Coração Perdido escrita por M Schinder


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/260432/chapter/15

Nathaniel suspirou, seria muito complicado explicar tudo. Mas ao olhar para a expressão de preocupação dela, decidiu que aproveitaria enquanto estava alto. Seus olhos se abriram um pouco mais, tivera uma ideia.

– Posso te pedir uma coisa antes?

– O que é? – perguntou curiosa.

– Sua tia tem vinho?

– Tem...

– Pega para mim, por favor? E pode fazer algo para eu comer? Não estou afim de ficar de ressaca amanhã...

Mais que depressa Megan se levantou e correu para a cozinha. Ela se surpreendera com sua pressa, mas estava curiosa para saber mais coisas sobre Nathaniel e quanto mais rápido pegasse tudo, mais rápido saberia. Fez alguns sanduíches, pegou a garrafa de vinho, um copo e uma garrafa de água e voltou para sala.

O garoto ajudou-a a organizar tudo e voltaram às posições em que estavam antes. Nathaniel se serviu de um copo de vinho e olhou para a lareira, que Megan acendera.

– Bem, eu era uma criança normal. Acho que posso até dizer que era amável – ele sorriu como se lembrasse de apenas de coisas boas. – Mas não foi para isso que os Blake nasceram. Temos que ser fortes, frios, arrogantes... Meu pai me moldou assim. Quero dizer, ele me criou para ser um líder, o mais poderoso, cruel...

Megan pode perceber toda a tristeza e revolta de Nathaniel quando ele disse cruel. Ele parou de falar, como se lembrasse de algo amargo. Virou o copo de vinho e colocou mais, além de pegar um sanduíche para si.

– Minha mãe era uma mulher gentil, mas ela tinha uma doença incurável, uma leucemia profunda. Não havia mais o que fazer. Meu pai a amava, era ela quem fazia com que ele ficasse mais suave, mais tolerante – ele parou para beber mais uma vez, o vinho lhe dava a coragem que precisava para continuar. – Ela morreu, na manhã de vinte de dezembro. Aquele foi o natal mais horrível de todos que eu já vivi. E foi nesse dia que perdi o pouco pai que tinha.

"Minha irmã mais velha, Julia, foi mandada para uma escola interna e eu fiquei sozinho com meu pai. Foi a partir desse momento que ele se tornou o grande senhor Blake e eu? Bem, eu tentei continuar do jeito que era antes, mas...".

Ele parou, mais uma vez. Megan percebera que a cada vez que chegava a um ponto da história no qual ele não se sentia bem, ele bebia, para ganhar coragem de continuar. Só que, dessa vez, ele não parecia disposto a continuar.

– Quer mais alguma coisa para comer, Nate? - ofereceu tentando dá-lhe uma pausa.

– Não, me escute, Megan. Quero terminar de te contar - a garota acenou com a cabeça e ele suspirou. - Eu estava me rebelando contra meu pai, mas eu não queria mudar meu jeito... Foi nesse período que eu conheci ela...

"Jessica Hilton. Eu tinha quatorze anos, ela tinha dezoito. Admito que fiquei encantado com ela, era linda."

Megan fechou a expressão ao ouvi-lo falar tão sonhador daquela outra garota. Mas agora ele parecia mais determinado a continuar.

– Eu passava muito tempo com ela. Começamos a ficar e tudo que ela pedia eu fazia. Admito que era seu cachorrinho e a coleira estava apertada.

"Nick e Ethan, como você sabe, cresceram comigo e nenhum deles gostava dela. Diziam que era encrenca. E quando eu percebi tudo, era tarde. Eu comecei a fumar por causa dela e ela usava drogas pesadas. Sempre estava louca e chapada e eu fingia que não via nada.

Um dia, bolei aula e fui até sua casa. Pode parecer clichê, mas ela estava na cama com outro cara, um traficante do bairro dela. Me desesperei, acabei gritando com ela. Ele, o traficante, tirou uma arma do meio das roupas dele e atirou..."

Depois de falar isso, ele levantou a camisa e mostrou uma cicatriz em seu estômago.

