You Are My Wonderwall escrita por LastHeartx


Capítulo 1
Capítulo 1




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Estava uma noite fria quando saí de casa em direcção á escola de dança. Adorava ir para lá treinar á noite, sozinha, sem ninguém a dizer-me o que fazer.

A dança era a minha vida. Com ela, deixava tudo o que alguma vez me preocupara para trás e entrava naquele pequeno mundo em que eu tinha o trono e tudo era feliz.

Subi a pequena avenida e entrei no mundo subterraneo do metro. Teria que esperar 5 minutos até que viesse um que desse para mim. Á noite, também aquele mundo era diferente. Estava mais vazio e mais perigoso, mas nem mesmo assim eu deixava de me sentir bem naquele meio. Ali todos erámos diferentes, todos lutávamos contra a sociedade e contra o que ela se tinha tornado. Ali, era apenas eu e ninguém me iria julgar.

Reparei numa pequena mulher com uma criança pelas mãos, a gritar, ecoando pelo espaço vazio em que nos encontrávamos. Queria o doce que a mulher lhe tinha tirado por lhe fazer mal. Sabia perfeitamente o que fazer para o ter de volta. Basta gritar um bocadinho mais e ela cedia, tal como fez.

Entrei para o metro e deixei-me ficar em pé. Havia pessoas quase a dormir e outras que já tinham adormecido naqueles bancos, depois de um dia intenso de trabalho. Agora queriam chegar a casar e tentar descansar para fazer tudo de novo no dia a seguir.  

A criança, agora sentada num banco, abanava as pequenas perninhas enquanto saboreava o glorioso doce.  Faltavam apenas mais duas paragens até á minha, quando um grupo de homens entrou no metro, encapuçados.

Traziam pistolas nas mãos e grtivam a todos que se calassem e se deixassem no chão.

Assim fizemos, ou assim fizerem eles. Um dos homens agarrou-me pois era a que estava mais perto da porta do motorista e apontou-me uma arma á cabeça, fazendo-me soltar um pequeno grito.

Olhei para a pequena criança mais, agora via completamente o medo que eu estava a sentir também na cara dela. A pequena senhora colou-se por cima da menina como uma barreira. Naquele momento, eu precisava de uma segurança, antes que as minhas pernas tremessem e eu caisse com elas. Agarrei-me naquela imagem para continuar a lutar.

Aquele pequeno ato de coragem de mãe. Eu sentia tanto a falta da minha. Estava chateada com ela quando saí de casa, eu não queria morrer sem lhe dizer o quanto a amava.

-Tu... - disse o homem que me agarrava ao meu ouvido - Vais até ao motorista e diz-lhe para parar esta merda num sitio sem ninguém. - apenas acenei com a cabeça e ele empurrou-me para lá. - Se ele sequer tentar chamar a policia ou abrir alguma da porta, morre toda a gente deste metro. - Sentia a arma nas minhas costas enquanto avançava pela carruagem. - Um passo em falso e morres, percebes-te? - eu acenei com a cabeça novamente. As minhas pernas não podiam falhar, não agora. 

Abri a porta da carruagem do motorista devagar e procurei pela minha voz.

-Por favor. - disse eu baixinho e já com algumas lágrimas nos olhos. Eu tinha que ser forte, por toda aquela gente. Pela aquela mãe que eu dia queria ser.

-O que é que se passa? - perguntou o motorista.

-Por favor - repeti - pare o metro num sitio remoto e não chame as autoridades - disse a tremer - senão eles matam-nos. A todos.

-Eles quem?

-Por favor. - repeti desta vez com mais urgência e ele parou o metro, seguindo-me depois para o lugar onde estavam os homens.

-Muito bem. - disse o homem agarrando-me novamente. - Estou a gostar de ti, querida. - Não minha cabeça só conseguia dizer "não, não, não!!", mas sabia que se alguma coisa acontecesse aquelas pessoas a culpa iria ser minha. - O que é que achas de irmos ali para a outra carroagem, estavamos mais sozinhos. - sussurrou ele ao meu ouvido, fazendo-me tentar soltar-me. - Pára, puta! - berrou ele, assustando não só a criança, como a mim também. - Agora, toca a andar. - empurrou-me para a frente, fazendo-me quase cair. - Volto já. - disse para os outros.

Entramos na outra crruagem e ele empurrou-me contra um ferro. Sentia a dor e o desprezo a subir-me pela espinha acima enquanto o homem se aproximava cada vez mais de mim. Senti a mão dele a entra para dentro das minhas calças e contrai-me. Aquilo não podia estar a acontecer, não a mim. Desapertou-me as calças e baixou-as juntas com as cuecas. Sentia-me exposta e nojenta. Senti-o a fazer o mesmo com as dele e de seguida algo a tentar entrar dentro de mim. Queria gritar, livrar-me daquela dor e chorar. Chorar como um rio. Senti algumas lágrimas a ciar pela cara enquanto ele fazia movimentos bruscos dentro de mim. Limpei-as com a palma da mão e tentei ficar calma. Eu ia sobreviver aquilo, eu tinha que sobreviver aquilo.

Podia tentar empurra-lo, manda-la par longe de mim e fugir enquanto estava destraido, mas ele era o triplo de mim e só iria piorar a situação.

Ele continuava com a ponta da arma apontada á minha cabeça, e a imagem daquela pequena criança e da mãe voltou a atacar-me de novo a cabeça, deixando apenas uma perguntar a palpitar na minha cabeça, juntamente com a dor. E se eu engravidasse daquele monstro?!
Senti o meu corpo a ficar sem força e quase a cair. Agarrei no ferro a que estava encostava e tentei manter-me de pé.

De repente, vi uma faca a cair-lhe do bolso. Podia tentar agarra-la, mata-lo sem barulho e chamar a policia. Sempre fora muito agil devido á dança, tirar a faca seria a parte mais fácil.

Respirei fundo e agarrei na faca, espetando-a no seu abdomen. Corri para longe dele enquanto puxa-va as calças para cima. Estava a chegar á porta quando ouvi um tiro e senti a dor a descer-me até á perna, fazendo-me cair.

A dor era insuportável e o mundo girava na minha cabeça. Vi um dos outros homens a entrar e de repente, tudo ficou preto.


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