Gota Dágua escrita por Arabella Bass


Capítulo 1
Capítulo 1 - Toctoc realidade




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Podia ser uma noite agitada para algumas pessoas, mas não para mim, para mim era só uma noite como qualquer outra da minha medíocre e glamorosa existência. Eu já estava acostumada com a música alta que tocava nas boates, com as luzes que faziam tudo parecer irreal, as pessoas sempre muito bonitas e arrumadas que mais se pareciam com estrelas de cinema mas se achavam muito melhor que isso, o lugar era feito com toda pompa e requinte necessária para entreter os jovens da alta sociedade, filhos de milionários, e que sempre tiveram tudo na mão. E sim, eu fazia parte daquele circulo. E não estava nem aí.

A música tocava e meu corpo que seguia a batida em passos simples de dança animados e excitantes, era como se eu estivesse em um transe místico. Talvez tivessem colocado algo na minha bebida, mas eu simplesmente não importava, nada me preocuparia naquela noite, pois eu meio que já tinha uma carona pra casa, ou para um quarto de hotel com Jacob Black, ele era meu namorado desde que eu me entendo por gente. Jacob era filho do governador, considerado a ovelha negra da família, como eu em minha família. Então resolvemos juntar nossas lamurias e fazer uma festa, porque se tem uma coisa melhor do que festa para se distrair me manda por sms agora. Lucas foi o melhor que já me aconteceu, ele sabia como se divertir e era um perfeito MAFB, que para as garotas da alta sociedade significava: milionário, atlético, famoso e bonito. Eles eram um grupo comum em nosso meio, as vezes aparecia um novo por aí, só que era igual marca nova na prateleira, agente só pegava se alguém provasse antes e falasse que era bom.

A festa continuava á mil, mesmo sendo mais de três da manhã, e estivéssemos no meio de uma semana letiva e movimentada na Academia Educacional de Montevi, sem esquecer de um pequeno detalhe, tínhamos aula as 7 horas da manhã. Bem, isso não importava, ninguém aqui ia precisar trabalhar mesmo. Nós só íamos a escola, faculdade e coisas assim para termos um pouco de conteúdo e posar em sociedade, afinal, ninguém quer ser um mongol. E se tem uma coisa que eu admiro são as pessoas que sabem se divertir e conseguem ter um Q1 suficiente para manter entretidos os velhos bobocas que pensam que somos perfeitos. Ás vezes eu tenho vontade de explodir, mas já aprendi, ou estou acostumada a lidar com tudo isso. A questão não é quão boa pessoa você é, e sim quão boa pessoa você finge ser, pois a única coisa que precisamos fazer é sorrir e sermos as mais felizes das criaturas que já pisaram na terra.

- Swan! – era Lucas me gritando em meio a multidão, como ele poderia ser tão lindo? Dei com a mão e sorri.

- Swan, você sumiu -  ele falava agitado e sorridente.

- me desculpe meu bem, eu so vim pegar uma bebida – eu falava e acariciava seu rosto perfeito. Ele se aproximou lentamente e me beijou me fazendo arrepiar.

- Senti sua falta – ele falou ao terminar de me levar no céu. Como ele tinha talento.

- eu te amo! – eu disse me aproximando novamente para mais um beijo

- eu também te amo mon petit – sussurrou ele correspondendo meu beijo, mais se afastou rápido, eu fiquei confusa, ele parecia querer dizer algo.

- Jake, quer me dizer alguma coisa? -  perguntei enquanto ajeitava sua gravata borboleta azul que me parecia querer ficar na vertical.

- Bella, o que acha de irmos para uma área mais privada?  – disse meu namorado com uma voz meio grogue, ele era um gato, mais ficava bêbado mais depressa que uma barata, se elas ficassem bêbadas é claro.

- Já Jacob? Pensei que íamos ficar mais um pouco, eu nem vi a Angela – a Ang era minha BFF desde que eu salvei a bolsa Chanel dela de um pirralho do primário que resolveu checar a teoria de que as mulheres não vivem sem maquiagem, o pior é que o pirralho era meu irmão bastardo e mimado Brendan , ele atacou a bolsa da Nina pensando que era minha. Acontece que na bolsa da minha adorável amiga havia substâncias proibidas para menores por assim dizer.

- Ah! Você vê a Angela todo dia, vamos lá Isabella, por favor bella mia – eu amava quando ele falava outras línguas comigo, era tão sexy e me fazia derreter.

- Hum... e o que eu ganho indo com você em? – eu adorava provocá-lo, ele sempre soltava uma de suas pérolas, se elas fossem de conhecimento publico ele seria considerado o adolescente mais cômico da alta sociedade. Ele me deu aquele sorriso sacana que fazia qualquer garota por perto deleitar-se de prazer só de apreciá-lo, e eu não era uma exceção.

- Fora o gostosão aqui? Querida eu sou melhor que qualquer coisa do mundo.         

