My Only One escrita por nickyeowl


Capítulo 1
Capítulo Único.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/261545/chapter/1

“Uh~ Vou te proteger e ficar ao seu lado como suas lágrimas.

Então, apenas descanse sem nenhuma preocupação em meu abraço.”

— Ele já está fora faz dias... Será que está tudo bem? — O garoto de cabelos prateados pensava deitado no sofá de sua sala. Ele estava assim, pensativo, já faziam alguns dias.

Tudo começou quando Renji teve de ir a uma missão de urgência no mundo real, o que aconteceu há mais ou menos uma semana. O Tenente estava se arrumando para passar pelo portal e ir até Karakura, mas foi interceptado pelo Capitão do décimo esquadrão.

— Aonde vai, Abarai? — Perguntou o garoto.

— Á uma missão no mundo real. — Disse ele arrumando sua zampakutou em sua cintura. — Tem muitos hollows aparecendo por lá, então pediram para eu e Rukia irmos ver o que está acontecendo. — O capitão olhou para ele com um olhar enciumado, de certa forma, mas Renji não percebeu. Também, impossível achar alguém mais desligado que ele.

— Porque ela tem que ir com você? — Perguntou, virando o rosto, e Renji olhou para ele com um olhar confuso.

— Eu sugeri que ela fosse comigo, algum problema com isso, Taichou? — Um calafrio percorreu o corpo de Hitsugaya, que trincou os dentes.

— Nenhum, vá logo, Abarai. — Virou de costas e saiu andando.

— Não se preocupe, eu voltarei! — Gritou o ruivo, correndo ao portal logo em seguida. Essas palavras fizeram o pequeno Capitão ruborizar levemente.

De uns tempos pra cá, Hitsugaya se sentia assim perto do Tenente. Ficava com raiva de coisas bobas sobre o ruivo, não gostava de vê-lo andando com garotas, ou até com garotos. Queria sempre saber onde estava, como estava e com quem estava, parecia realmente uma perseguição. Era uma preocupação que nem ele mesmo sabia de onde vinha, que aumentou consideravelmente por causa da demora do retorno de Renji. A missão demoraria poucos dias, mas já haviam se passado semanas! Essa falta de notícias estava o matando por dentro.

Ficou pensando nisso por boa parte da tarde, até que cochilou. Seu cochilo não durou muito, pois foi acordado por alguém.

— Taichou! — Matsumoto o chamou enquanto balançava seu Taichou. — Acorda!

— Abarai?! — Levantou num pulo, ficando sentado no sofá, o que fez Matsumoto soltar um risinho.

— Eu sabia! — Abriu um sorriso. — Você se apaixonou mesmo pelo Renji, não é, Taichou? — O que Matsumoto disse o fez perceber que havia chamado pelo ruivo, o que fez suas bochechas rosarem. E essa reação fez a loira confirmar o que já suspeitava. — Não precisa esconder mais, Taichou, eu já percebi que você gosta dele... — Hitsugaya abaixou o rosto, que estava mais corado que antes. — Também, impossível não perceber, ficou chamando o nome dele enquanto dormia. — Acabou ficando mais envergonhado e ao mesmo tempo com raiva, tanto que trincou os dentes e se levantou num pulo olhando para a Tenente.

—Eu não gosto do Abarai! Pare de falar besteiras, Matsumoto! — Ela riu novamente.

— Se não gostasse seu rosto não estaria assim. — Ele trincou os dentes novamente.

— Qual o problema de eu gostar dele, hein?! — Exclamou envergonhado. — Eu gosto dele sim, pronto!

— Você... — A loira fez uma cara de espanto, fazendo o garoto perceber o que havia dito, o que o fez levar suas mãos até a boca. — Você finalmente admitiu!

— Cale a boca! — Jogou uma almofada na Tenente, fazendo a cair no chão.

— Como você é violento, Taichou. — Choramingou Matsumoto, fazendo bico. — Mas porque não admite logo que gosta dele? Seria mais fácil. — Hitsugaya se levantou, colocando o sobretudo de seu esquadrão e indo até a janela.

— Por favor, Matsumoto, somos dois homens. — Suspirou.

— Mas isso não impede vocês de ficarem juntos. — O garoto virou o rosto para o lado, podendo olhar para sua Tenente. — Não custa nada tentar. — Ela sorriu de forma gentil e o Capitão olhou para baixo, pensando. Ele pensava sobre esse “sentimento” que estava criando por Renji. Nunca havia pensado sobre isso antes, se realmente era algo mais ou se era apenas preocupação. Mas se fosse apenas preocupação, porque não gostava de vê-lo com outras pessoas? Agora já não tinha mais certeza sobre seus sentimentos... Isso era preocupação, ou... Apenas estava apaixonado?

