Coisas De Garotos E Garotas escrita por Nina0207


Capítulo 13
Capítulo 12 - Prometi que não te deixaria sozinha


Notas iniciais do capítulo

Hello minhas amadas! Desculpem a demora, eu voltei a rotina de faculdade e já to atolada em trabalhos e meus horarios estão confusos demais! Tô surtando!!!!
Bom, boa leitura!



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Assim que nos aproximamos do grupo, Bernardo me encarou e sem desviar os olhos, se levantou e falou comigo. Abraçou-me e me levantou. Deus, um dia desses eu me desmancho nesses braços. Colocou-me no chão e sorrindo, voltou a se sentar em minha canga, deixando um espaço para mim. Um silencio pairou por segundos, e vendo que eu corava, Pilar chamou atenção, berrando que podíamos jogar bola. Olhei pra ela, agradecendo.

- Senta aqui. – pediu Bê. Me sentei ao seu lado e abracei minhas pernas. Olhei adiante, para o mar. – Você tá bem?

- Tô. Tá tudo bem. E você? – ele sacudiu a cabeça, confirmando. Passou o braço em minha volta e me puxando para si, me deu um beijo na cabeça. Soltou-me e abraçou de novo suas pernas. Juliana e Sophia conversavam. Caio e Becca também. Bento e Pilar estavam deitados de costas e também conversavam. Deus, apenas eu e Bê. - Vou no mar. – falei, levantando-me. Bê segurou minha mão e eu o olhei.

- Quer que eu vá com você?

- Não, não precisa. Só vou molhar meus pés. – soltei sua mão e caminhei até o mar. Já eram 16 horas e a praia ainda estava cheia. E lá estávamos nós matando aula. Parei de frente para o mar e fiquei olhando as ondas. Ajeitei novamente o biquíni de Pilar, ele entrava na minha bunda. Bufei. O vento jogava meus cabelos em minhas costas. Decidi então, entrar no mar. Dei um passo de cada vez, entrando devagar. Uma onda bateu em mim e eu me arrepiei. A agua estava fria. Fui entrando até que senti a agua na metade das minhas coxas. Uma onda vinha na minha direção, ou era mergulhar, ou voltar. Optei por mergulhar. Abaixei na hora que a onda ia bater, mergulhando. Ela passou por mim e eu sai do outro lado. Sorri comigo mesma, eu conseguia fazer aquilo. Outra onda estava vindo e eu estava preparada. Esperei que ela quebrasse para baixar, mas acabei escorregando e afundei antes que ela quebrasse. Quando voltei a onda quebrou em cima de mim e eu afundei de novo, engolindo agua. Eu não via nada, tinha cabelo em minha cara. Tentei ficar de pé, mas notei que eu estava muito no fundo. Como eu cheguei lá? Tentando nadar, outra onda passou por mim, afundei, mergulhando. Voltei a superfície e respirando, nadei em vão, sem sair do lugar.

Merda, eu estava num quebra-mar. Quanto mais eu nadava, mais pro fundo eu ia. Então eu fiz a única coisa que ainda me restava: gritei.

Vi alguém correr até o mar. Nadei ate a pessoa, mas nem sequer sai do lugar. Eu já estava ficando cansada. Outra onda bateu em mim, me empurrando para mais longe. Afundei. Engoli agua. Minha garganta arranhava. Voltei a superfície e gritei de novo, mal saia minha voz. Senti algo arranhar minha perna. Droga! Finalmente, agarrei-me em alguma coisa. Era uma pessoa. Eu já engolira agua demais. Minha garganta doía. Segurei forte quem viera me salvar e juntos, nadamos ate a beira da praia. Era mais forte do que eu, e me aguentava. Saímos do quebra-mar e perdendo as forças, deixei que ele me levasse. Senti minhas pernas bambas ao pisar na areia. Cai uma ou duas vezes, tossindo toda a agua que engolira. Braços estavam a minha volta, me amparando. Cai de quatro na areia e sentando, tossia desesperadamente, tentando limpar minha garganta. Minha perna doía. Vi que tinha um arranhão feio, mas não era grave. Ardia por causa da água salgada do mar.

- Calma, você tá bem, ta tudo bem. Eu to aqui. – dizia Bernardo, ainda me segurando. Ele tirava meu cabelo do rosto, e segurava minha mão, enquanto eu tossia e vomitava agua do mar. O resto dos meus amigos veio ate onde estávamos, gritando ou tentando tocar em mim, para ver como eu estava. – Gente, deixem ela respirar. – eu apertei sua mão e parando de tossir, me veio outra sensação igualmente humilhante: medo. E então eu chorei. Bernardo me abraçou enquanto eu chorava em seu ombro. O abracei forte, deixando que ele também me abraçasse, fazendo com que tudo se dissipasse. Ele me salvara.

- O que aconteceu?! – ouvi Pilar perguntar. Ela agachou-se ao meu lado e tocou meu ombro. Eu chorava demais e não tinha condições de responder nada agora. Soltei Bernardo e abracei Pilar. Ela me abraçou e passando a mão pelos meus cabelos cheios de areia, murmurava que tava tudo bem, que eu estava bem. – Tragam água pra ela.

