No More Mr. Nice Guy escrita por Hannah Arendt


Capítulo 1
01 - That one with the crow


Notas iniciais do capítulo

Ficou uma droga -q quero reviews, muitas, muitas e muitas reviews AHUSHAUSHS custa muito escrever uma review dizendo: o// ? Acho que não vai cair seu dedo, e se cair eu colo, porque sou muito boazinha... E se você não mandar uma review, meu exército de zumbis vai te comer, fi duma rapariga HAUSHUASHAUSH.



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A corrida fez com que a besta tremesse na minha mão, eu já me acostumara com o peso da minha fiel companheira, que estaria comigo na dor, na guerra e no amor... Na guerra e no amor, pois na minha situação, o amor era a guerra, meu amor era por matar zumbis, com as flechas na minha besta e a honra da na minha face, em esperança de que um dia veria o mundo livre de tai atrocidades.

A terra e a grama se misturaram, não num barro, e sim numa poeira leve que irritava levemente minhas narinas, acariciando-as.

Desta vez eu não caçava os chamados “walkers” e sim comida para os que me auxiliavam na caçada te tais aberrações.

Por mais que o exército de zubis fosse vorazmente interminável, eu queria os vivos bem alimentados e descansados, para que pudessem combater os zumbis de igual para igual... De superior para superior. Porém não era possível, e jamais seria, zumbis jamais cansavam, jamais tinham necessidades, jamais tinham sentimentos. Essa era nossa desvantagem... Sentimentos. A tenção era grande justamente por isso, um queria proteger o outro, o outro também queria proteger um, e aquilo virava uma grande paçoca de sacrifícios. Todos aqueles segredos, todas aquelas coisas que nos cercavam, acabando com tudo e todos, matando o pouco de humano que ainda havia dentro de nós.

Os meus passos se desaceleraram quando vi um ninho de pássaros ser devorado cruelmente por um walker que debruçava em cima dele no chão. Sobre nós, um corvo enorme, que naquela altura eu gostaria de chamar de refeição, para o qual eu apontava com a minha besta. Mas e se o walker chegasse antes de mim na ave que estava prestes a cair? Ele poderia perceber minha presença com o barulho da queda ou o ganido esturricado da ave, e em um segundo de distração eu seria comida de um daqueles mortos vivos peçonhentos.

Eu escolhi acertar o walker primeiro, abaixei a besta em rumo a sua cabeça, ele estava ocupado demais para olhar ou sequer perceber.

Eu me parecia tão seguro a mim mesmo quando matava aquelas criaturas, que nem me dava conta das atrocidades que me assolavam. Eu tinha medo de errar, o mesmo medo que tive com os que eu conhecia, não poderia acontecer... Não pela quarta - ou quinta - vez. É, eu não conhecia tantas pessoas.

Deveria me lembrar de agradecer a Merle quando chegasse ao acampamento. Se é que estaria vivo. Lembrei-me do que acontecera com Amy, Sophia e outros do nosso grupo. Isso um dia também aconteceria comigo, provavelmente brevemente... Maus presságios? Lembrei-me também de que aconteceria com todos nós, uma hora ou outra, não tinha como fugir, por tudo isso não haviam motivos para temer... Pois não havia o que temer.

Eu não acertei a flecha, ela passou apenas de raspão pelo zumbi, que com uma rapidez sucinta se moveu descomumente, como se desviasse da minha flecha. Pouco mais voraz do que um maratonista haitiano, ele se aproximou, ultrapassando a distancia que eu considerava “segura”. E meu momento de descuido chegara.

Eu recuei, mas minhas constas encontraram uma árvore, com um tronco tão grosso quanto um poço que tinha perto da fazenda dos meus pais. Tropecei em suas raízes que já batiam em meus joelhos com sua altura estranha, expurgadas para fora do solo que um dia já fora julgado profano, mas era tão puro quanto minha própria alma.

Ele babava o sangue de outra sobre mim, enquanto eu falhava e chutava o ar em vão, no intuito de manter a criatura longe de mim. No impacto da minha queda minha besta havia caído, numa distancia pela qual eu não pegaria.

