Regret escrita por Kaline Bogard


Capítulo 3
Capítulo 03


Notas iniciais do capítulo

Atrasado, mas veio!



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Regret

Kaline Bogard

Capítulo 03

– O primeiro caso foi o de Donald e Jean Singer.  Casal caucasiano, idades de quarenta e três e quarenta e dois anos.  Encontrados mortos há cinco anos atrás no quarto de hóspedes.  O patrão de Donald estranhou as faltas consecutivas e injustificadas, coisa que nunca acontecera antes.  Tentou contato e, quando não conseguiu, comunicou a polícia.  A casa não foi o local da morte, eles foram carregados e levados para lá.  Sem testemunhas, cena do crime limpa – Wes tomou um ar antes de continuar a ler seu resumo – Causa da morte: Donald foi apunhalado, Jean envenenada.  Dentes arrancados em ambos, assim como as unhas.  Mas nela foi pós morte.

Então voltou os olhos para Travis.  O moreno balançou a cabeça e disse o que lembrava de ter lido no segundo caso, resumidamente como o parceiro, pontuando o que era mais importante.

– Ralph e Lauren Doner foram os segundos.  Casal, brancos, com idades de quarenta e um e quarenta anos.  Encontrados mortos no porão da casa que também não foi o local da morte.  Nesse caso foi a mulher da faxina quem os descobriu, ela ia uma vez por semana limpar.  Isso mostra que o assassino conhecia a rotina do casal.

– Ou ele corria o risco de descobrirem os corpos antes.  Mas foi exatamente uma semana depois.

– Acha que o prazo de uma semana é importante?

O loiro pensou seriamente na questão.  Acabou meneando a cabeça.

– Não.  Ou o último casal não teria sido abandonado assim, sem uma forma de ser encontrado em uma semana.

– É o que eu penso – Travis retomou a narrativa – O resto você já imagina: nada de pistas, as mesmas características na morte de ambos.

Wes retomou o caderninho.  Na hora de dividir os casos tinha ficado com os impares e Travis com os pares.

– O terceiro assassinato foi o de Michael e Chistiny Winter.  Caucasianos com idades de quarenta e três e quarenta anos.  Eles foram encontrados em uma fazenda, três meses após o crime.  Isso mostra que o tempo que demoram para localizar não é significativo.  Só os encontraram por que a fazenda é alugada para eventos de tempos em tempos.  Os Winter tinham alugado por um final de semana, só depois de três meses eles foram encontrados.

– Não faziam limpeza nesse local?

– O relatório diz que sim.  Mas os corpos não estavam na casa principal.  Estavam no subsolo do galpão, local onde armazenam o feno.  Justamente por isso demoraram tanto para serem localizados: a fazenda foi emprestada outras vezes, mas só no terceiro mês realizaram um rodeio e acessaram o galpão de feno.  O cheiro de decomposição fez desconfiarem de algum animal morto.  Eram os Winter.

– Alguma pista?

– O de sempre: não foram mortos ali, ele tinha sinais de tortura e morte por objeto perfurante.  Ela, envenenada.  Cena limpa de evidencias que pudessem sequer apontar um suspeito.

– Maravilha.  Pra finalizar o ano passado foram assassinados Ronald e Katherin Shuler, eles tinham quarenta e dois e quarenta e um anos, caucasianos.  Foram desovados no iate de propriedade deles mesmos.  Uma firma especializada em tomar conta de animais acionou a policia, pois eles não voltaram para pegar o cão de estimação.  O resto você já sabe: nada de evidências, nenhum suspeito.  O assassino se deu um ano de férias, até hoje.

O loiro suspirou pesado e recostou-se na cadeira.

– Então sabemos que o casal dessa vez é da raça caucasiana, com idade na faixa dos quarenta anos.  Situação financeira estável...

– Praticamente partimos do zero.  Vamos torcer para que o sistema tenha algo deles.  Ou que algo no departamento de desaparecidos se encaixe.

– Estava pensando em olhar nos arquivos antigos e ver o que podemos apurar.  Vamos?

Travis ergueu uma sobrancelha e meneou a cabeça.

– Wes, a gente passou a tarde toda lendo esses casos.  Já passamos do horário.  Acredite: não vamos resolver isso assim.

– Mas...

– Vamos embora.  Você vai lá pra casa essa noite.

– Vou?! – o loiro perguntou entre irônico e surpreso.  Ainda irritava-se quando Travis tentava mandar em si.  E sabia que isso tinha a ver com a necessidade de controlar que a Dra Ryan identificara – Está bem.

– Bom menino – o moreno riu certo de que convenceria o outro.

T&W

Marks fechou o chuveiro e alcançou a toalha.  Secou-se rapidamente e de qualquer jeito.  A Califórnia era um dos estamos americanos mais quentes, Los Angeles em especial podia ser bem abafada, exatamente como aquela noite.

Vestiu uma regata branca que se moldou imediatamente ao corpo úmido.  Então colocou uma calça de algodão que também se ajustou bem ao corpo escultural.

Jogou a toalha sobre os ombros e saiu.  Deixou-se guiar pelo olfato e foi direto para a cozinha.

– Wes... eu te adoro, cara – gracejou ao ver que o loiro já estava bem adiantado preparando o jantar.  E, pelo cheiro, Travis sabia que ia se empanturrar.

– Essa era sua intenção ao me chamar para dormir aqui? – Wes provocou mexendo uma panela com molho.  Ele também se vestia de forma bem casual, com uma calça de moletom preta e uma camisa cinza.

– Bem, isso fazia parte do esquema sim, confesso.  Mas tenho outras intenções ocultas – Travis insinuou sentando-se a mesa de modo a assistir Wes terminando de preparar o jantar.  Apoiou o cotovelo sobre o tampo e descansou o queixo na palma aberta.

– Aposto que não quer falar sobre o caso...

– Hum?

– Vai ficar irritado se falarmos sobre O Dentista?

O moreno sorriu largo.

– Claro que não.  Não me importo de falar com você, sobre qualquer coisa – foi muito sincero em sua afirmação.

Ouvindo aquilo Mitchell parou de mover a colher e voltou-se para o outro detetive.

– Mas...

– Eu não queria que ficássemos até tarde na delegacia.  Mas vir pra casa, relaxar com um banho, comer algo saudável... e gostoso... e ir pra cama.  No decorrer de tudo isso podemos sim trocar impressões sobre o caso.  Por que não?

– Ora, Travis.  Você não tem jeito!

O mais alto riu divertido e voltou assistir enquanto Wes concentrava-se no jantar de ambos novamente.  Acabou perdendo o foco um pouco enquanto o loiro falava alguma coisa qualquer sobre o assassinato.

A mente de Marks dispersou-se.  Ele pensava em como tudo aquilo tinha começado com as sessões terapêuticas, que trouxeram a tona a tensão sexual acumulada e como os ajudara a se resolver.

No começo apenas sexo era suficiente.  Mas agora...

Travis não queria somente sexo com Wesley.  Queria mais, muito mais!  Desejava a companhia do loiro em todos os momentos, sobretudo os mais significativos, como aquele, um jantar a dois, intimo e aconchegante.

Queria a certeza de que ele seria apenas seu, sempre seu.

Já não era a maldita tensão sexual não resolvida.  Era o próximo estagio: relacionamento sério.

E como o loiro se sentia?

Nesse ponto Travis cravou os olhos azuis nas costas de Wes que, alheio aos pensamentos do moreno, continuava cozinhando e divagando sobre o caso.

O que será que Wesley desejava?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Ufa, essa semana está super corrida! Por isso perdi o prazo! Até semana que vem!