Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 86
Confronto Derradeiro


Notas iniciais do capítulo

Como semana passada eu não escrevi nenhum capítulo, antes do final do feriadão quero postar o 187 também.



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Os olhos de Jenipher se abriram rapidamente, arregalados. Em seguida, ela ergueu o corpo devagar e analisou o ambiente ao redor enquanto se acostumava com a escuridão. Estava dentro de uma grande tenda onde outras bruxas dormiam sobre tecidos gastos. Como não conseguiria mais pegar no sono, ela caminhou cuidadosamente em direção à saída para não acordar ninguém e observou o céu reluzindo com suas incontáveis estrelas.
–Que cara é essa, Jen?
Agora não estavam mais nas montanhas e o acampamento havia sido montado na orla de uma floresta, perto de um riacho. Muitos soldados e bruxas ainda estavam acordados, patrulhando ou conversando ao redor de fogueiras, e dentre estas pessoas estavam incluídas Gabrielle e Erika, sendo que esta primeira foi quem chamou a atenção de Chaneel.
–Gabrielle? Do que está falando?
–Você está pálida, amiga. Por acaso teve alguma visão? – Explicou a filha do rei.
–Não, acho que não. Pelo menos nada de que eu consiga me lembrar, mas... – a bruxa da Ordem Natural colocou a mão sobre a própria cabeça, tentando se concentrar. – Eu tenho a impressão de que o vi o céu tingido de vermelho escuro num sonho.
–Ah! Não diga uma coisa dessas! – D’Illusie se encolheu.
–Vermelho como sangue seco, talvez? – Arriscou a princesa.
–É, acho que era uma cor parecida...
Nisto, Erika virou o rosto na direção da floresta, embora na sua mente visualizasse algo diferente. Em seguida ela sussurrou em tom ominoso.
–Talvez seja uma premonição do que está por vir...
As três bruxas deixaram o assunto de lado, pois uma certa algazarra havia começado na direção sudeste do acampamento. Algumas pessoas estavam gritando o que pareciam ser ordens e outras se aproximavam para ver o que estava acontecendo.
–Eles vieram?! – Gabrielle empunhou seu martelo.
–Vamos descobrir. – Disse a princesa, tomando a frente e conduzindo suas amigas.
Não demorou muito para que elas se dessem conta de que não se tratava de um ataque inimigo. Na verdade, a julgar pelo júbilo dos soldados empericianos, tudo indicava que o tal coronel havia surgido.
Dezenas de soldados trajando o emblema dos Secrett, um grifo erguido sobre as patas traseiras, estavam reunidos logo após as últimas tendas e, adiante deles, um homem alto, de capa e armadura adornada se aproximava. Era impossível distinguir detalhes de seu rosto à distância graças ao elmo com a frente levemente alongada e asas, um modelo idêntico ao que Lince Walters usava em batalha.
–Coronel Froz, graças a Adriel você chegou! – Exclamou o capitão, que foi ao encontro de seu superior militar. – Peço seu perdão por forçar o rei a retirá-lo de sua missão anterior.
–Não seja tolo, capitão Walters, você fez um bom trabalho. – A voz do homem era amistosa.
–Senhor?
–Quando soube que o responsável por liderar nossas forças era Otrom eu tive certeza de que Empericia sofreria uma derrota vergonhosa, mas apesar de tudo você conseguiu segurar as pontas por tempo suficiente para que eu chegasse. – Froz colocou a mão sobre o ombro direito de seu subordinado hierárquico. – Pode ter certeza de que vou recomendá-lo a uma promoção quando tudo estiver terminado, então trate de sobreviver.
O rosto de Lince se irradiou de alegria ao saber que seus esforços eram reconhecidos e até mesmo Erika ficou contente, orgulhosa por saber que seu amigo conquistaria o reconhecimento que lhe era devido.
–Quais são suas ordens, coronel?
–Meus homens estão cansados, Walters, então esta noite descansaremos. Mas amanhã cedo lançaremos nosso ataque derradeiro aos chesordianos e limparemos de uma vez a bagunça de Otrom.

