Coisas De Garotos E Garotas escrita por Nina0207


Capítulo 4
Capítulo 3 - Mensagens Instantâneas


Notas iniciais do capítulo

Agradeço pelos reviews gente, e espero que gostem do próximo capitulo.. MUITA coisa ainda vai acontecer, preparem seus coraçõezinhos



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No dia seguinte acordei faltando uma hora para a aula começar. Olhei o relógio e resmunguei. Rolei na cama, sentando. Minha cabeça pesava. Senti um gosto ruim na boca e fiz uma careta, lembrando dos acontecimentos da noite anterior. Meu deus, que vergonha! Eu vomitei na frente do Bernardo!

- Preciso de um banho. – falei olhando pra George, meu Basset. Ele estava deitado em sua cama e levantou as orelhas, e olhou para mim. – Vou ter que enfrentar essa nostalgia pós-bebedeira de qualquer forma. – fui resmungando até o banheiro, tirei a roupa e entrei debaixo da água quente. Demorei-me no banho. Saí enrolada na toalha e fui até meu armário. George havia saído de sua cama e arranhava a porta pra sair, a abri e ele foi embora. Voltei ao armário – que roupa colocar? Acabei pegando uma calça, uma regata e uma sapatilha, me vesti, peguei minha bolsa e fui pra cozinha. Minha mãe havia deixado o café pronto, nem mexi nele. Fui pra geladeira, peguei os potes de comida, coloquei a comida prato, a esquentei e a engoli. Já estava super atrasada.

Fui pro ponto de ônibus, peguei meu bilhete único do bolso. Fiz sinal pro ônibus. Subi no mesmo, passei na roleta e sentei em um dos bancos vazios que restavam na parte traseira do automóvel. Aos sacolejos e freadas bruscas, cheguei à faculdade uma hora atrasada pra aula. Desci do ônibus e atravessei a rua que daria na faculdade. Entrei e encontrei alguns grupos jogando. Alguns eram da minha sala. Passei por todos e subi. Esbarrei com a menina loira, que chupara o chokito no trote, na escada. Ela sorriu sem jeito pra mim. Acabei encontrando Pilar e Rebecca no corredor que dava pra minha sala.

- Nossa você chegou super cedo. – zombou Pilar. Nos abraçamos e sorri pras meninas, cansada.

- Acordei não tem nem duas horas. – falei, encostando-me a parede e revirando os olhos.

- Não vi vocês ontem quando fui embora. Onde estavam? – perguntou Becca.

- Eu não estava me sentindo bem. A ultima vez que vi vocês, Pilar havia sumido, na verdade, e você, Becca, estava conversando com o Caio. Bernardo me levou em casa. – expliquei.

- O que? – disse Becca, exaltada. – Ele te levou em casa?

- Levou. Ele viu que eu não estava me sentindo bem pra voltar sozinha, afinal, eu não achava nenhuma de vocês duas então ele me levou em casa. – expliquei. – Apenas isso. – passei por elas e entrei na sala, elas me seguiram e nos sentamos. O professor nos olhou e continuou a dar a aula. Bernardo, Bento e Caio estavam sentados juntos, nas ultimas carteiras da ultima fileira, perto da porta. No lugar em que sentei, conseguia ver os três perfeitamente, e eles a mim.

O intervalo chegou e descemos. Pilar e Becca fofocavam sobre o dia anterior. Eu estava alheia aos acontecimentos. Eu saberia de qualquer forma. Fui, então, direto pra cantina.

- Vocês tem café? – perguntei. A mulher do caixa disse que sim, pedi um e paguei. Ela me entregou um copo com o café e voltei para onde as meninas estavam sentadas. Os meninos estavam com elas. Sentei-me ao lado de Becca e bebi meu café.

- É serio isso? – perguntou Bento, apontando para o meu café. O olhei e franzi a testa.

- O que foi?

- Por que você tá bebendo café? – perguntou ele.

- Qual o problema? O cheiro tá te incomodando? – falei em tom irônico. Ele riu e se sentou ao meu lado.

- Me dá um gole. - pediu, tirando o copo das minhas mãos. Ele deu um gole e me devolveu o copo.

- Bora jogar. – falou Bernardo.

