Hora H escrita por matthewillians


Capítulo 1
Oneshot




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Matthew tinha de admitir: sua vida era constituída de uma grande sucessão de momentos embaraçosos. Quando estava em casa, em seu país e com suas crianças, nem tanto, mas eram raras às vezes em que se encontrava na presença de outra nação sem que algo lhe acontecesse de errado.

Ele jurava que já tinha passado por tudo, desde sentarem em cima dele por não o verem, o confundirem com irmão e ser espancado por algo que este havia feito, até lidar com as investidas daquele que costumava chamar de papa enquanto resgatava o mesmo e seus dois amigos idiotas de alguma delegacia em alguma droga de país estrangeiro, onde geralmente os encontrava completamente podres de bêbados e nus.

É, pois é. Quando o assunto era falta de sorte, o pobre canadense se considerava um expert. Ainda assim, naquele momento ele teve certeza de que nenhuma das ocasiões porque já havia passado o tinham preparado para aquilo.

Mon Dieu!! – exclamou Francis, que parecia não saber se olhava a cena, a expressão num misto de incredulidade e desgosto, ou a evitava completamente e se prevenia de adquirir um trauma que provavelmente o perseguiria para o resto da vida. No final, acabou por ficar dando voltas no mesmo lugar enquanto passava uma das mãos compulsivamente sobre o rosto, como se ao voltar a abrir os olhos tudo fosse desaparecer, provando não ter passado de um terrível pesadelo.

Inglaterra, por sua vez, permanecera estático no mesmo lugar, em choque. Desde que abrira a porta, não movera um dedo, de forma que sua mão continuou na maçaneta pelo que pareceu uma eternidade, de olhos pregados na cama de hotel onde os irmãos o fitavam de volta, o Alfred por cima de Matthew, ambos sem camisa e o último com as mãos na braguilha do americano.

– Alfred F. Jones! Como você se atreve a molestar o seu irmão, de todas as pessoas...! – exclamou Arthur quando passado seu estupor, a expressão passando para uma possessa, ao mesmo tempo em que adquiria um tom avermelhado tão vivo no rosto que Canadá jurara ser humanamente impossível até aquele momento.

What?! No! – Negou Alfred. Se o irmão não possuía um pingo de vergonha na cara, Matthew tinha pelos dois, no entanto, de forma que instantaneamente o empurrou de cima de si, fazendo com que este se desequilibrasse e caísse da cama, provocando um baque surdo.

– N-não é o que vocês estão pensando! – Claro que era, mas o canadense estava desesperado e, bem, não custava tentar, certo?

– Não se preocupe Matthew, nós sabemos que não é sua cul – começou a dizer o inglês ao aproximar-se lentamente, como se estivesse num campo minado, mas acabando por ser impedido por Francis. Arthur olhou para trás e viu o francês balançar a cabeça de um lado para o outro – O quê? Acha mesmo que eu vou ver a nossa mais DOCE e PURA colônia ser estuprada pelos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA e não fazer nada?? Depois de todo o trabalho que eu tive para reabilitar a criança dos anos de convicência com VOCÊ??!! THERE’S NO FUNCKING CHANCE!!

– Pff, pura, aham... – América segurou uma risada, agora sentado no chão.

– Pura sim! E agora você o está corrompendo com essa sua mente!

– Eh, sorry man, mas não era eu quem estava tirando as calças dele, ok? Aliás, por que eu tenho que ficar com toda a culpa? I’m the hero! Vocês deviam acreditar em mim! – foi a vez de Alfred gritar contrariado, cruzando os braços e fazendo biquinho ao final, tal qual uma criança mimada.

SHUT YOUR BLOODY MOUTH, GIT! I don’t remember saying you could talk yet! – A essa altura, Francis já segurava o amante enquanto este se debatia com um olhar quase assassino pregado no americano. Então era assim que seus adolescentes se sentiam quando os pais os pegavam na hora H?

– Arthur, mon petit, deixe-os. Olhe para eles, cest l’amour! – O francês defendeu os irmãos, ainda que com voz sofrida, e então se voltou com um olhar de pesar para Matthew, ao mesmo tempo em que o inglês progressivamente parava de se debater. – Não vou dizer que aprovo sua escolha, admito que esperava um maior bom gosto de sua parte, fils, mas papa sabe que com o coração não se discute. Apenas... Digam-me que vocês usam camisinha, sim?

– Matthew, você está tomando pílulas direitinho, certo? – completou Inglaterra, em tom cansado – Nunca confie em pílulas do dia seguinte!

– Porque EU é que tenho que tomar pílulas? Não sou mulher! – foi a única coisa que o canadense conseguiu responder. Mais do que embaraçado, agora ele estava ofendido.

– Mathieu, cher, você não precisa se envergonhar de ser o passivo, Arthur aqui foi a maior parte de sua vida... – A intenção de Francis podia ser boa ao falar aquilo, mas desta vez mesmo Canadá achou que a cotovelado no estômago fora merecida.

Maaan!! ‘Can’t belive we are having this conversation! – Exclamou Alfred, jogando a cabeça para trás – Fala sério, aposto que vocês dois nunca usaram camisinha!

