From A Dead Girl escrita por Annie Hirano


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira one-short...Me avisem se tiver ficado ruim, eu não estou muito confiante >-



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Luka POV

   A chuva caía fortemente, enquanto eu ficava apenas parada em baixo dela, sem expressão. O barulho dos pingos batendo contra o solo repetidamente e rapidamente fazia com que produzissem um som parecido com uma estação de rádio fora do ar. E no meio destas ruas desertas e escuras, agarro meus próprios cabelos cor-de-rosa, e grito. Grito o mais alto que pude, descontando toda minha dor e frustração, sendo o mesmo abafado pelo som da chuva.

 Eu estava enlouquecendo.

 Eu sentia como se minha alma estivesse sendo esmagada, e dor e o desespero não cessavam. Eu queria gritar até ficar rouca, e ainda não seria o suficiente.

 Meus pulmões doíam. Minha garganta doía. Mas eu não me importava, eu só queria...Que tudo acabasse de uma vez.

...

 Olho para as poças de água escuras no chão. Meu rosto estava molhado, mas eu não conseguia diferenciar a chuva e minhas lágrimas.


 Parece que você nasceu para me atormentar, não é? Parabéns, você conseguiu. Você tomou tudo de mim. Me humilhou, tomou os meus amigos. Tudo o que eu tinha, tudo. Agora enquanto você é a mais amada do colégio, aqui estou eu, carregando esse ódio que era para ser só seu.

 EU FUI MUITO BURRA DE CONFIAR EM VOCÊ!

 Minha garganta queimava, protestando contra todos os meus gritos. Mas eu não ia parar. Eu não podia parar. Eu não conseguia mais segurar tudo aquilo.

 Você tornou minha vida um perfeito inferno. Todas as manhãs quando eu ia para o colégio, você me atormentava. Sem o conhecimento de todos, você me agrediu. Fingiu ser perfeita enquanto estávamos perto deles. Você é um demônio, espero que queime no inferno. E eu nunca pude te responder nada, nunca pude me defender. Sequer escrevi em meu diário sobre esse assunto, afinal, eu não tinha solução pra isso. Um problema sem solução não valia a pena ser escrito.

 A seda delicada do vestido que eu estou, já está completamente ensopada. Você lembra desse vestido? Sim, foi o da primeira fasta que fomos juntas, quando éramos amigas, e eu lhe apresentei aos meus outros amigos. Ah, perdão, nós não éramos amigas, você fingia que éramos. E agora não são mais meus amigos, são seus.

 O meu rímel já extremamente borrado, fazia com que minhas lágrimas ficassem negras. O frio não me incomodava.

 A diferença entre a sua ironia e a sua ternura? Não existe alguma. Pois a sua ternura é uma ironia.

 Apenas eu tive a sensação de perda quando me afastei de você, não é?

 Porque eu te considerava minha melhor amiga. E você? Você optou por me usar como uma mola, um impulso para subir na popularidade.

 O tempo está ficando cada vez mais escuro e nebuloso. Mas quem se importa?

...

 Eu quero ir pra casa, mas não pra essa de agora. Eu quero acordar e ver que tudo isso não passou de um simples pesadelo, que você ainda é minha amiga, com a mesma gentileza de sempre.

 Balanço a cabeça, não me deixando sonhar mais. A realidade era essa.

 Um dia, você já havia enchido minha vida com lindas palavras, que coloriam a minha vida um pouco solitária. Me fez ter uma felicidade momentânea, e depois arrancou tudo que eu tinha conseguido de mim. Me usou e me obrigou a usar uma máscara de felicidade falsa.

 E eu gritei novamente, fincando minhas unhas em meu próprio rosto, fazendo-o sangrar. As lágrimas agora eram tingidas com o vermelho enquanto eu aprofundava ainda mais o corte.

 A chuva começou a cessar, mas a dor que eu sinto continua, apesar de todas minhas tentativas de fazê-la passar. Eu não agüento mais...eu não quero mais...

 Corro para casa, ignorando o olhar de algumas pessoas que passavam na rua. Assim que chego em minha casa, abro a porta batendo-a com força contra a parece e derrubando um velho vaso de porcelana. Mas não me importei sequer em fechar a porta.

 Já, já, vai estar tudo acabado.

 As leis de bom-senso e ética que são aprendidas em todos os locais, você quebrou todas. Você me quebrou.

 Abro sem cuidado e apressadamente a gaveta da velha cozinha, tirando dali uma faca afiada.

 O sentimento da sua perda ainda me atormenta, sabia? Eu chorei por você.E olha o que você fez comigo.

 Corto os meus pulsos, ignorando a dor. O cheiro do sangue chega até mim, enquanto o líquido quente derramava pelo meus pulsos.

 Dói...Mas não dói tanto como continuar aqui.

 O que irá sumir? Vamos, você sabe. A resposta não é nada impossível de se imaginar.

 Sento no chão da cozinha, que ficava cada vez mais manchado pelo meu sangue. A seda do vestido já estava um pouco rasgada e manchada.

 E as minhas lágrimas manchadas por causa do meu sangue e do rimel formavam agora uma cor vinho.

 Está satisfeita agora?

 Minha visão começa a se turvar, enquanto eu caio no chão frio.

 Porque você não se arrepende de nada...Porque você tirou tudo de mim...Porque você me maltratou, tornou minha vida um inferno...Por isso eu estou assim...

 Mas eu te perdôo.

 Porque?

 Por causa dessa sensação de perda incessante, que não me deixa odiar você.


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Notas finais do capítulo

Como ficou? Bom? Ruim? ç-ç comentem e deixem uma autora feliz, onegai