O loiro mantinha suas mãos entrelaçadas – formando quase um punho – sob sua face avermelhada. O menor encarava o chão como se fosse interessante, mas a pessoa que se encontrava na frente de Mir era ainda mais que o chão, ou qualquer outra pessoa.

Joon fitava com curiosidade o loiro que eventualmente estava sério e com as bochechas rubras. O ar pesava, mas apesar disso, o maior sentia vontade de tomar o pequeno em seus braços, mas sabia que se fizesse isso estaria ferrado.

Flashback On

- Jo-Joon! Preciso falar com você. – Mir mantinha a cabeça abaixada ao dizer sua necessidade, porém ainda gaguejava.

- Fala Miru! – Joon mantinha-se calmo. A prova disto era as mãos colocadas entre os bolsos da sua calça azul do uniforme escolar.

Em seguida levava as mãos até o cabelo do loiro bagunçando-o, o que fez o próprio abrir os lábios para exibir um sorriso, mesmo que o menor não pudesse ver.

- Não quero que ninguém ouça, Juni. Eu vou para o corredor desativado e espero você lá, por favor, vá! – Dizia ainda olhando para os próprios pés.

Seus pensamentos estavam voltados as palavras que teria de proferir, organizando as frases que antes tão certas, pareciam tão duvidosas, duvidosos por não saber se realmente deveria dizer-lás.

‘Talvez ele só irá rir de tudo isso e me achar como uma adolescente’, Mir refletia sobre o que poderia vir acontecer.

Já sentia se até quente por tais pensamentos. Percebendo que ficar no corredor enquanto alunos esbarravam ou até mesmo comentavam sobre os dois, só iria piorar aquela dor que estava sentindo, saiu correndo em direção as escadas para onde logo iria encontrar o seu amigo.

O moreno se assustou com a reação tímida ou brava do menor. Este não reconhecia aquela expressão, que até mesmo só foi possível ser vista de relance.

‘Eu fiz alguma coisa errada para ele?’, Joon pensava com os pés já batendo no chão. Aquela ação alheia fizera com que ele ficasse agitado, tentava vasculhar em sua mente algum erro que fará com o menor, mas nada encontrava.

Passaram-se alguns segundos até desistir totalmente de buscar falhas em seu comportamento, resolveu ir atrás do menor.

Seus passos eram pesados sob a escada para encontrar o loiro no andar superior, o corredor desativado.

Flashback Off

- Miru, o que houve?

Joon quebrava o silêncio sufocante que estabelecia sob ambos. Este não gostava da idéia do menor quieto, ou até mesmo sério. Só ficava assim para pedir carinho ao maior, mas as expressões denunciavam ser outra coisa.

‘Ele pode querer algum conselho para conseguir namorar alguma garota’, pensou. Tendo como reação batimentos acelerados, ciúmes, ele sabia que era isso. Já sentiu-se assim várias vezes, principalmente quando Mir abraçava algumas meninas ou até mesmo meninos.

Chacoalhava a cabeça tentando livra-se daqueles pensamentos. Não podia ter ciúmes, até podia, mas do que adiantaria? Nada, pois desconfiava que os sentimentos do loiro não fossem recíprocos.

Ação que puxou Mir novamente para a realidade, lembrando-se de que estava ocupando o tempo do moreno, como já não se bastasse estarem matando aula, não era a primeira vez que fazia isso, juntos, mas era a primeira vez que este pedido teria sido feito pelo menor.

Mir levantava a cabeça, fitando os olhos de Joon.

‘Ele está lindo’, pensou.

Mir se aproximou puxando-o pelo colete do uniforme escolar, fazendo com que o peitoral definido fosse de encontro com o corpo magro do loiro. As bochechas do menor ainda se mantinham rubras, mas a sua determinação para se declarar não deixava este fato atrapalhar.

Levantou os pés, ficando nas pontas do mesmo e selou os lábios de Joon, calmamente, para em seguida se afastar. Abria os lábios para formar um sorriso perfeito nos lábios que tinham pressionado o alheio. Tinha noção de que o moreno poderia não gostar e lhe bater ali mesmo, mas estava disposto a arriscar, apesar de pensar que Joon não fosse tão violento. O rosto alheio encontrava-se paralisado e rubro.

- E-eu sei q-que isso na-não foi certo, desculpe. Juni, eu gosto de você e pode me bater por eu ter feito isso. – Dizia com o semblante já triste ao se lembrar do fato que tinha grandes possibilidades de ser rejeitado.

Para surpresa de ambos – com uma coragem até pouco tempo desconhecida -, Joon puxou Mir para um selo que logo fora transformado em um beijo calmo.

Mir abrirá os lábios em pedido silencioso para que o moreno aprofunda-se o beijo. E isto foi feito. A língua alheia explorava a cavidade bucal do menor, uma vez ou outra, enrolando-se com a deste. Joon estava dominando e Mir deixava-se levar pela sensação gostava de ser dominado pelo seu amado.

Aproveitando a distração do momento, Joon levava as mãos afoitas até a cintura delicada do loiro, apertando-a, fazendo com que saísse um gemido dos lábios do semelhante. Este levava suas mãos para o semblante alheio.

O beijo cessava aos poucos com a necessidade de ar. Caso não fosse esta necessidade, o beijo não iria parar.

Joon puxou ainda mais o corpo do loiro afundando seu rosto entre o pescoço, sentindo o perfume doce deste, aproveitando também para pressionar os lábios na região exposta que parecia tão deliciosa, fazendo com que isto se parecesse malicioso.

- Eu gosto de você, baboo*. E jamais iria te bater por isso. – Sua voz saia abafada por conta da pressão que colocava entre os beijos.

Uma vez ou outra mordiscava a região, já a deixando vermelha por conta da pele clara do loiro.

Trillin! Trillin!  Soava o sinal que alertava a última aula.

Mir lembrava-se que tinha algo importante para fazer.

‘Trabalho, yaah! Que droga’, pensou. Este trabalho valia metade da nota de ambos e era necessário ser apresentado, como um seminário.

- Jun-Juni, temos que ir para a aula! – Um bico era formado em seus lábios por ter aquele maldito trabalho que iria atrapalhar o tempo dos dois.

Mir não sabia se Joon iria querer continuar a ficar com ele, mesmo que este teria se declarado, não havia garantias. 

- Só com uma condição – Proferiu Joon, que até mesmo fitava o menor, e matinha um sorriso para o loiro.

- Qual? – Perguntou duvidoso e com certa curiosidade.  Lembrava que as condições de Joon eram totalmente loucas, mas que fossem, pois ele gostava.

- Seja meu namorado.. Até cansar de mim – O tom do maior soava calmo mas este encontrava-se apreensivo.

O coração de Mir acelerou tanto que este pensava que iria morrer de tanta felicidade que iria sentir, mas se contentou em responder antes de qualquer surto, o que faria quando chegasse a sua casa. 

- Claro que sim.

A resposta positiva do loiro foi compensada com um selo roubado pelo namorado, que levava as mãos até as alheia, entrelaçando-as.

Estes agora se dirigiam juntos para a sala de aula.

Ambos sabiam que um não se cansaria um do outro, que não desejaria e amaria alguém que não fosse os próprios e por fim, que nenhuma outra pessoa daria tanta felicidade – ao ponto de que o coração parecesse que fosse sair pela boca á qualquer momento quando estavam pertos – que não fossem eles.