Passaram-se três semanas. Era uma manhã de segunda-feira e a sala estava muito mais barulhenta que o normal. Megan sentara-se encostada na parede da sala e observava Lilian tentar chamar a atenção da turma.

Nathaniel olhava a para a menor distraído. Nick não largava o celular, mas reparar no grande interesse do amigo pela menina, sabia que eles estavam escondendo alguma coisa. E Ethan dormia tranquilamente em sua carteira.

– Silencio! – gritou Lilian surpreendendo até a professora. Vendo todos os olhares voltados para si, a garota sorriu vitoriosa e continuou: - Bem, agora que tenho a atenção de vocês, poderíamos, por favor, decidir o que faremos na formatura?

Todos concordaram com a cabeça, estavam chocados com o tom da voz da loira. A professora fazia um enorme esforço para segurar a risada. Sempre que via o terceiro ano discutir sobre a formatura, algo engraçado acontecia.

– Alguma ideia? – insistiu Lilian apertando com raiva o giz que estava em sua mão.

– Podemos viajar – sugeriu Isabel, uma das meninas mais quietas da sala.

– Mas não podemos ficar sem a festa! – exclamou Sheila, uma das amigas de Chazz.

Depois disso, a bagunça recomeçou. Todos tentavam opinar sobre qual era a melhor opção para fazerem. Lilian estava a ponto de surtar, tamanha a raiva que sentia, quando ouviu a professor berrar:

– Controlem-se! – a sala caiu no silêncio novamente. – Decidam logo para que eu possa dar minha aula em paz!

Levou apenas um minuto para que o medo que tinham da professora passasse e os alunos voltaram a gritaram. Agora ainda mais alto e mais confuso. Megan revirou seus olhos para a bagunça e pegou um livro para estudar, aquilo não a interessava em nada.

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Mais tarde, depois do final da aula. Lilian se recostara cansada e irritada em seu armário e começou a amaldiçoar baixinho. Viu Megan abrir o próprio armário e pegar alguns livros, depois se virar para si com uma expressão preocupada.

– O que houve, Lily?

– Por acaso você não é da mesma sala que eu? – suspirou abraçando seus cadernos.

– Desculpe, me desliguei, não gosto nada de gritarias.

– De qualquer maneira – continuou rindo da menor, já esperava por aquilo. – Eles decidiram o que querem fazer para a formatura.

– E o que é? – insistiu Megan.

– Querem a festa... Mas em um lugar distante. Tipo um chalé nas montanhas e tals.

– Eles misturaram tudo? – não conseguiu contar a surpresa com sua pergunta.

– Sim e, agora, quem vai ter que se virar sou eu – choramingou apertando seu material com mais força.

Lilian viu a dúvida no rosto da amiga e se sentiu aliviada e culpada quando ela disse que ajudaria, sabia que ela não pretendia fazer parte de nada daquilo, mas não a deixaria na mão.

Abraçou a menor pelos ombros e a levou de volta para a sala. Se chegassem atrasadas o professor de física as mataria e nenhuma festa ou viagem aconteceria. Quando viu a amiga se sentar em seu lugar, Lilian parou para pensar no quão diferente eram e no quanto Megan a havia ajudado. “Preciso retribuir de algum jeito” pensou voltando sua atenção para a aula.

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Nathaniel, que saíra da sala para pegar seu material no intervalo do segundo para o terceiro tempo, acordou com uma sacudida. Nick o encarava irônico e Ethan parecia estar em outro lugar, como sempre. Se espreguiçando, o moreno se sentou e lançou um olhar irritado para o amigo de infância, que ainda ria.

– Por que me acordou?

– A professora de literatura está uma fera com você... E já é hora do intervalo, achei que gostaria de passar algum tempo com sua “princesa”.

– Vá se foder, Nick.

– Não estou muito afim no momento – riu.

Vendo que fora ignorado, se levantou irritado e enfiou as mãos nos bolsos da calça e começou a caminhar em direção ao refeitório. Podia ouvir o amigo rindo e fazendo piadinhas para o outro as suas costas. Bufou irritado, atraindo mais brincadeiras.

As garotas estavam sentadas na mesa habitual. Nathaniel e Nick se sentaram em volta de Megan e Ethan se postou ao lado da ficante, ele e Lilian pareciam cada vez mais próximos, coisa que surpreendeu os outros dois garotos.

– Pelo jeito os dias de vagabundagem de vocês acabaram, hein? – perguntou Nick de forma retórica.

Os dois preferiram ignorá-lo e continuaram conversando. O maior assunto naquele momento era basquete. As finais estavam chegando e, com isso, o último jogo dos três, queriam garantir que se formariam como campeões.

