Fraqueza? escrita por Tayuxa


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

O.K, não foi Betado pela minha Beta oficial por que ela esta temporariamente fora de serviço, MAS, ainda sim foi betada por minha outra miguxa... quer dizer, mais ou menos betada, ela não garante o serviço, fez só por que eu implorei! ^_^''
Mas, se tiver alguma coisa muito, MUITO, sem sentido, me avisem combinado?
Boa Fic! Ou nem tão boa assim, é meio...
Bem, tirem suas próprias conclusões!! 8D



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Ele ainda podia sentir seu pulmão em busca de ar. Não escutava nada.

Não por seu coração bater tão rápido, a ponto de explodir.

Não porque o som das sirenes ainda ecoavam por sua mente.

Não porque a sensação que teve assim que seus olhos repousaram sobre a ambulância, rodava por todo seu corpo.

Sentia um certo vazio em sua mente

Vazio o suficiente para que aqueles minutos ecoassem repetitivamente

Sua casa sucumbia em um silêncio insano.

O mesmo que o fez levantar a cabeça e encarar o espelho a sua frente.

Antes as luzes estivessem apagadas como no resto da casa, assim não conseguiria ver sua própria expressão.

O silêncio foi rompido delicadamente pelo som suave da água alcançando o piso branco.

Gotas foram substituídas por um som incessante da água transbordando da pia. Não se deu ao trabalho de fechar a torneira.

As pontas de seus dedos embranqueceram.

Apertou a extremidade branca em que se apoiava.

Sua visão começou a embaçar

Pressionou os dentes com força

Não queria mais derrubar nenhuma lágrima

Só queria parar de pensar naquele assunto. Queria seguir em frente com sua vida, sem sentir aquele peso lhe puxando pra baixo;

Literalmente.

Apoiou sua cabeça na pia com certa violência.

O chão molhado e o silêncio

Apenas o chão permanecia molhado

O silêncio que assombrava cada centímetro daquele apartamento foi quebrado

O vocalista soluçava

Não tentava mais conter as lágrimas

Seus soluços eram carregados de tudo aquilo que se prendia em seu peito.

Lágrimas que demonstravam o quão triste estava.

Sozinho

Abandonado

Ele havia lhe abandonado sem nem o esperar.

O que poderia ter dito ao pequeno naquele momento?

O que o pequeno poderia ter dito lhe dito?!

- Volta pra mim... – murmurou ele com uma voz rouca, entre alguns soluços

Gemidos de dor

De solidão

De abandono

Sabia que não iria adiantar chamar nem mesmo gritar.

Implorava. Definitivamente implorava para vê-lo de novo. Mesmo que fosse apenas uma vez.

Para poder dizer que sentia muito, e dizer que todo o tempo que passou ao lado dele agora não valeria de nada.

Antes tivesse aproveitado, se ao menos pudesse voltar uma semana. Um dia se quer para poder olhá-lo nos olhos e sorrir por algo, antes sem importância.

Tudo teve importância, ou mesmo o tempo que passou em branco.

Quanto mais pensava na última vez que o vira, mais seus olhos transbordavam a agonia que sentia em seu coração.

Muito provavelmente a culpa daquilo era sua. Possivelmente o loiro estaria chorando ao volante. Isso porque ambos foram simplesmente idiotas.

Idiotas e imaturos.

As ofensas que disparou ao seu melhor amigo, lhe pareciam o mais grave delito nesse momento. O maior erro de sua vida.

Talvez, se não tivessem brigado, agora ambos estariam rindo pelo telefone como em quase todas as noites.

Noites essas, exemplos perfeitos de momentos que passaram em branco. 

Uma pergunta óbvia rondava-lhe a mente.

Como seria possível, não poder simplesmente ligar para a casa dele?

Como ele pode ter ido embora assim, sem aviso prévio?

E a banda, como continuaria?

Se bem , que a banda era a ultima coisa que lhe importava no momento. Tudo o que queria saber era referente à própria vida.

Tantas palavras não ditas.

Decisões não tomadas.

Atitudes não concretizadas.

Vontades ocultas pelas sombras de suas noites perturbadas.

Poderia ter feito tudo o que deveria ter feito. Talvez a dor fosse menor.

Se não tivesse deixado para amanhã, provavelmente não teriam brigado por algo tão insignificante como um refrão de música.

Música agora que nunca poderia ser tocada.

E se dependesse dele, nunca si quer terminada.

Muito menos cantada.

Cantar?

Algo que antes lhe enchia de força para continuar a vida.

De vontade de continuar a crescer, e alcançar seus objetivos.

Mas sem ele?

Que objetivos poderia ter sem ele?

As lágrimas estancaram por um momento, enquanto respirava fundo.

Levantou-se, olhando-se no espelho mais uma vez.

Respirou mais fundo.

Por um momento, sua mente permaneceu quieta.

Sem ação.

Estática.

Aquele pequeno dentuço não deveria fazer tanta falta assim em sua vida. Não deveria.

Era apenas um bom amigo. Um de seus melhores amigos, mas ainda sim, só um amigo.

Além de que, o próprio ficaria muito bravo em vê-lo nesse estado.

Se ficava bravo quando Shou simplesmente estava com sono, imagine em depressão!?

Suas pernas funcionaram, ao contrário do que imaginava. Saiu em passos lentos daquele banheiro seguindo por seu corredor escuro pelo manto da madrugada.

Que horas deveriam ser? 3 horas, 4 horas da manhã?

Do que importava, não teria compromisso no dia seguinte de qualquer maneira. E se tivesse, não iria comparecer de qualquer modo.

