Eu sou um idiota, essa frase ecoava pela minha mente. Droga! Um idiota completo! O que Frank deveria estar pensando de mim? Heim?

Eu não acho que ele sequer estivesse preocupado em pensar em mim, ele tinha algo mais importante para fazer como agarrar a Jamia, e também tinha sua própria vida para cuidar... Está certo que eu não tirava minha cabeça dele, mas eu tinha que perceber de uma vez que não haveriam chances, afinal de contas, eu sou um garoto, e ele é um... garoto também.

Minha vida é complicada de mais, eu queria fazer algo a respeito, mas na verdade, eu não tinha o que fazer!

Frankie, Frankie, Frankie, era só isso que tinha na minha cabeça, eu tentava afastar o pensamento... mas simplismente não dava!

Eu não tinha nada a fazer, ele me odiava agora, eu não esperava nada de bom nunca mais, eu não queria esquecê-lo, eu queria amá-lo para sempre, mas nada é como a gente deseja. Em um dia a gente acha que tudo vai dar certo e que um sorriso pode significar um amor, em outro a gente já começa a achar que as pessoas sorriem por obrigação. Em um dia tudo está colorido e lindo, e no outro quando se sofre a decepção o mundo começa a ter tons cinzentos de tristeza e melancolia

É verdade, eu era um Gerard entristecido, fiquei sozinho na depressão de meu quarto olhando para os posteres na parede, ouvindo a música mais alta que o comum, e eu não sei explicar como, mas eu estava chorando!
Sim, acreditem meus amigos, eu, Gerard Arthur Way, o mestre em reprimir os sentimentos, chorando, CHORANDO! Confesso que sinto até vergonha de me lembrar.

O dia estava sombrio, as nuvens negras tampavam o céu azul, trovões caiam e o chão estremecia, a luz havia sido cortada por causa dos relampagos, e minha mãe espalhara algumas velas pela casa, e eu e meu irmão ficamos juntos em meu quarto, com duas lanternas acesas enquanto minha mãe e meu pai tentavam arrumar a casa para não entrar água.

Eu estava olhando para o teto pensando  em como o Frankie poderia estar, até que o Mikey se virou e me disse:
- Sabe Gee, o Frank estava meio assustado quando me contou...

- Contou o quê? - perguntei assustado.

- Ah, você sabe - falou com uma risadinha - sobre você, ou melhor, sobre vocês...

- Hum, o que é que tem a gente? - falei ingênuo - Só por que briguei com ele, ele foi fazer minha cruz para você? É isso? Aquele baixinho...

- Gerard - ele falou naquele tom que eu odiava - você sabe do que eu estou falando... sobre você gostar do Frank e ter dito a ele, e nem tente negar eu já havia percebido muito antes de você mesmo perceber.

Meu coração gelou, talvez o Mikey não fosse tão inútil quanto eu imaginava. Ele até que era um cara legal.

- Sabe Mikes, eu posso até gostar dele - senti minhas bochechas queimarem - mas ele nunca ficaria comigo, eu sou um... um... garoto.

- E daí? - falou sorrindo - a gente não escolhe por quem se apaixona independente do sexo, da raça, ou do que for, a gente se apaixona por quem nos cativa e nos mostra o sentido da vida. Sabe Gerard, quando ele me contou sobre a sua "declaraçãozinha", ele parecia assustado, mas quer saber, ele sorria.

- Como assim ele sorria? Então quer dizer que ele achou muito engraçado eu ter me apaixonado por ele?

- Não é isso Gee, ele sorria de felicidade, você sabe que eu consigo muito bem reconheçer um sorriso, quer saber a verdade, vocês ainda ficarão juntos... um dia.

- Não adianta só viver sonhando, Mikes.

- Não adianta ser tão pessimista, Gee. "Se sonhos podem ser sonhados eles também podem ser realizados" vá em frente, não deixe sua vida passar pelos seus olhos e você são fazer nada, Gerard, não deixe de viver.

Eu não imaginava que meu irmão pudesse me dar um conselho tão sábio, realmente o Mikes era um cara legal.