[ relembrando cpt]

Ele saiu e conversamos um pouco, dei um beijo nela e as enfermeiras vieram busca-la. Foram mais de duas horas de exames, estava eu, Niall e Lou na sala de espera quando o médico dela veio até nós.

– Senhor Zayn Malik?- disse procurando entre as pessoas, me levantei e ele veio até nós.

– O que ela tem doutor, - ele nos olhou pausadamente, e antes que pudesse responder algo o interrompi- por favor, não esconda nada de nós tá legal!- disse impaciente.

– Bom, fizemos um hemograma nela e foi constatada uma proliferação excessiva de células aparentemente maduras.

– O que isso significa?

– Ao fazer um exame de rotina, pode-se notar um hemograma anormal sugestivo de leucemia com presença de células imaturas.

– Quer dizer que ela tem leucemia? Como?- sentei aos poucos com dor no coração.

– Não existe uma causa única para todos os tipos de leucemias. Cada tipo de leucemia possui sua própria causa. Suspeita-se de ser causada por fatores diversos, dentre eles: herança genética, desencadeamento após contaminação por certos tipos de vírus, radiação, poluição, tratamento quimioterápico entre outros. Algumas vezes, pensa-se muito a respeito da baixa imunidade ou alguma falha no sistema imunológico que fizesse com que alguma célula anormal não fosse destruída e se reproduzisse, dando início ao câncer. Não se pode determinar de forma exata como a leucemia se desencadeia em um indivíduo específico, mas é possível verificar através de seu próprio histórico a possível causa.

– Meu Deus, e agora?

– Faremos nela mais dois exames para classificar a leucemia. Sabemos que o tipo dela é a LEUCEMIA CRÔNCA AGUDA. Aproximadamente 85% dos pacientes com LMC estão na fase crônica na época do diagnóstico. Durante esta fase, pacientes são geralmente assintomáticos ou têm somente sintomas leves de fadiga no momento do diagnóstico. A duração da fase crônica é variável e depende do diagnóstico prematuro assim como da terapia usada. Ultimamente, na ausência de um tratamento curativo, a doença evolui para a fase de aceleração.

– Isso quer dizer que ela pode morrer?- eu já estava sem chão.

– Sim, tem uma alta incidência de mortalidade. Mas não vamos descartar nenhuma possibilidade.

Aquilo foi como um balde de água fria, não só pra mim, mas para os meninos também. Quando chegou a hora de ver o médico contando a ela foi à fase mais difícil. Ela chorou muito, ficou sem falar nada durante uns três dias. Quando o médico deu alta e chegamos em casa foi que ela falou.

– Eu amo muito, todos vocês- disse se referindo aos meninos e a mim.

– Deita aqui- coloquei-a no sofá

Algumas semanas se passaram e seu pai Adrian havia sido absolvido do caso. Ela já havia começado o tratamento da quimioterapia. O médico nos disse que ela já estava na fase final da evolução da LMC. Crise blástica é a fase terminal da LMC e clinicamente se comporta como uma leucemia aguda.

Ela havia perdido muito cabelo e tomou a decisão de raspá-lo,

– Tem certeza que quer fazer isso amor?- antes de entrarmos no salão perguntei.

– Não tem saída, eu to horrorosa, com tufos de cabelo por tudo quanto é lado. Eu vou cortar e pronto- disse

OPCIONAL : http://www.youtube.com/watch?v=5-EmcOli28U

Entramos no salão, já havia dito a cabeleleira o porque dela querer raspar. Fiquei no sofá vendo-a sentar-se na cadeira, quando ela olhou para o espelho começou a chorar, antes mesmo de ficar careca. Aquilo me doía tanto, eu não pensava, ou melhor evitava ter pensamentos do tipo " a morte dela". Eu queria que ela ficasse bem, sorrindo, era a única coisa que eu desejava nesses últimos meses.

A moça começou a cortar\raspar seu cabelo e a cada pedaço de cabelo que caía no chão, era possível ouvir seu choro de dor. Todos que estavam no local tentavam ocupar-se com afazeres aleatórios, mas notava-se lágrimas nos rostos de cada um.

Levantei-me lentamente sem que ela percebesse e saí de lá. Caminhei alguns quarterões até encontrar uma barbearia. Entrei e fiquei esperando ser atendido.