Algo atingiu o corvo de modo certeiro, os galhos do carvalho caíram com a ave que padeceu. O walker continuou feroz, quando vi ele pular sobre mim novamente, sua carranca estava a centímetros do meu rosto, e algo prateado perfurou sua testa violentamente. A ponta afiada roçou em meu rosto, e abandonou o zumbi que faleceu pela segunda e definitiva vez.  

Aquilo que me salvou não era humano, porém era gracioso, belo, intrigante. A criatura correu cambaleando, como se houvesse se machucado.

Eu rumei novamente para o acampamento, não ousei procurar o corvo, que a essa altura deveria estar sendo exibido que nem um troféu, e muito menos a criatura que o matou. Porém tive a impressão de que algo me seguia na selvageria da mata, me cercava com seus olhos famintos, que me fitavam por dentro das folhas verdes e cheias de orvalho.

Eu, Daryl Dixon apavorado? Daryl Dixon com medo?

Não, impossível! Eu era Daryl Dixon, e não existiria se estivesse com medo. Nessa hora tive medo do não existiria, de um modo irônico e futil.

O acampamento, como sempre, estava cheio, a beira da floresta, as barracas de camping armadas e vistosas, como se num simples fim de semana entre amigos, a diferença era que agora era o fim do mundo entre núcleos, como se numa história dividida por etapas e classes.

Merle afiava a faca que agora substituía sua mão, longe da nossa barraca. Todos ficavam longe dela.

Larguei a besta no chão e rumei ao encontro dos demais.

-A mocinha comeu todos os esquilos, foi “Darylzinha”? – Perguntou Merle num riso sarcástico.

-Não.

-E aonde estão eles, Daryl?

Rick com certeza era mais educado do que Merle. Todos sentiam-se seguros perto dele, menos eu. Sabe qual a semelhança entre Merle e Rick? Não, é claro que não! A semelhança entre Rick e Merle é que tudo que eles passaram os mudou, seu jeito de pensar e de agir. Merle já foi como Rick, mas na selva dele, era diferente o modo de viver. Rick já foi como Merl, mas na selva dele, isso significava apenas dor e sofrimento. Eu respeitava as pessoas por isso, porque todos tinham uma selva ou origem unicamente dolorosa, e nenhum deles estava pronto para a encarar. Eu não me importava com isso, apenas com as consequências que cada uma das selvas causava a cada um de nós.

-Eu iria trazer algo bem maior do que um esquilo – eu respondi. –Mas um dos malditos walkers apareceu e...

-E?

-E eu acertei um tiro no meio da cara dele.

-Tiro Daryl?- Perguntou Dale em cima do trailer. –Você só levou sua besta.

Nunca fui muito bom com mentiras, eu nem conseguia ser convincente quando precisava.

E lá surgiu pela trilha da mata, agora escura. Tinha cabelos longos e sedosos, enrolados em caracóis miúdos e brilhantes, suas vestes brancas estavam extremamente limpas. Seus pés descalços pareciam não se incomodar com os pedregulhos. A pele não aparentava cansaço, nem ao menos estava suada, mas sim pálida, quase cinza, como se estivesse com frio, ou como uma morta, mas não aqueles mortos que víamos habitualmente, uma “morta bonita”.

Uma morta bonita? Daryl Dixon seu necrófilo!

Se o torpor não me pegasse naquela hora, eu teria rido.

Nauseado, observei-a soltar o corvo, que de asas abertas era quase maior do que ela. Ele voou em minha direção, quando a bela arrancou um arco trançado de galhos das suas costas, acertou o corvo em cheio, e o mesmo padeceu perante a mim, com suas penas voando esturricadas e negras, contrastando com o cabelo selvagem da garota, seu peito estava estufado e morto. Quando me dei conta, todos haviam sumido, ela não estava mais lá, e nem ninguém. Apenas o corvo, que voltou-se novamente e cortou o céu, descolorindo-o com toda sua graça e esplendor.

-Acorde, margarida- chamou Merle ao chutar minhas costelas. –Eu não tenho o dia todo.

Tudo que tinha na minha mente se esvaiu, eu esqueci as feições inesquecíveis do rosto que me salvara, mesmo que sua presença não saísse da inércia da minha alma. Então lembrei-me da ultima coisa, mais uma das semelhanças entre Merle e Rick: Merle me sufocava.


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Notas finais do capítulo

Agora eu quero reviews porque sei que você gostou, fi duma rapariga D:



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