Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 57
Buraco Negro


Notas iniciais do capítulo

Bem... no fim das contas não consegui atualizar a história nestas últimas semanas, por isso quero compensar escrevendo dois capítulos de uma vez.

Espero que isso faça alguma diferença. .-.

Anyway, nem tudo são espinhos. Polux fez o favor de desenhar o Vortex, e ficou muito bom.

http://img96.imageshack.us/img96/7117/86gc.png



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/260301/chapter/57

Começou com um assovio.

Os grupos de reconhecimento de Agas não encontraram nem sinal dos inimigos naquele dia, o que fortalecia a sensação de confiança que seus subordinados sentiam.

Um jovem soldado virou o rosto para o lado, decidido a perguntar ao homem ao seu lado o motivo que o levou a assoviar. A pergunta nunca foi feita, pois o olhar que ele encontrou também estava repleto de dúvida.

Apesar de tudo, o comandante sentia uma ansiedade cada vez maior com o passar dos dias, e fazia questão de que os vigias cumprissem seu trabalho com afinco, pois sempre havia a possibilidade de um ataque de um grupo de batedores na calada da noite.

Um novo assovio arrancou um grito do jovem, que agora tinha uma flecha cravada em seu braço. Seu companheiro clamou por ajuda e logo uma dúzia de soldados avançava com escudos à frente, defendendo os disparos que mal conseguiam ver.

Os chesordianos estavam preparados para um combate, mas não daquele nível. O que os esperava era algo inimaginável, algo para o qual eles jamais estariam preparados.

Os homens que avançavam se detiveram, finalmente percebendo que a quantidade de inimigos era absurdamente maior do que esperavam. Um exército com armaduras que refletiam fracamente a fraca luz da lua e espadas em punho. Aqueles que dormiam no acampamento acordaram sobressaltados ao ouvir gritos de pânico.

As tropas de Empericia invadiram o território inimigo como uma onda de destruição.  Ainda aturdidos, os guerreiros de Agas pegavam armas às pressas e ignoravam as armaduras que não tinham tempo de vestir. Spectra, Sol e Vulcano, que haviam avançado logo ao ouvir os primeiros sinais do conflito, rapidamente se viram obrigados a invocar suas armas e lutar. O fato de que seus poderes não funcionavam de forma alguma apenas aumentava a preocupações daqueles manipuladores.
-Maldição, não sai nem sequer uma faísca! Mas que bruxaria é essa? – Rugiu Sol.
-E de onde surgiram tantos soldados? Será esse o poder dos demônios de Empericia? – Questionava-se o controlador do magma.
O trio era obrigado a recuar cada vez mais, juntamente com seus aliados, diante da força esmagadora que combatiam. Porém, o exército de Chesord finalmente começava a reagir, demonstrando coragem diante da adversidade.
-Não importa se estamos sem nossos poderes, vamos ensiná-los a temer a Ordem da Rosa Branca!
Furiosa, Camilla rasgava as gargantas dos invasores com a graça e agilidade de um fantasma. Sua capacidade de se defender, contudo, deixava a desejar. Vulcano, que sabia muito bem disto, gritou ao ver que uma adaga era lançada na direção da amiga.
-Cuidado, Spectra!
Mesmo ignorando o instinto, desenvolvido no decorrer de várias missões em nome da ordem, de tornar o corpo intangível, a mulher não conseguiria se defender a tempo graças à posição desfavorável. Naturalmente, o adversário havia aguardado o momento ideal, mas a lâmina encontrou apenas o metal frio de uma lança.
-Electron! – Ela exclamou, mas o recém-chegado controlador do relâmpago não respondeu, pois tinha os olhos fixos em outra pessoa.
-Você! O que significa isso?! – A pergunta era dirigida ao homem que lançara a adaga, uma pessoa da qual Leonard lembrava muito bem. Compreensível, afinal de contas, Lince Walters não era um guerreiro qualquer.
-Tudo isso foi possível graças ao poder da magia chamada Buraco Negro. Este é o momento derradeiro em que vamos mudar o rumo desta guerra!
O capitão derrubou um inimigo que estava em seu caminho com um golpe do cabo de sua espada e avançou, pois estava ansioso para retomar sua batalha com Electron. Dessa vez uma luta justa, de homem para homem, não mais de espadachim para manipulador, e Lince tinha certeza que seria vitorioso.
-Isso jamais acontecerá enquanto eu estiver em pé!
A lança se chocou contra a lâmina, a batalha estava apenas começando.