– Pois não, é por aqui - uma mocinha simpática finalmente me levou até uma sala, na qual faziam inúmeros cortes.

– Raspe, agora, por favor- foi a única coisa que disse ao me sentar na cadeira.

Quando as coisas não acontecem conosco, parece tudo mais fácil, porém eu sabia a dor que estava sendo para Melory raspar o cabelo. Para as garotas, o cabelo significa poder, as embelezam. E ela tinha um cuidado extremo com o mesmo, adorava passar horas em frente ao espelho fazendo penteados diferentes. Só que a partir de agora isso acabou, começa a fase mais difícil da vida dela.

Ver ela chorando era como se arrancasse parte de mim, era um sofrimento imenso. Quando me olhei no espelho, senti como se tivesse feito o certo. Eu a amava e se raspar a o cabelo era arrancar um sorriso que nos últimos meses era impossível, eu faria. Passava lentamente pela calçada quando vi uma loja de floricultura e avistei a flor que ela mais gostava Iris, seu significado era a Deusa Grega do Arco-íris , e ela era minha deusa. Paguei e sai com um buquê das mesmas.

Parei em frente ao salão, olhei pela fresta da porta e a vi, sentada conversando com algumas meninas.

– Precisa de ajud.. Zayn?- a cabeleleira assustou-se quando eu abaixei o buquê que tampava o meu rosto.

– XIIIU fica quieta, é surpresa pra ela- apontei pra Melory.

– Então se é surpresa, entre pelo fundo- respondeu.

– Ótima ideia Susan, me ajude então eu não sei onde é os fundos- rimos juntos.

Segui-a até chegarmos a parte de trás do salão, entrei silenciosamente e fiquei parado atrás dela.

– Bom Melory, eu tenho que antender um cliente, ah acho que Susan está chamando você na sala dela- a menina que conversava com ela me ajudou.

Com certa dificuldade ela levantou-se do sofá e virou. Porém eu estava com o buquê tampando o meu rosto, abaixei-os lentamente e abri um sorriso. Foi quando ela desabou a chorar, sentei-a novamente no sofá e ela me deu um abraço, mas um abraço tão forte que fiquei até sem ar.

– Amor, porque fez isso?- ela perguntou ainda me abraçando.

– Por que eu te amo- ao terminar de falar, ela me soltou aos poucos e olhou em meus olhos, ficamos nos observando por algum tempo, até ela me dar um beijo.

Constantemente quando nos beijávamos, sentia gosto de remédio em sua boca, mas lógico deixava passar, sabia que era por culpa do tratamento.

Chegamos em casa ela aparentava estar melhor. Não havia ninguém na residência. Eu sentei no sofá e ela logo fez o mesmo.

– Zayn, preciso.. erm, eu quero fazer algo... antes que... não dê mais tempo-falou pausadamente.

– O que meu amor?

– Quero ter minha primeira vez- disse meio envergonhada.

– Amor, acho que tem que ser algo especial

– ESQUECE- falou alto- vai ser especial de ser com você, nada mais importa- e logo me beijou.

Sabia que ela não tinha muito tempo de vida, portanto não a questionei. A peguei no colo e levei-a ao quarto, lentamente deitei seu corpo na cama, necessitava ser cuidadoso, ela estava doente.

Ela foi tirando o shorts, a blusa. Eu apenas fiquei olhando, quando minha ficha caiu, tirei a calça e o resto da roupa. Estávamos completamente nus, fui beijando levemente a curva de seu pescoço, ela arrepiou-se e agarrou as pernas na minha cintura. Desci meus lábios até seus seios e fui dando leve chupadas ali, um gemido fraco, esforçado saiu de sua boca era sinal de que estava fazendo o certo. Suas unhas grandes percorriam meu corpo arranhando-o, cravando-as em minhas costas, braços, peitoral. Apertei seu corpo contra o meu, desci minha boca por sua barriga e antes de chegar lá dei uma olhada de leve pra ela, com a mão ela puxou minha cabeça até sua "amiguinha". Fiquei fazendo movimentos circulares com a língua até que ela gozasse. Assim feito, deitei ao seu lado, ela com um pouco de fraqueza subiu em mim segurou o "meninão" e começou a chupá-lo, em movimentos de vai e vem , apertava sua bunda e ouvia seus gemidos fracos. E foi assim até me fazer gozar. Satisfatóriamente excitados finalmente consegui penetrar nela, ela me arranhava conforme os movimentos produzidos, sua cara era de felicidade, como se estivesse completamente realizada.

