Liebe: Zu Nahe escrita por Vanessa Mello


Capítulo 6
Amor eterno


Notas iniciais do capítulo

O cap é MUITO comprido, mas até eu acho que vale a pena, é importante ler este. ;]
eu chorei (ninguém preguntou, to sabendo)
até o próximo capítulo, minhas amoebinhas coloridas *-*



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Com uma das mãos na boca, de espanto, eu me levantei, olhando para aquilo de novo. Dançei pelo quarto, rindo para mim mesma, antes de olhar para o relógio da minha mesa de cabeceira(que Bill me dera para que eu acordasse no horário quando ele...Não, eu não podia lembrar disso, era um momento de alegria) com uma cara piscicótica para checar quanto tempo eu tinha. Eram 22:45. Mas fiquei tranquila, por que Ellen era uma baladeira, e se pudesse, se mudava para uma boate, para não precisar sair de casa, porque ela já chamava os clubes de “seu lar”. Lembrei de quando Bill conversou comigo sobre Tom. Ele costumava chegar em casa pela manhã depois de uma festa. Então, eu não passaria a noite com minha irmã, conforme o planejado.

Mas dei de ombros, porque o que eu tinha ali era mais importante, era, era...

O vídeo de meu casamento.

Dançei até o DVD, colocando-o. Pausei-o antes de começar, e fui até o telefone, pedindo outra pizza, me esquecendo da que já tinha pedido, que estava pela metade dentro da geladeira. Subi na cama, igual a uma criança e me cerquei de cobertores, colocando um deles em minha cabeça, como uma touca. Chinguei ao perceber que não conseguiria apertar o play com as mãos dentro das cobertas, e soltei-me de todas, menos da que eu fizera de touca, apenas fazendo o restante da “caverna” com a mesma. Respirei fundo, e peguei o controle, mas não apertei botão algum de imediato, viajei no tempo.

Carla estava mais desesperada que eu ao me ajudar a colocar o vestido branco, me repuxando para todos os lados.

-Ai, Carla, pare com isso, mas que droga!-falei, quando ela começou a me girar pelos cotovelos.

-Me desculpe, mas tenho que deixar você perfeita para esta belezinha aqui.-ela disse, abaixando mais a parte de cima do vestido.

-Achei que o vestido é que tinha que estar perfeito para mim.-ri um pouco, com amargura.

-Mas não tem. Você sabe bem a origem deste vestido aqui, é um puro sangue, é um filho da grande Coco Chanell, único, não está em nenhuma coleção, não está em lugar algum, só em você. Então, você é que tem que estar boa para ele, porque ele já é lindo o suficiente sem você. E se você não o quiser, pode me entregar que eu faço questão de me separar de Gustav apenas para me casar de novo...E usando ele!-ameaçou.

Girei os olhos, quando ela me olhou como se eu fosse um quadro numa exposição de arte, antes de voar para mim, e abaixar mais a parte de cima do vestido.Me irritei.

-Caralho, você quer colocar este espartilho na minha bunda, e quer que eu case com os peitos pra fora?-falei, subindo-o de novo.

-Ingrata.-ela mostrou a língua, e começou a andar pelo quarto.

Calçei meus sapatos, olhando na espreita para o outro lado da rua, onde a igreja que mais parecia um castelo começava a acolher os convidados para seu interior. Sentei-me, tentando enxergar meu lindo noivo naquelas pessoas.

Fui puxada para trás, caindo no chão.

-Mas o que é agora?-falei, nervosa, enquanto me erguia do chão e olhava nos olhos de uma Carla com cara de maníaca.

-Você não vai acabar com o meu trabalho, de jeito nenhum. Se quer aparecer naquela janela, e que todos te vejam, pode ter certeza de que eu não vou deixar. Trabalhei muito para deixar tudo perfeito para você estragar agora.-ela resmungou, fechando a cortina, deixando o quarto do hotel muito agradável para dormir.

Abraçei-a. Eu adorava esse jeito estressado de Carla, deixava minha vida mais divertida, era  mais feliz em te-la ao meu lado, do jeito que era. Resmungona e mal-humorada. Mas isso cativava as pessoas, porque percebia-se que todo o seu mal-humor nunca passava de preocupação.

A porta se abriu, e Bill apareceu. Corri para beijá-lo.

-Você está linda, meu bem, linda!-exclamou, mechendo no laço de meu espartilho, enquanto me abraçava.

Carla parecia prestes a infartar antes de voar para Bill, com seu sapato na mão. Ele se abaixou, rindo, quando ela o jogou nele, antes de jogar o segundo, e este acertar o meu nariz.

Bill riu um pouco, fugindo de Carla pelo quarto, que tentava jogar tudo que encontrava nele.

