Henry se sentou na cama e eu sentei ao seu lado enquanto perguntava.

- O que foi?

- Nada, só queria ficar sozinho com você. – disse ele sorrindo.

- Ah, entendi. – eu estava corando novamente.

- Você é daqui mesmo?

- Sou! Eu amo morar aqui. – disse e depois sorri.

- Que tal se você mostrasse a cidade pra mim? – o sorriso no rosto dele era malicioso. Ele tinha mesmo que fazer isso?!

- Hm... Só para você? – falei erguendo uma sobrancelha.

- De preferência. – ele deu uma gargalhada de leve me fazendo rir também.

É isso mesmo?! Henry Cohen estava me chamando pra sair? Henry Cohen? O cara mais cobiçado pelas adolescentes? Acho que estou ficando doida, ou isso está mesmo acontecendo?

- Mas vocês vão embora amanhã. – falei fazendo bico.

- Não vamos não. – disse ele sério.

- Mas todos os sites dizem que vão amanhã, porque têm muitas entrevistas e filmagens pra fazer na próxima cidade. – falei confusa.

- Arrumei um jeito de adiar tudo isso.

- Adiar por quê? – eu ainda estava confusa com aquela informação.

- Por quê? – ele ergueu uma sobrancelha – para ficar mais tempo aqui com... – Nicholas chegou gritando e impedindo Henry de terminar de falar.

- Achei vocês! – ele colocou as mãos na cintura – Vamos sair pra comer? Estou com fome!

- Claro – falei enquanto me levantava – Aonde vamos?

- Que tal se você nos mostrasse algum restaurante? – senti Henry fuzilando Nicholas com o olhar enquanto falava.

Assenti e fomos para a sala avisar os outros meninos que iríamos sair. Todos concordaram e foram aos seus devidos apartamentos para trocarem de roupa. Henry foi ao quarto e em menos de 5 minutos estava de volta, ainda mais maravilhoso do que já estava. Fiquei o observando enquanto arrumava o cabelo no pequeno espelho localizado numa parede da sala. Logo os outros meninos abriram a porta falando um por cima do outro, eu não conseguia entender absolutamente nada, mas me levantei e fui até Henry chamá-lo.

- Acho que estão nos esperando. – falei apontando pro fuzuê na porta.

- Então vamos! – disse Henry rindo dos meninos.

Saímos do apartamento e fomos para o elevador, que Nicholas, apressado, já havia chamado e estava segurando para que não fechasse. Quando chegamos ao saguão vi que havia fotógrafos do lado de fora do hotel esperando por qualquer aparição dos meninos. Como por reflexo me escondi atrás de Henry que me olhou confuso.

- Que foi? – ergui uma sobrancelha – Não quero ser fotografada!

Henry riu e me ajudou a me esconder. Ele estava bem na minha frente falando algo com os meninos, que eu não prestava atenção, pois havia sido hipnotizada pelo perfume que ele usava e que invadia o meu corpo.

- Laura? Laura? – senti umas mãos me chacoalharem.

- Ahn?! Oi! – acho que fui realmente hipnotizada, eu não estava entendendo nada do que acontecia por ali.

- Você está bem? – disse Lucca enquanto ria do meu estado.

- Acho que sim. – sorri – O que eu perdi?

- A gente estava te perguntando se você sabe dirigir, mas você não respondeu, parecia estar em outro mundo. – disse Zac enquanto me olhava confuso.

- Eu meio que estava mesmo. – sorri timidamente – E eu sei dirigir sim, por quê?

- Precisamos que alguém dirija até o restaurante. – pediu Nicholas fazendo bico.

- Tudo bem, mas cadê o carro? – disse apertando as bochechas rosadas do loirinho.

- Na garagem. – disse Henry pegando minha mão e me puxando de volta para o elevador. Os meninos nos seguiam, mas Henry deu um jeito de o elevador fechar antes de eles chegarem. O olhei assustada. – Hipnotizada é? – ele sorria de uma forma encantadora.

- É, completamente hipnotizada, foi quase uma droga.  – ele estava me fazendo corar novamente, droga!

- O que teve todo esse poder sobre você?

- Bem... Foi o s... – fui interrompida pela porta abrindo e quatro vozes xingando Henry. Eu tinha que me acostumar com esses meninos falando juntos toda hora.