Para Megan nada daquilo importava, apenas prestava atenção porque era o único momento em que Nathaniel parecia realmente feliz e relaxado. “Além de quando passamos tempo sozinhos” pensou ficando com as bochechas vermelhas.

O moreno olhou para a ficante e notou a vermelhidão em rosto. Levantou uma sobrancelha e ficou imaginando no que ela estaria pensando. Roubou um pedaço de sanduíche para chamar sua atenção e levou uma bronca.

Nick observava aos dois com grande interesse. Pela primeira vez via Nathaniel tranquilo e ficava feliz pelo amigo, mesmo Ethan com aquele jeito quieto e retraído estava diferente. “Acho que eles estão se encontrando” pensou amargo e um sorriso triste ameaçou riscar seus lábios.

No final do intervalo, quando estavam voltando para suas salas, Nick puxou Megan de lado e pediu para conversarem. Naquele momento, ela era a única para quem podia pedir ajuda sem pensar duas vezes.

Nathaniel viu os dois se afastarem e, sem poder dizer nada, entrou na sala desconfiado. Não sabia o que era, mas tinha a sensação de alguma coisa daria muito errado com aqueles dois sozinhos. Quando percebeu o que pensava, sacudiu a cabeça e parou para prestar atenção na aula. “Eles logo estão de volta, nada vai acontecer.”

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Megan odiava bolar aulas, mas quando o garoto pedira para conversar percebera que ele realmente precisava de ajuda. E como não conseguia negar ajuda, resolveu ir com ele. Mas a coisa que mais a perturbava era o olhar de desaprovação de Nathaniel quando a vira sair com o garoto.

“Qual o problema dele?” pensou irritada. “Quem ele pensa que eu sou?”

– Retardado – murmurou brava.

– Algum problema, Meg? – questionou Nick, não entendera o que a garota dissera.

– Só queria saber qual o problema... – enrolou-o.

O garoto a tinha levado para o lugar mais escondido na escola que conhecia: embaixo da arquibancada do ginásio. Sabia que ali não seriam encontrados, nem perturbados. Sentou-se encostado na parede e escondeu o rosto em suas mãos. Vendo que aquilo demoraria algum tempo, Megan se sentou do melhor jeito que podia – por causa da saia – e começou a analisa-lo.

A postura do garoto não era a mesma cheia de arrogância, frieza e, principalmente, confiança. Ali ele parecia um garotinho assustado e nervoso. Alguma coisa mexera com ele de tal jeito, que o deixara encurralado.

– Nick...

– Fiquei pensando no que me disse da última vez que conversamos... – começou ainda de cabeça baixa. – Você provavelmente estava certa, eu tenho preconceito comigo mesmo. A única coisa errada é o motivo disse existir.

– Qual o motivo? – pressionou de forma gentil. Vê-lo daquele jeito realmente deixava-a preocupada.

– Porque se eu admitir vou ficar sozinho...

– Sozinho?

– É, sem amigos e, provavelmente, sem o apoio da minha família também...

– Você realmente acredita nisso? – perguntou chocada.

– Sim.

A boca da garota estava tão aberta que poderiam ter entrado moscas. Ficara sem palavras pela falta de confiança que ele tinha nas pessoas mais próxima de si. Megan ficou determinada de repente, iria ajuda-lo e tinha uma ideia do que faria. “Por mais que ache que Nathaniel não vai gostar muito disso” concluiu dando de ombros.

– Nick, você vai me escutar e vai pensar muito bem no que vou dizer.

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Nathaniel estava ansioso. Megan e Nick bolaram três aulas e a inspetora estava virada no cão com eles. Além da grande inquietação de que algo iria dar muito errado em relação a tudo aquilo.

Lilian recolheu as coisas da amiga quando bateu o sinal da saída. Ela virou-se apressada para o final da sala e encarou Nathaniel irritada.

– O que foi? – perguntou Ethan colocando sua mochila e de Nick no ombro esquerdo. Estava a ponto de abraçar a garota quando ela se afastou e encarou o outro garoto ainda mais intensamente.

– Onde estão eles? – perguntou séria. Ele se levantou e ia sair sem responder, mas Lilian se colocou a sua frente, impedindo o caminho. – Nate!

– Como eu vou saber? – devolveu irritado.

– Se alguma coisa acontecer com ela eu vou te matar!

– Por que eu? Quem está com ela é Nick!

– Porque foi você quem começou a perturbá-la quando ela chegou à escola!

Nathaniel parou encarando a garota e murmurou: - Se alguma coisa acontecer a ela, quem vai morrer não vai ser eu e sim Nick...