- Querido, a sua humildade é tocante – bem, pelo menos ele tinha senso de humor, ou será que estava falando serio? Isso também não importava, ele realmente tinha razão.

- Mas então, você vem ou não comigo princesa? – Arg, princesa era demais pro meu estômago.

- ja que não tenho escolha e você me seduziu... vamos. – eu já estava de pé esperando que ele segurasse minha mão e me guiasse com segurança. Ele me protegia tão bem.

- Tudo bem, mas primeiro preciso pegar umas coisinhas em um lugar, tudo bem? – eu já podia imaginar o que era. Jake era sempre tão seguro em relação a essas ‘cositas’ que parecia não se preocupar com as conseqüências que poderia sofrer se alguém descobrisse o que ele estava fazendo, já eu, tinha perfeita consciência que se alguém me pegasse nessas situações eu iria ganhar uma passagem só de ida pra um reformatório na antártica, acho que minha mãe ia gostar tanto da temporada sem a Isabella pra perturbar que ia provavelmente esquecer de mandar me buscar, depois que eu estivesse “reabilitada”.

- ta, tudo bem , eu não faço sempre tudo que você quer? – eu sussurrava em seu ouvido enquanto ele colocava uma daquelas mãos grandes e quentes nas minhas, e ainda beijava meu pescoço, o que me fez  me fez suspirar por alguns segundos, o toque de seus lábios acompanhavam a batida da musica.

- Então, vamos agora? – ele falava nos intervalos de tempo entre um beijo e outro.

- Claro. – eu disse me afastando de seus braços para que pudéssemos sair logo dali. Pronto, agora era só conseguir sair dessa muvuca, a maioria estava bêbada, então “com licença” acho que não ia rolar. Eu e o Jacob saímos empurrando os depravados. Meu coração estava acelerado, excitado, com a idéia de mais uma noitada daquelas. Jake me guiava pela multidão, às vezes só segurando a minha mão, outras meio que me arrastando, acho que estava precisando ser arrastada. A mão dele era forte e segura ao redor do meu pulso, e eu me sentia frágil e delicada perto dele, não gostava de me sentir assim, eu era forte e poderosa. Eu sempre fui a melhor, sempre estive no topo, talvez fosse beleza, autenticidade ou o meu dinheiro. Não importava. O que realmente contava era o quanto poderosa você é, e o resto é puro passatempo da vida. A família servia para manter as aparências, a escola pra você ter uma educação apropriada, e os amigos para as horas de tédio.

- Querido, qual é mesmo o lugar que vamos passar?

- Vamos para a casa de um amigo meu, ele tem o que precisamos, e depois podemos ir nos divertir em um lugar mais privado – disse Lucas, me tirando dos meus devaneios.

- Ótima idéia querido! mas, que amigo é esse? Eu conheço? Não me diga que é mais um daqueles favelados e fedorentos que você tem me apresentado ultimamente? – Era melhor perguntar antes, Jacob mesmo sendo tão refinado e rico sempre me surpreendia com esses “amigos” dele. Lembro no feriado passado, em que ele me levou para conhecer um amigo de infância, o cara era meio hippie, só que daqueles que não tomam banham diariamente nem escovam os dentes. Passei o resto dos dias tentando tirar aquele cheiro do meu corpo.

- Não precisa se preocupar Swan, o cara é gente boa, e eu te juro que ele toma banho – Jacob bem sabia das minhas preocupações. Eu passei às 4 horas de volta pra casa do feriado reclamando com ele por causa do mau cheiro e da maldita cadela do homem, que o próprio a apelidara de “coisinha linda do papito”, com certeza aquela criatura poderia ser  inscrita no concurso de cão mais feio do mundo que venceria com unanimidade. Eu tive pesadelos com aquele animal por um mês.

-Tudo bem , mais eu não vou nem descer do carro, você entra e pega, ah! Seja rápido, eu estou com pressa de ficar só com você. - Ele concordou. Caminhamos em direção ao meu Mercedes SLS que estava do outro lado da rua, meu querido namorado estava meio que de castigo e ficaria sem carro por um mês, as punições dos Sr Black eram extremamente antiquadas para um garoto da idade de Lucas. Entramos no carro rapidamente, já dentro passei as chaves para Lucas que estava no banco do motorista, liguei o som e estava passando uma musica dos anos 50, a batida era calma e voz do cantor passava um certo conforto, que era exatamente o que a minha vida estava precisando no momento. Não conversamos durante o trajeto até a casa desse misterioso amigo dele, talvez precisássemos de uns minutos absortos em nossos pensamentos. Jacob segurava a minha mão e às vezes a colocava as suas sobre a minha coxa.

- Já estamos chegando ? – perguntei, querendo quebrar o silencio, que em minha opinião já estava ficando meio incomodo.