Tivemos uma noite, digamos, perfeita de prazer. Amanheci e ela não estava na cama. Percebi a porta do banheiro aberta, fui até lá e ela estava sentada no chão com a tampa do vaso sanitário aberta e com respingos de sangue.

– Melory amor, vou te levar ao hospital, vem pra você se arrumar-

– Zayn...ai.....obrigada pela noite de ontem......sou a pessoa mais feliz do mundo- falou pausadamente.

– Eu fico feliz em saber que consegui arrancar um sorriso desse rosto lindo meu amor, mas vem, precisamos ir ao hospital- e assim peguei-a no colo.

Sai do quarto para que pudesse se trocar, desci as escadas e Louis e Niall estavam na sala vendo desenho.

– E aí Zayn, como ela tá?- Niall perguntou

– Vou levá-la ao hospital, ela tá vomitando sangue de novo.

– Vamos com vocês ok?- Louis pronunciou-se.

Apenas acenei que sim com a cabeça, ela apontou na escada e corri pra ajudá-la a descer. Os meninos ficaram com ela para que eu pudesse estacionar o carro, minutos depois ela já estava dentro dele e nós a caminho do hospital.

[...]

Ela teve de ser internada para o restante do tratamento por causa de suas infecções. Doía-me ver dessa maneira, eu chorava e pedia a Deus que a levasse tão cedo.

OPCIONAL : http://www.youtube.com/watch?v=byVA-YfNxds

A leucemia estava em estado terminal. O pai de Melory estava com a gente já fazia mais de um mês. Ele também sofria muito com tudo.

– Zayn queria te agradecer por ter feito o que fez pela minha filha.

– Senhor Adrian, não precisa me agradecer por nada, eu amo sua filha e faria qualquer coisa pra vê-la feliz.

– Ela teve sorte pelo menos no amor, pois você é um rapaz de ouro menino- bateu em minhas costas e saiu em direção à cantina.

DIAS DEPOIS

PARABÉNS PRA VOCÊ, NESTA DATA QUERIDA, MUITAS FELICIDADES E MUITOS ANOS DE VIDA- entramos cantando no quarto no dia do aniversário dela.

– Acho que muitos anos de vida teremos que cortar da música.

– Melory, hoje é seu aniversário ok, alegria princesa- respondi.

Fizemos uma pequena festinha pra ela no quarto do hospital.

Quando escureceu e todos foram embora, deitei ao seu lado e ficamos horas conversando, até ela adormecer.

Quando amanheceu, o céu estava cinzento, nublado. Era mais um dia de quimioterapia que a deixava hiper cansada. Estava tomando um café quando a enfermeira adentrou o quarto.

– Com licença, senhorita Mel, vamos pra sessão?

– Não quero, hoje eu não vou.

– Mel, já conversei com você sobre isso.

– EU NÃO VOU, VOCÊ É SURDA?- gritou e tive que interromper.

– Erm, deixa comigo eu converso com ela, tá bem?- referi-me à enfermeira.

– Ok- derrotada saiu do quarto.

– Mel, você precisa ir amor.

– Eu não vou Zayn, de nada vai adiantar mesmo. Por favor, não insista pra eu ir, eu não quero.

– Tudo bem, tudo bem. Você não vai, mas só hoje ok?

– Ok- deitei ao seu lado.

– Amor?- ela disse

– Estou aqui princesa

– Pegue aquela caixa no armário, por favor.- assim que ela pediu, eu peguei- agora abra e tire a primeira carta que encontrar.

– Prontinho, o que faço com ela agora?

– Abra-a e leia em voz alta, por favor.

Abri-a e comecei a ler:

– Eu fecho ambas as fechaduras abaixo da janela. Eu fecho ambas as cortinas e me afasto. Às vezes soluções não são tão simples. Às vezes o Adeus é o único jeito.

– Melory, o que é isso?

– Apenas continue meu amor.

– E o sol irá se pôr pra você, o sol irá se pôr pra você. E a sombra do dia, irá envolver o mundo em cinza, e o sol irá se pôr pra você. Nos cartões e flores em sua janela, todos os seus amigos imploram pra você ficar. Às vezes começos não são tão simples. Às vezes o Adeus é o único jeito.

