Lucie escrita por Looh Hernandez


Capítulo 13
Em Pedaços


Notas iniciais do capítulo

"Quando se ama alguém, devemos deixá-la partir, e se ela te ama também, ela vai voltar"



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/261041/chapter/13

Voltamos para a casa depois da festa hilariante e cansativa.

– É... – Bruno disse cabisbaixo depois de desligar o telefone. – O voo é amanhã.

Minha garganta se fechou.

O ar simplesmente não passava e eu tentava de algum jeito impossível respirar.

– V-você não pode. – eu disse rindo para esconder a dor. Sinceramente acho que tomei sol demais esses dias.

– Eu tenho. – ele disse afagando meu rosto.

Eu afastei sua mão.

– Você prometeu! – gritei, me sentindo de repente claustrofóbica. – MENTIROSO! – eu gritei.

Ele juntou minhas mãos e as segurou firme.

Se acalme. – disse estridente.

– NÃO! – gritei mais alto, me desvencilhando de seu aperto forte.

As lágrimas rolaram pelo meu rosto e ele chorava também.

Ele me abraçou e eu desabei.

Amanhã... Nada preparado, eu não podia ir amanhã.

Divulgação... Encenação... O hotel, Sam ainda estava doente... Tantas coisas. Pensar estava começando a se tornar difícil.

– Bruno! – solucei. – Por favor, adie isso... Ou não... Podemos resolver isso... Me ajude a pensar! - eu gritei.

– Não posso... O show é amanhã mesmo. – a minha esperança de que ele fosse depois estava aniquilada.

– Seus fãs. Eles precisam de você. – eu disse, ainda soluçando.

– Sim. – ele concordou.

– Suas Hooligans. – eu disse, chorando com a palavra, as invejando.

– Por favor, venha comigo. – ele soluçou também. – Eu nunca vou amar ninguém como amo você.

– Eu... Não... Posso. – eu solucei mais.

Me desvencilhei de nosso abraço e peguei as chaves do carro. Sai correndo, a visão embaçada por causa das lágrimas.

Dirigi o mais rápido que pude e tentei pensar em algum lugar para ir ou ficar. Não me interessava, podia dormir no carro, ou passar na casa de Sam. Não era importante.

O que importava era que eu estava morrendo lenta e dolorosamente.

“Eu te amo”, a voz de Bruno me dizendo aquilo pela primeira vez ressoou em minha cabeça milhares de vezes.

Eu também, fui capaz de pensar em meu sofrimento.

Bruno’s POV

Ela se foi... Ela se foi...

Eu só conseguia imaginar como minha vida seria sem ela. Como o mundo parecia sem cor sem sua alegria.

– Merda. – resmunguei, querendo xingar tudo e todos.

Peguei o telefone e liguei para Ryan.

– Você não pode mudar isso? – perguntei aflito.

– Não mesmo cara. Ela deveria mudar a agenda dela. Bro, não dá. – ele respondeu.

Quebrei o celular entre minhas mãos e depois chutei tudo o que vi pela frente.

Me sentei na beira de minha cama e coloquei a cabeça entre os joelhos, as mãos nas têmporas tentando me acalmar.

– Eu não posso deixá-la. – murmurava para mim mesmo.

É. Acho que estou ficando louco.

Liguei para ela... Mas ela não atendia.

E se ela tinha sofrido um acidente? Ela saiu totalmente abalada daqui.

Um tremor percorreu meu corpo só de pensar em perdê-la. Eu não sobreviveria.

– Qual é cara. Você logo supera essa. É só mais uma garota, você é o Bruno Mars, pô. – disse Ryan, animado, no aeroporto, minutos antes do embarque.

– Só mais uma garota. – repeti em tom de resmungo.

Eu tentava me convencer de que era verdade. Mas eu sabia que não era.