- Vamos leva-la até onde estão as coisas. Ela senta e se acalma lá. – ouvi Caio dizer. Pilar tentou me levantar, mas, eu não tinha forças. Me soltei dela e abracei minhas pernas, ainda chorando. Eu já estava me acalmando, mas ainda chorava.

- Ei. – disse Bê, virando meu rosto pra ele. Passou os dedos pelo meu rosto, limpando minhas lagrimas. – Coloque o braço em volta do meu pescoço. Consegue fazer isso? – assenti, deixando outra lagrima cair. Enlacei seu pescoço e me apoiando, Bê me pegou no colo. Escondi meu rosto em seu peito. – Pronto. – disse ele, me colocando sentada em minha canga. Não soltei seu pescoço. Ele se sentou ao meu lado e segurou minha mão. Eu fungava, mas parei de chorar.

- Aqui. – disse Bento, me entregando a garrafa de agua. Agradeci num sussurro e abri a garrafa. Bebi a agua como se fosse coisa de outro mundo. Minha garganta melhorou um pouco, mas ainda ardia.

- Consegue falar direito? – perguntou Juliana, agachada na minha frente.

- Um pouco. – falei. Minha voz saiu baixa.

- O que houve? – perguntou Caio.

- Entrei no mar pra me molhar. – falei, olhando além de todos que estavam ali, parados na minha frente. – Mas uma onda bateu em mim e acabei afundando...  acabei parando num quebra-mar e não conseguia sair... – tossi e voltei a beber mais agua. – Quando vi estava me afogando, entrei em desespero. – olhei minha perna. Joguei um pouco de água nela, limpando o machucado. Parara de sair sangue, mas ardia.

- Bernardo notou que você tava demorando demais e foi ver se tava tudo bem. – disse Pilar.

- Eu sei que você não gosta de mar, e quando reparei que você tava muito tempo lá, bom, achei que tinha algo errado. – disse ele, bem perto de mim. Ele sabe disso? Só quem sabe disso é a Pilar. Como ele sabe? – Foi quando vi que você tava se afogando. – apertei sua mão e senti novas lagrimas. As limpei rapidamente.

- Obrigada. – disse a ele. Bebi o restinho de água e me levantei. – Podemos ir embora? – todos assentiram e recolheram suas coisas. Coloquei meu short e peguei minha bolsa. Os meninos foram pagar pela agua e as cadeiras. Juliana e Sophia estavam ao meu lado, caso eu ainda me sentisse mal. Pilar segurava forte minha mão. Bernardo não desgrudava os olhos de mim. Estava atrás de nós e quando sentiu que eu não tinha forças para subir os sacos de areia improvisados para formar uma escada, subiu primeiro e estendeu a mão, me puxando. Minha perna doeu um pouco, mas dava pra aguentar.

- Vai precisar ir ao medico ver esse machucado.

- Não esta mais sangrando. – falei, olhando minha perna. Estava vermelha.

- Mesmo assim, é melhor ir. – disse ele, olhando pra mim, serio.

- Tudo bem. Eu to bem.

- Prometi que não ia te deixar sozinha. – o fitei e não consegui dizer nada. – Não cumpri o que eu disse.

- Você estava lá, é o que importa. – murmurei. Ele me olhava, muito sério. As meninas subiram, Pilar segurou minha mão e devagar, recomeçamos a andar. Os meninos iam atrás e as meninas me amparavam. Eu precisei parar três ou quatro vezes por que minha perna doía. Compramos outra agua e fui bebendo ate o ponto de ônibus. Sophia seguiu com Caio e Becca até o metro. Bento, Pilar, Juliana e Bernardo, estavam comigo no ponto.

- Tudo bem, eu cuido dela. – disse Pilar para Bento, Bê e Ju. O ônibus da Ju e do Bento chegou e eles foram embora. Sentei num banco perto do ponto. Só estava Bê e Pilar ali. Bê me olhava, preocupado e Pilar via se o ônibus estava vindo. – Vem, tá chegando. – chamou ela. Levantei-me. Pilar fez sinal e o ônibus parou.

- Obrigada, eu... não sei... eu não sei o que teria acontecido se você não... – falei, olhando-o. Ele me segurou pela cintura e me puxando para ele, me abraçou. – Obrigada.

- Para de agradecer. – ele sorriu e me soltou. – O que acha que eu iria fazer? Não sei o que teria acontecido comigo, se algo acontecesse com você. – murmurou ele em meu ouvido.

- Mari! – chamou Pilar. – Ele não vai esperar pra sempre. – ela falou de quem? Do motorista ou do Bê? E de novo, escolhi errado o que fazer. Dei um beijo no rosto de Bernardo e subi no ônibus. Na roleta, o vi ficar para trás, fazer sinal para seu ônibus e por fim, sumir. 


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Notas finais do capítulo

coment's? beeeijinhos