-Ora, seu cachorro idiota, o que pensa que está fazendo? Vá estragar o casamento da sua vovózinha, quem disse que poderia estar aqui? Me diga, que se for Gustav, ele nunca terá um filho como tanto deseja. Hã? Quem deixou você subir?-falou, e eu apenas olhava, até ver que ela pegou com dificuldade um grande vazo de flores, e tive que correr para segura-la.

-Corra Bill, vai, antes que eu fique viúva antes de casar!-ri um pouco, mas desesperada porque Carla não estava mesmo soltando o vaso.

Ele, como adorava provocá-la, veio até mim, me dando um beijo rápido antes de lançar a língua para ela, e correr para fora.Soltei-a quando tive certeza de que não ia perder o noivo, mas ele voltou, colocando apenas o rosto para dentro.

-Megera.-falou, e fechou a porta no instante em que ela jogou o vaso.

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Talvez Carla tivesse razão sobre o azar de o noivo ver a noiva antes do casamento, lembrei que ela me disse isso quando lhe perguntei  porque tanto estresse se Bill apenas vira o vestido. Lembro de que ela quase me matou quando a perguntei sobre isso.

Ela sabia que pouco me importava a igreja, a velha Coco Chanell, o penteado, a maquiagem, minhas unhas artísticas, que Carla jurara que deixaria que eu roesse depois das fotos e festa, a música que tocaria...Tudo o que me importava era que eu estava indo de encontro a minha felicidade, ao meu destino, ao meu amor eterno.

Eu estava prester a dizer as palavras que mudariam minha vida, que confirmariam que Bill seria meu para sempre.Mas Deus fora injusto comigo, Deus levara o meu menino antes que eu estivesse pronta para deixá-lo ir. Mas eu sabia que nunca o teria deixado ir. Eu não era eu sem Bill. Era apenas uma viúva, sem motivos para viver.

Eu não estava pronta para assistir aquele DVD. Eu só queria estar junto de Bill, queria poder abraçá-lo, e só havia uma maneira de estar com ele novamente.

Puxei a manga de meu camisetão para cima, levantando da cama e indo até o banheiro.Olhei bem para a lâmina de minha Gillete, sorrindo.

-Amor eterno, até o fim dos meus dias.-murmurei, pegando a lâmina e vendo um pedaço de meu reflexo ali.

Eu estava feliz, porque encontrara uma maneira de encontrar com Bill.

-Estou chegando, Bill, me espere.-falei, de um modo dramático demais, mas não havia mais nada que eu quisesse dizer á ele.Espere, seria a única coisa.

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-Tom.-falei, colocando a mão sobre o peito, no lugar onde ficava o colar com a metade do coração que eu divida com Alessandra, em sinal de amizade.

Eu sentira um frio de repente, e meu coração batia loucamente, desesperado por algum motivo desconhecido. Congelei quando ouvi a familiar voz de Bill sussurrar em meu ouvido.

-Volte para casa.-ordenou. Eu só podia estar ficando louca, porque Bill não podia estar no mesmo carro. Bill não podia estar nem mesmo entre nós, na vida, mas eu senti que tinha que obedecer.

-Ellen, vamos demorar um pouco para chegar á festa, o caminho que costumo fazer está congestionado.

-Dane-se a festa, temos que voltar.-falei, sentindo lágrimas.

-O que?-falou, incrédulo.

-Volte, volte agora mesmo para a casa de Alessandra.

-Não, de jeito nenhum. Essa festa é importante, você não pode dar pra trás!-exclamou, firme.

Olhei para fora do carro, em desespero, e num impulso, agi como louca.

-O que eu faço, Bill?-sussurrei para que Tom não ouvisse.

A resposta veio de dentro do carro, sussurrada em meu outro ouvido.

-Jogue sujo.-falou, a voz normalmente amável tomada de raiva.

Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha, e desolada, resolvi ser sincera, e sabia que  que eu diria seria sujo, porque ele não recusaria.

-Alessandra, ela não pode ficar sozinha, não nesses dias, você tem que voltar. Você passou algum tempo falando com ela, sabe que ela age sem pensar, mas sempre se arrepende.

-E daí?-ele falou, tentando mostrar desinteresse, mas a voz estava preocupada.

-Acho que ela pode estar tentando tomar numa decisão sem volta.-falei, sentindo mais lágrimas ao ouvir minhas palavras.

Ele parou o carro, fazendo um retorno muito em cima, em silêncio. Dirigiu loucamente de volta, sem nenhuma palavra mais a dizer para mim. Respirei, e senti uma dor forte no coração.

Chorei mais, e mais, e mais, e mais. E sem ao menos perceber, houve um momento que minha dor foi tão forte que eu soltei um grito, escondendo o rosto nas mãos. Isso fez com que ele dirigisse mais rápido, mas apenas com uma mão, a outra segurando a minha para que eu me acalmasse. Ouvi suas palavras, mas não eram para mim.

-Estou chegando, Alessandra, me espere.


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Notas finais do capítulo

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Não me matem pelo tamanho ;x