- Sim querida – ele disse enquanto me lançava um sorriso, do tipo que só ele sabia dar, se tinha uma coisa que eu tinha certeza no mundo, era sobre minha relação com o Jacob. Nós tínhamos nossos altos e baixos como qualquer outro casal, mas ele me amava, e esse era um fato incontestável.

- Você pretende ir pra aula mais tarde Swan?

- Sim, eu já dei trabalho demais pra minha mãe, ela não merece mais um telefonema do diretor pra reclamar das minhas faltas.

Ele balançou a cabeça, meio descrente. Jacob não tinha um bom relacionamento com a família, então ele achava que ninguém poderia ter. Quantas vezes eu presenciei as discussões dele com os pais, sempre relacionada à publicidade e má postura. Se bem que ultimamente ele tem se envolvido bem menos com escândalos, queria saber que ameaça o pai dele fez dessa vez, talvez um colégio interno na suíça. Era o mais provável. Entramos em uma rua deserta de um dos bairros mais afastados da cidade, era enfeitada com grandes arvores e nenhuma luz, estacionamos, haviam poucos carros e nenhuma pessoa parando por lá agora. Na outra extremidade da rua, tinha um carrinho de sorvete. Eu não segurei o riso, aquilo era patético, sorvete em plena madrugada. Lucas abriu a porta, saiu do carro e entrou em um prédio sem nem se despedir. O prédio em que ele entrara era meio velho, porem, parecia ser de uma arquitetura antiga, talvez do final do século XIX. Esperei Lucas por um bom tempo tentando me distrair apenas com meu celular. Ele estava demorando.

Já se passavam 15 minutos desde que o Lucas saio. Me perguntei se ele tinha esquecido de que eu estava no carro esperando por ele. Garotos, humpf. Cada um com sua péssima mania, o meu de quebra tinha varias, e a que mais me irritava era como ele era sem noção quando estava com os amigos, perdia totalmente a hora e a vergonha na cara. Continuei tentando me distrair, agora com meu colar de perolas. Olhei pelo vidro do retrovisor, pra checar se Jake já estava a caminho, nenhum sinal dele, mas aquilo me fez observar uma outra coisa, percebi que um cara estava saindo do ridículo carro de sorvete. Ele era alto e estava todo de preto. De repente me vi tomada por uma onda de pânico, eu estava sozinha no carro, em uma maldita rua deserta e com um cara desconhecido vindo em minha direção, eu já podia deduzir não estava vindo me oferecer um sorvete e perguntar se eu queria de chocolate ou morango. Às vezes eu ficava encabulada, querendo saber como eu me metia nessas confusões. Se meu pai visse...

Num impulso, eu saí do carro e comecei a correr, não querendo entrar nos índices de assassinato da cidade de Montevi. Eu realmente não devia ter ficado sozinha naquele carro, se eu estivesse com o Jacob, ele me protegeria. Entrei no prédio meio que desesperada e com medo, eu tinha o péssimo habito de entrar em pânico por qualquer coisa. Não tinha ninguém na portaria do prédio, o que na minha situação era medonho. Credo, ô meu santinho, pra que buraco o Jake veio me enfiar dessa vez. Eu estava totalmente perdida naquela portaria catatônica, sem saber o que fazer, afinal, meu relapso namorado não tinha me falado em que apartamento morava o amigo dele.

Sentei em um sofá velho que havia no corredor, o cheiro daquilo era de coisa velha e mal cuidada, cheiro da minha tia avó, Arg! Percebi um barulho no elevador, estava descendo. Nossa, me surpreendi, essa coisa tem elevador. Bem, agora era esperar que quem saísse de lá não fosse um serial killer.

A porta do elevador se abriu e era Lucas, mas um Lucas afobado como nunca se vira antes.

- Swan... Swan, você nem acredita – caramba, ele nem respirava.

- Primeiro calma, respira e cala a boca. Com é que você me deixa sozinha num lugar desses? – eu tentava acalmá-lo.

- Mas foi você que quis ficar. – Disse ele com sarcasmo, eu odiava sarcasmo, pelo menos quando não era eu que estava usando.

- Vamos, não temos tempo, temos que cair fora daqui, Ricardo me falou que a policia desconfia que ele seja traficante de drogas e ultimamente eles têm ficado de guarda por aí,

esperando um sinal. – Jacob falava e segurava minha mão querendo me arrastar, ele olhava de um lado pro outro procurando algo, eu não entendia.

- Desculpe meu bem, mas a única coisa que anda por essa rua é o “exterminador do carrinho de sorvete”.

- Hum? O que? Bebeu de mais Isabella? – ele já me arrastava pelo corredor daquele maldito lugar.

- Arg, não seja tosco. Eu estava lá no carro e a única coisa que tem nessa rua maldita é um patético carro de sorvete. Quando me virei, vi um homem todo de preto vindo na minha direção e acho que o resto da historia você pode imaginar. – Jacob me fitava com os olhos maiores que dois pêssegos enquanto eu falava, me pareceu um pouco desesperado quando colocou a mão na cabeça entrelaçando os dedos em seus cabelos escuros, lisos e perfeitos.

