Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 69
Decida-se, Elbio!


Notas iniciais do capítulo

E a rotina semanal se torna cada vez mais intensa. Com um pouco de sorte na próxima semana consigo postar o 170 ainda na segunda.



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Elbio Lumarc viveu anos entre as bruxas de Chesord e, embora não pudesse dizer que detinha algum nível notável de conhecimento de suas artes, era capaz de perceber as grandes diferenças entre elas e as discípulas de Anya Wald. Embora já imaginasse que todas teriam capacidades parecidas com as de Erika, não deixou de se surpreender ao constatar que praticamente todas as bruxas empericianas eram guerreiras. Ele se indagava se essa diferença era fruto da necessidade das primeiras de se esconder e evitar chamar a atenção graças às leis impostas por David Follet e seus antecessores.
Contudo, não demorou muito para que ele se acostumasse com suas novas aliadas e compartilhasse o mesmo sentimento de proteção. Pois mesmo que em seu reino de origem elas não fossem perseguidas, certamente ainda enfrentariam grandes perigos no decorrer da guerra. Estas, por outro lado, mostravam dificuldade em compreender aquele que poderia ser considerado o único bruxo do mundo.
–Ritual das Almas Unificadas. Quem diria que existe uma magia capaz de quebrar as leis naturais dessa forma? – Jenipher resmungava consigo mesma.
–Eu tive algum contato com a cultura das bruxas daqui. Elas são mais diferentes do que eu pensei e parecem ser excelentes em ocultar segredos. Eu me pergunto que outros tipos de rituais misteriosos elas conhecem? – Mencionou a princesa.
–Mostra o que você sabe fazer, Elbio! Deve ser incrível poder controlar pura magia como se fosse um manipulador elemental! – Gabrielle rodeava o rapaz, cheia de curiosidade.
–Calma, não sou tão fabuloso assim. Depois da surra que levei enfrentando William eu percebi que ainda preciso treinar muito.
Enquanto o bruxo dava pequenas demonstrações de suas capacidades para a irmã do alquimista, Chaneel e Secrett conversavam quase num sussurro. A primeira dizia:
–Fico feliz em ver que a Gabrielle está sorrindo de novo.
–Você sabe que ela sempre fica muito séria quando a situação exige isso. Não precisa se preocupar, ela sempre voltará a ter esse jeito alegre quando não houver perigo iminente.
As duas continuaram a observar, sorridentes, deixando se levar pelo clima de paz. No dia seguinte começariam a marcha para um novo local e provavelmente teriam de se concentrar em seus afazeres. Nisto, surgiu um pensamento curioso na mente da ruiva, e ela resolveu compartilhá-lo.
–Mas como pode o Elbio usar magia Airanul se ele é um homem?
–Do que está falando, Jenipher? – Questionou D’Illusie, deixando transparecer um pouco de sua inexperiência.
–Nós, mulheres, usamos um tipo de magia chamado Airanul, enquanto que os homens podem comandar a Airalos. Os padrões mágicos são muito diferentes, só de observar eu consigo sentir que o poder dele vem da Airanul.
–Deve ser porque agora eu tenho também uma alma de mulher. – Justificou-se Elbio.
–Oh, então quer dizer que você...? – Erika começou uma frase, mas não conseguiu concluí-la e desatou a rir. As duas bruxas fizeram o mesmo.
–Não foi isso que eu quis dizer, caramba!!!