Mas ela havia mandado Ryan me entregar uma carta que ela havia deixado em sua casa na noite em que partiu:

“Bruno, quero que viva a sua vida e que me esqueça de verdade.

Não me importa quantas garotas você pegar ou quantas namorar.

Você pode me esquecer e eu tentarei fazer o mesmo.

Viva sua vida com todas as garotas que você quiser. Você pode me esquecer e eu já estou tratando de fazê-lo também. Tchau, só não se esqueça que eu continuo e sempre continuarei a te amar.

Você é a minha vida.

Ah, que se dane, você sabe que é.”

Eu suspirei, lembrando da primeira vez que li a carta e chorei – não sou acostumado à chorar, não mesmo.

A carta ainda tinha marca de lágrimas. Não as minhas lágrimas, mas lágrimas dela.

– Bruno? – perguntou Ryan me esperando à porta do avião.

Eu não podia ir. Mas deveria.

– Eu vou esquecer ela. – eu disse, lutando contra mim mesmo para jogar a carta para trás ou no lixo.

Não. Isso não.

Apenas uma lembrança...

Apenas uma lembrança para mim.

Looh’s POV

Eu chorava loucamente e sabia que teria de parar com isso.

Eu o perdera para sempre?

Quando se ama se deve deixar a pessoa ir...

Odeio essa frase.

E se ela te ama de verdade ela vai voltar...

E quando ela não pode voltar? Essa frase não se aplica a mim. Minha vida não se aplica a mim. Meu mundo... Esse mundo não se aplica a mim.

– Shh, shhhhh, calma, já passou. – dizia Sammie para me acalmar. Mas ela e eu sabíamos que tudo só havia começado.

Morrendo lenta e dolorosamente...

– N-Não v-vai voltar para m-m-mim... – eu murmurava.

Palavras sem sentido fugiam de mim. Eu estava acabada.

– Ele vai sim. – ela repetia aquela frase que eu odiava sempre que eu dizia isso.

– Eu vou pra casa. – eu disse conseguindo controlar os soluços incessantes por três segundos. Depois eles voltaram mais fortes.

– Não! Você não pode dirigir assim. – ela disse aflita.

– Se eu não morri ontem à noite eu não morro hoje. – eu ri sarcasticamente e a dor era evidente.

Eu não estava falando de quando eu estava dirigindo, e sim da dor emocional... De quando eu soube que o estava perdendo.

O voo é amanhã.

GRRRRRRRR, aquelas palavras me dão nojo agora.

Ele estava longe. Mas deveria estar feliz. Pelo menos alguém aqui está feliz, certo?

Liguei a televisão e vi uma notícia.

“BRUNO MARS É VISTO PASSEANDO COM GAROTA DESCONHECIDA PELAS RUAS DE LONDRES”

Meu coração parou e depois voltou martelando cada vez mais rápido.

Corretíssimo.

Ele está tão feliz que já está com outra. Safado.

Ódio corria pelas minhas veias.

E então percebi que quanto mais se ama, a facilidade para se odiar é tão próxima... Não quem você ama, mas talvez os outros, quando se tem o coração partido.

O ódio era uma reação ao momento, não a Bruno.

Nunca eu iria odiá-lo.

Sim. Eu desejei que ele fosse feliz e seguisse com a vida.

E é isso que está acontecendo, quer eu queira, quer eu não.

– Por favor, Sam. Espero que não me procure nesses dias. Não quero consolo, não quero ninguém. Só o Bruno. E ele não está aqui. – eu bati a porta e dirigi freneticamente de volta para casa.

Mas quando se ama de verdade... Temos de deixá-la partir. E se ela te ama também... Ela vai voltar.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Brincadeira esse negócio do Nyah excluir todas as fics de bandas/cantores né? ¬¬
Mas não se preocupem, eu aviso qualquer coisa pelo twitter (@hoobsetwisban) e posto no tumblr se precisar :)
Beijos, espero que gostem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lucie" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.