Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 27
Ritual


Notas iniciais do capítulo

Quando falam que demônios é algo sério não estão brincando. Estou quase perdendo minha alma de tanto que jogo Diablo III. (mas sempre arrumo um tempinho pra escrever o capítulo da semana)



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Yasmin observava através da janela uma fina garoa caindo do lado de fora da estalagem onde estava hospedada. No dia anterior havia deixado a cidade natal de Fernand juntamente com ele e o restante do grupo. Pensativa, ela permanecia na mesma posição por um longo tempo, afundando cada vez mais em incertezas. Não fosse pelo apoio de seus amigos ela dificilmente conseguia encontrar coragem para seguir em frente.
–Você devia ter visto a cena no andar de baixo, Yasmin. – Disse Luna, recém-adentrada no quarto.
–O que aconteceu desta vez?
–Fernand resolveu se engraçar com uma garota e o namorado dela não gostou nem um pouco.
–Não me diga que ele arrumou uma briga. – Comentou a ex-capitã, preocupada com a possibilidade de ser expulsa do lugar junto com o soldado da terra.
–Na verdade não, mas ele tomou um tapa inesquecível. Chegou a cair no chão.
–Dá pra ver que eles estão se divertindo. Você, inclusive, pois lembro que costumava ser bem mais severa.
–É verdade, mas e quanto a você, Yasmin? Cada vez mais calada, parece até mesmo a Samantha.
O fato de que sua mudança de atitude era tão evidente não agradava a manipuladora do fogo. Infelizmente, nem ela sabia ao certo os motivos para se retrair daquela forma e, portanto, resolveu se explicar com a primeira coisa que veio à mente.
–Estou preocupada com a minha família. Derrubar os pilares não os colocava em perigo, mas quanto mais penso nesta guerra, mas fico convencida de que eles podem sofrer por causa disso.
Luna aceitou a justificativa e esboçou um sorriso gentil.
–Logo estaremos de volta a Himitsu e, com sorte, seremos enviados sem demora para Chesord. Tudo vai entrar nos eixos quando Vladmir for derrotado, eu tenho certeza.
Yasmin apreciava as palavras de apoio, mas não tinha tanta certeza quanto a manipuladora da água. Temia que expor Vladmir pudesse ser o estopim de algo muito pior.

Elbio sentia algum desconforto após permanecer na mesma posição por quase duas horas: em pé no centro de uma extensa sala. Diante dele estava Rina, que parecia estar numa situação ainda pior, mas resistia bravamente. No chão do recinto vários círculos místicos reluziam conforme dezenas de bruxas entoavam palavras num tom baixo demais para se compreender. A própria Madame Ancara estava ao lado dos dois amantes, também recitando o encantamento.
–“Parece até mesmo uma cerimônia de casamento. Claro, a cerimônia mais sinistra que alguém poderia imaginar, mas ainda assim parece.” – Pensou Elbio, tentando ignorar as reclamações de seus músculos.
Todos, até mesmo o rapaz conseguiam sentir uma aura poderosa cobrindo o ambiente. O poder de todas aquelas bruxas se mesclava numa única e avassaladora força mágica, concentrando-se no corpo de Rina. Às vezes a garota estremecia, como se sentisse uma dor súbita, mas logo se recuperava.
Era triste para Elbio ter que observar aquela cena e não fazer nada, mas essa era a vontade da mulher que amava. Ele se via obrigado a engolir o orgulho e continuar assistindo, rezando para que tudo desse certo. Para que o ritual não fosse um tremendo fracasso, pois isto certamente causaria amargura sem precedentes em Rina.
Kate também estava presente, era uma das bruxas que ajudava a canalizar energia para o ritual. Nunca tivera um sentimento de amizade muito forte pela garota que desejava ter sua alma unificada, mas uma pontada de tristeza feria seu coração. Não era a primeira pessoa conhecida que ela via caminhar em direção à morte sem hesitação e, assim ela temia, não seria a última.
–“Eu tenho certeza que Elbio vai fazer alguma loucura pra tentar ajudar as bruxas nesta guerra. Rina, por favor proteja-o. Proteja todos nós.”
Obedecendo a um sinal de Ancara, todas as bruxas se silenciaram. A energia parou de fluir e a aura de poder se envolveu Rina, girando furiosamente como um furacão. Aquele era o momento pelo qual estavam esperando.
–Agora vocês devem tocar um no outro. – Comandou a líder.
A ordem foi obedecida e o casal juntou as mãos. No mesmo instante Elbio sentiu como se o seu corpo fosse inundado por uma correnteza de energia. Ele chegou até mesmo a imaginar que morreria, pois sua visão ficou totalmente branca e seu corpo foi ao chão. Mas depois de cerca de meio minuto arfando, sua mente parou de girar e ele conseguiu encontrar equilíbrio para se colocar em pé.
–Deu... deu certo...? – Balbuciou o rapaz.
–Sim, Lumarc. O ritual foi um sucesso. – Respondeu Ancara.
Elbio percebeu que o corpo de Rina estava caído, completamente imóvel. Ele sabia mesmo sem checar qualquer tipo de sinal vital que não restava resquício algum de vida nela. Algo dentro dele havia mudado drasticamente e agora se sentia muito mais forte.

Lince Walters conduzia os soldados de Empericia através do terreno desconhecido. Embora tivesse passado por lá antes, o lugar estava tão coberto de névoa que era impossível reconhecer o caminho, ainda mais agora que anoitecia. Ainda assim ele tinha uma boa noção de que direção precisava tomar para retornar ao acampamento.
Só o que ele desejava era voltar e descansar, depois pensaria no que deveriam fazer com relação ao exército inimigo. Sentiu-se revigorado ao ver chamas brilhando ao longe e encorajou soldados e bruxas a avançar mais rápido. Porém, logo esse sentimento foi engolido pelo desespero quando o capitão percebeu que eram as próprias tendas que estavam pegando fogo. Era evidente que alguém havia atacado o acampamento.


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Notas finais do capítulo

Com o exército de Empericia desmantelado, Lince Walters só vê uma solução.
Capítulo 128: Recuar
Em breve.



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