A mente de William havia trabalhado tão freneticamente desde seu despertar que ele demorou para perceber que estava faminto. Não tinha se alimentado uma única vez sequer desde aquela ceia no esconderijo de Papillon. Devorando com voracidade uma refeição, ele prestava atenção na conversa de seus amigos, até que Yasmin finalmente se lembrou de um detalhe importante.
–William, você nos deve uma explicação.
–Acredite, se eu soubesse o que exatamente aconteceu comigo eu já teria dito a vocês. Ainda estou juntando informações para tentar completar esse quebra-cabeça.
–Não é disso que estou falando. Refiro-me ao seu plano para derrubar o último dos pilares. Você deve lembrar disso, certo?
Apenas um instante foi necessário para que o manipulador do vento entendesse onde a Pyrath queria chegar. Aquela conversa não estava tomando um rumo que o agradava, mas teria de prestar contas de suas decisões mais cedo ou mais tarde.
–Depois daquela noite me disseram que as criaturas que atacaram a cidade se chamam espíritos terrenos. Criaturas antigas e misteriosas que foram seladas pelas bruxas. A ideia de libertá-las era distrair alguns integrantes da Ordem da Rosa Branca para que tivéssemos uma chance melhor de vencer a batalha, certo?
–Na verdade era nossa única chance de vencer.
–Certo, eu admito que foi um plano inteligente, mas não posso aceitar que coloque vidas inocentes em perigo! Se você fizer algo assim novamente, eu mesma vou te dar uma surra e te trancafiar!
Não haviam traços de brincadeira na ex-capitã, ela falava com sinceridade e seriedade. Isto desagradou Storde ainda mais, que replicou com voz amarga.
–Você acha que é capaz disso?
–Ei, nada disso na frente das crianças. Se querem tanto assim matar a saudade vão procurar uma tenda desocupada. – Interviu Fernand.
–Ainda assim, eu concordo com a Yasmin. Não devemos colocar em risco pessoas que nada tem a ver com o conflito. – Era a opinião de Luna.
Houve um momento de silêncio. William pensou a respeito do dilema que lhe era imposto e concluiu que teria de ser mais cuidadoso com seus planos. Mas antes que pudesse dar sua resposta, a atenção de todos foi tomada por Karin, que, alheia à conversa, notou um detalhe que passara despercebido pelos demais.
–Ei, onde foi a Samantha?

O lugar de uma bruxa de Chesord não era no campo de batalha. Esta poderia ser a regra, mas possuía suas exceções. Samantha Datch claramente era uma. Sua mera presença fazia com que Erika e suas amigas sentissem calafrios. Nem mesmo a beleza singular da manipuladora das trevas ocultava o fato de que era uma mulher frívola e letal. Não o tempo todo, é claro, pois naquele momento agia em prol de outra pessoa, ainda que em grande parte devido a seu senso de dever.
–Isso é verdade, Erika? O capitão não pretende prosseguir com a batalha? – Perguntou Lumarc.
–Pensei que você já soubesse disso. E não é exatamente esta a intenção dele, Lince apenas pretende esperar um pouco antes de iniciar um novo confronto.
–Na nossa atual situação é arriscado continuar lutando. Eu concordo com o plano do capitão: estabelecer-nos em algum lugar fácil de defender e aguardar reforços. – Complementou Jenipher.
–Eu e os outros manipuladores voltaremos ao esconderijo de minhas irmãs para planejar um ataque ao castelo. Se pretende voltar é uma boa oportunidade. – Disse Samantha.
–Eu vim até aqui achando que minha presença ajudaria em algo, mas no fim das contas nem fiz diferença. E também não terei utilidade nenhuma se voltar com vocês.
–Aja como preferir, o meu recado já está dado.
Após dizer isto, a manipuladora das trevas deu as costas e seguiu seu caminho. A mente do bruxo se contorcia em confusão enquanto ele ponderava as possibilidades. As chances de surgir um combate eram maiores junto de Walters, mas talvez a invasão ao castelo fosse mais crucial para o seu objetivo de proteger as bruxas. Com as mãos na cabeça, ele extravasou.
–Ai, minha Argenta. O que eu faço?
–Você é o único ser humano no mundo que possui um potencial teoricamente ilimitado para magia! Não importa onde vá, com certeza haverá algo que só você pode fazer e que nos deixará um passo mais perto da vitória! Decida-se, Elbio!
Gabrielle tinha razão. Por mais que no momento não houvesse nada que necessitasse de sua atenção imediata, eventualmente ele teria uma chance de mostrar seu valor.
–Obrigado pelas palavras de apoio. Acho que eu tinha tanta pressa para ajudar que por um momento fiquei decepcionado comigo mesmo e com o plano do capitão. – Então ele pensou por algum tempo, desta vez com a cabeça no lugar. – E já que não existe um lugar que precise desesperadamente de ajuda, eu sei exatamente onde quero estar quando chegar a hora de agir.


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Notas finais do capítulo

Para a surpresa de William, Samantha e Fernand, um de seus aliados também conhece Jack.

Capítulo 170: Mais que Um Simples Ferreiro

Em breve.



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