Andou até sua sala de estar. Avaliou a situação: Poderia deitar-se no sofá, ligar a TV e assistir a programas alienativos que tentam vender produtos inúteis que com certeza iriam quebrar em menos tempo do que imaginaria. Alias, não iria comprar de qualquer maneira.

Mas ficar parado sem pensar em nada não seria muito agradável...?

Passou direto pela sala e chegou até sua varanda. Assim que abriu a porta de vidro, um vento gélido fez com que seu corpo se arrepiasse.

A vista para a cidade noturna era mais interessante, ou atrativa.

Apoiou-se na grade de ferro de seu 14º andar, sentindo o vento lhe bagunçar o cabelo.

Estava frio.

Estava quieto.

E principalmente solitário.

Poderia ligar para alguém, mas quem estaria a fim de ficar com alguém do outro lado da linha que não iria falar nada? Iria simplesmente, sentir que tem mais alguém no mundo? Às 3 horas da manhã?

Seus olhos voltaram-se para baixo. A queda.

Ninguém veria absolutamente nada.

Não haveria suspeitos.

Não haveria testemunhas.

Somente as tímidas estrelas que conseguiam brilhar a ponto de passar por aquela cortina de poluição seriam testemunhas de sua fraqueza.

Seria idiotice.

Seria loucura.

Mas o próprio Hiroto admitia que o vocalista era idiota e louco.

Mas ninguém se importaria, se importaria?

Seria uma boa saída...

Aquela dor iria embora junto com o resto, aquela agonia, aquele desespero .

Afinal, estava sozinho mesmo, então, por que continuar com isso?

Seria simples, era apenas parar de pensar e jogar seu corpo para frente.

Um caminho sem volta.

Uma decisão que poderia tomar, ao contrário de todas as outras que deixou oculta, que fugiu apenas para não ter que fazer alguma coisa a respeito.

Seus pés descalços apoiaram seu corpo na grade, fazendo-o ficar mais alto, e mais próximo de sua ultima decisão em vida.

Poderia.

Poderia e pode.

Além de tudo, quer.

Qual seria o problema?

Não Seria dramático o suficiente?

Talvez cortar os pulsos dentro de uma banheira fosse mais apropriado. Ou até mesmo cortar a garganta com uma tesoura, ou simplesmente colocar uma faca dentro da tomada.

As luzes nos apartamentos estavam acesas por toda a cidade.

Uma fina lágrima rolou por sua face.

Não deveria desistir de si mesmo. Não deveria mais queria.

Mais uma vez sua face estava molhada por grossas lágrimas, perdia-se entre sua própria dor, no sentimento mais egoísta possível.

Iria.

Mas, até mesmo para isso perdeu a coragem.

Isso seria o cúmulo! Perder a coragem de se matar, por que não tinha coragem de continuar a viver!

Gritou. Gritou com todas as suas forças, sem se importar se alguém Escutaria ou não.

Era óbvio que alguém escutaria, mas esse não seria seu problema agora.

Desceu da grade, apoiando suas costas na porta de vidro, sentindo mais soluços virem, juntamente a mais lágrimas.

Respirou por alguns segundos.

Voltou a olhar para frente.

Covarde.

Aquilo seria bom-senso, ou simplesmente covardia?

Sua mão repousou sobre a maçaneta da porta a e abriu, entrando novamente em seu quente apartamento.

Apoiou a cabeça na porta de vidro assim que a fechou.

Virou-se de costas, e acabou sentando-se no chão.

Seus olhos fechados, abriram-se sem razão aparente, e repousaram sobre sua estante, onde em uma repartição de vidro, estava seu presente de aniversário de ninguém menos do que o causador de toda aquela dor.

Levantou-se, e andou até ele, abrindo a porta de vidro e apanhando a garrafa, juntamente a algum copo qualquer que residia ali.

Abriu a garrafa de Vodka e despejou o liquido no copo.

Virou-o na boca, bebendo todo aquele liquido que começava a arder em sua garganta, e trazer uma sensação estranha para sua cabeça.

Bateu o copo com força na estante, e levou a garrafa até a boca.

Enquanto ingeria a bebida lembrava-se do dia em que havia ganhado. Da promessa que havia feito a si mesmo: “Não beber isso até chegar a hora certa.”

Aquela não era a hora certa.

Estava morrendo, não em um momento especial.

Seria a morte figurativa um momento especial?

Sentir que cada parte de seu coração ardia de dor, que cada parte de seu corpo estava sangrando sem sangrar, que cada parte de seu corpo era ferida.

Palavras não são capazes de descrever algo assim.

Ele estava sendo tão egoísta, perdendo-se entre sua própria dor.

Mas tudo havia perdido o gosto, a cor, o motivo, e a razão.

Morrer sem ter morrido. Se sentir em queda livre, em uma simples contagem regressiva para lugar nenhum.

Ele perdeu algo, que antes era sem sentido, e a culpa era sua.

Seu corpo doía sem dor.

Seu coração sangrava sem sangue.

Morria por continuar vivo.

Seria tão melhor ter coragem de morrer de verdade. Mas algo o impedia.

Sua consciência?

Seu bom-senso?

Sua covardia?

Sua fraqueza?

Não conseguia mais pensar nisso.
A vodka em seu sistema nervoso não lhe permitia mais.

Todavia, assim estava bom.

Enquanto não fosse capaz de pensar, não sentira a culpa da morte em suas costas.

E continuaria parcialmente vivo.


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Notas finais do capítulo

;_____________________;
Se alguma fãn doida do Hiroto quiser me matar, eu deixo tá? /semata
A é, reviews são MUITO bem vindas!!
Se seu dedo cair, não se preocupe, foi comprovado que Super-Bonder concerta! 8D /ounão...
O_O



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