Regret escrita por Kaline Bogard


Capítulo 1
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

Se passa imediatamente após "Jogos", uma fic de minha autoria. Mas não há necessidade de lê-la para entender os fatos que aqui se desenrolam.
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Boa leitura.



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Regret

Kaline Bogard


Capítulo 01


Quando Travis e Wes chegaram à Central já estavam preparados para o tumulto que os esperava. Um grande número de jornalistas cercava a entrada do prédio a espera de qualquer mínima informação sobre o novo ataque de “O Dentista”.


Assim que viram os dois detetives chegando, trataram de cercar o carro e a ambos, tão logo desceram do Porsche.


– Detetives, já têm informações sobre as novas vítimas?


– O assassino manteve o padrão?


– Detetives...


– Não temos nada a declarar no momento – Travis foi falando enquanto abria passagem de forma firme, sempre se certificando que Wes estivesse por perto e não fosse cercado por aqueles abutres famintos – Faremos um pronunciamento oficial quando for apropriado.


Terminou a afirmação e conseguiu, finalmente, adentrar a Central de Polícia.


– Que gente mais chata! Não tem noção que estão atrapalhando?


Wes balançou a cabeça diante dessas palavras revoltadas do moreno. Geralmente Marks não perdia a paciência fácil. Mas quando alguma coisa punha as investigações em risco, ele não se segurava.


– Rapazes, – a voz do Capitão Sutton chamou a atenção de ambos. Ele tinha um pedaço de papel nas mãos – Aqui está o endereço onde os corpos foram achados. Já os mandamos para o IML por causa do estado avançado de decomposição, acredito que as autópsias começaram.


– O padrão...? – Wes deixou a pergunta no ar.


– Aparentemente se repetiu – o chefe respondeu – Sinais de tortura no marido. Um ferimento grave na esposa. Ambos com toda a dentição removida. Fora isso não parece haver nada em comum entre as vítimas anteriores, fisicamente falando.


– Conseguiram identificar o casal? – o loiro voltou a indagar.


– Ainda não. Deixo isso com vocês.


– Primeiro vamos ao local onde encontraram os corpos, talvez tenha algo interessante por lá – Travis colocou a mão no queixo – Depois passamos pelo IML e pegamos amostras das digitais.


– Muito bem. Quando voltarem venham a minha sala. Acenderemos um floreal para atrair boas energias pra essa investigação. Sinto que vão precisar, rapazes.


Travis e Wes se entreolharam, com o loiro dando de ombros e o moreno sorrindo torto. O capitão tinha momentos assustadores.


Mas, levando em conta a dificuldade daquela investigação, toda ajuda era bem vinda. E isso incluía os florais de Mike Sutton!


T&W


Os detetives chegaram ao local onde os corpos foram encontrados, uma espécie de galpão todo feito em madeira.


– Isso explica por demoraram tanto em achar os corpos – Travis desceu do carro e olhou ao redor – Parece que era utilizado para guardar produtos, mas de quem?


– Veremos isso nos registros da propriedade. Não há vizinhos próximos, então vamos desistir das testemunhas.


O moreno meneou a cabeça e avançou passando pela faixa de isolamento, algo que parecia desnecessário na área afastada e deserta, cumprimentando a maioria dos oficiais presentes ali. Wes foi atrás, com as mãos no bolso e muito mais discreto.


Dentro do galpão a equipe forense já estava em ação. O chefe da equipe, Will O’Haille, um homem de meia idade, cabelos ruivos curtos e bigode também avermelhado, características que vinham da descendência irlandesa.


– Chegaram na hora – ele foi logo dizendo – Já posso adiantar que aqui é o lugar da desova, provavelmente não da morte.


– Diz isso pela ausência de sangue? – Travis questionou.


– Exato. Estamos farejando cada detalhe. Foi um trabalho limpo.


– Marcas de pneus? – Wes perguntou tirando sua caneta e o caderninho de anotações do bolso.


