Angel Dreams escrita por MiniDrix


Capítulo 1
Stranger in town


Notas iniciais do capítulo

Sei que está pequeno mas eu escreverei mais no próximo capitulo prometo.
Queria agradecer a uma amiga minha que me ajudou nas ideias para esta historia. Obrigada Maria Isabel
AVISO: ESTE CAPITULO JÁ FOI MODIFICADO



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A nossa chegada não se tinha passado como tínhamos planeado. Recordo-me que era quase madrugada quando aterrámos, pois as luzes da rua ainda estavam acesas. Havíamos esperado que a nossa descida ocorresse despercebida, e de facto assim aconteceu, não fosse o facto de um rapaz de treze anos estar a fazer a roda de entregas de jornais.

Este vinha na sua bicicleta com os jornais enrolados como envoltos em plástico. Havia neblina e o rapaz trazia um casaco de capuz vestido. Parecia estar a fazer um jogo mental consigo mesmo para calcular quando conseguiria fazer com cada jornal aterrasse. Os jornais batiam nas entradas dos carros e nas varandas com uma pancada seca e o rapaz sorria sempre que o cálculo saía correcto. Um cão que ladrava por detrás de um portão fez com que olhasse para cima, avisando-o da nossa chegada.

Olhou para cima mesmo a tempo de ser uma coluna de luz branca a regressar para dentro das nuvens, deixando três estranhos no meio da estrada. Apesar da nossa forma humana, algo acerca de nós o assustou – talvez porque a nossa pele era tão luminosa como a Lua ou porque as nossas vestes brancas e folgadas de viagem estavam em farrapos devido á descida turbulenta. Talvez fosse o modo como olhou para os nossos membros, como se não tivéssemos ideia do que fazer com eles, ou o vapor de água que ainda pingava nos nossos cabelos. Fosse qual fosse a razão, o rapaz perdeu o equilíbrio, guinou a bicicleta para o lado e foi contra a sargeta. Levantou-se atrapalhado e parou, fascinado, durante alguns segundos, apanhado entre o alarme e curiosidade. Em uníssono, estendemos os braços na sua direcção no que esperámos, ser um gesto tranquilizador. Mas esquecemo-nos de sorrir. Quando nos lembramos de o fazer, era demasiado tarde. No momento em que contorcemos as bocas numa tentativa de sorrir, o rapaz virou-se e fugiu. A posse de um corpo físico era ainda algo estranho para nós – havias tantas partes diferentes que precisavam de funcionar concomitantemente, como uma máquina complexa. Os músculos no meu rosto e corpo estavam tensos, as pernas tremiam como as de uma criança que dava os primeiros passos e os olhos ainda não se tinham ajustado á luz pálida terrestre. Tendo vindo de um lugar tão brilhante, as sombras eram-nos alheias.

Gabriel aproximou-se da bicicleta cuja roda dianteira ainda girava e endireitou-a. Encostou-a á cerca mais próxima sabendo que o rapaz iria regressar mais tarde para a reaver.

Descobrimos a Rua Shakespeare e percorremos o irregular caminho pedonal á procura do número 15. Já naquele momento os nossos sentidos estavam a ser atacados de todas as direcções. As cores do mundo eram tão garridas e variadas. Nós havíamos vindo de um mundo puramente branco e chegado a uma rua que se assemelhava ao paladar de um artista. Com excepção da cor, tudo possuía a sua própria textura e forma, diferente de tudo o resto. O vento roçava nas pontas dos meus dedos e parecia ter tanta vida, que me perguntei se podia alcançá-lo e apanhá-lo. Abri a boca e saboreei o ar fresco e cortante. Conseguia sentir o cheiro a gasolina e a torrada queimada misturado com fragrância de pinheiro e aroma penetrante do oceano. O pior era o barulho. O vento parecia uivar e o som do mar a embater nas rochas rugia na minha cabeça como uma confusão. Conseguia ouvir tudo o que estava a acontecer na rua, o  som o arranque do motor de um carro, o bater de uma porta, o choro de uma criança, uma velha cadeira de baloiço no alpendre a ranger ao vento.

- Irás apender a bloquear tudo isto – Disse Gabriel.  O som da sua voz assustou-me. Lá de onde vínhamos, comunicávamos telepaticamente. A voz humana de Gabriel, descobri, era baixa e suave.

- Quanto tempo vai demorar? – Fiz uma careta de desagrado quando o pio estridente de uma gaivota soou lá do alto. Ouvi a minha própria voz, era doce como uma melodia de uma flauta.

- Não muito – Respondeu Gabriel – É mais fácil se não resistires.

A Rua Shakespeare continuava numa subida e a meio no ponto mis alto dessa colina ficava a nossa casa. Alexis ficou de imediato encantada.

- Oh, vejam – Gritou ela- Até tem um nome – A casa recebera o nome da rua e havia uma placa de cobre onde estava escrito numa letra elegante «Shakespeare». Mais tarde descobrimos que as ruas adjacentes tinham nomes de outros poetas românticos ingleses. Shakespeare seria a nossa casa e o nosso santuário enquanto estivéssemos confinados á Terra. Era uma casa de arenito coberta de hera, com duas frentes, construída longe da rua escondida por detrás de uma cerca de ferro forjado e portões duplos. O pátio da frente estava repleto de flores coloridas, o cheiro era agradável e fazia-me sentir confortável comigo mesma, e em redor crescia uma confusão de hera. Gostei da casa – parecia ter sido construída de modo a resistir a qualquer adversidade. Retirei a corrente onde a chave se encontrava e entreguei-a a Gabriel. Quando entrámos para o salão de entrada, vimos que a casa havia sido preparada para nos receber.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado Xx Drika'



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