- Droga Isabella! aquele não é o sorveteiro! – ele parecia alterado.

- Como assim? Eu não to entendo Jake – eu estava confusa com toda aquela historia.

- Isabella! Aquele homem é um policial disfarçado, e dos mais passados de baixo da ponto pelo visto – eu estava pasma, como? Eu não entendia, isso com certeza não era um bom sinal, mas eu tentava me manter calma para acalmar Jacob também.

- Certo, e agora, o que nós vamos fazer?

- Eu tenho um plano. O seguinte Isabella, eles só tem um guarda de plantão lá fora, então eu vou te dar a droga, você esconde no vestido ou no sapato, sei lá. Você entra no carro, e dirige o mais rápido que você puder, talvez você consiga escapar, talvez não, mais vai ser tempo suficiente pra que eu possa fugir.

Eu devo ter ficado uns 10 minutos parada, com a boca escancarada, atônica. Querendo que as coisas que eu ouvi fossem só uma ilusão cômica do meu cérebro, que com certeza não devia estar funcionando bem. O Jacob podia ser o que fosse, mas ele sempre cuidava de mim, nós nos completávamos, éramos nossos portos seguros. Eu olhei pro rosto dele e vi algo diferente, o garoto que disse aquelas coisas não podia ser o meu Jake, o meu amado.

- Como assim? Você quer que eu seja presa pra você fugir? Jake, você ta com algum problema? – eu gritava e chorava ao mesmo tempo, ele tinha acabado de me decepcionar. Ele se sentou no sofá, que eu estava a pouco tempo. Tinha uma expressão horrível de angustia e sofrimento. Agora eu queria saber como minha noite, de inicio tão divertida, tinha se transformado nisso, um enorme pesadelo.

- É o meu pai Swan. Você nem imagina como as coisas estão lá em casa. Sabe, sempre foi ruim. Mas desde que minha conduta começou a prejudicar a maldita imagem dele, as coisas estão piores. Ele disse que da próxima vez que eu aprontasse ele me deserdaria e me afastaria de todos da família.

 - Mas meu amor, você tem uma fortuna na poupança. Poderia se sustentar muito bem, ate assumir o negocio dos Clyntons. Afinal, você pretende assumir a negocio que o seu tio deixou de herança pra você, né?

- Claro, claro, o dinheiro não é o problema. É... a minha irmã. Swan, eu não quero ficar longe dela, não quero que ela passe pelo mesmo que eu passei na minha infância, eu quero estar lá pra cuidar dela. Você me entende? Bella, você tem que fazer isso por mim, se você for pega sua mãe vai pagar sua fiança e pronto, resolvido, você não tem passagem na policia. Isso seria simples pra você. Por favor! – ele levantou e veio na minha direção, ficando na minha frente, olhando nos meus olhos

– você não me ama? – eu assenti com a cabeça

– então Swan, essa será a maior prova de amor que você poderá me dar, eu prometo que vou logo atrás, eu vou estar do seu lado.

Eu não sei em que momento eu disse sim, mas quando dei por mim, eu estava pegando dois saquinhos brancos que pareciam duas bolinhas de gude e colocando no meu sapato Jimmy choo, me dirigindo ao carro.

Quando eu entrei, olhei ao redor, pra ver se o tira estava por perto, eu não o vi. Estava colocando a chave na ignição quando eu ouvi uma batida no vidro do carro. Eu dei um pulo, minha cabeça bateu no teto e chave caiu no chão.

- Ei mocinha, abre o carro, policia federal – disse um loiro pálido, com o nariz semelhante a uma escada de tão quebrado e me mostrando sua carteira de identificação.

- Vai embora! – eu gritei, tipo, o que se fazia quando a policia bate a sua janela? Eu não era perita no assunto.

- Abra a porta, é a policia, eu só quero conversar – ata, nem minhas primas de 4 anos acreditariam nisso. Tenho cara de quem nasceu ontem?

Fiz o que Jacob me disse e pisei com tudo no acelerador, lembrei que eu não tinha ligado o carro. Passado o meu momento lost, liguei o carro e arranquei com tudo, rezando pra tudo quanto é santo não me deixar bater o carro da minha mãe.

Como o Jake previra, os tiras me seguiram, eu estava me sentindo em um típico filme policial tosco, Minhas mãos estavam muito suadas, minha pressão com certeza baixa, probleminha numero dois da senhorita Swan. Era só o que me faltava, ir pro ponto socorro e depois pra cadeia. Será que eles me levariam para aqueles hospitais públicos, onde tem gente soltando tripa no corredor? Eca.

Os policiais estavam praticamente encostados no meu carro. Era hora do segundo plano, momento Isabella Swa. Eu estacionei do lado de uma lanchonete que eu freqüentava com meu pai quando tinha uns 10 anos, tinha uma decoração indiana e servia uma ótima comida, mas isso não vem ao caso no momento. No banheiro tinha uma saída que dava pra um terreno baldio do outro lado da esquina, ótima rota de fuga.