– Só queria que você soubesse meu amor, que de um jeito ou de outro eu irei partir, mas eu quero que saiba que eu te amo, hoje e sempre. Meu amor por ti ficará enternizado em nossos corações. Não sei se acredita em vida após a morte, eu também tenho minhas dúvidas, mas se de lá de cima eu puder te olhar, fique tranquilo cuidarei de você.

– Não gosto quando você fala assim.

– Promete uma coisa pra mim?

– Prometo

– Promete que vai seguir sua vida, arrumar outra pessoa que te faça feliz?

– Só você me fez feliz

– Comigo você só teve sofrimento. Mas quero te ver feliz, se eu não pude te fazer, que outra pessoa faça.

– Eu te amo- falei beijando-a

– Eu também te amo, meu primeiro e único amor.

ALGUNS DIAS SE PASSARAM

OPCIONAL : http://www.youtube.com/watch?v=RnVECaj4Edo

Numa sexta-feira de manhã cheguei ao hospital e ela estava muito pior. Gritava a maior parte do tempo de dor. Estava deitado ao lado dela, e ouvi-a dizer.

– Zayn................Sabe de uma coisa?

– Conte meu amor

– Com você eu fui a pessoa mais feliz da vida, mais realizada. Posso te pedir uma coisa?

– O que quiser

– Me leve ao jardim, estou cansada de ficar aqui dentro, presa nessa cama.

– Ok, vou chamar o médico pra ele autorizar.

Com muito custo, consegui convence-lo a me deixar levá-la ao jardim que era ali mesmo. Voltei pra buscá-la, e fomos caminhando até a parte de fora. Quando a luz do sol, clareou seu rosto, ela fechou os olhos como se estivesse vivendo cada momento, para ser inesquecível. Sentamo-nos num balanço e passamos a tarde alí, ela era outra pessoa. Mais viva, renovada.

Infelizmente tivemos que voltar, a enfermeira foi dar banho nela e eu também fui tomar o meu. Quando voltei, ela já estava deitada na cama, com um ar mais leve. Fiquei feliz em vê-la dessa maneira. Deitei ao seu lado e ela pronunciou-se.

– Obrigada pela tarde maravilhosa que passei depois de meses.

– Obrigada Melory, por ser minha.

– Diga que me ama.- ordenou

– Melory Mitchell eu te amo mais que tudo nessa vida. - Eu segurava sua mão no alto e brincava com seus dedos- Quero ouvir você agora minha princesa.

– Eu também Zayn.... eu te am.....

Não a vi terminar essa frase, seu corpo se relaxou e sua mão que estava entrelaçada com a minha soltou-se. Meu corpo gelou, fiquei sem chão.

– Não Melory, não vá, por favor, volte, não vá meu amor, volte.

Eu gritei, chorei demais, o único grande amor da minha vida se foi pra sempre. Queria estar no lugar dela, queria sentir toda a dor que ela sentiu. Mas simplesmente não pude, o que seria de mim sem ela, o que seria dos meninos sem ela. Mesmo doente, ela era nosso alicerce, sei que agora ela descansou, mas queria que nada disso tivesse acontecido. Adrian ficou arrasado, os meninos só sabiam chorar. Era como se tivessem arrancado um pedaço do meu corpo, metade de mim se foi junto à sua alma.

Toda vez em que eu me olho no espelho
Estas linhas no meu rosto se enaltecem
O passado se foi,
Passou como do nascer ao pôr do sol
Não é assim
Que todos pagamos nossas dívidas?

Sim, eu sei que ninguém sabe
De onde vimos e pra onde vamos
Sei que é a sina de todos nós
É necessário perder para saber como vencer.

Metade da minha vida está em páginas escritas de livros.
Vivendo e aprendendo dos tolos e dos sábios.
Você sabe que é verdade,
Tudo volta para você

Li um trecho de seu diário no momento em que seu caixão estava sendo enterrado. Melory estava num lugar melhor, sem ela tudo parece diferente, mas se o destino foi traçado assim, não vou contrariá-lo. Ela se foi pra junto dos irmãos e da amiga, sei que de qualquer maneira ela está feliz.

Disse tudo que queria lhe dizer, ficamos juntos os últimos minutos de sua vida e sei que como ela mesma disse:

“TUDO VOLTA PRA VOCÊ”