A loira fora pega desprevenida e ficou boquiaberta. Decidindo que aquela discussão passara dos limites, Ethan a puxou para fora da sala e Nathaniel saiu seguindo os dois para o estacionamento.

Megan respondera as mensagens de Lilian e pedira para espera-la. Os três faziam hora em seus carros, quando viram Chazz sair da escola rindo e dizendo o quanto Megan era oferecida e fácil por sair com dois garotos ao mesmo tempo. Lilian foi impedida de gritar por Ethan e Nathaniel, que também não estava nada feliz.

Nick e Megan apareceram alguns segundos depois, a garota inventou a melhor desculpa e conseguiu e disse que precisava voltar para casa porque Bianca a esperava. Nick se despediu deles e saiu apressado com sua moto, estava confuso com o que conversara com a menor.

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Os encontros entre os seguiram calmamente, sumiam no intervalo e voltavam antes da aula. Quando Lilian e Nathaniel perguntaram o que eles faziam, Megan apenas dizia que estava ajudando Nick com uma coisa e que não podia dar detalhes. Ethan via o quanto os dois estavam preocupados com a menina, mas sabia que não era só isso que perturbava o amigo, Nick começara a agir estranhamente e evitava falar com eles.

Megan e Nick se atrasaram aquele dia e perderam o horário. Estava quase no final da aula e Nathaniel quase saíra para ir atrás dos dois, Ethan o impediu e olhou para o amigo sério. Estava irritado por ele estar apenas se importando com a garota.

– Ethan, me larga.

– Não. Você vai me escutar.

Nathaniel o encarou irritado e curioso. Ethan nunca fora uma pessoa de falar muito, desde que era criança preferia apenas observar os outros.

– O que foi?

– Você realmente está só preocupado com aquela garota? Por acaso não nota outras coisas não?

Claro que Nathaniel ouviu o tom raivoso na voz do amigo e era óbvio que notara como o outro amigo andava estranho e evitava a todo custo ficar sozinho com eles. A única coisa que não entendia era a pergunta de Ethan.

– Eu notei as mudanças no Nick e também estou preocupado com ele... Mas não posso força-lo a falar comigo, não é mesmo?

– Você notou...

– Quem você acha que sou? Algum desavisado? Ele cresceu comigo, claro que notei. Só não sei o que fazer a respeito disso. E aposto que Megan pode nos ajudar.

– Que tal tentarmos falar com ele? Talvez se estivermos os dois juntos ele responda.

– Essa é uma boa ideia... – concordou Nathaniel sério. – Quando ele aparecer vamos chama-lo para a sala do piano e conversamos.

Ethan ficou aliviado em ver que Nathaniel não estava apenas preocupado com a garota. Deu as costas para o amigo e voltou para a sala para ter a última aula do dia. O outro ainda enrolou um pouco, esperando para ver se algum dos dois aparecia. Como não aconteceu nada, suspirou e voltou para a sala. “Posso estar preocupado, mas se for por alguma coisa idiota ou inútil, juro que vou socar o Nick” pensou quando a professora entrou na sala.

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Megan se acostumara a passar seu intervalo atrás da arquibancada tentando ajudar Nick com seu problema. Ainda não gostava de bolar aula, mas às vezes acabavam perdendo a hora. Naquele dia, o menino parecia particularmente feliz e animado.

– Então, consegui fazer o que você tinha dito ontem – começou sorridente. – Apaguei todos os números e terminei com todas as mulheres com quem mantinha relações. Fui o mais gentil o possível.

– E como se sentiu?

– Estranho – admitiu sincero. – Não pareceu totalmente certo quando comecei... Acho que ainda sinto algo por mulheres, se é que me entende.

Megan revirou os olhos e deu risada. Acostumara-se com as insinuações malvadas do garoto e agora achava graça. Além disso, ele também estava mais feliz e isso se notava quando ele interagia com os outros.

– Você parece muito mais tranquilo com isso, Nick!

– Eu estou, Meg. – concordou sorrindo. – Não é fácil, ainda mais agora que chegou a hora de contar para minha família, mas sei que eles vão me apoiar.

Megan se deixou sorrir. Estava orgulhosa do garoto, parecia quase à mãe dele. Tinha certeza que as pessoas que estavam a sua volta o entenderiam; Nick era muito simples e, por baixo de toda aquela ironia, era bonzinho com os outros. Levantaram-se e, como combinado, Megan voltaria primeiro para a sala. Ela lhe deu um abraço leve e saiu.

Chazz esperava a menor ao lado do armário da mesma, perdera a aula de propósito apenas para poder falar com ela.

