa a rir.

–Louis você pode fazer o suco. –eu sugiro e ele concorda com a cabeça. –Edward, você pode cortar as batatas, né?

Ele revira os olhos e sorri.

–Claro que sim, eu aprendi. –ele pega a faca da minha mão e começa a cortar uma batata. Eu me viro para a outra bancada e tiro os hamburgers do grill e coloco mais dois. O cardápio do almoço foi Louis que decidiu. Hamburgers com batatas fritas e suco de morango. Eu me viro para ver Edward e Louis está rindo de seu pai. Edward também está rindo com a situação dele. As tiras das batatas estão grossas e e ele está tentando deixar elas mais finas.

–Você está estragando o nosso almoço. –eu digo me aproximando de Edward e pegando a faca da mão dele. –Vai ajudar seu filho a fazer o suco.

–Mas é só colocar a água em uma jarra e colocar o pó. –Louis diz rindo. –Eu posso fazer isso sozinho.

Ele sai da cadeira e Edward o ajuda a pegar água no filtro. Louis abre a o saquinho do suco de morango e joga o conteúdo dentro da jarra. Louis pega uma colher e começa a mexer o suco, Edward fica do meu lado e também observa Louis.

–Pronto. –Louis diz orgulhoso de si mesmo. Eu sorrio para ele e continuo cortando as batatas. Edward anda até o grill e tira os últimos hamburgers e os coloca em um prato.

Edward se senta ao meu lado no chão da sala segurando seu copo com suco. A mesinha de centro nos serviu como mesa já que Louis não queria almoçar na copa. Edward meio que brigou com ele mas eu disse que tudo bem almoçar no chão da sala. Olhei para Louis e ele devorava seu segundo hamburger e olhava para a tv. Estávamos vendo Dr. Dolittle, um dos filmes favoritos de Louis.

–Pai, nós vamos embora? –Louis pergunta com a boca cheia. Edward sorri para ele e eu também.

–Sim, só mais tarde. –Edward responde calmo e eu acaricio sua mão. Eu não quero que eles saiam daqui. Edward pega a minha mão e a beija delicadamente. –Amanhã eu tenho uma festa chata da empresa para ir. Eu gostaria que você fosse comigo.

–Que horas? –eu pergunto sorrindo para ele, ele sorri e coloca seu copo sobre a mesa.

–Depois do trabalho. Eu posso te buscar aqui. –ele diz acariciando minha mão.

–Ok. –eu sorrio para ele e ele retribui.

Já são 17h00min quando Louis acorda no sofá. Edward o pega no colo e Louis se agarra nele, ele ainda está com sono. Edward caminha até a porta e eu abro para ele. Ele para na minha frente e eu lhe dou um selinho. Ele sorri e eu beijo a testa de Louis que dorme profundamente no colo do pai.

–Até amanhã. –eu murmuro no ouvido de Edward e ele sorri novamente.

–Até. –ele beija a minha testa e eu vejo ele entrar no elevador e partir.

...

Ao me deitar na cama eu não consigo dormir. Meus hematomas estão doendo e eu sinto falta de Edward. Seus braços me envolvendo e me protegendo. Nunca me senti tão protegida, amada e desejada por um homem, um homem que eu gostasse. Edward era perfeito em todos os sentidos, perfeito para mim.

Eu queria poder dizer que eu sou perfeita para ele, mas nós somos de mundos totalmente diferentes. Não sei como nossa relação irá andar, tenho medo que dê tudo errado, que minha história atrapalhe a vida dele. Eu me pergunto se eu consigo, a partir de hoje, viver sem ele. E a resposta é não.Não consigo viver sem Edward.