Agas participava do confronto também, esforçando-se até mais que seus próprios subordinados. Naquele momento não havia necessidade de dar ordens, pois todos sabiam o que fazer: resistir. Ainda assim, uma dúvida pairava no ar, preocupando outros dois guerreiros essenciais para aquele contingente.
-O que está acontecendo, Ent? Por que não consigo usar meus poderes? – Perguntou Aurora, quase cedendo ao desespero.
-Eu tenho uma ideia do que possa ser. Fique aqui e dê cobertura ao comandante, eu preciso encontrar uma pessoa capaz de nos tirar desta enrascada.
Maya não tinha outra escolha senão confiar no experiente velho, que abria caminho através do caos da batalha valendo-se apenas de seus punhos e pés. Felizmente para ele, sua busca não demorou muito tempo, pois uma voz era claramente audível mesmo em meio a tantos ruídos, uma voz familiar.
-Desgraçados, como ousam me obrigar a lutar dessa forma tão simplória? Vocês não passam de ogros sem um pingo de sensibilidade! – Clamou o controlador das estrelas.
-Continue assim e vou deixar que me matem pra não passar vergonha. – Reclamou Vulcano, que lutava ao seu lado.
-Não fale isso nem brincando, menino! – Como reprimenda, Ent atingiu a cabeça do menino com seu cotovelo, forçando-o a se abaixar. Isto também o fez evitar o ataque da lança de um inimigo, detida pelo controlador das plantas. Segurando firmemente a arma, ele arrancou das mãos do soldado e atingiu o abdômen do infeliz com o cabo.
-Mas que droga, você não precisava fazer isso! – Protestou o jovem, obrigando-se a ignorar a dor para evitar outros ataques.
-Eu preciso saber onde está Spectra, vocês a viram? – Disse o velho em tom inflexível.
-Mais adiante, lutando junto com o Electron. – Respondeu Sol, com receio de que pudesse sofrer um golpe também caso não colaborasse.
-Então agora vocês devem recuar e proteger Aurora e o general. E não desanimem, nós vamos vencer esta batalha!
Tão subitamente quanto surgiu, o controlador das plantas sumiu entre os inimigos. Deteve-se apenas quando finalmente viu, ainda que de relance, uma mulher de cabelos cinzentos e vestes brancas. Um inimigo tentou atingi-lo neste momento, mas bastou um golpe nas mãos para que este largasse a arma. Em seguida, o velho arremessou o atacante para frente, afastando os combatentes que estavam entre ele e Spectra.
-Que bom que está aqui, Ent, porque precisamos de um plano. E rápido. – Disse a mulher, percebendo quem se aproximava.
-Já tenho um plano, descobrir quem está bloqueando nossa capacidade de manipulação.
De costas um para o outro, os dois integrantes da Rosa Branca não cessavam por um instante sequer de trocar golpes com os empericianos.
-Eu ouvi um guerreiro inimigo falando algo sobre magia. Talvez isto seja obra de alguma bruxa ou sábio.
-Pensei a mesma coisa. É impossível que o responsável por isso esteja muito longe ou participando da batalha. Canalizar uma magia desse nível exige uma concentração enorme.
-Já entendi tudo. – Camilla afastou-se rapidamente na direção da periferia do confronto. Sua intenção era contornar as linhas inimigas a partir de um lugar seguro, pois tinha certeza que seu alvo se encontrava atrás delas.

Longe dali, havia um vulto em pé, no meio de uma campina, e ao seu lado jazia um corpo, mas o primeiro ignorava por completo o jovem imóvel. Sua concentração estava em algo diferente, muito distante, e sua voz grave pronunciava palavras em monólogo.
-Devo confessar que estou surpreso. Manter uma distorção dimensional desse nível por tanto tempo só pode ser obra de uma bruxa espetacular. Mesmo que agora ela tenha se fechado, o estrago já está feito. Um portal desses faz até mesmo alguém como Vortex parecer um principiante.
Ele podia sentir que uma batalha feroz era travada num local distante, e esta noção o deixava muito satisfeito.
-Jamais pensei que Lince Walters fossem um homem tão excepcional. Diferente de você, que de uns tempos para cá só me decepciona. – Neste momento a figura dirigiu seu olhar para o corpo no chão. – Talvez tenha sido um erro tirá-lo daquele laboratório. Mas já que estamos aqui, creio que ainda posso encontrar uma utilidade.
O vulto ergueu a cabeça novamente, percebera que pessoas se aproximavam. Em seu rosto oculto pela escuridão surgiu um minúsculo sorriso.
-Ah, vejo que terei um pouco de diversão esta noite. Trate de acordar, isso será um bom aquecimento para o que está por vir.
Subitamente sozinho na campina, William Storde abriu seus olhos reluzentes e amarelados. Lentamente ele se levantou, pressentindo também a aproximação de algo que inspirava uma sensação vagamente familiar. A fúria novamente agitava sua alma e o fazia perder o controle e o instinto assassino o envolvia como uma aura, mas dessa vez não havia foco algum. Em seu estado atual, a Ordem da Rosa Branca sequer passava pela sua mente e não havia qualquer propensão para caçar e atacar seus integrantes. Ele era, verdadeiramente, uma ameaça para todos naquele momento.
-“Mostre aos seus antigos companheiros sua verdadeira face, garoto.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Combate mortal entre Chesord e Empericia. William é localizado por seus antigos companheiros e não dá a eles outra escolha senão lutar. Preciso dizer mais?

Capítulo 158: Arrisque a Vida

Em breve.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Roses And Demons: Warbloom" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.