- Vocês não fazem nada além de jogar? – perguntou Pilar, olhando para Bernardo. Bento a olhou e deu um sorrisinho subjetivo. Ainda mais depois do que Bernardo viu.

- Nós falamos merda. – disse Bento, olhando para Bernardo e Caio, fazendo bico. Todos riram e meu café foi roubado por Bento novamente. Ficamos conversando e quando o intervalo bateu nos levantamos, mas Bernardo conseguiu convencer os meninos de ficarem jogando.

- Fica aí. – pediu ele pra mim. Olhei para as meninas, elas já estavam subindo as escadas.

- Mas tem aula agora. Não vou ficar vagabundeando aqui embaixo.

- Uma partida e a gente sobe. Prometo. - disse ele, com um sorriso que não dá pra dizer “não”. Olhei pra cima e depois pra eles. Caio me puxou e me coloquei de frente para Bernardo. Comecei embaralhando; Bernardo cortou o monte e Bento deu as cartas. O Corte da Sueca era um J de Copas. E começamos a jogar. 

Acabei ficando no pátio jogando com os meninos até a hora que bateu o sinal do termino da aula. Os xinguei por ter feito com que eu perdesse a aula e eles riram, dizendo que eu fiquei por que quis. No fundo foi mesmo. Triste. Sou muito manipulada por eles. Ri com esse pensamento. Uma coisa que eu não deixava que fizessem comigo, era me manipular. Posso aceitar tudo na boa, não esquentar com nada, ser simpática, mas não significa que estou aberta à pisões de gente que não merece. Tenho muitos defeitos, mas longe de ser tachada como capacho, isso não.

Pedi pra Pilar descer com a minha bolsa. Elas vieram conversando e rindo. Pilar me entregou a bolsa e sorriu para Bento. Becca se postou ao lado de Caio, que embaralhava as cartas.

- Vocês não vão parar? – perguntou ela. Caio a olhou e deu um sorriso. Que bom que as desavenças entre eles, do trote, sumiram.

- Só mais essa? – perguntou Caio. Os meninos assentiram e eu revirei os olhos.

- Não aguento mais. – reclamei. – Chamem outra pessoa. – peguei minha bolsa e olhei para as meninas, tentando inutilmente fazê-las andar para ir embora.

- Pô, perai cara! – chamou Bernardo. Eu e as meninas fomos para a porta. Eu as arrastava. No final, os três estavam atrás da gente.

Fomos juntos até o ponto de ônibus. Caio morava na Tijuca, mas acabou indo conosco até o ponto de ônibus. Segundo ele “tanto faz” o meio que ele ia pra Tijuca, no final sempre acabava no mesmo lugar. Eu e Pilar morávamos na mesma rua. Becca morava em Vila da Penha – a que morava mais longe de todos. Bento e Bernardo moravam no mesmo condomínio, no Catete. Becca acabou indo para o metrô e Caio decidiu acompanha-la. Nos despedimos e fomos para o ponto de ônibus. Eu poderia ir a pé para casa, mas era preguiçosa e pegava ônibus. Pilar conversava com Bento e Bernardo caminhava ao meu lado, em silencio. Nos esbarramos algumas vezes e ele sorriu pra mim quando o olhei.

Chegando ao ponto, meu ônibus já vinha e fiz sinal. Pilar se despediu de Bento e o que eu vi foi os dois se beijando. Que graça! Olhei para Bernardo e sorri. Pilar se afastou de Bento e subimos no ônibus, nos despedindo dos meninos. 

Cheguei em casa e liguei o computador. Deixei-o configurando e entrei direto no facebook. Peguei minha roupa de dormir e fui tomar banho. Minha mãe havia chegado em casa e esquentava a comida. De banho tomado, jantei com ela e voltei para o computador. Três pessoas falavam comigo, eu tinha 10 atualizações e três pessoas me adicionaram. Vi as pessoas que falavam comigo: Bernardo, Pilar e meu pai. As pessoas que me adicionaram: Bento e dois meninos que não conheço, mas tenho uma leve ideia que sejam veteranos. E as atualizações: Rebecca me marcando em alguma coisa; Pilar comentando em outras; minha mãe curtindo minhas fotos. Nada de interessante. Fui então, ver o que Bernardo estava falando:

“Você dormiu bem?” – dizia a mensagem.