Megan viu-a sorrir irônica quando se encararam e não gostou da expressão da outro, mas preferiu ignorá-la e abriu o armário para pegar seu material. Não queria perder mais uma aula e ficar sem matéria. “O vestibular e as entrevistas estão chegando” lembrou-se chocada.

– E eu pensando que você era uma boa garota – começou Chazz sorrindo sugestiva. – Mas que engano! Está com dois deles e ainda me julgou... Que coisa feia!

– Do que está falando, Chazz? – questionou sem perder a calma.

– Oras, todos sabem que Nate está brincando de casinha com você e, agora, Nick também.

– E o que isso tem a ver contigo?

– Ah, eu só estou esperando pelo tempo que Nate vai se cansar de você e voltar para mim – explicou simples.

– Com voltar para você, você quis dizer voltar a ser um cafajeste, não é? – Megan viu o olhar de ódio da outra e suspirou. – Desculpe, mas não acha que isso vá...

– Não seja iludida, garota – a sentença fora dita de forma agressiva e fria, pegando a outra de surpresa. – Você eu não sabe nada do Nate, ele vai cansar de você como foi com todas as outras e então vai te largar, simples. – Chazz parou e voltou a se controlar. Um sorriso triste e compadecido apareceu em sua face. – Pobrezinha... Você realmente se apaixonou por ele.

Megan podia aguentar tudo, mas pena era uma coisa que não conseguia engolir. Sabia que a outra continuava falando, mas parara de prestar atenção. Fazia de tudo para controlar sua raiva, mas Chazz conseguiu chegar a um ponto delicado.

– Por que ele gostaria de você? Além de não ter dinheiro nenhum é uma garota inexperiente, não pode fazer o que ele precisa e nem tem pais para apresenta-lo...

Megan sabia muito bem o que estava fazendo quando mirou o nariz da outra.

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A sala do 3A silenciosa, alguns alunos prestavam atenção e outros dormiam tranquilamente. Lilian não fazia nenhuma das duas coisas, tentava mandar mensagens para a amiga que estava muito atrasada para a aula.

A professora notara a distração da aluna escandalosa, mas não falara nada, também estava preocupada com a “pequena gênia” da sala.

Lilian bloqueou o celular e olhou para cima, sabia que a professora percebera o aparelho em sua mão e estava prestar a pedir para sair da sala para ir atrás da outra quando um grito estridente ecoou pela sala e o barulho de algo se chocando com os armários foi ouvido.

Todos correram para a porta e a professora não sou o que fazer. Chazz estava caída com as coisas no armário e o nariz sangrando. Megan olhava para ela de um modo frio, enquanto Nick, que aparecera alguns segundos antes, tentava decidir o que fazer.

Nathaniel saiu da sala, seguido por Lilian, e parou em frente a menor. Lilian o empurrou para o lado e puxou a amiga para si.

– O que aconteceu? – perguntou chocada.

– Eu soquei a Chazz – respondeu a outra simples.

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A professora levou Megan para a diretoria e Chazz foi levada pelas amigas para a enfermaria. Enquanto caminhava com a garota, perguntou o que tinha acontecido e quando ela explicou, ficou surpresa com o motivo, mas não disse nada.

O diretor, ao ouvir a historia toda da boca da menor, suspirou e balançou a cabeça negativamente. Estava decepcionado com a conduta da garota, mas como nunca tivera reclamações dela, não seria muito duro com o castigo. “Além disso, ela é nossa indica para a bolsa especial” recordou o motivo de ter aceitado a aluna excepcionalmente inteligente na escola de repente.

– Tudo que aconteceu é uma lástima, senhorita Colby. Não esperava isso vindo de você e estou realmente decepcionado – começou sério. A menor concordou com a cabeça, sabia que ele estava certo. – Isso não será colocado em sua ficha, mas você terá uma suspensão de uma semana e, se acontecer novamente, será convidada a se retirar desta instituição.

– Eu entendo. Peço desculpas pelo transtorno, senhor – murmurou séria.

– Tudo bem, pode sair e vá direto para casa. – avisou. A menina se levantou e quando foi abrir a porta ouviu-o continuar: - E quando voltar temos que conversar, senhorita Colby.

Megan saiu da sala e encontrou Lilian esperando-a ansiosa. A loira começou a fazer um monte de perguntas, que foram respondidas com monossílabos por parte da menor. Ela arrumou qualquer desculpe e se despediu da amiga, estava cansada daquele dia.

Quando estava na porta principal do colégio foi que notou que nenhum dos garotos estava em nenhum lugar à vista. Deu de ombros e saiu. “Agora eu tenho meus próprios problemas” pensou saindo e indo direto pegar um ônibus para voltar para casa.