Longe dali, um grupo muito menor terminava sua refeição: um javali assado. Eram seis pessoas ao total, sentadas em círculo ao redor da fogueira.
–Então amanhã finalmente vamos chegar ao Forte Brokefront? – Perguntou o manipulador da terra.
–Sim. Provavelmente chegaremos no começo da tarde. – Explicou Yasmin.
–Só espero que eles não tenham decidido acertar as contas com o tal Walters nesse tempo que levamos para chegar até aqui. – Mencionou Elbio, que juntamente com Karin era o único que ainda estava comendo.
–Acho que vai ficar tudo bem, não? O capitão disse que esperaria reforços antes de iniciar outra batalha, e eles vão levar tempo para chegar aqui. – Disse Luna, tentando manter as esperanças do grupo elevadas.
–E o que faremos se o pai de Yasmin não cooperar? – Na ausência de William, Samantha sentia que era sua responsabilidade pensar em medidas alternativas. Muito dependia do sucesso daquele plano.
–O que está insinuando, Samantha?! – A filha de Agas não estava gostando do rumo daquela conversa.
–Somos todos criminosos procurados neste reino. Temos que decidir o que faremos se o seu pai decidir que vai prender a todos nós. – A bruxa respondeu com calma glacial.
–Ela vai conseguir! – Karin engoliu um último pedaço de carne antes de voltar a falar. – Eu vi no dia em que conheci Yasmin, ela é o tipo de pessoa capaz de superar qualquer obstáculo, contanto que confie em si mesma.
–Estou surpreso, Karin! Do jeito que você fala nem parece que tem... sei lá, doze anos? – Arriscou o bruxo.
A menina pigarreou e se empertigou antes de responder.
–Eu faço catorze daqui a dois meses! Além disso, meu mestre disse que é educado falar esse tipo de coisa para alguém que você acha que vai se dar muito mal.
Quando todos se recuperaram do choque causado por essa sinceridade exacerbada, Yasmin sorriu e falou:
–Karin está certa, eu vou encontrar um jeito de convencer o meu pai. E mesmo que ele não acredite logo de cara e queira nos prender, vamos deixar. Se não formos violentos é certo que ele vai perceber que estamos sendo honestos.

Ainda mais longe, uma pessoa terminava de comer um pedaço de pão diante de uma lápide solitária e desgastada à beira da estrada. A cena de poucos dias atrás foi quase repetida quando uma garota se aproximou e disse em voz alta.
–Pensei que já tinha partido. Está na hora, não é?
William não se virou para Kate, continuou com o olhar baixo e fixo na lápide, como se pudesse encontrar alguma resposta na pedra áspera.
–Eu só estava pensando. A minha vida inteira eu quis ser livre e agora tenho uma oportunidade perfeita diante de mim. Aliás, quando nos encontramos pela primeira vez eu também estava sozinho e poderia ter abandonado minha missão. Mas...
–Mas não teria sido a coisa certa fazer, não é?
O manipulador do vento finalmente conseguiu tirar os olhos do memorial e, à luz da lua, discerniu um sorriso no rosto da bruxa.
–E o que é a coisa certa?
–Não sei, acho que depende do ponto de vista de cada um. E também que no fundo você não quer apenas ser livre, mas usar seus poderes por alguma causa maior.
As palavras que um anjo lhe disse num sonho de doze anos atrás vieram à mente de Storde. “Aqueles que alcançam grandes feitos em vida são poupados deste destino e recebem uma nova chance, uma nova vida.”
–É, talvez você esteja certa, mas não sei se derrubar Vladmir Banemare vai me trazer paz.
–Se você não sabe, muito menos eu. Mas de uma coisa eu tenho certeza: você não é um covarde. Se acha que sua vida não tem sentido agora, continue procurando e uma hora vai encontrar. No fundo você já sabe o que precisa fazer.
Um sorriso minúsculo, quase imperceptível na luminosidade precária, se formou nos lábios de William.
–Obrigado, Kate, você tem toda a razão. Está na hora de eu cumprir minha parte nessa história e encarar o futuro. – Ele fez uma pequena pausa. – Por favor, diga a Madame Papillon que eu agradeço por tudo, estou indo encontrar Vortex.


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Notas finais do capítulo

William e Vortex colocam em ação o plano do controlador dos portais.

Capítulo 187: O Segredo de Banemare

Em breve.



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