Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 46
Uma Brisa na Floresta


Notas iniciais do capítulo

Prosseguindo com a lista de idade dos personagens:

Vortex: 29 anos
Sol: 24 anos
Quartzo: 19 anos
Vulcano: 14 anos
Inferno: 32 anos
Scythe: 22 anos



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Gabrielle sofreu uma parada brusca ao atingir uma árvore com tamanha força que amassou o tronco. Então caiu em direção ao solo, erguendo terra e poeira. Apesar da dor, ela sabia que não estava ferida. Sua carne e seus ossos se tornavam tão resistentes quanto a pele, evitando hemorragias e fraturas. O que realmente a fazia ter vontade de gritar era algo do qual seus poderes não eram capazes de protegê-la.
A garota segurava com firmeza o pergaminho em sua mão direita, enquanto sua mente se contorcia, enlouquecendo-a. Seu coração clamava para que se levantasse e retornasse à batalha. Mas a razão a tentava convencer que isso não apenas seria uma tolice, como também tornaria inútil a decisão de suas irmãs.
-Vocês já tinham combinado isso, não é?! Que se a situação fugisse do nosso controle iriam me obrigar a escapar sozinha...
Não havia ninguém ao redor que pudesse responder, mas Gabrielle sabia que estava certa. Havia visto suas irmãs conversando em segredo, já ciente do teor de tais sussurros. Porém, ao invés de se expressar, preferiu acreditar que tudo terminaria bem. Não estava preparada para a forma como os eventos se desenrolaram.
-Se vocês acham mesmo que eu vou dar as costas, estão...
A bruxa se ergueu sem sequer se importar em bater a sujeira de suas roupas. O martelo que carregava em sua mão esquerda começava a pesar, pois inconscientemente ela fazia suas energias elementais fluírem. Porém, aquilo que carregava em sua outra mão pesou muito mais.
-...corretas...
Lágrimas rolaram pelo rosto de Gabrielle quando ela virou as costas para a vila onde suas irmãs ainda lutavam e começou a correr. Se os inimigos conseguissem recuperar o pergaminho, descobririam o plano de Empericia. Recusar o sacrifício das três bruxas significava condenar todas as outras.
Cada vez mais longe, a irmã de Gabriel queria que fosse tudo apenas um pesadelo e que pudesse acordar. Desejava negar a realidade cruel da guerra, que a forçava a tomar decisões tão difíceis. A única coisa que a impedia de ceder sob tal pressão psicológica era a força de vontade que surgia de sua dedicação a Anya.

Ent estava estarrecido com a atitude que havia presenciado, pois não sabia da habilidade que Gabrielle possuía. Porém, Electron, que se colocava novamente em pé, entendia muito bem qual era a intenção das bruxas ao enviar a irmã para longe.
-A garota com certeza sobreviveu! Aquele pergaminho deve ter alguma informação importante, Ent, vá atrás dela agora!
-Não posso deixar vocês dois no estado em que estão! – O velho protestou.
-Vamos ficar bem. Não se preocupe, eu vou proteger Electron no seu lugar. – Afirmou Aurora.
-Você não vai a lugar nenhum!
Alissa, a bruxa que dominava a magia Asura, tentou se colocar na frente do controlador das plantas, mas uma descarga elétrica a deteve tempo suficiente para que ele pudesse correr para fora do vilarejo. Infelizmente para as bruxas, não seriam capazes de segurar todos os três inimigos, pois mal tinham forças para lutar por muito mais tempo.
-Electron, fique atrás de mim, eu consigo enfrentá-las! Você já se feriu demais nessa batalha.
-Não diga bobagens, nunca deixarei você se arriscar sozinha. Além disso, esse tempo que passei caído foi suficiente para me recuperar. Vamos lutar juntos.
As duplas analisaram uma a outra por um momento e então retomaram o combate.

Algum tempo se passou, mas Gabrielle era incapaz de dizer quanto. Só sabia que precisava continuar correndo o mais rápido possível na direção do Corredor Uivante. Logo estaria fora do bosque que agora atravessava e então, na campina, conseguiria se orientar com mais facilidade.
Seu corpo se arrepiou de repente, pois o frio parecia aumentar de intensidade. A razão disto era uma brisa que soprava entre os galhos. Por algum motivo que a menina desconhecia, isto a deixava com uma sensação ruim. Sentia como se o vento sussurrasse maus presságios ao seu ouvido.
E então ela caiu. Raízes prendiam com firmeza seus pés e logo seu perseguidor a alcançou. Ent, embora idoso, tinha uma condição física admirável e usava a própria floresta a seu favor. Gabrielle sabia que não tinha chances de escapar dele, logo sua única opção era lutar. Mas seria ela capaz de vencer antes que viessem mais inimigos?
-Sinto muito, mocinha, não posso deixar que escape. Mas se lhe consola, eu admiro a determinação de suas amigas em protegê-la, assim como os segredos no documento que você carrega.
A brisa que soprava chamou a atenção de Ent, pois agora ele também conseguia ouvir os sussurros que o vento carregava. Como se fosse uma promessa de dor e trevas, o toque gelado fazia com que o controlador das plantas tremesse. E então seus olhos se arregalaram.

A última das bruxas a cair foi Alissa, que lutou bravamente até esgotar as forças, tanto físicas quanto espirituais. Electron estava em pé, respirando fundo e retomando o fôlego. Embora estivesse cansado e um pouco dolorido, sabia que em breve se sentiria melhor. Aurora, por outro lado, não conseguia se manter em pé, pois a magia das inimigas ainda surtia efeito em seu corpo.
-O que faremos agora? – Perguntou a manipuladora.
-Eu quero ir atrás de Ent, estou preocupado com ele. Mas do jeito que você está não posso abandoná-la, ainda mais com estas bruxas.
-Se é assim então por que não as prendemos? Eu retornarei ao acampamento e chamarei alguns soldados para me ajudar a escoltá-las. Enquanto isso você procura pelo Ent.
-Tudo bem, mas então eu vou te acompanhar de volta até o acampamento. Jamais me perdoaria se você fosse atacada sozinha pelo inimigo.

Gabrielle teve um susto quando viu um homem surgir da copa de uma árvore, atacando com os punhos envolvidos em relâmpagos escuros. Ent mal teve tempo de esquivar da investida, reconhecendo de imediato o inimigo.
-Eu me lembro de você. Seu nome é William...
Mas o manipulador do vento estava muito diferente daquilo que o velho lembrava. Antes, seus olhos eram firmes com traços de tristeza e raiva. Agora pareciam poços de escuridão de onde fluía apenas ódio.
-Nossa batalha já terminou há muito tempo, menino.
Palavras eram inúteis, pois não restavam mais traços de humanidade em William. A luta era inevitável e Ent sabia muito bem disso. Além disso, podia sentir que o poder que emanava do rapaz era muito maior do que quando se enfrentaram na batalha pelos pilares.
-Quem fez isso com você...?
Com um urro furioso, o manipulador do vento atacou.


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Notas finais do capítulo

Revanche! O punho fortalecido pela disciplina se choca contra a fúria demoníaca.

Capítulo 147: Rosa ao Vento

Em breve.



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