Noite escura. Céu estrelado. Lua cheia. Fantasma da noite.

Essa sou eu. Um fantasma. A mensageira de penas brancas, com olhos dourados e uma carta nas garras. Levando-a para um menino, uma nobre missão.

Olho para a Terra  lá embaixo. Os campos verdejantes do verão inglês passam como um borrão. Até que aparece um castelo. Hogwarts.

Seguindo as correntes de vento, sobrevoo a escola, e entro por uma grande janela, pela qual passam outras centenas de corujas.

Entramos, todas juntas, em revoada. Com meus olhos de caçadora, procuro o meu dono. Vejo um pequeno raio, e voo até lá. Largo a carta e pouso em seu ombro.

Ele ri, e pega a carta. Lê a mensagem, e, com uma pena de escrever, rabisca uma resposta.

Com os dedos, ele pega uma tirinha de bacon do seu prato, e me dá. Jogo-a para cima e engulo de uma bicada só. Hummm... Ainda prefiro ratos.

Estendo a pata direita, e ele amarra a resposta. Dou uma bicadinha em sua orelha. E saio voando, na noite, a caminho de meu destinatário.

Voo, sozinha, por muitos dias, por muitas noites, na chuva, no sol quente e nos ventos do oeste.

Chego, enfim, à uma casa. Simples, porém bonita. Fica num lugar que os humanos chamam de Brasil. Não sei o que significa. Só sei que é longe.

Vou em direção à uma janela, e tento passar por ela. Má ideia. Bato com a cara na vidraça e caio no chão.

Um movimento nas plantas do jardim me chama a atenção. Um enorme cão negro aparece. No início eu tinha medo. Mas agora não mais. Descobri que esse é o meu amigo. Sirius, padrinho do meu dono, e o cara que me alimenta com os camundongos mais gordinhos. Hummm...