– Meu Deus! - murmurou Megan chocada.

– É, levei um tiro e ela fugiu com o traficante - disse amargurado. - Antes de eu desmaiar só tive tempo de ligar para Ethan...

Em um impulso Megan abraçou-o. Nathaniel puxou-a mais para perto e prendeu-a perto de si.

– Megan, você não tem ideia do quanto me lembrou a Jessica quando você apareceu. Decidi que te torturaria por agir como ela, mas... Eu me enganei, vocês não tem nada de parecido, você é outra pessoa e me deixa tão calmo. Pode me perdoar por todas as idiotices?

Megan se afastou um pouco dele. Esfregando os olhos, Nathaniel olhava-a com expectativa.

– Só mais uma pergunta - disse a garota respirando fundo. - É por causa dela que trata as meninas como lixo?

– Era uma forma de proteção... - admitiu. - Meg, pode me perdoar?

Ela olhou-o séria. Sentira pena por tudo que ele passara, mas aquilo não justificava nada. Sentou-se no meio das pernas dele e encarou-o séria.

– Nate, eu me entristeci com sua historia, mas isso não é desculpa para você ser um idiota. Sei que é muito mais inteligente e pode entender que esta errado - repreendeu-o. Mas com um suspiro abaixou a cabeça. - Eu nunca fiquei com raiva de você, então não há o que perdoar, ok?

Ele concordou com a cabeça e puxou-a para si novamente. Estava mortalizado, fazia anos que não tocava naquele assunto. Sentiu ela abraça-lo de volta e percebeu que só aquilo não era o suficiente.

– Megan, não fique com raiva de mim, ok?

– Do que você esta falando?

Ele não respondeu. Apenas fez o que gostaria a muito mais tempo do que admitia. Apertou-a mais forte e a beijou.

Megan não tentou se soltar dessa vez, nem fez questão de bater nele. Ela sabia que quando estivesse sóbrio, ele não seria mais o menino indefeso que estava ali, então se deixou levar aquela única vez. Estava decidida a não se apaixonar mais por ele.

~~//~~

Nathaniel acordou na manhã seguinte se sentindo enjoado. Virou no colchão e vou Megan encolhida na outra ponta. Recordou-se de tudo que acontecera na noite anterior e suspirou. Sabia que dissera tudo aquilo por estar meio bêbado, mas não se arrependia. Puxou-a mais para perto de si, ela acordou meio confusa.

– Nate?

– Bom dia, Meg. Como dormiu?

– Bem. Não esta de ressaca, né?

– Não muito. Mas estou meio enjoado. Gostou de dormir comigo? - perguntou malicioso.

– Não foi grande coisa - rebateu. - Afinal, dormi .

– Ah, mas nós podemos resolver isso .

Para a surpresa de Megan ele subiu em cima de si e segurou seus braços ao lado de sua cabeça.

– O que esta fazendo, Nate?

– O que eu queria fazer a muito tempo.

Ele a beijou. E de novo, de novo e continuou até que ela se afastasse em busca de ar. Megan encarou-o vermelha e ofegou quando ele beijou seu pescoço.

– Nate! Pare com isso!

– Quer mesmo que eu pare? - questionou serio. - Porque eu não quero.

Ela hesitou. "Qual é o problema dele?" Pensou ansiosa. Ele não deu tempo de ela pensar mais. Voltou a beija-la e, para a própria surpresa, Megan correspondeu todo o tempo.

Quando os dois se afastaram de novo a companhia começou a tocar desesperadamente.

Megan saltou para longe e correu para a porta. Nathaniel correu para ajeitar suas roupas.

A menina parou em frente à porta e respirou fundo cinco vezes, antes de abrir a porta. Lilian estava parada a sua frente e parecia chocada, Bianca, que estava ao seu lado, dava risadas muito sugestivas. Megan olhou para trás e viu Nathaniel encostado no batente da porta da sala.

Ela se virou desesperada: - Não é o que vocês estão pensando!

– Ah, é? Então é o quê? - questionou Lilian em tom acusatório.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ei, me digam o que estão achando!
Deixem reviews :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Coração Perdido" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.