Liebe: Zu Nahe escrita por Vanessa Mello


Capítulo 15
Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Amoores, eu já tinha terminado de escrever a fic *-*
porém minha mãe desfragmentou o disco rígido(?)do pc, e a fic foi toda apagada, assim como a Heart's(mas ninguém liga pra essa). então, agora eu vou demorar mais que o normal pra postar /morre fuzilada.

espero que gostem desse cap, me senti insegura de escrever, porque... ah, vocês lerão. -eu acho.

boa leitura, me perdoem :*



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- Anda, Alessandra, me fala, me fala agora! Quem da minha família te julgou?


 


- Esquece isso, Tom. Apenas esquece. –ela colocou as pontas dos dedos nas têmporas.


 


- Não, eu não vou esquecer coisa nenhuma. Anda, desembucha. Quem da minha família te procurou? –ela começou a roer a unha, e me ignorar.


 


De repente, tudo ficou claro pra mim. Minha família não era assim tão grande, e a única pessoa que podia causar estragos no coração dos outros, era ela.. A única pessoa que não se importava com os sentimentos dos outros, porque se considerava o centro do mundo.


 


- Si. Mo. Ne. –eu sibilei, como se fossem palavras distintas cada sílaba do nome dela. Devo ter acertado, pensei, porque os olhos de Alessandra saltaram das órbitas. –Foi ela, não foi? Ela veio aqui e encheu a sua cabeça de besteira, NÃO FOI?


 


- Tom, já chega, por favor. O que tem Simone? Ela não fez nada demais, como você é, hein? Tudo é culpa da sua mãe pra você. Desencana dela, tá? Ela não me fez nada. –disse, e se estivesse mentindo, mentia bem demais.


 


Fiquei atordoado. E ela se aproveitou disso. Começou a cantarolar, e mecher em seu computador, me deixando sem nada em mãos para dizer.


 


- Por favor, me deixa fazer a festa, Ale? Por favor? –olhei com cara de cão sem dona. Ela me ignorou, porém ficou abalada com minha expressão. Olhei no calendário. A deixa perfeita. –Quando é seu aniversário?


 


Ela parou de digitar. Eu tinha certeza de que nem disso ela era capaz de lembrar.


 


- Eer... 15 de Outubro. Porque? –ela piscou, atônita.


 


- No seu aniversário, eu posso fazer uma festa pra você, pelo menos? –fiz a cara mais triste que podia, por mais divertido que estivesse com a situação.


 


- Eu não sei qual a vantagem em festas, mas se você quer, está certo. Somente no meu aniversário. –ela balançou um dedo de advertência na frente de meus olhos.


 


- O.K. Te vejo na sua festa... Dentro de duas semanas ! –falei, finalmente rindo. Ela não sabia nem que hoje era dia 1º de Outubro.


 


Me olhou furiosa e confusa, depois para o calendário. Depois ficou completamente confusa. Aquela era a minha deixa para sair da sala sem apanhar, então levantei, dei um beijo na testa dela, e depois andei porta afora. Fechei a porta, e olhei para o secretário dela. Parecia que ele ia voar no meu pescoço. Mas eu gostava de perigo.


 


- Georg, certo? –falei, estendendo a mão para ele.


 


- Sim. Tom. Irmão do Bill. Sem dúvidas. –falou, sem apertar a minha mão.


 


- Gostaria de uma informação. –ele nada falou. –Alguém veio aqui hoje? Quero dizer, na sala de Alessandra, além de mim, ou você, ou a Carla?


 


- Sim. A sua mãe. Ela fez a Ale chorar. Veio até aqui, disse pra ela que ela esqueceu de Bill, que ele era o passado pra Alessandra, e que ele não importava mais pra ela. A Ale ficou arrasada. Proibí a entrada dela aqui na redação. Me desculpe se estou agindo de modo infantil, mas prezo a felicidade de Ale mais do que a qualquer coisa. –sua voz se tornou quente a amável quando o assunto Alessandra surgiu.