Pulei do carro e sai correndo, sentindo debaixo do meu pé os saquinhos que o Jake tinha me dado. Parece que o toctoc não era do sapato, era da droga. Entrei na lanchonete, fui recebida por um sorriso caloroso de uma senhora esguia e baixinha, me desculpe baby, mas a gorjeta fica pra outra hora. Fui direto para o banheiro, sem tempo para olhar pra linda decoração simples, mais aconchegante. O banheiro era amplo e bem cuidado, não sei se era minha cabeça, mas eu sentia um leve cheiro de menta e canela no ar. Sem tempo pra ficar cheirando o banheiro, e não no banheiro, tranquei a porta de entrada e me dirigi a da saída.

Chegando na porta para minha salvação, ao tentar abri-la, eu percebi que a bendita estava trancada.Só podia ser carma mesmo, eu estava sendo uma garota muito má. Voltei correndo pra porta de entrada, ela devia funcionar na outra né?  Peguei a chave e quando estava na metade do caminho ouvi uma batida na porta.

_ Abra a porta, isso é uma ordem, policia federal – pode berrar o tanto que for daqui não saio, a não ser se for pra fugir. Testei a chave na porta e pra minha felicidade ela abriu, ótimo, pelo menos uma coisa da certo para mim esta noite.

Do outro lado da porta, para minha infeliz surpresa, não estava o meu tão sonhado terreno baldio, e sim um muro que fazia o Michael Jordan parecer um anão. Bem, realmente hoje não era o meu dia. Agora era só uma questão de tempo, eu já sabia o que estava por vir, delegacia, prisão, briga com mamãe e discussão com a família, vergonha publica e isolamento.

Não, eu não ia deixar isso acontecer, quem eu era? Isabella, a magnânima, ou uma adolescente patética? Eu ia arrumar uma saída, todo momento na vida tem seus altos e baixos, e eu realmente já passei por coisas piores, mas isso não vinha ao caso. Eu me sentei em um mini-sofá no canto do banheiro, para esperar o inevitável.

Agora, Jake era a única coisa que me vinha a mente, e junto dele um aperto no coração. Era meu amado, meu porto seguro, ou eu achei que era. Ele foi o meu primeiro, meu primeiro amor, primeiro beijo e me fez conhecer o mundo e as pessoas. Só a vida não é um conto de fadas, e eu não sou uma princesa fadada a ser feliz. Lembrei-me de muito tempo atrás, quando me prometi nunca amar ninguém, amor só trazia angustia e sofrimento. Mas ele quebrou minhas barreiras, me conquistou. Talvez fosse o momento em que ele me encontrou, desolada e sozinha, eu era pouco mais que uma menina e ele o cara mais sexy que eu já tinha visto. Queria saber onde ele está agora, e se está pensando em mim.

Será que aquela historia da irmã dele era mesmo verdade? Ele nunca pareceu se preocupar com a irmã caçula, pelo contrario, tinha momentos que ele parecia odiar a pequena Ellen. Mas Jake nunca seria capaz de mentir pra mim, nós não tínhamos segredos.

A batida na porta parou, com certeza o policial cara-de-limão-podre tinha desistido de fazer ela tentar abrir. Tomara que ele tente pular o muro, e se esborrache todo no chão.

Ouvi um barulho de tranca na porta, por um momento pensei que seria meu Jacob, que viesse para me buscar, me livrar desse tormento. Garota tola, pensei quando vi a roupa preta ridi de ridícula do policial emergindo da porta. Lucas devia estar em casa agora, deitado na cama e vendo TV, provavelmente esperando ver a minha cara chorosa com o anuncio “ Herdeira das empresas Swan&Lyder, Bella Swan é presa por porte de cocaína, a jovem de 17 anos foi pega na madrugada de segunda- feira em uma lanchonete indiana, com a droga no sapato e um pufe laranja na mão”, ia ser um escândalo, um verdadeiro circo, e eu ia ser a atração principal.

_ Chega de brincadeiras mocinha, vem, vamos ter uma conversinha.

Me levantei meio sem vontade, sem vontade de ir pra uma delegacia com um monte de gordos bigodudos que se achavam os reis do mundo e vários puxa-saco sem cérebro com cara de limão, sem vontade de enfrentar o que estava por vir.

Eu nunca fui tão humilhada. Se minha existência já era um desastre, isso a tornava ainda pior. O que as pessoas iriam pensar de mim? Eu já podia dar adeus a minha reputação e isso era tão frustrante.  E ainda tinha minha mãe, essa era realmente algo com que eu deveria me preocupar, eu já havia causado muito sofrimento a ela.