– Nós dormimos juntos dês do século XII, já passamos dessa fase – Replicou o francês, ainda com uma mão sobre a barriga, porém manejando mesmo assim abrir um meio sorriso e puxando o homem ao seu lado pela cintura.

– Eu podia ter vivido sem essa, sabe. – Matthew apontou, puxando um dos travesseiros e enterrando o rosto nele a fim de esconder uma expressão de puro desgosto, a qual Alfred não fez a menor cerimônia em demonstrar juntamente com um “ew” de nojinho.

– E vocês esperam que eu acredite que são fiéis um ao outro desde então? Como vocês podem ter certeza de que não dormiram com ninguém que tinha DST?

– But of course that we are sure, aren’t we? – o Inglês falou, revirando os olhos, mas o voltar-se para o lado e deparar-se com o francês, adquiriu uma expressão de horror – OH MY GOD I HAVE AIDS. I’M GOING TO DIE, OH MY GOD YOU FUCKING FROG I’M SO GOING TO KILL YOU FOR PASSING ME AIDS.

Ok, momento bizarro número dois: Quando seus pais começam a discutir a relação e quem passou doença sexual para quem. Onde está Rússia quando se precisa dele? Porque Matthew se espancaria até a morte com aquela torneira de bom grado naquele momento.

– Não seja idiota, eu nunca te passei DST, nem poderia! Essas suas sobrancelhas assustam tanto os pobres vírus que eles morrem antes de poderem te infectar! Além disso, quem é você para falar depois de ter me passado herpes durante os anos 70? Pegou naqueles seus shows punk, não foi?

– Ora, cale a boca! Você não tem mais herpes faz três décadas!

Uh, excuse me? We're supposed to be having sex here, can’t you two go discuss your freaking relationship in another place?- intrometeu-se Alfred, finalmente perdendo a paciência e se levantando, as duas nações que então já praticamente se espancavam parando no mesmo instante. Inglaterra e Francis se entreolharam, fitaram as mãos agarradas no tecido amarfanhado da camisa um do outro e então para suas duas antigas colônias, seguindo com o olhar em seguida o braço estendido do americano que apontava a porta.

– Então... Er, enfim, não esqueçam do sexo seguro ok?

– Mathieu, não deixe que Alfred escolha os nomes dos meus netos!

E assim, tão repentinamente quanto entraram, os dois europeus deixaram o quarto, batendo a porta atrás de si. Tão logo eles deixaram o recinto, Canadá e América se entreolharam no mais completo silêncio, violeta encontrando azul celeste, apenas para então desatarem a rir. Riram pelo que lhes pareceu horas até que suas barrigas e bochechas doessem, rolaram na cama e, num dado momento, quase esmagaram Texas, que fora derrubado do bidê.

– Eh... Acho que não estou mais no clima Alfie... – comentou Matthew quando o americano escalou a cama repentinamente e ficou de quatro acima de si. Os dois sorriam feito idiotas e o canadense recém terminava de secar o lacrimejar que havia começado em seus olhos.

True, mas eu posso dar um jeito nisso.

Oh, really? I challenge you. – Canadá replicou, desafiador.

– Aposta o que?

– Bem, se eu ganhar, agente assiste o jogo de hóquei no sábado ao invés do seu jogo de futebol americano.

Alfred fez uma careta de desgosto.

– E se eu ganhar?

I’ll call you my hero.


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Notas finais do capítulo

Traduções:
Mon Dieu: Meu Deus
What?! No!: O quê? Não!
THERES NO FUNCKING CHANCE: SEM CHANCE!( de uma forma bem pouco educada ♥)
sorry man: desculpe cara
Im the hero!: eu sou o herói!
SHUT YOUR BLOODY MOUTH, GIT! I dont remember saying you could talk yet!: Cale a p*rra da boca,estúpido! Eu não lembro de dizer que você já podia falar!
mon petit: meu pequeno
cest l'amour: é o amor!
fils: filho
cher: querido
Maaan!! Cant belive we are having this conversation!: Cara! Não acredito que estamos tendo essa conversa!
But of course that we are sure, arent we?: mas é claro que nós temos certeza, não temos?
OH MY GOD I HAVE AIDS. IM GOING TO DIE, OH MY GOD YOU FUCKING FROG IM SO GOING TO KILL YOU FOR PASSING ME AIDS: Oh meu Deus eu tenho ainds. Eu vou morrer, oh meu Deus sua p*rra de sapo eu vou matar você por me passar aids.
Uh, excuse me? We're supposed to be having sex here, cant you two go discuss your freaking relationship in another place: Uh, com licensa? Nós eramos supostamente para estar transando aqui, será que vocês dois não poderiam ir discutir a droga da relação de vocês em outro lugar?
True: verdade
Oh, really? I challenge you.: oh, mesmo? Eu desafio você.
Ill call you my hero.: vou chamar você de meu herói.
x--------- x ---------x
Não me perguntem de onde eu tirei essa ideia. ela simplesmente veio.
E, sobre ela, eu só tenho uma coisa a dizer:
I'm not sorry ♥
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