Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 6
Por Que Você me Deu um Soco?


Notas iniciais do capítulo

Agradeço ao Boneco de Neve por ter me avisado de um erro que cometi no capítulo anterior. Ao invés de escrever rei "Secrett" eu escrevi "Follet". Quem mandou eu inventar nomes tão parecidos...?
Enfim, semana que vem não haverá capítulo novo, pois meus compromissos estão me matando. Peço desculpas e a todos um bom começo de Outubro.



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Lince Walters permaneceu alguns segundos no chão, pensativo. Estava renunciando qualquer orgulho que algum dia teve, ferindo a reputação do exército de Empericia e se rebaixando ao nível do pior tipo de perdedor: aquele que não faz esforço algum para vencer. Ainda assim, estava satisfeito. Quando finalmente se colocou em pé, havia um sorriso em seu rosto sujo de terra.
-“Eu estou fazendo o que é certo, com isto Erika finalmente poderá-”
Seus pensamentos foram abruptamente interrompidos por outra demonstração de violência. Desta vez quem havia socado o capitão era, para a surpresa geral, Gabriel D’Illusie, momentos após invadir a arena de batalha e ouvir um protesto da parte da bruxa vitoriosa.
-O que pensa que está fazendo? Não pode invadir os limites do círculo!
Mas o alquimista a ignorou. Massageando seu punho direito que agora doía, ele olhava para seu companheiro de viagem com a expressão mais furiosa que Lince poderia imaginar. Por um momento o militar pensou que morreria ali mesmo, conseguindo apenas fazer uma pergunta.
-Por que você me deu um soco?
-O que deu na sua cabeça, seu imbecil? Esqueceu por que viemos aqui?
Já era esperado que Gabriel protestaria, afinal de contas a atitude de Lince havia tornado a vinda do alquimista até o monastério uma total e completa perda de tempo. Contudo, entre ele e Erika, certamente o capitão optaria em favorecer a última.
-Então você vai entregar a luta e obrigar não somente o exército, mas cada pessoa do reino a correr um risco desnecessário, apenas porque está com pena de bater numa mulher?
As palavras de Gabriel lembraram o rapaz de algo que ele já estava se esquecendo. Seu desejo de resgatar o que Erika havia perdido era tão forte que Lince já estava se esquecendo de sua missão.
-Você tem ideia de quantas pessoas vão morrer por causa dessa sua decisão egoísta?
Sim, a missão. A mente do militar clareava enquanto o sentimento de culpa era sobreposto pela sensação de que havia um dever a ser cumprido. O apoio das bruxas foi imprescindível para que a missão de William Storde fosse um sucesso estrondoso e contar com o apoio das filhas de Argenta no confronto que viria a seguir certamente pouparia muitas vidas.
-Saia daqui, Gabriel. Está atrapalhando a luta!
Erika, que observou tudo calada, franziu a sobrancelha e finalmente se pronunciou outra vez.
-Que luta? Você já desistiu, esqueceu?
Empunhando sua espada com o braço esquerdo, Lince o estendeu reto em direção à oponente. Já não havia mais sombra de hesitação em seu olhar, pois sua lealdade, acima de tudo, pertencia ao povo de Empericia. Este o capitão jamais trairia.
-Eu tenho cara de quem desistiu? Agora em guarda, senão você vai se machucar muito, Erika!
Gabriel saiu do círculo, que agora novamente era ocupado apenas pelos dois combatentes. Embora ainda estivesse muito irritado com a atitude inicial de seu companheiro, ao menos estava aliviado em notar que o maldito finalmente lutaria para valer.
-“Agora faça valer a confiança que o rei colocou em você, imbecil.”
Lince mal conseguia ver os golpes velozes de Erika que praticamente transformavam as adagas prateadas em borrões. Contudo, o instinto que o capitão havia desenvolvido após anos de treino e batalha permitia a ele evitar que fosse atingido, fosse através de bloqueios ou evasões. Por outro lado, todas as suas tentativas de contra-ataque falhavam devido à agilidade da adversária.
-É bom saber que você finalmente está levando nosso confronto a sério. Sendo assim, eu também vou lutar com tudo que tenho.
Após dizer isto, Erika deteve seus movimentos enquanto suas adagas brilhavam. A luminosidade azulada se espalhou por todo o corpo da bruxa, algo que seu oponente e Gabriel não compreendiam, mas todas as outras espectadoras sabiam do que se tratava.
-É o seu fim, Lince.
A investida de Erika foi muito mais rápida do que as anteriores, tanto que Lince sequer pensou. Apenas colocou sua espada diante do próprio corpo por puro instinto de defesa, milagrosamente bloqueando o ataque. Contudo, a bruxa não estava perturbada, pois uma terrível descarga elétrica cruzou o corpo do inimigo, deixando os nervos dormentes. Sem forças para segurar sua arma, o capitão a deixou cair.
-Obrigada, Lince. Eu não ficaria satisfeita com uma vitória a menos que você lutasse com todas as suas forças.
O braço direito de Erika, que desferiria o golpe final, foi detido pelo de Walters e a bruxa deixou escapar um suspiro de surpresa.
-Deixe pra se vangloriar depois que eu estiver derrotado!
Lince reagiu com uma cabeçada e a garota cambaleou. Em seguida, ele a atingiu no rosto com seu punho, derrubando-a.
-Agora eu creio que estamos quites, Erika.
A bruxa desatou a rir, levantando-se com alguma dificuldade. Ela não esperava que fosse ter uma luta tão acirrada e seu sangue fervia de excitação. Desejava com todas as forças sair vitoriosa ao ser confrontada com tamanho desafio.
Lince não compartilhava essa sensação, pois era movido pelo dever. Ainda assim, sua determinação de ser o vencedor era tão elevada quanto a de Erika. Ele recolheu sua espada lentamente, sentindo os nervos voltando lentamente ao normal, e preparou-se para uma nova investida da oponente.
Os dois estavam cansados, logo a batalha chegaria ao final.
-Realmente, esses dois idiotas se merecem. – Comentou Gabriel.
Erika disparou e deixou o corpo cair quando estava a um metro de distância do alvo. A espada de Lince cortou suas vestes na altura do abdômen e a fez sangrar, mas nada sério. Deslizando pela grama, a bruxa apoiou suas mãos no solo e ergueu o corpo, chutando o queixo do capitão.
Caso Lince fosse pego de surpresa seria desestabilizado por tempo suficiente para ser colocado no chão novamente. Contudo, ele percebeu a estratégia da oponente e sua mão segurou firmemente seu tornozelo. Valendo-se de toda a sua força, o rapaz a ergueu em diagonal, somente para lançá-la violentamente de volta ao chão. Sentindo uma dor excruciante quando suas costas atingiram o solo, a bruxa manteve-se imóvel com o rosto contorcido.


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Notas finais do capítulo

A luta chega ao fim e Anya finalmente toma uma decisão.
Capítulo 107: Para Proteger Minhas Irmãs
Em breve.



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