Saímos da sala, não acreditando que aquela semana chata de aula tinha acabado, e que no dia seguinte iríamos a uma das melhores baladas da cidade.

–        Entou ansioso para conhecer esse lugar, dizem ser o melhor. Disse Thales enquanto caminhava abraçado com Carolina.

–        Acho que vai ser demais. Disse Beatriz.

Logo vi o carro do meu pai parado em frente a escola, me despedi de Carol, Bibi e Thales e corri para dentro do carro. Chegando em casa fui recebida por minha tia que perguntou o que eu queria de sobremesa.

–        Um copo de açúcar. Comecei a rir e corri para o meu quarto, deixando a minha tia parada no meio da sala com um livro de receitas e completamente confusa.

Larguei a mochila na cadeira em frente à mesa onde sempre deixava o notebook. Peguei meu diário que guardava sempre em esconderijos diferentes, mas desta vez havia guardado ele embaixo do tapete do quarto.

Comecei a escrever, e a escrever nele. Talvez eu nem tivesse tanto o que falar, mas ali eu podia escrever tudo o que não tinha coragem de falar, pensar ou admitir.

Minha porta abre, era meu pai. –  O jantar está servido. Disse ele.

–        Eu já vou descer. E comecei a olhar para o celular em cima da cama. Ele sai, percebendo a frieza com a qual eu o tratei.

Guardo meu diário na mochila e desço para jantar, me sento à mesa e logo os empregados já trazem meu prato. Comi e fui direto para a cozinha, peguei um dos copinhos com pudim que estavam preparando para a sobremesa e fui para o quarto. Peguei meu celular, e mandei um sms para Beatriz ‘’ Amanhã vai ser demais, aquele lugar com certeza é incrível’’, terminei de comer o doce, me deitei na cama e comecei a lembrar do domingo, na cafeteria. Já fazia quase uma semana que não via Paulo, e como deveria estar seu primo? Perguntas vieram a minha cabeça, até que finalmente peguei no sono.