– Algumas. Já fotografamos e mandamos para o laboratório. Me arrisco a dizer que não se trata de um carro muito grande e os pneus estão gastos. Um veículo mais pesado teria deixado sulcos mais profundos na terra da estrada.


– Os corpos...? – moreno deixou a pergunta no ar.


O’Haille fez um gesto para que os seguisse. Então parou mais ao canto esquerdo do depósito. O formato dos cadáveres estava riscado a giz branco no assoalho.


– Ele estava aqui, em decúbito dorsal. Ela foi colocada ao lado, com as mãos cruzadas sobre o tórax. O estado de decomposição era bem avançado, por isso enviamos logo para a autopsia.


– Quem encontrou o corpo? – Wes apertou o fundo da caneta retrátil algumas vezes, fazendo um barulho irritante. Parou ao ser fitado com impaciência por Willian – Desculpe.


– Alguém fez uma denúncia anônima, não tenho detalhes. Mas a temporada de caça está aberta e aqui é uma área protegida, por isso algum caçador que tenha passado por esse depósito pode ter encontrado os corpos, mas revelar sua identidade o colocaria em risco.


– Caça ilegal... – Travis falou pensativo – Isso pode explicar a origem do depósito. Não é uma estrutura muito nova... talvez guardassem pele de animais aqui...


– E madeira – Wes completou a teoria e fez um pedido ao técnico forense – Busquem por indícios que comprovem isso.


– Considere feito.


– Mais alguma informação?


Will voltou-se para Travis e passou a mão pelos cabelos.


– Não. Podem dar uma farejada aí, mas já sabem: cuidado com as evidências, não estraguem nada. Assim que eu tiver algo concreto, aviso a vocês.


Os detetives acenam em concordância. Primeiro olharam o interior do galpão. Não era nada muito elaborado, algo simples: amplo, porém sem divisórias. O teto era alto, janelas altas ajudavam duas lâmpadas potentes a iluminar tudo.


– O acesso é apenas por aquela porta – Wes falou anotando algo no caderninho de capa preta.


– Lugar isolado, distante, silencioso. Perfeito para se cometer um crime, mas parece que o assassino o escolheu para desova. Por que...?


– Talvez um ex-caçador que já conhecesse o galpão e soubesse das vantagens.


– É uma hipótese – Travis afirmou sem se comprometer – E confirma o padrão: cinco casais mortos, cinco locais de desova diferentes, aparentemente não há nada em comum entre eles. Vamos dar uma olhada lá fora.


Enquanto caminhavam lado a lado em direção à única saída do galpão, Wes guardou o caderninho e a caneta antes de fazer uma observação.


– Sempre há algo em comum, Travis. E esse detalhe é o que desvenda o caso inteiro.


– Nós vamos encontrar isso, cara. Nós vamos desvendar esses assassinatos em série. Um casal morto e torturado por ano, da mesma forma nos últimos cinco anos. Temos que acabar com isso.


Wes acenou com a cabeça. Estava mais do que na hora de desvendar os crimes macabros. O próximo passo era terminar a investigação ali e seguir para o IML.


Continua...






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Notas finais do capítulo

Pronto.
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Eu disse que ia meter peitos numa long e aí está ela. Aproveitei os primeiros dias de aula na faculdade, toda a calmaria e adiantei bem: sete capítulos digitadinhos.
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Eu não tenho intenção de ser uma Agatha Christie, então não levem o caso de assassinatos a sério. Eu só queria uma desculpa pra escrever sobre os dois, e na própria série os casos que eles investigam não são lá essas grandes coisas...
Qualquer situação bizarra ou estranha culpem minha falta de experiência com temas policiais. Mas se você procura apenas um pouco de Travis x Wes, sinta-se a vontade, ache um lugar e não esqueça a pipoca!
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Vou tentar postar toda terça-feira sem falta!
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Até terça e boa semana.