No carro, fitando a janela embaçada eu me perguntava, como aquela mulher tão doce e educada podia ser minha mãe? Ela não merecia sofrer tanto comigo, mas eu não conseguia me controlar. E era nas loucuras do dia-a-dia que eu conseguia extravasar minha revolta. Eu nunca acreditei que tudo foi um simples acidente. Eu sonhava todas as noites, como seria se tudo fosse diferente, se o papai estivesse aqui. Mas como não está, e o futuro não se pode mudar, então eu tento esquecer o sofrimento e enganar a dor da melhor forma que eu conheço. Mas a única pessoa que não merecia pagar por isso era minha mãe, Raina Swan. Desde o desastre da na minha família minha mãe vivia só pra mim e meu irmão, fazia de tudo para sermos feliz, era a melhor mãe do mundo. O pior de tudo era fitar seus olhos tristes e decepcionados quando agente aprontava, eles nunca eram raivosos.

Mesmo com o aquecedor ligado eu sentia frio. Talvez esse vento gelado viesse de dentro de mim. O carro tinha um cheiro nojento, de carne podre. Bem, combinava com o policial que me levava. Me sentei no lado da porta e encostei minha cabeça no vidro da janela enquando tentava segurar as lagrimas que se acarretavam em meus olhos, tentava imaginar como estava os resto do mundo nesse momento, meus amigos com certeza festejavam alegres, minha mãe se divertia em sua reunião de amigas, meu irmão deveria estar saboreando um grande pedaço de bolo de chocolate em casa como fazia todas as noites, e meu namorado, meu amor, meu melhor amigo, onde será qe ele estava? Era o que mais queria saber, já eu, estava sendo levada para a delegacia e seria presa por carregar drogas. Lamentável.

Cheguei à delegacia, meio sem ver o caminho por aonde ia. Agora eu estava com sono e cansada, queria ir pra casa, tomar um bom banho e esquecer que o mundo existe.

_ Olha, o que temos aqui. – disse um senhor alto, magrelo e com cara de poucos amigos.

_Ela estava com aquele traficante que estamos de olho há um tempo, aposto que a garota está com algum tipo de droga, nós vamos poder provar que Ricardo Sullan contrabandeia droga para os jovens da cidade. – Disse o cara de limão seco, se achando o James Bond em ação. Patético para alguém que se veste de espião e se esconde em um carro de sorvete. Queria dizer isso á ele, mais poderia piorar minha situação.

_ Humpf! Esses jovens de hoje... -  O homem continuou com mil reclamações e sermões, eu realmente não estava com saco para aturar isso, não agora. – Mas então, você está com alguma droga minha jovem?

_ Não sei não senhor. – Eu ia bancar a débil mental, bem, isso ia ser divertido.

_ Como não sabe? – Ele começou a ficar vermelho; será que ficava amarelo? Ia combinar com a farda ridícula dele.

_ Não sabendo, ora, eu preciso saber de alguma coisa? – Se fosse outra pessoa fazendo isso eu provavelmente estaria rindo agora.

_ Olha mocinha, isso aqui é uma delegacia, – não, é uma padaria, eu quis dizer – não tenho tempo para brincadeiras, e isso só vai piorar a sua situação.

_ Serio? – virei o rosto e fitei o além.

Meu celular vibrou na pequena bolsa que eu levava na mão, com certeza era o Jacob. Eu não precisava ter medo, ele estava do meu lado, ele tinha prometido. Pequei o celular na mão, pronta pra atender.

_ O celular mocinha. – disse o delegado magrelo com os dedos esqueléticos apontados pra mim.

_ O que?

_ Chega de brincadeiras, me entregue o celular. Deve ser seu responsável, preocupado com você.

_Não, não é. É o meu namorado.

_ Hum, e ele liga pra você às quatro e meia da manhã? Ou ele estava com você no prédio, em?

Droga, por essa eu não esperava. Pelo jeito esse tinha mais cérebro que o outro. Eu não podia entregar o Lucas, não podia ferrar com ele, tinha prometido. Mas se eu abrisse a boca eu me ferrava ainda mais. Por que a vida tinha que ser tão complicada? Porque eu não estava com a Nina em uma boate e dando nota aos níveis de gostosura dos garotos da festa?

_Não, eu estava sozinha lá.

_ Hum, estamos evoluindo. E o que você estava fazendo lá?

_ Olhando a paisagem. – dei meu melhor sorriso nessa.

_ Olha, se você não colaborar vai ser obrigada a passar a noite aqui, ate que alguém de falta de você e comece a procurar pelas delegacias. E então, vai ser do jeito mais fácil ou do mais difícil?

Eu realmente não queria passar a noite nesse lugar, era frio e úmido na sala do delegado. Não queria verificar como eram as celas. Eu daria tudo pra ter alguém do meu lado agora. Mais eu não tinha, eu estava sozinha.

_ E então garota – falou o tripa seca de novo.

_ Eu tinha ido lá com um cara que conheci na festa, não lembro o nome dele. Só queria me divertir um pouco.