- Você pirou Henry? – gritava o irlandês.

- O que foi essa fuga hein?! – dizia Logan de um modo sugestivo. Eu odiava quando ele fazia aquilo.

- Henry seu babaca! – disse Zac sério, mas logo depois riu.

- Não acredito que nos deixaram pra trás! – falou Lucca indignado.

Eu comecei a rir da cara de todos e eles me olhavam tentando entender o porquê da risada. Tenho que confessar que esses meninos juntos eram uma piada. Acho que durante essas horas que estive com eles não fiquei um minuto sequer sem rir. Era bom saber que eles eram tão palhaços quanto nos vídeos que eu costumava ver, saber que eles eram verdadeiros com nós fãs. Aquilo me dava uma satisfação mais do que enorme.

Eles me mostraram onde estava o carro. Era um Freemont de sete lugares – afinal éramos seis – prata, parecia ser bem novo porque tinha um brilho espetacular, vidros escuros, bancos de couro, ar condicionado, bem completo.

- Onde conseguiram essa luxúria de carro? – perguntei indignada.

- Temos nossos contatos. – disse Logan e logo em seguida lhe dei um tapa.

Liguei o carro e fiquei tentando pensar em algum restaurante bom para levá-los, afinal, não queria passar vergonha com meus ídolos.

- O que vocês querem comer?

- Qualquer coisa! – gritou Nicholas e eu ri.

- Não Nicholas, você eu sei que como qualquer coisa. Meninos? – olhei pra trás esperando uma resposta dos outros quatro.

- Por mim tanto faz. – disse Zac fazendo com que os outros concordassem.

- Nos surpreenda. – disse Henry alegremente.

Ótimo, me ajudaram ainda mais. Por mais um tempo pensei aonde levá-los, mas lembrei que era de madrugada e que não restariam muitas opções. O que estaria aberto àquela hora? Lembrei-me então de um restaurante bom que tinha aberto lá no bairro e foi a solução, já que não conhecia muitos outros. Durante o trajeto mais risadas, esses meninos não cansam de jeito nenhum, não é possível. Por sorte eu tinha o número do restaurante no meu celular e liguei pedindo uma mesa em um local mais reservado, para que não nos incomodassem demais. Finalmente chegamos, estacionei bem perto da entrada, já que era tarde e não havia muita gente ali. Para nossa sorte não fomos abordados por ninguém durante o caminho até a mesa. Sentamos-nos e o garçom veio para que pudéssemos fazer o pedido. Ele se dirigiu a Henry.

- O que vão beber?

Henry o olhou sem entender absolutamente nada e eu comecei a rir, mas me prontifiquei a falar.

- Eles não falam português. Vamos decidir o que iremos pedir e te chamo em seguida pode ser?

- Ok senhorita. – disse o moço simpaticamente.

Todos direcionaram os olhares a mim querendo saber o que falara o garçom e eu ri.

- Ele quer saber o que queremos pedir, pra comer e be... – fui interrompida.

- O que tem de bom para comer aqui? – disse Nicholas empolgado o que me fez rir novamente.

- Calma loirinho, vamos pedir alguma coisa pra beber primeiro e depois decidimos a comida ok? – falei segurando o riso.

Decidimos o que iríamos beber, whisky com refrigerante, – eles que escolheram, não tenho nada a ver com isso – chamei o garçom e fiz o pedido. Depois de muita falação por parte do Nicholas decidimos pedir picanha, frango com catupiry e uma massa. – Esses meninos são esfomeados, meu Deus. – Nos deliciamos na comida, conversamos, rimos ainda mais. Eu estava amando tudo isso, mas precisava voltar pra casa, senão minha mãe me mataria ao chegar amanhã e não me encontrar no quarto.

- Meninos, eu preciso ir pra casa agora. – falei fazendo bico.

- Por quê? – perguntou Nicholas me abraçando.

- Senão minha mãe corta meu pescoço fora.

- Liga pra ela e dorme com a gente no hotel. – disse Zac colocando um pedaço de carne na boca.

- O que? Vocês estão doidos? Primeiro que não quero incomodar, segundo que não tenho roupa, terceiro que... – eu não tinha mais argumentos, mas eu queria tanto aceitar aquele pedido.

- Vamos à sua casa, você pega as roupas e vamos! – falou Logan convicto.

Eu não tinha outra opção, então aceitei.