Querido tio Fred, hoje é dia 1 de abril, aniversário do papai e seu. À noite estávamos na toca com toda família comemorando esse dia e revendo algumas fotos, todos me contavam histórias sobre você e meu pai disse que sentia muito orgulho de mim por eu fazer jus ao nome Fred.Mas na verdade estou escrevendo essa carta para te agradecer por ser uma companhia para mim. As pessoas lamentam que eu não tenha conhecido você, tio, mas elas não sabem que eu já o vi. 

Eu me lembro daquela vez que era um bebê e mamãe teve que ir para o St. Mungus por causa de uma doença; quando Jorge chegou em casa comigo em seus braços e eu percebi que minha mãe não estava lá comecei a chorar, ele tentava me consolar até eu que eu vi alguém aparecendo atrás dele. Era alguém igualzinho ao meu pai e ele estava fazendo caretas, depois uma dancinha engraçada até me fazer rir, e então foi se dissipando lentamente e desaparecendo. Anos depois eu fui entender que aquele homem igual ao meu pai era você, tio Fred, foi você que me consolou aquele dia.

Uma vez em meu primeiro ano em Hogwarts ganhei uma detenção, tive que ficar na sala do Filch arrumando velhas fichas de outros alunos que o zelador chamava de "delinquentes" e dentre muitas grande parte estava escrito "Fred e Jorge Weasley” e eu sorria ao ver cada uma delas ( e cá entre nós peguei emprestado vários truques de vocês, afinal, são geniais!). Numa das últimas fichas havia um bilhete cuja letra reconheci na hora, era a mesma letra de antigos registros da loja Gemialidades Weasley, nele estava escrito "Parabéns pequeno ruivo, continue assim e você não decepcionará a mim e a seu pai". Muito obrigado tio, por me encorajar a manter o nome Weasley honrado.

Em uma madrugada na minha casa, na época que eu ainda dividia o quarto com a Roxanne, ela acordou com o frio, pois o nosso gato tinha puxado seu cobertorzinho, eu já ia me levantar para pegá-lo quando você apareceu, antes que minha irmã chorasse você recolocou o cobertor e lhe deu um beijo na testa e ela dormiu com um sorriso no rosto, então você se virou para mim, piscou o olho, deu um sorriso e se despediu com um aceno. Eu agradeço por ter aparecido, pois estava tendo um pesadelo naquela noite e depois que o senhor apareceu, eu pude dormir em paz.

Mas o momento em que você mais me marcou, tio Fred, foi no meu sexto ano. Mais uma vez em detenção fui para Floresta Negra, mas eu já havia passeado por lá várias vezes e fiquei muito a frente de outros dois alunos que cumpriam detenção comigo. Decidi esperá-los sentado em uma raiz das árvores, comecei a dar pontapés em algumas pedras e percebi que uma delas não era normal. Quando eu peguei aquela pedra você apareceu na minha frente, sorrindo como sempre; eu, cheio de felicidade, andei em sua direção, mas não pude te tocar. Estava assustado e alegre ao mesmo tempo, pois essa foi a primeira vez que nós pudemos conversar de verdade. Então eu agradeço por ter tornado aquela detenção a melhor de todas. 

Termino essa carta desejando que você esteja feliz aí em cima e que espero que continue orgulhoso de mim.

Com muito carinho, seu sobrinho Fred II.