 


Não respondi nada, apenas saí correndo. Eu iria falar com aquela... Aquela... Aquela que tinha coragem de se dizer mãe. As palavras de Georg, ecoando em minha mente, só faziam a raiva aumentar dentro de mim. O fogo que entrou em minhas veias ao saber que era aquele o motivo do mágoa dela. As palavras dele em conjunto com as imagens do sofrimento dela rasgaram o meu peito, eu estava furioso.


 


Não estava com paciência para pegar um táxi. Peguei um ônibus que estava quase saindo de seu ponto de partida, e me sentei em um banco qualquer. A impaciência já ocupava grande parte de mim quando desci na frente do condomínio do apartamento de luxo dela. O porteiro, que já me conhecia pelo tempo em que morei ali abriu o portão grande e prateado sem questionar.


 


Andei até o elevador que me guiou para o último piso, onde o apartamento dela ocupava todo o andar. Não bati na porta.


 


- Mãe? –falei alto, invadindo a sala de visitas.


 


- A sua mãe está na varanda, Tom. Eu vou avisar que você está aqui. –disse a ajudante do apartamento, Marina.


 


- Não. Eu vou lá. –falei, andando até a varanda.


 


A imagem que vi era completamente reversa a que imaginava. Ela estava sentada numa cadeira de balanço, torcendo um lenço que ia de encontro aos olhos dela com frequencia, o queixo apoiado nos joelhos. Ouvia uma música familiar. Ela cantarolava junto com a voz de Elvis Presley. Unchained Melody.


 


- ... a long, lonelly time. Time goes by so slowly and time can do so much*... Marina? Não disse para não vir aqui, minha querida? –disse ao perceber minha presença, a voz fria de repente. Toda a fervura ao cantar a música favorita de Bill se esvaindo.


 


- Mãe? –foi só o que pude dizer, o coração apertando, a raiva desaparecida. Ela parou de se balançar.


 


- Filho... –a voz dela morreu ao se virar para me olhar. Uma lágrima tremulou pelo rosto dela.


 


Ela levantou, se sentando em um sofá, gesticulando para que eu me sentasse ao seu lado. O fiz em silêncio. Ela me abraçou, começando a chorar verdadeiramente. Ela era tão pequena e frágil para mim que a coloquei no meu colo, a abraçando também. O fiz  até que ela se acalmasse.


 


- Mãe... O que houve? –falei, olhando em seus olhos. Ela me olhava nos olhos de volta.


 


Os olhos dela queimavam em minha pele, eram febris, quase hostis de se ver. Eu via o sofrimento desesperado, via a loucura. Ela parecia estar sendo torturada. Os gritos de alguém sendo torturado eram menos agonizantes do que seus olhos. Me davam vontade de fechar os olhos para não ver, me dava vontade de chorar, me dava vontade de correr para longe. Me fazia lembrar que ela não era nada sem Bill. Me fazia lembrar que uma mãe não é nada sem seu filho. E ela o perdera. Me fazia entender todas as questões sobre o amor de uma mãe ser o maior do mundo. Ela amava mais a Bill do que a si mesma. Eu queria poder ajudá-la.


 


- Ah, Tom... Sinto tanto a sua falta. –ela disse, colocando os dedos em meus cabelos, emaranhando os dedos no meio deles. – Você e Bill eram a minha vida. E agora... Essa casa é tão vazia... Sinto falta de quando vocês eram crianças. Me enlouqueciam enquanto corriam de um lado para o outro. A risada de vocês me fazia ganhar o dia. –deixei que ela se lembrasse, para por um sorriso no rosto dela. O sorriso que se formou sumiu quando ela me encarou. –Quanto tempo faz desde que não ouço a sua risada?


 


- Mãe... –eu sempre perdia a fala depois dessa palavra-Te ver nessa situação não vai me ajudar a ter um motivo para rir.