_ E ele falou porque ele te levou logo praquela rua? A Ludin costuma ser muito perigosa á noite.

_ Eu não sabia pra onde ele estava me levando. Ele falou pra mim esperar no carro, só que estava frio e eu entrei no prédio. Ele disse pra ir embora, que a policia estava atrás de nós. Eu fui pro carro, mas quando o policial me abordou eu me assustei.

_ E então estamos aqui, tendo essa conversa?

_ Sim delegado, eu sei que me comportei mal, mais me deixa ir pra casa, por favor. – O.K agora eu ia bancar a santa, patético, mas igualmente genial.

_Me desculpe mais eu não posso permitir, você não estaria nessa situação se não fugisse do policial O’Connol. Mais se sinta a vontade para ligar para os seus responsáveis.

Ótimo, perfeito, ainda fiquei de Idiota. Outros problemas vinham a minha mente, como eu ia explicar toda essa confusão pra minha mãe? E a droga escondida no meu sapato, o que eu ia fazer com ela?

Eu já podia imaginar como seria como a minha mãe, mas eu não conseguia discar o numero. E o que eu podia falar, afinal? “ Oi mãe, sou eu, sim a Isabella. Desculpe estar te ligando a essa hora, mas é que eu estou detida na delegacia”. Eu simplesmente não podia fazer isso, vai que ela tem um treco.

_ vai ligar agora menina? – disse o policial que me prendeu, como se ele se importasse.

_ Vou ligar para o meu namorado. – Fiz questão de enfatizar a palavra “ namorado”.

_ Tudo bem.

Eu me sentei em uma cadeira dura de madeira no corredor, estava vazio então eu poderia conversar em particular com o Jake, queria poder dizer que a namorada dele é genial e que estava bem. Logo que liguei, ele não tardou á atender.

_ Swan, aconteceu alguma coisa? Eles desconfiaram de mim?

_ Eu estou bem obrigado, seu idiota. – Porque garotos tem que ser tão ordinários e insensíveis? Eu queria torcer a cabeça de alguém agora.

_ Swan, é claro que você está bem, você sempre soube se cuidar não é?

_Sim, eu sempre me cuidei muito bem, mas e aquele papo de “ Eu sempre estarei ao seu lado”?

_ Querida, são quase cinco da manhã, se está tudo bem agora eu vou dormir ok? Sem D.R.

Ele desligou, o cretino desligou na minha cara. Minha vontade era voltar para a sala do interrogatório e falar o que realmente tinha acontecido. Mas eu sabia que não iria fazer isso, não podia. Preparei-me para ligar pra minha mãe, sentindo um terrível peso na consciência enquanto fazia isso. A essa hora ela provavelmente já acordou, ela tinha uma estranha mania de acordar antes de todo mundo e sair para caminhar e ver o sol nascer. Era estranho, mas isso não fazia eu admira - lá menos.

_ Oi, mamãe sou eu - eu disse isso com um bolo na minha garganta, sabia que ela não ia ficar zangada comigo, não era da natureza dela. Mas ela ia ficar decepcionada e as vezes, a decepção de alguém que agente ama dói mais do que a decepção do mesmo.

_ Querida? Onde você está? Você está bem? Oh meu deus, eu fiquei tão preocupada quando acordei e a Gina me disse que você não tinha dormido em casa, quanta preocupação meu anjo.

Anjo? Eu amava minha mãe, mas as vezes parecia que ela bebia. Eu não era um anjo, nem nunca seria. Até o Jake achava que eu não era boa o suficiente pra ele. Isso era totalmente frustrante. Amanhã eu teria que ir para o colégio, as garotas me perguntariam “ Como foi a festa” e eu diria “ Foi ótima, melhor impossível”. Eu nunca diria a ninguém que as vezes eu me sentia a pessoa mais pequena e vulnerável do mundo, nunca.

_ Mãe, eu to bem, não precisa se preocupar. Mas aconteceu um mal entendido e eu fui parar na delegacia. Não precisa surtar, foi só um mal entendido.

_ O Jacob tá com você? – Jacob? Quem era Jacob? Pois bem, eu acho que eu não conheço.

_ Não mamãe, eu estou sozinha. – Talvez eu estivesse fadada a isso. Me divertir e depois ficar sozinha.

_ Tudo bem, me passa o endereço que eu vou te buscar. Chegando em casa vamos conversar e nem tente fugir dessa vez.

_ Tudo bem.

Eu não estava com humor e nem com força para discutir. Passei o endereço para ela e depois fiquei olhando pra parede. Queria poder ter 5 anos, quando a vida era tão leve e sem preocupações. Quando eu tinha o meu pai.

Quando meu pai se foi levou com ele minha alegria, meu sorriso sincero. Ele era meu melhor amigo, meu confidente. Era ele que segurava minha mão quando eu ficava com medo dos monstros debaixo da minha cama, era ele quem dava um beijo nos meus machucados e dizia que ia passar e que não iam doer mais. E não doíam. Hoje tudo passa, mas a dor fica.