A tarde passou rápido, logo o dia seguinte chegou. Como sempre, Hitsugaya levantou cedo e foi tomar seu café enquanto olhava alguns papéis, até que alguém bateu em sua porta.

— Shirou-chan...? — Uma garota de cabelos castanhos dizia entrando na sala. — Posso entrar?

— Já está aqui dentro mesmo, entre. — Disse sem tirar a atenção dos papéis, e ela entrou fechando a porta.

— Tudo bem com você? — Ela disse sorrindo.

— Sim. — Continuava olhando os papéis sem dar atenção para a morena. E isso estava a irritando.

— Porque você não olha pra mim enquanto fala comigo?! — Exclamou ela e o garoto olhou com uma cara desgostosa.

— Hinamori, eu estou ocupado. — A garota fez uma cara emburrada.

— Mas ainda é manhã! — Ele voltou a olhar para os papéis.

— Um Capitão tem muito a fazer, caso não saiba. — Voltou a ler, mas parou quando sentiu algo batendo em sua cabeça, o que o fez olhar para cima. — O que foi, Hinamori?! — Disse com raiva.

— Eu só quero conversar com você! Uns dois minutos não atrasam ninguém! — Hitsugaya fez um “tsc” e olhou para Hinamori.

— Então diga logo. — Disse ele, bravo, mas ela sorriu por finalmente conseguir um pouco de atenção do Capitão.

— É que... Eu estava pensando esses dias... — A morena olhou para baixo com o rosto corado e dando um sorrisinho tímido. — Não seria legal se... — Ela engoliu seco. — Se saíssemos juntos um dia? — Hinamori olhou para ele com um olhar esperançoso e Hitsugaya apenas a olhava, espantado.

— Claro que não, somos amigos, não namorados. — Ele continuava a olhar para ela espantado. Os olhos da garota se encheram de lágrimas.

— Não é justo! Só por causa disso não podemos sair?! — Ele suspirou e voltou a olhar seus papéis.

— Sim, só por isso. — Hinamori puxou os papéis que Hitsugaya olhava, o que fez ele voltar a olhar para ela. — Ei! Me devolva!

— Só vou devolver se você sair comigo! — Ele bufou e se levantou da cadeira

— Já disse que não vou sair com você, Hinamori! Me devolva! — Ela apertou os papéis contra si.

— Você só não quer sair comigo porque é apaixonado pelo Renji, mas por ser tão burro não consegue nem dizer a ele o que sente! — Hinamori gritou, chorando, e saiu correndo. Hitsugaya foi correndo atrás dela, mas ao abrir a porta, deu de cara com Renji, que não estava lá com uma cara muito boa.

— Abarai... — Sussurrou, espantado e corado. Seu coração, que já estava acelerado pelas palavras de Hinamori, acelerou mais ainda ao vê-lo e também, por causa do medo. Medo dele ter escutado o que a garota disse sobre seus sentimentos pelo ruivo; mas ele sabia que isso tinha acontecido, ter esperança em Renji não ter ouvido nada, era em vão.

— Vá atrás dela. — O ruivo disse, olhando para Hitsugaya, firme.

— Mas... — Foi interrompido pelo outro novamente, que o segurou pelo colarinho.

— Não importa o que você sente, vá atrás dela! Olha o quanto foi cruel com ela, você fez ela chorar! — Ele o soltou. — Agora vá atrás dela ou eu farei você ir!

— Mas eu... — O garoto disse cabisbaixo.

— Não tem “mas”. Eu não ligo pro que você sente, vá atrás dela e resolva isso, é a única coisa que te digo. — E saiu batendo os pés, deixando o Capitão lá, sem acreditar no que havia escutado. Ele chorava, chorava muito. Nunca pensou que Renji diria coisas cruéis como aquelas. Sua vontade agora era de se trancar e nunca mais sair, se sentia mal por ter feito Hinamori chorar, mas se sentia mais ainda, porque havia descoberto que o ruivo não corresponderia seus sentimentos.

— É por isso que eu não posso me apaixonar por ele... — Pensou, enquanto lembrava as palavras de sua tenente do dia anterior.

Esse dia, ao contrário do outro, passou devagar, muito devagar. O Capitão do 10° Esquadrão estava com seu coração partido em vários pedaços. “Eu não ligo pro que você sente”, “Não ligo pro que você sente”, “Não ligo...”, “Não ligo...” Essa frase se repetia em sua mente a cada segundo, fazendo seu coração doer cada vez que se lembrava da mesma.