 


- Ah, Tom, me perdoe. Por todos os anos tortuosos de sua vida. Nunca te tratei como eu devia. Você é tão precioso quanto o seu irmão foi. Você... Ah, filho... Se eu pudesse voltar no tempo...


 


- Você teria evitado falar todas as besteiras que disse para Alessandra hoje? –reconheci todos os sentimentos que passaram o rosto dela.


 


Confusão. Raiva. Audácia. Raiva. Atordoamento. Ódio.


 


- Como você sabe do que aconteceu? –ela sibilou, ainda paralisada no ódio.


 


- É com ela que estou morando, não com um amigo. Sou amigo dela. –falei, e afim de deixar a situação menos tensa, passei os dedos nos cabelos dela. Ela afastou a minha mão enquanto seu rosto voltava a dor.


 


- Ela me tirou o meu Bill. E agora ela está me tirando você, Tom... Não percebe? Ela me tirou você. –falou, enquanto levantava de meu colo, olhando para fora da varanda.


 


- Ela não me tirou de você, mãe. Sou seu filho, e sempre serei. Nada pode me separar de você. Mas... Alessandra é minha... –minha garganta queimou. –Amiga. E foi por ela que eu vim.


 


- O que essa maldita mulher tem afinal? –reclamou, secando o rosto.


 


- Maldita, Simone? –arregalei os olhos. –Você a adorava. E agora ela é maldita? Qual o seu problema, mãe?!


 


- Ela é maldita porque tirou de mim as razões da minha vida! –explodiu, me olhando de novo, torturada.


 


Eu sentia o fogo nas veias dela dessa vez, seus olhos mais intensos do que eu me lembrava ter visto na vida. Não havia como descrever o que havia em seus olhos. Era fogo, mas ela estava morta por dentro. Ela estava quente, porém fria. A expressão dela era a expressão de alguém apanhando a chibatadas. Ela queria chorar, mas eu percebia que não haviam forças para fazê-lo. Notei o tamanho das olheiras dela.


 


Caminhei até ela, tocando a parte inferior de seus olhos. Ela os fechou ao meu toque. Uma lágrima brilhante percorreu meus dedos antes de cair ao chão. Ela tocou a minha mão com as costas da sua, respirando fundo, ainda de olhos fechados.


 


- É assim que minha vida vem sendo sem vocês. –ela sussurrou. Meus olhos arderam. Foi só quando notei que chorava também. Ela abriu os olhos, e a minha mãe Simone estava ali de novo.


 


Os olhos maternais, a expressão de carinho que poucas vezes vi. A expressão de Bill, como eu costumava chamar quando criança. Porque aqueles olhos cansados porém amáveis eram sempre para ele. Ela ainda estava morta, porém uma chama de vida começava a aparecer, esquentando o coração dela que há muito devia estar gélido. As palavras dela me foram irresistíveis.


 


- Te amo tanto, Tom... Não quero te obrigar a nada, meu filho, mas... Volte. Volte para a sua mãe. Por favor... Me dê um motivo para continuar viva. Volte.


 


Os dedos dela percorreram meu rosto, secando-o. Me sentia tão envergonhado de chorar na frente dela que não me permitia nem secar as lágrimas. Não podia negar á minha mãe aquele pedido, porque poucas vezes na vida pude fazer algo por ela. Faria naquele momento. Eu não deixaria de ver Alessandra, porque agora eu precisava dela como ela de mim.


 


Não tive coragem de lhe dizer a palavra, mas aceitei o pedido a abraçando.


 


E toda a dor em mim, por um momento, desapareceu.


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Notas finais do capítulo

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A Simone não é tão superbad, né gente? 8D AHHAHAAHHAHAHAH
era isso que estava me deixando insegura, acho que vocês não gostaram assim .-.

mas acho que a raiva de vocês por ela só vai aumentar né?
AHEIUOEHAHEOEUAOEHEOAUEHEOAHEOEUAHOEI

beijos, amores :*
reviews me deixam feliz -dikpodre