“Dormi sim, mas acordei com muita dor de cabeça.”

“Pensei que não fosse pra faculdade, chegou atrasada.” – respondeu ele.

“Até pensei em não ir, mas perderia a aula de Antropologia.”

“No final, eu perdi.” – mandei. Ele riu e respondeu:

“Nada como a sueca para deixar o mais nerd um vagabundo” – revirei os olhos para a tela do computador. Eu não era nerd, não mesmo. Apenas não gostava que minha Deusa Interior – inconsciente - ficasse reclamando no meu ouvido que eu havia matado mais uma aula.

“Eu não sou nerd.” – respondi. Enquanto eu conversava com Bernardo, Becca veio falar comigo também. Eu tinha cinco janelas abertas e conversas aleatórias, eu me perdia e deixava de falar com alguém; lembrava e respondia. 

Uma havia saído e eu não dei tchau; sai respondendo todo mundo e fechando as janelas. Assim se alguém me respondesse, eu veria logo e responderia. Bernardo não parava de puxar assunto. Becca já havia saído e Pilar tinha ido jantar. No final, apenas Bernardo conversava comigo.

“Sabe, estava pensando em organizar uma social, pra que as pessoas se enturmem mais” – falou ele. Pensei naquilo, até que era uma boa ideia.

“Agora? No começo do período? Por que não sugere daqui a dois meses?”

“Seria bom se tivéssemos um grupo da sala” – outra boa ideia. – “Assim também seria mais fácil para organizar a social”

“Você está doido pra arrumar um motivo pra encher a cara, não é?”. – ele riu e colocou uma carinha feliz. - “Hm, é, imaginei”. “Vou fazer o grupo” – falei. Fui realmente fazer o grupo. Criei o grupo com o nome da faculdade, o turno e adicionei as pessoas – as que eu já tinha, claro! Aos poucos, outros foram sendo adicionados e praticamente todos da sala já participam do grupo.

“Vou falar da social” – comentou ele. Todos haviam comentado algo, postado, ou curtido o grupo. Bernardo lançou a ideia da social e em menos de 15 minutos, 30 pessoas haviam curtido a ideia. “Parece que todos querem um motivo pra encher a cara” – falou ele.

“Acho que é só falar em beber que todos topam” – respondi. Ele riu e concordou.

“Você me ajuda a organizar isso?” – pediu ele e mandou uma carinha de anjo.

“Você precisa mesmo de ajuda pra organizar algo em que vai ter bebida, pegação e outras coisas mais?” – perguntei, e dei um risinho pra tela do computador.

“Na verdade, não!”

“Sou ótimo em organizar essas coisas, mas, uma ajuda cairia bem”.

“Assim eu teria motivos pra ficar perto de você”. – mandou ele. Eu fiquei sem reação. Eu digitei e apaguei a mesma mensagem umas três vezes. Eu não sabia muito bem o que responder. Ele estava escrevendo e então, esperei:

“Já falei com Bento e ele disse que as meninas toparam” – ótimo, eu tinha uma válvula de escape agora: Bento e as meninas.

“Eles vão ajudar também?” – perguntei.

“Disseram que sim”.

“Bento e Caio adoram uma putaria, óbvio que vão ajudar, ainda mais com bebida envolvida.”

“Já as meninas... provável que ajudem por que você vai tá organizando comigo... e também pra ficarem perto do Bento e do Caio. – brincou ele.

“Você está tão certo assim que elas vão ajudar só pra ficar perto dos meninos?”

“Não tenha tanta certeza”

“Afinal, eu estarei organizando também, lembra?” – mandei com um sorriso estampado nos lábios.

“Tudo bem, você está certa.”

“Sua presença faz mais sentido elas estarem ajudando” – ironizou ele. Já eram 23:45 e eu já estava com sono.

“Bê, eu vou dormir. Nos vemos na faculdade” – mandei.

“Já?”
“Ok, até amanhã”.

“E gostei de você me chamar de Bê” – respondeu, colocando um sorrisinho no final. Me despedi e desliguei o computador. 


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Notas finais do capítulo

E aíiiiii? reviews?



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