Roses And Demons: Warbloom escrita por JulianVK


Capítulo 16
Ordem Natural


Notas iniciais do capítulo

Não, não estou adiantando o capítulo desta semana. Na verdade postarei dois (embora o próximo deva estar pronto somente no domingo), para compensar o fato de que muito em breve terei de diminuir o ritmo por três semanas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/260301/chapter/16

O comentário do inimigo recém-chegado causou reações distintas nas duas bruxas. Jenipher simplesmente ignorou, mantendo uma expressão calma, enquanto que Erika virou os olhos para o lado, tentando entender o que levaria alguém a dizer algo tão estúpido.
-Acho que esse imbecil não percebeu que somos bruxas, Jenipher. – Disse a loira em tom de desagrado.
-Como assim, bruxas?!
Após a exclamação do manipulador, os soldados que o acompanhavam começaram um burburinho, trocando palavras exaltadas. Evidentemente não se sentiam muito à vontade na presença de bruxas, mas permaneceram em seus pontos, ainda que vacilantes.
-Eu devia saber que vocês malditas estavam de conluio com o exército de Empericia! São mesmo um bando de adoradoras de demônios!
Quanto mais o homem falava, mais a irritação de Erika aumentava. Ela já estava prestes a saltar em cima do chesordiano para espancá-lo, mas foi detida pelo braço que sua companheira estendeu, barrando o caminho. A ruiva continuava inabalável.
-Não se exalte, Erika. Pode deixar que eu lido com esta situação.
-É bom ouvir a sua amiga, Erika. Ela com certeza parece ter as ideias no lugar e deve saber que não tem chance de vencer um manipulador da água.
A indecisão dos soldados já estava dissipada graças à confiança enorme que aquele homem mostrava ao confrontar as bruxas. Todos agora acreditavam piamente que ele seria capaz de vencê-las.
-Além disso, nem pensem que podem fugir de mim. Posso localizá-las facilmente usando meus poderes, da mesma forma que fiz anteriormente. Eu sou capaz de perceber toda perturbação na minha chuva artificial!
-É verdade que conseguiu nos localizar com certa facilidade, mas parece que se esqueceu rápido de que eu dissipei aquela garoa sem o menor esforço.
O comentário de Jenipher feriu o orgulho exacerbado do manipulador, que finalmente começava a perceber a ameaça que suas inimigas representavam. Porém, não queria parecer um fracasso diante dos soldados que tanto o admiravam, portanto deu a eles uma ordem impensada.
-Afastem-se delas. Eu vou ensinar essas duas a respeitar as autoridades de Chesord, depois vou arrastá-las até o General Pyrath para entregá-las de presente!
Apesar de preocupados, os guerreiros obedeceram e se afastaram, baixando as armas e limitando-se a assistir. Em seguida, filetes de água começavam a se formar ao redor de Jenipher e Erika, tornando-se maiores a ponto de gerar um turbilhão. Contudo, logo toda a água caiu, assim como o queixo de quem a manipulava.
-O que vocês fizeram?!
O tridente da ruiva brilhava fracamente. Seu inimigo tentava desesperadamente realizar algum tipo de manipulação, mas todos os seus esforços eram em vão. Aos poucos ele começava a entender o que se passava.
-Você fez isso! Monstro! Demônio!
-Eu chamo o encantamento que coloquei na minha arma de ordem natural. É uma magia capaz de reverter tudo ao seu estado original, como foi concebido pela criadora deste mundo. – Explicou a bruxa, mas o interlocutor não era capaz de compreender tais princípios.
-O que você quer dizer com isso?
-Ela quis dizer que enquanto estiver alimentando o tridente com sua energia espiritual ninguém ao redor dela consegue manipular elementos, seu retardado! – Disse Erika, no limite da impaciência.
-Isso é trapaça!
-Erika, já chega de brincadeiras. Acabe logo com essa palhaçada.
A filha do rei empunhou suas adagas, que trazia presas à faixa em sua cintura, e imediatamente ativou o encantamento nelas presente. Com uma velocidade estupenda, desfez a distância que a separava de seu alvo em um segundo e fez a cabeça dele voar com um corte cruzado.
-Quanto exagero...
Diante da visão da derrota do manipulador, os outros soldados gritaram de terror e fugiram. O medo de sofrer o mesmo destino nas mãos das bruxas os fez esquecer a coragem e o dever, tornando-os um bando de covardes.
-Ah, não enche o saco! Eu não conseguia mais aguentar ele falando, Jenipher.
-Que seja, mas agora temos que ser ainda mais rápidas. Quando aqueles soldados contarem o que houve para seus superiores, certamente teremos uma tropa inteira em nosso encalço.

Eram seis horas da manhã e Elbio estava morrendo de sono, mas não se atrevia a dormir. Mantinha apenas uma vela acesa no quarto em que repousava Rina, pois não queria atrapalhar o sono dela. Seu único pensamento naquele momento era que tal lugar, que mais parecia uma masmorra, não era onde a garota deveria estar. Queria levá-la para um local ensolarado, onde ela pudesse sentir o vento soprar, mas a doença a havia enfraquecido a tal ponto que sequer conseguiria caminhar para fora do quarto.
-No fim das contas, não pude fazer nada...
O rapaz começava a se sentir mal, observando com dificuldade, devido à baixa luminosidade e ao sono, o rosto pálido da bruxa e suas feições de sofrimento evidentes. Mesmo enquanto dormia ela sentia dor, e nada que Elbio fizesse poderia aliviá-la. Sentindo-se dominado pela angústia e o cansaço, ele se levantou e começou a caminhar em direção à saída. Precisava lavar seu rosto, assim talvez se sentisse melhor.
Quando chegou ao corredor iluminado por chamas mágicas no teto, Elbio não percebeu que alguém se aproximava. Somente quando a mulher falou foi que ele percebeu não estar sozinho.
-Aí está você. Eu estava justamente vindo para conversar, Lumarc.
Havia apenas uma pessoa que o chamava pelo sobrenome naquele esconderijo, e se tratava da líder. Uma mulher de idade avançada que vestia uma túnica negra de mangas curtas, desprovida de detalhes. Seu corpo era coberto por faixas, inclusive na cabeça, cobrindo o lado esquerdo do rosto e até mesmo seus cabelos.
-Realmente chegou a hora dela, Madame Ancara? Não há mesmo nada que possamos fazer?
-Eu lamento, mas preservar a vida de Rina é impossível. Contudo, ela me fez um pedido bastante intrigante.
Elbio conseguiu vencer o sono por um momento e observar com atenção o rosto da idosa, que estava muito sério. O rapaz sentiu uma preocupação tão grande naquele momento que nem mesmo pode ocultá-la em sua voz trêmula.
-Que tipo de pedido?
-Ela deseja realizar o ritual das almas unificadas. Uma magia que, se bem sucedida, permitirá que ela continue a auxiliar as bruxas mesmo após a morte.
-Isso significa que há uma chance de dar errado?
-Sim, Lumarc. Este é um ritual jamais realizado antes por nós, e nem mesmo eu sei o que pode acontecer com a alma de Rina se falharmos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O último desejo de uma bruxa. Uma grande mudança na vida de quem ela amou.
Capítulo 117: Almas Unificadas
Em breve.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Roses And Demons: Warbloom" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.