No fim da tarde, foi falar com Hinamori. Pelo menos desse jeito ele poderia esquecer tudo a discussão que teve com Renji.

— Hinamori...? — Hitsugaya disse, batendo na porta do quarto da garota. — Posso falar com você? — Houveram alguns segundos de silêncio, mas logo a porta foi aberta.

— Entre... — Hinamori disse meio desanimada, deixando o Capitão entrar, fechando a porta em seguida. — Então... O que você quer?

— Vim me desculpar. — Cruzou os braços. — Fui grosso com você, desculpe. — Ouvindo as desculpas do garoto, Hinamori se espantou; como assim ele estava pedindo desculpas?!

— Ah... Não... Se preocupe. — Disse olhando para baixo, e o silêncio pairou no quarto.

— Erm... Então... — Hitsugaya coçou sua nuca procurando as palavras que esquecera. — Você... Você ainda quer sair comigo? — Desviou o olhar e a morena olhou para ele com os olhos brilhando, tentando disfarçar sua felicidade.

— Você está me chamando pra sair com você... Shirou-chan...? — Seu olhar era espantado, o que fez o Capitão rir um pouco.

— Estou sim. — Deu um leve beijo na bochecha da garota -que corou- e se dirigiu até a porta. — Bom, até mais então. — Quando foi abrir a porta, foi impedido por ela, que segurou na barra de seu sobretudo, fazendo-o olhar para trás.

— Mas Shirou-chan... Você... — Ela desviou o olhar. — Você não é apaixonado pelo Renji-kun...? Porque quer sair comigo então...?

— Porque ele me odeia, Hinamori. Não importa se estou apaixonado por ele, ele não liga. — Disse tentando não expressar a dor que sentia ao se lembrar dessa frase.

— Shirou-chan... — Hitsugaya virou e deu um pequeno sorriso sem humor.

— Não se esqueça que vamos sair semana que vem. — E saiu andando, deixando Hinamori sozinha e pensativa.

— Shirou-chan... Seus olhos estavam inchados. Você chorou por causa dele, não é...? — A morena pensou, olhando a porta por onde Hitsugaya havia ido embora.

Durante essa semana antes do encontro, nem Renji nem Hitsugaya falaram um com o outro, aquela última discussão havia sido feia mesmo. E agora, o garoto tinha que ir para um encontro com Hinamori, uma coisa que não o animava tanto.

Saiu da base de seu esquadrão e foi até o lugar marcado. Hitsugaya se sentou na colina, esperando Hinamori chegar. A noite estava linda, o céu repleto de estrelas, alguns vagalumes também iluminavam o cenário. Uma leve brisa também estava presente, balançando as folhas das árvores de forma delicada. Um cenário perfeito e romântico. Mas, não era com Hinamori que o Capitão queria estar naquele lugar, era sim, com um certo ruivo que não via fazia semanas.

Ele suspirou, tentando tirá-lo de sua cabeça, também, não fazia mais sentido chorar por causa disso. Ele era forte e não tinha porque não ser forte com isso também, tinha de superar.

Algum tempo passou, até que alguém chegou lá, mas para sua surpresa, esse alguém não era Hinamori.

— A noite está linda, não é? — Disse Renji, enquanto se sentava ao lado do Capitão.

— O que faz aqui, Abarai? — Perguntou ainda espantado, e o ruivo riu ao ouvir o que ele havia dito.

— Vim para nosso encontro. — As bochechas de Hitsugaya ficaram avermelhadas, ele não acreditava no que ouvia, já que seu “encontro” seria com Hinamori.

— Mas e... Hinamori...? — Renji riu novamente, passando as mãos delicadamente nos cabelos prateados do garoto.

— Ela disse que era melhor eu vir no lugar dela. — Desceu suavemente sua mão pelo rosto do pequeno Capitão, parando em sua bochecha e o olhando com um olhar amoroso. — Ou você queria que ela viesse no meu lugar? — Os olhos de Hitsugaya se encheram de lágrimas, que caíam involuntariamente pelo seu rosto.

— Merda. — Ele passou as mãos nos olhos limpando as lágrimas, mas de nada adiantava, só chorava mais. — Eu prometi não chorar mais por isso. — Voltava a tentar limpar suas lágrimas, mas não conseguia. E elas aumentaram mais ainda quando sentiu os braços de Renji abraçando seu pequeno corpo. — Aba... Abarai... — Disse espantado.

