Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 18
Prisioneira de Guerra


Notas iniciais do capítulo

Como véspera de natal não é desculpa para não escrever, eis um novo capítulo. Contudo, lamento dizer que não poderei garantir frequência de postagens a partir dia 7 de Janeiro até o final de tal mês.
Sorry.



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As vestes e o rosto de Erika estavam respingados de sangue. Ela não sentia nenhuma satisfação em matar outro ser humano, mas na situação em que se encontrava era obrigada a lutar com toda a seriedade possível. Graças a isso, conseguiu garantir a fuga de Jenipher, mas selou seu destino. Os braços e pernas já não respondiam mais a seus comandos e a consciência ameaçava deixá-la. Era o seu limite.
-Maldita, como se atreve a matar tantos de nós?
A bruxa nem ao menos conseguia discernir de quem era a voz que a recriminava. O que percebia naquele momento era apenas o fato de que os inimigos se aproximavam e de que ela estava encurralada.
-Não pense que vamos matá-la rapidamente, você ainda vai amargar a escolha de ter invadido estas montanhas.
Provavelmente não, pois o que se via em seu rosto não era uma expressão de desespero, mas um sorriso que somente alguém contente consigo mesmo poderia exibir. Sua missão havia sido cumprida a contento e sua amiga estava a salvo. Uma pena que isso culminaria em sua captura, mas Erika tinha noção de que nem tudo ocorre conforme o planejado. Deixaria o restante com as suas irmãs até surgir uma chance de escapar. Se surgisse uma, é claro.

Elbio retornou ao quarto escuro onde repousava sua amada e logo notou que a iluminação estava mais forte. Agora uma chama ardia no teto, acesa pela já desperta Rina. Mesmo em seu estado ela ainda se mantinha bela, escovando seus longos cabelos escuros. Os olhos eram da mesma cor, reluzindo em contraste com o rosto pálido.
-Elbio, você já viu a sua cara? Parece um zumbi! – Exclamou a bruxa, preocupada.
-Desculpe, eu não tenho dormido muito ultimamente.
Na situação em que o rapaz se encontrava dificilmente conseguiria pensar em uma mentira convincente, portanto era melhor dizer a verdade. E, como ele já imaginava, agir assim aumentou o tom de preocupação na voz de Rina.
-Por acaso você está querendo morrer?
-Não, mas...
Elbio estava prestes a entrar numa situação defensiva, mas com as palavras de Madame Ancara na mente ele decidiu que estava na hora de conseguir algumas respostas.
-Eu não tenho nenhuma intenção de morrer, mas me parece que você está com ideias muito perigosas na cabeça, Rina.
-Então você já sabe, não é?
A bruxa não demonstrou o menor sinal de tentar ocultar a verdade ou enganar o rapaz. Ambos estavam dispostos a falar com a maior sinceridade possível.
-A Madame Ancara me contou tudo sobre aquele ritual. Isso é loucura, Rina! Por que você quer fazer algo assim?
-Você sabe qual era meu maior sonho, Elbio?
-Não...
-Eu queria me casar com você e morar em Ekal, passar os dias ajudando o povo de lá com minhas habilidades de bruxa, aproveitando a tranquilidade. Eu sonhava em poder levar uma vida sem medo de ser aprisionada, em viver com as minhas irmãs fora dessa masmorra.
Imagens se formavam na mente de Elbio conforme a garota descrevia seu sonho. De fato, aquilo jamais se concretizaria na Chesord atual, o que aumentava ainda mais a tristeza que o rapaz sentia, mas ainda não entendia porque somente agora Rina lhe dizia isso.
-Por isso eu comecei a pesquisar magias antigas e poderosas quanto retornei, na esperança de encontrar algo que me ajudasse a realizar esse sonho bobo. No fim das contas isso foi uma tolice.
-Rina, não diga isso...
-Mas agora que a barreira caiu e que minhas irmãs dizem que Chesord está em guerra, existe esperança. Não para mim, é claro, mas para as outras bruxas que também sonham em, um dia, viver como pessoas normais.
Elbio já nem sabia mais o que dizer, tamanha era a determinação clara na voz da bruxa. Só o que ele podia fazer era escutar com atenção.
-Agora eu tenho um novo sonho, transformar Chesord numa nação em que não sejamos perseguidas. Mas eu não vou viver o suficiente para poder realizá-lo, portanto eu terei que lhe pedir algo muito egoísta, Elbio. Eu peço que você realize este sonho por mim.
Dar forças ao homem que amava e transformá-lo em algo capaz de proteger as bruxas. Alguém com poder para ajudar a acabar de vez com a opressão sobre elas. Este era o novo sonho de Rina.

Lince ouviu com muita atenção tudo que Jenipher disse. O sucesso da missão o deixava aliviado, pois assim preservaria a vida de muitos soldados. Contudo, a captura de Erika gerava novas preocupações. Dentro da barraca de Anya ele se sentia sufocado, desejava caminhar pela campina e respirar um pouco de ar fresco.
-Nessa situação só nos resta esperar que eles queiram mantê-la prisioneira. Desta forma, quando o plano começar a dar resultados, poderemos resgatá-la. – Disse a líder.
-Eu temo pela segurança dela, mestra. O povo de Chesord é muito supersti-
Ao invés de terminar a frase, a ruiva arregalou os olhos, observando o nada, boquiaberta. Walters não fazia a menor ideia do que estava acontecendo, mas Anya sabia muito bem do que se tratava. Ambos permaneceram em silêncio até que Jenipher reagiu, piscando e colocando a mão sobre o rosto.
-Outra visão? – Perguntou sua mestra.
-Sim, mas o que eu vi foi muito preocupante!
A aflição de Jenipher foi transmitida para o capitão, que imaginava que a visão tinha algo a ver com sua amiga, Erika. Ele então começou a pressionar a ruiva, mesmo sem ter a intenção.
-Você viu a Erika? O que acontecerá com ela?
-Eu a vi presa por correntes, conversando com alguém que parecia um oficial do exército de Chesord.
-Sobre o que eles conversavam? – Perguntou Lince, cada vez mais temeroso.
-O homem disse que a enviaria para ser questionada. Que ela seria levada até o comandante supremo, um homem chamado Pyrath.
-Não pode ser! Tem certeza disso?! – Exclamou o rapaz.
-Acalme-se, garoto. Já sabemos que eles a manterão viva, qual a razão para tanto alarde? – Questionou Anya, incomodada.
-Eles vão levá-la até o homem que comanda todo o exército de Chesord, alguém que certamente não se encontra nas montanhas, mas sim em alguma base militar! Isso significa que mesmo que o nosso plano funcione, não conseguiremos resgatá-la!


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Notas finais do capítulo

Otrom dá a ordem: o exército de Empericia marchará para enfrentar Chesord.
Capítulo 119: A Verdadeira Guerra Começa Agora
Em breve.



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