(POV Elena)

- O que queres de mim? – Ele riu altamente.

- Apenas fique quietinha. – Sussurrou, vindo em minha direção. Seu olhar malicioso. 

- Não! – Gritei. – Não irás fazer nada comigo. – Sai correndo para o outro lado do quarto, ele vinha atrás.

- Volte aqui! – Ele berrava. O que ele iria fazer comigo eu já não sei, mas o desespero me tomou e eu me sentia tonta e frágil. Aquele homem que me acolheu não era mais o homem que está me segurando brutamente agora. Ele era um monstro, assim como todos. Menos meu pai. Oh pai, me salve.

Eu precisava sair dali, mas era impossível. Uma mulher como eu, não vale nada. Apenas para ser como uma escrava. 

- Deixe-me em paz. – Gritei em seus braços. – Por favor! – O supliquei aos prantos.

- Cala-se. Você é minha agora. – Cheirou fortemente meu pescoço. Lágrimas caíam sem um esforço. 

- Por favor, me solte. – Chorava e chorava, desperdiçava minhas lágrimas ao vento. – Socorro! – Gritei. – Socorro! – Gritei novamente em quanto seus braços me apertavam. Logo senti algo arder em minha face.

 - Sua vagabunda, cala-se. – Senti outro tapa.

- Isto é por rasgar o vestido que comprei com tanto gosto. - E outro. Ouvi passos de longe, alguém. Alguém iria me salvar. Oh Deus, o que eu fiz para merecer tal maldade?

- O que está acontecendo aqui? – Tyler gritou. 

- Vá embora Tyler. Vá. – Vosso pai gritava. Meus braços ardiam de tanta dor.

- Largue ela. – Tyler avançou em seu pai. Quando finalmente consegui sair dos seus braços, sai do quarto e me esbarrei em Bonnie, seu olhar assurtado. A peguei pela mão e corri para o meu quarto logo em baixo.Tranquei a porta, logo me joguei na cama e Bonnie sentou atrás.

- Meu Deus, Lena o que ele fez contigo? Sabia que não deveria ter lhe deixado ir. Como estás? Está bem? – Bonnie me encolhia em seus braços. Eu chorava como se não houvesse amanhã.

- Oh Bonnie, eu não aguento mais, eu preciso sair daqui. 

- Eu sei, Lena. Eu sei. – Ela me ninava em seus braços, enquanto eu ouvia gritos e mais gritos vindo lá de cima. Minha face ardia, suas palmas malditas bateram em minha face tão forte. Arrepio-me apenas ao lembrar. Grande desgraçado, abusando de uma mulher como eu.

 - Vamos arranjar um jeito Lena, confie em mim. – Ela me apertou mais forte.  

- Bonnie eu o vi. – Finalmente confessei.

- Viu quem Lena? – Ela olhou com curiosidade.

- Damon, eu o vi. – Ela cobre a boca.

- Como assim? Quando? Onde?

- No cemitério, oh Bonnie, foi horrível. 

- O que? Ele te fez algo?

- Não! Mas me abraçou e eu não retribui. Como eu queria retribuir.

- Oh Lena, não fique assim! Por que não retribuiu?

- Não quero o ver sofrer, eu o amo, mas quero poder concertar minha vida antes de me envolver com ele novamente.

- Vocês se amam tanto, acha mesmo que será preciso fazer isso?

- Sim, Bonnie. Será. – Falei com toda certeza.

Eu o queria muito, mas eu tenho que concertar minha vida antes de me envolver com ele, infelizmente.

- Quero sair daqui, venha vamos para fora. – A puxei.

- Espera Lena, não podemos. – Ela negou, largando minha mão.

- Claro que podemos, vamos. Por favor, Bonnie! – A implorei.

- Tudo bem, mas voltaremos logo!

- Vem. – A puxei.

Descemos as escadas lentamente, os gritos haviam parado. Não tinha sinal de Tyler e seu pai. Bonnie tremia.

- Se ele nos ver?

- Acalma-se Bonnie, ele não irá.

Passamos pela porta principal e vimos Senhor Lockwood logo ao lado. Virei pedra e logo derreti. Oh Deus. Puxei Bonnie para dentro mesmo ela não intendendo nada. 

- O que foi? – ela sussurrou.

- Ele está ali, vem vamos pelos fundos.

- Onde vai? – Ouvi Tyler.

- Tyler! – Exclamei.

– Vamos sair, mas já voltamos.

- Vá, papai está uma fera. Desculpa-me Lena, mas por que não me avisou antes sobre ele? Isso é um crime!

- Desculpa-me Tyler não queria te preocupar. – ouvimos um som de porta se fechando. Meus olhos se arregalaram, puxei Bonnie sem ao menos despedir-me de Tyler.

- Oh meu Deus Lena, para onde vamos.

- Caminhe, apenas caminhe. – Para onde ir? – Pelo menos estamos fora daquela pensão. – Olhares nos rodeavam e eu me sentia livre. Finalmente, mas teria que voltar. 

- Acha que podemos nos livrar disso tudo? – Bonnie perguntou.

- Acho que sim Bonnie, se Deus quiser nós saímos de lá. – Sorri.

- Foi a gota d’agua Lena, ele não deveria ter feito isto contigo. Como está a face, percebi que ele te bateu, não bateu?

- Sim. – Respondi.

- Aquele homem é um monstro Lena, não merece a vida que tem, mas a vida o ensinará.

- O que dizes? – Perguntei confusa.

- Digo que a vida o ensinará sobre o que ele faz, Deus sabe o que faz.

- Não se preocupe Bonnie, não acontecerá isto novamente.

- Espero que não.- Não posso acreditar o quanto fui inocente a todo esse tempo.

Eu e Bonnie andamos aquela cidadezinha inteira, nós estamos acabadas. Passamos em lojas e conversamos na praça principal. Estávamos a poucos metros da pensão. Quando ouvi alguém chamar-me.

- Elena?