— Me desculpe pelo o que disse pra você daquela vez... Nunca foi minha intenção magoar você... — Ele apertou o abraço. — Eu só não sabia como agir por ver a Hinamori chorando e logo antes ter ouvido dela que você estava apaixonado por mim... Foi muita informação vindo ao mesmo tempo, desculpe. — Hitsugaya havia parado de chorar, mas agora estava envergonhado por lembrar que Renji sabia sobre seus sentimentos. Seu rosto corou enquanto olhava para o nada, desejando que esse abraço não acabasse nunca, por que não conseguiria encarar o ruivo naquele momento. — Mas, eu posso te perguntar algo, Taichou? — O coração do garoto acelerou. — Você... Realmente está apaixonado por mim? — Ficou em silêncio. — Está? — Hitsugaya se encolheu no abraço do outro, envergonhado. — Vamos, me diga... — Renji separou o abraço, mas o garoto continuava a olhar para baixo. — Por fav- — For interrompido por um tapa em seu rosto, dado pelo Capitão.

— Acho que á essa altura isso já está óbvio, não é?! — Exclamou, envergonhado. — Eu sabia que você era lerdo mas não sabia que era tanto! — Renji levantou num pulo e ficou encarando os olhos do garoto, era quase possível ver faíscas saindo dos olhos de ambos.

— Eu não sou adivinha pra saber o que você sente, baixinho! — Exclamou no mesmo tom.

— Como é que é?! Quem você chamou de baixinho?! — Hitsugaya cerrou o punho.

— O único baixinho que está na minha frente! — Os dois trincavam os dentes de raiva, se segurando para não baterem um no outro. Mas, logo Renji abriu um sorriso brincalhão, o que deixou o outro confuso. — Então isso seria um sim? — O Capitão corou. — Você ainda está apaixonado por mim, não é...? — Ele curvava seu corpo, se aproximando do garoto de cabelos prateados, que estava desviando o olhar de vergonha. — Ne, Taichou... — Sussurrou de forma carinhosa quando seus rostos estavam bem próximos um do outro, fazendo Hitsugaya olhar em seus olhos. — É verdade, não é? — Colocou sua mão na bochecha do menor, que olhou para baixo com as bochechas ainda avermelhadas. — Não precisa ter vergonha, me diga... — Ele se aproximava mais, deixando seus lábios quase encostados. Podia sentir a respiração acelerada do outro em seu rosto. Se aproximou mais, bem devagar, com isso, selando seus lábios rapidamente com os de Hitsugaya, fazendo-o estremecer. Renji sorriu e encaixou seus lábios novamente, mas de uma forma carinhosa. Esse beijo foi mais longo e carinhoso, repleto de sentimentos de ambos os lados. Depois disso, não era preciso uma resposta para saber o que sentiam um pelo outro, o beijo disse tudo por eles. Tanto que dizem que um beijo, pode valer mais que mil palavras.

O beijo -que não foi nem tão curto nem tão longo- foi separado. Hitsugaya estava confuso; Renji havia brigado com ele há uma semana, porque agora era ele quem apareceu no encontro no lugar de Hinamori? Isso não fazia sentido...

— Por que... — O menor dizia, espantado. Renji, que já havia entendido o motivo do garoto estar assim, sorriu e disse:

— Porque eu te amo, Toushiro. — Os olhos do pequeno Capitão se arregalaram. — Eu. Te. Amo. — O ruivo sorriu, dando outro selinho em Hitsugaya segurando a mão dele em seguida. — E você, o que sente por mim? — Ao ouvir, o garoto virou a cara, deixando Renji confuso. — Eh?! O que foi agora?! — Fez uma cara de desgosto.

— Eu não sou uma garota pra ser tratado assim. — Disse, emburrado.

— Mas estava chorando como uma. — Resmungou Renji, fazendo o Capitão trincar os dentes.

— Seu... — Uma veia de raiva surgia em sua testa, mas o ruivo o beijou novamente, deixando-o corado. — Hey!

— Pelo menos quando eu te beijo você fica quieto. — Renji disse em tom de deboche, deixando Hitsugaya mais irritado.

— Eu vou matar você! — Pulou em cima do ruivo, bravo, e os dois começaram a rolar colina á baixo. Quando chegaram ao fim, o garoto de cabelos prateados ainda estava emburrado, mas logo soltou uma risada junto de seu amado. Toda aquela dor que sentia antes ao se lembrar de Renji havia sumido, todo esse sentimento ruim foi substituído por um bem melhor. Um sentimento que aquecia seu coração sempre que via o Tenente. Um sentimento que se tornou sinônimo de seus sorrisos e sua felicidade. Um sentimento chamado Amor


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da one *-* Principalmente a pessoa pra quem escrevi a fanfic u_u Qualquer dia vou escrever mais sobre esse casal, é tão gostoso de escrever sobre eles *o* Beijos e até a próxima >u<~