Minha mãe nunca foi à mesma. Ela não se revoltou como eu, mas não é a mesma Rania Swan de 7 anos atrás. Eu fui a única revoltada da família. Quando tudo aconteceu minha mãe queria me mandar pra um colégio interno, Academia St Andra, era considerada uma das melhores escolas do mundo. Só devia ter nerde, Arg.

Mas talvez hoje, essa não seria a pior idéia do mundo. Isso ia dar a minha mãe algum conforto, eu ia ficar longe do Lucas que apesar de ser a pessoa que mais quero do meu lado, é um traste. Mas tudo tem dois lados na vida. Eu ia ficar longe das festas, das minhas amiga que podem ser fúteis e hipócritas, mas são minhas amigas.

_ Senhorita, uma mulher que disse ser a sua mãe está aqui pra te buscar.

Nossa. Não sabia que tinha passado tanto tempo assim, devo ter me perdido em meus devaneios. Ou talvez ela tenha virado mulher maravilha e vindo pra cá voando. Bem, a primeira opção é mais provável.

Entrei na sala do ‘senhor’ delegado, ele estava sentada na velha mesa de mogno com uma expressão cansada, minha mãe estava na frente dele. Ela estava linda como sempre, os cabelos loiros perfeitamente escovados, a roupa simples mas elegante. Mais seu rosto carregava uma expressão de desalento, eu não tive coragem de encara - lá.

 _ Isabella? Tem certeza que está bem?

_ Eu já disse que estou ótima, é serio. – Não queria prolongar essa conversa, quando chegasse em casa avisaria que estava indo embora, eu tinha certeza que era melhor assim, e também tinha certeza que eu ia odiar cada segundo nesse internato.

_ Bem então já vamos, obrigado delegado, adeus.

À volta pra casa foi estranha. Eu a pegava me olhando de soslaio, com um vinco na testa que demonstrava claramente sua preocupação, como se eu tivesse uma doença incurável. Eu virei meu rosto e tentei me concentrar nas ruas da cidade. Montevi não era uma cidade como outra qualquer, pra mim era o melhor lugar do mundo. Lá você podia encontrar de tudo, mais ela não tinha a cara de uma metrópole, suja e barulhenta. Se você acordasse se cedo podia ir a praça apreciar o pôr do sol e mais tarde andar pela rua Price e se perder nas butiques, cada uma com seu estilo. Pela noite se você era do tipo “good girls” iria para as diversas galerias, cinemas, operas e centros de hotelaria que a cidade possui. Agora se você é oposto disso pode ter certeza que haverá uma festa com tudo que se tem direito na vida te esperando.

Logo que eu chequei em casa não pude deixar de notar quem estava na porta para me receber. Bub, o cachorro mais lindo do mundo, ele era um York Shire preta com umas mechas caramelo. Ele estava no lugar prefiro dele, em cima do travesseiro do lado do criado mudo do hall. A minha casa é do tipo que só se vê em filmes antigos. Papai era apaixonado por coisas antigas. A casa foi construída no inicio do século XIX e antes era um tipo de hospedaria para pessoas importantes da época. Ela tinha 28 cômodos, sem contar com a parte externa. Eu achava um exagero, mas mamãe gostava. Como a casa era antiga a decoração teve aquele ar retro. Você podia perceber pelas cores: creme, azul claro e amarelo delicado. Os quadros de pintores renascentistas e a mobília vintage.

_ Melissa precisamos conversar, essa situação não pode continuar assim.

_ Tudo bem mamãe, eu vou embora.

_ Ir embora? Você ficou louca querida. Não pode simplesmente “Ir embora”. – Ela falou isso com os olhos arregalados e o rosto ficando vermelho, deu ate medo.

_ Não mãe, não é assim do nada. Eu vou para aquele internado de nerde, não se preocupe, eu não vou mais dar trabalho.

_ Oh, meu bem. – Ela veio pra perto de mim e eu dei um passo pra trás, não era muito boa em demonstrações de afeto. – Você não me da trabalho, e também não quero que você vá embora. Só quero que você volte a ser aquela menina que era antes daquela tragédia acontecer.

_ Eu já tomei minha decisão mamãe. E de qualquer jeito só falta 1 ano e meio e eu já me formo.

_ Mas você não vive dizendo que odeia internatos? Diz que é “patético”.

­_ Eu vou sobreviver mamãe.

_ E o Jacob? As suas amigas?

_ Era uma vez um namorado. Não tenho mais nada com ele, vou ligar mais tarde pra terminar com ele. E minhas amigas vão entender.

_ Entender? Eu não entendo.

_ Mamãe, não torne as coisas mais difíceis. Você sabe que é melhor pra mim, melhor pra todo mundo.

_ Mas querida, o seu pai...

_ O meu pai morreu! 


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